sábado, 11 de setembro de 2010

Carta de um breve adeus

Estava preparando mais um texto para o blog quando, pela amanhã, através do twitter, passei a acompanhar as primeiras informações sobre o falecimento de Rafael Schuab Moreria, de apenas 20 anos de idade. Alguns dos jovens membros da Executiva Nacional dos Estudantes de Farmácia – ENEFAR, chocados com a perda repentina de um dos seus diretores, postaram no twitter fotos recentes do encontro da Coordenação Nacional da ENEFAR em Ouro Preto-MG. Pude então ter uma breve idéia sobre o Swab (como eles o chamavam): Jovem, envolvido e sonhador. Para Che Guevara, todo jovem deveria ser assim, pois “Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética”.

Vai um herói e fica a saudade. Vai um lutador e ficam as batalhas. Com certeza, ele estará presente em todas elas. Não o conheci, mas assim como também disse Che “Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros”. Por isso, também deixo meu adeus ao novo companheiro! Como diz a canção da despedida: "Não é mais que um até logo, não é mais que um breve adeus. Bem cedo, junto ao fogo, tornaremos a nos ver."

Fica minha solidariedade ao Movimento Estudantil de Farmácia, aos seus amig@s e familiares.

Abaixo, reproduzo a carta escrita pelos membros da ENEFAR:


"Brasil, 11 de setembro de 2010



Hoje o MEF chora,



Perdemos um colega, militante, um irmão. Com apenas 20 anos de idade e muita história de luta no Movimento Estudantil de Farmácia (MEF). Faleceu hoje pela manhã (dia 11 de setembro) em um acidente automobilístico, Rafael Schuab Moreira, membro da nova Coordenação Nacional da ENEFAR. Estudante na UEM, assumiria o cargo de Secretário Geral na Coordenação Nacional da ENEFAR gestão 2010/2011.

Um choque para todos os amigos e militantes próximos ao jovem. Sendo que a menos de uma semana estávamos todos reunidos em Belo Horizonte e Ouro Preto em nosso Fórum de Organização da nossa Gestão na ENEFAR.

Fica a lembrança de um jovem sonhador, brincalhão e, sobretudo disciplinado. O Rafael Schuab, o Swab como o chamávamos, foi um grande amigo, se tornou militante unido por um sonho, depois se tornou um irmão e hoje é um anjo. Sem dúvida ele estará nos guiando e protegendo durante este ano de luta.

Apesar de muito abalados nós da Coordenação Nacional eleita temos a convicção de continuar na luta, fazer de seus sonhos realidade e honrar para que seu nome não se apague.

“Swab obrigado por tudo, olhe sempre por nós e pode ter certeza que esse ano o MEF irá Integrar, Crescer e Mudar como nós sonhamos juntos meu irmão.”



Cálice







Qualquer um conseguiria odiar a quem ama



Mas somente os atores sabem amar a quem odeiam

Qualquer um compararia o amor a uma chama



Mas somente os fracos a uma chama que queima

Qualquer um consegue viver um instante da vida



Mas só os românticos viveriam num instante,



uma vida inteira







Para Rafel Schuab um eterno romântico



DE TODOS OS QUE COMPÕEM A ENEFAR





sexta-feira, 3 de setembro de 2010

É para termos medo das plantas?

Um dos meus 2 ou 3 seguidores disse uma coisa que achei sensacional: “De médico e louco, todo mundo tem um pouco”. Essa inovadora frase, que nunca na história desse País havia sido dita, me fez refletir de que a cura dos males que acometem a humanidade, sempre foi uma das maiores preocupações das sociedades, tendo sido, talvez, uma das maiores buscas do homem (e mulheres). Empirismos, simpatias e rezas, foram precursores de alguns dos tratamentos que dispomos hoje.

Para tratar deste tema, foi inevitável lembrar-me de minha infância, que passou por mim não faz tanto tempo. Quando criança, a cada soluço emitido, minha bondosa mãe se munia de um pedaço de linha vermelha embebido com sua própria saliva e colava-o em minha testa. Lá ia eu para escola com aquele badulaque, tal qual um pequeno indiano com o seu simbólico “terceiro olho”. Isso sem contar os sustos que ela me dava, já que acreditava ser este um tratamento eficaz para o descompasso gerado pelo meu pequeno diafragma. Quando me contundia, vinha ela com uma faca de inox e sobrepunha sobre o inchaço, fazendo o sinal da cruz. Para o meu terçol, bastava esquentar sua aliança, através de fricções na palma da mão e colocá-la sob o pequeno tumor inflamatório instalado em minhas pálpebras. Para inflamações na garganta: água morna com vinagre era a solução. Num armário do apartamento em que residia em Niterói, havia uma pequena coleção de frascos com pedaços de mim que se foram pelo caminho: meu primeiro dente, o resto do cordão umbilical e minhas amígdalas, popularmente conhecidas como tecido linfóide. Enfim, minha mãe era médica, farmacêutica e colecionadora de pedaços do corpo humano. Se buscarmos avaliar alguns dos atos cometidos por ela, percebemos que, mesmo sendo oriundos da cultura popular, tinham certa lógica. Bom, o vinagre, popularmente conhecido como ácido acético, tinha ação bacteriostática. E o pior é que tudo aquilo parece que funcionava!!!!

Certa vez, fui levado a conhecer parte da família que residia no interior de São Paulo. Depois de ser apresentado a primos e primas, sentamos na calçada da casa de uma de minhas tias. Neste momento, um cão enorme avançou sobre mim. Desmaiei e, não sei se fruto do susto, meu coração passou a apresentar fraqueza para bombear o sangue para meu pequeno corpo. Um dos diagnósticos clínicos da época sugeriu uma cirurgia. A família relutou e foi atrás de uma segunda opinião. Novamente veio a recomendação de que meu pequeno peito fosse apresentado a um bisturi. Mediante o desespero familiar, uma vizinha disse: “Conheço uma benzedeira que é fantástica”. Fui levado a ela praticamente desfalecido. Após sessões de rezas e de goles de chás recomendados por ela, que mesclavam uma série de plantas, curei-me e não precisei de nenhuma intervenção cirúrgica.

Pensei nisso tudo ao acompanhar o debate acerca dos fitoterápicos que tem ocupado os veículos de comunicação. Enquanto acompanhava a reportagem que, de uma forma maldosa em sua introdução, falou do poder das plantas e mostrou comunidades que acreditam nos ensinamentos milenares, questionei-me a mim mesmo, já que não tinha ninguém comigo, se tudo sempre esteve errado. Vários questionamentos invadiram minha mente: Será que minha mãe cometeu crime ao me tratar? Será que a benzedeira em nada acertou e fui curado pelo poder da fé? Quando se deu a diferença entre os ensinamentos gerados por diversas populações ao longo da evolução do ser humano e a ciência? Uma matéria que nos choca ao questionar o poder das plantas, tem por trás algo maior? Quem matou Odete Roitman? Eram os Deuses astronautas?

Cansado de tanto pensar, antes de puxar o edredom, preocupei-me com o impacto na sociedade de uma abordagem que, em princípio, traz equívocos. Creio na capacidade administrativa e intelectual dos que hoje ocupam cargos nos órgãos sanitários. Creio na seriedade com que as Políticas são implantadas em nosso País...e para Fitoterápicos existe uma. Creio que não existe “opinião isenta”. Se é opinião, não é isenta. Não tenho dúvidas de que a ciência deve prevalecer sobre as visões mágicas, como também não tenho dúvidas da seriedade que permeou a inserção dos fitoterápicos no SUS. Por via das dúvidas, antes de embalar no sono dos justos, dei um beijo numa folha do meu pé de erva-cidreira e tirei o  galhinho de arruda de trás de minha orelha. Boa noite!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Eu dependo de alguém...e você?

Num momento de reflexão comigo mesmo, comecei a pensar no quanto dependemos de alguém em qualquer fase da vida. Quantas pessoas que nem conhecemos possuem papel fundamental no rumo que possa ter nossa humilde passagem por esse planeta. Engraçado que passei a observar isso um dia desses, num taxi que me trouxe do trabalho para casa. Enquanto destilava uma pequena ira contra o trânsito de Brasília, para parar de olhar o movimento externo, passei a observar o interior do veículo. Uma pequena boneca, vestida com roupas típicas não sei de onde, tremulava com o andar do carro em cima do painel. Badulaques de “boa sorte” se agarravam ao retrovisor. O bom e velho câmbio (também conhecido como marcha) ostentava uma bola com um siri dentro, o qual parecia me observar. Chocado com todos os apetrechos, de gosto questionável, passei a observar o taxista. Obviamente que de maneira discreta, busquei desvendar aquele homem, baseando-me no que me era visível a olho nu. Aparentando ter entre seus 40 e 50 anos, com cara de ser originário de qualquer região deste país, como todo bom brasileiro, ele dirigia quieto. Passei a meditar: "Será que ele sabe dirigir?”. “Será que ele está feliz?”. “E se ele resolveu dar fim a sua existência  justo hoje?”. Passei a considerá-lo a pessoa mais importante da minha vida naquele momento.

Tenho por conclusão que minha vida sempre esteve na mão de alguém. Guardo uma foto em preto e branco, do meu nascimento. Nela, além de mim obviamente, está um senhor com cara de poucos amigos. Era o médico que me retirara do sossego placentário para o mundo real. Descobri, depois de algum tempo que, ao deparar comigo, empurrou-me novamente para dentro de minha mãe, pelo fato de ter nascido desprovido de beleza, fato que me acompanha até hoje. “Não deve estar pronto ainda, volta pra lá”, disse ele ao ver aquele pequeno ser. Imagina se ele se revolta comigo naquele tempo? Não tinha a menor defesa.

Quantos vôos já peguei e nem sei quem eram os pilotos? Mal conheci a tripulação. De vez em quando via o comandante sair da cabine e se dirigir ao fim da aeronave para visitar o banheiro. Se já fico desesperado com ele no comando, imagina sem ele? Quem ficou lá? Isso é hora de aliviar a bexiga? Porque não foi antes? (Isso meu pai sempre dizia quando eu pleiteava uma parada estratégica na estrada, num passeio qualquer de família, porque queria visitar o WC). O mesmo pensamento passou pela minha cabeça (como se houvesse outro lugar por onde eles pudessem passar) com garçons, que porventura quisessem colocar algo diferente em minha comida. Pensei nos motoristas de ônibus, colegas de trabalho, enfim, em todos com quem tenho que passar alguns momentos do meu dia.

Neste momento, acaba de passar o primeiro programa do horário eleitoral gratuito. Quantos desligaram a TV por achar isso uma grande bobagem? Mesmo que alguns candidatos não digam nada, penso que vale a pena prestar um pouco de atenção, em virtude da magnitude da decisão que é um voto. Será que as pessoas estão buscando se decidir depois de avaliar as diversas propostas, ou as escolhas serão determinadas por impulso? Pronto, nos próximos dias estarei na mão de todo o povo brasileiro! Na mão daqueles que são tachados de inconvenientes por quererem discutir política, bem como na mão dos que dizem com orgulho e peito estufado de que “Política não se discute”. Dependo dos que empunham bandeiras partidárias e também dos que se vangloriam por nunca ter optado por alguém, sempre anulando seu voto. Daqueles que acompanham debates e daqueles que pegam um “santinho” na porta do local de votação.

Somente uma coisa me acalma. Essa dependência não é somente minha. E você? Já pensou em alguém de quem você dependa? Pois é....

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Eleições: período para novas amizades.

Períodos eleitorais me encantam. Não há momento melhor para avaliarmos o quanto a democracia avançou e o quanto ela tem para avançar. Um dos indicadores que utilizo é a quantidade de candidatos aos cargos eletivos, oriundos das mais variadas origens. Isso me parece ser consequência direta do período democrático em que vivemos e que me faz pensar que, de fato “TODOS SÃO IGUAIS PERANTE A LEI”. Porém, quando vejo a parcialidade da grande mídia e os custos de algumas campanhas, percebo que “UNS SÃO MAIS IGUAIS DO QUE OUTROS”.

Nascido no século passado, andei buscando a história registrada em minha mente e recordei-me de minha primeira participação em uma eleição. Na década de 80, ainda criança, em Niterói, simpatizei-me com um candidato (o qual ocultarei para não decepcioná-lo de minha escolha...falo do candidato). Lá ia eu ao seu comitê, munir-me de panfletos. Saía pelas ruas, sorridente, portando aquele papel enorme, impresso em preto e branco. Minha distribuição não era frutífera, pois voltava com quase tudo para casa, mas sentia-me útil. Bom, ele perdeu a eleição. Não por minha causa, mas por conta de cerca de 82% dos eleitores que não simpatizavam muito com ele, por algum motivo que não me recordo. Nem meus pais eu consegui convencer. E essa foi a primeira vez que chorei por uma eleição.

Em 1989 pude votar pela primeira vez e comecei bem, pois poderia escolher o presidente da Nação, direito conquistado depois de algum tempo. A partir daí, muitos outros choros se sucederam, pois meu candidato não era eleito. Cheguei a pensar que o problema era eu. Quase me convenci de que minha escolha jogava tanta “urucuba” sobre o candidato, quanto praga de ex-sogra.

Neste momento, nos aproximamos de mais uma eleição geral. Será minha 5ª oportunidade de escolher pessoas para ocuparem os cargos de Presidente, Senador, Governador, Deputado Federal e Deputado Estadual. Estou orgulhoso de mim, pois a vida tem mostrado que não dou tanto azar assim. Tanto é que meu twitter passou a ser seguido por alguns candidatos, com fotos sorridentes e números diversos, que eu não tenho a menor idéia de quem sejam. Alguns candidatos eu conheço, são amigos(as), mas outros, são grandes incógnitas. Como gosto de fazer novas amizades, resolvi conhecê-los melhor. Sempre achei que três palavras abrem todas as portas do mundo: PUXE, EMPURRE e AMIGO. Entre tantos pedidos, alguns me chamara a atenção. Um deles me despertou interesse, pois seu nome era “Manoel da padaria”. Apesar da relação óbvia do nome do pleiteante com o setor comercial citado, rodei por todas as panificadoras existentes num raio de 1 Km de minha residência. Encontrei vários homônimos, mas nenhum deles era meu novo parceiro tecnológico. Não desisti da busca, mas passei a procurar um “Zeca da farmácia” que queria fazer parte do elenco de conhecidos que me acompanham no Orkut. Sua foto apresentava um senhor com cabelos grisalhos, jaleco e caneta na orelha. Nada me vinha a mente ao olhar sua face. Nem os pêlos que lhe fugiam das orelhas e nariz, que seriam marcantes enquanto características pessoais, conseguiram me fazer descobrir quem era. Pior foi tentar conhecer a “Rosa manicure” que me pedia para adicioná-la no facebook. Nos meus 39 anos de vida, recém completados e comemorado com poucas pessoas, nunca visitei tal profissional. Infelizmente sou um irremediado roedor de unhas, o que me deixa com uma enorme vergonha de visitar alguém que possa vir a brigar comigo pelo meu vício. Talvez pudesse ser alguém que mudou de profissão, quem sabe uma colega de escola. Olhei fixamente para sua foto...e nada! Meu Deus, o que o tempo fez com minha memória?

Não restam dúvidas de que devido a quantidade de cargos, devem existir inúmeros candidatos. Não desisti de minhas buscas e estou determinado a conhecer todos. Talvez precise otimizar meu tempo, pois o dia 3 de outubro está chegando. Estou reservando algumas horas do dia, após o trabalho, bem como fins de semana, para conhecer meus novos amigos. Se quiser me acompanhar, será bem vindo(a).  Não sei se votarei neles, nem se serão eleitos. Mas na minha próxima festa de aniversário, vou reservar mais mesas e comprar um bolo de aniversário maior, pois vai "bombar" de tanta gente.

Antes de ir....preciso perguntar: Quer ser meu amigo? Tudo bem se não for candidato a nada!

terça-feira, 20 de julho de 2010

A paternidade de um medicamento.

Alguns dos meus 2 ou 3 leitores enviaram torpedos pedindo meu humilde comentário acerca da paternidade dos medicamentos genéricos. Num primeiro momento lembrei-me de tantas crianças abandonadas querendo um lar e todo mundo brigando para ser pai de “remédio”. Resolvi apelar à minha mente, já que fui testemunha viva desse processo. Por não poder confiar piamente no conteúdo de minha calota craniana, já que os labirintos cerebrais tornaram-se mais entrelaçados com o avanço da idade, optei por buscar nos anais (com muito respeito) disponíveis na internet. Revirei também minhas caixas de papelão, onde guardo reportagens antigas sobre o assunto, além do meu velho calção de banho e ioiôs da coca-cola.

Lembro-me do dia 05 de abril de 1993 como se fosse hoje. Além de comemorar o 95º dia do ano no calendário gregoriano e do 172° ano da Independência brasileira, lembrava-me com tristeza dos 41 anos do golpe de estado em Cuba, por parte de Fulgêncio Batista e dos 18 anos da morte de líder nacionalista chinês Chiang Kai-Shek. Com o espírito embargado, levantei da cama, fui até a banca de jornal e comprei um exemplar do mais lido jornal do País: o Diário Oficial da União. Sentei-me num banco da praia de Santos e passei a folhear o informativo. Lendo as diversas páginas existentes, já que não tinha figuras para serem apreciadas, deparei-me com um Decreto assinado pelo Presidente Itamar Franco: o Decreto 793. Li atentamente, pois como já havia me formado, a palavra medicamento despertava muito interesse. Destaco aqui algumas das normas previstas pela nova legislação:

- O fracionamento de medicamentos deveria ser efetuado na presença do farmacêutico;

- Ficava vedado aos estabelecimentos de dispensação, a comercialização de produtos ou a prestação de serviços não mencionados na Lei n° 5.991/73;

- Deveriam contar obrigatoriamente, com a assistência técnica de farmacêutico responsável, os setores de dispensação dos hospitais públicos e privados e demais unidades de saúde, distribuidores de medicamentos, casas de saúde, centros de saúde, clínicas de repouso e similares que dispensem, distribuam ou manipulem medicamentos sob controle especial ou sujeitos a prescrição médica;

- Todo o medicamento deveria ser comercializado pelo seu nome genérico, sendo que o tamanho das letras do nome e/ou marca não poderiam exceder a 1/3 do tamanho das letras da denominação genérica.

Pronto, o primeiro passo à implantação do genérico no País havia sido dado. Considerando que a principal virtude do medicamento genérico é não precisar fazer “propaganda” de sua marca, já que todos passam a ser iguais perante a Lei, tá respondida a pergunta: quem é pai do Genérico? Com certeza o Ministro da Saúde da época: Jamil Haddad. Eles não inventaram nada, mas propiciaram o debate. É preciso fazer justiça com alguns membros da equipe do Ministério que contribuíram com a elaboração do Decreto: Jorge Zepeda Bermudez, Hermógenes e Franciso Reis. Justiça seja feita também ao ex-Presidente Itamar Franco. Ele mesmo postou em seu twitter: "Presidenciáveis discutindo genéricos me trazem saudades de Jamil Haddad, amigo e guerreiro que criou o Decreto 793, em 5/04/93". Também abro a palavra ao ex-Ministro Jamil Haddad: “Serra, pai dos genéricos? PSDB, criador dos genéricos? Assumir como deles é um embuste! Se fizerem isso de novo, eu denuncio”. “Em 1991, o médico e deputado Eduardo Jorge [na época, no PT-SP] havia apresentado à Câmara Federal projeto propondo a fabricação dos genéricos no País... Em 1993, já no Ministério da Saúde, vi que o projeto continuava na gaveta da Câmara e, ao mesmo tempo, a OMS nos solicitava a liberação dos genéricos. Consultei a assessoria jurídica do Ministério da Saúde que disse não haver necessidade de a autorização ser feita por lei. Podia ser por decreto. Eu preparei-o, levei ao presidente Itamar, que assinou junto comigo.” “A lei de 1999 é apenas a regulamentação do decreto que já existia. O projeto aprovado foi um substitutivo que apresentei ao do Eduardo Jorge e que recebeu uma porção de emendas. Hoje, os genéricos são uma realidade no País.

 
Bom, a briga para o efetivo cumprimento do Decreto merece outra postagem. Ao priorizar o nome genérico em detrimento da marca e de obrigar que houvesse o profissional farmacêutico em toda a cadeia do medicamento, o conflito com os interesses de diversos setores estava gerado. Hospitais, indústrias, distribuidoras...quanto esperneio!!! Mas isso fica para outro momento (se alguém quiser saber).

Agora, em 1999, com a aprovação da Lei dos Genéricos (Presidente Fernando Henrique Cardoso e José Serra, Ministro da Saúde), estes medicamentos passaram a existir no mercado (não rapidamente). Então, podemos interpretar que Jamil Haddad é o pai e uma série de condições levaram a que fosse viabilizado depois. No governo de FHC, vagarosamente, eles começaram a surgir, mas tem coisas estranhas nessa história:

- A Medida Provisória que criou a moeda Real (MP 592, de 30.06.94) (cujo pai e Ministro era FHC) previa a venda de medicamentos em supermercados. Diversas ações conseguiram retirar essa excrescência quando foi transformada em Lei (9069/95). Ocorre que a Lei que regulamenta o comércio farmacêutico acabou sofrendo alterações esquisitas. Porque uma Lei  que trata do comércio de medicamentos precisa conceituar o que é supermercado, loja de conveniência e drugstore?

- José Serra apoiou a venda de medicamentos em supermercados, como forma de quebrar um possível boicote aos genéricos (Folha de São Paulo de 31/05/200 – caderno cotidiano). Espera aí, deixa eu entender. Fernando Henrique em 94 e Serra em 2000. Mas que mania é essa de querer vender medicamentos em supermercados?

- Para regulamentar a Lei dos Genéricos, Fernando Henrique Cardoso assinou o Decreto 3181/99, que, num tapa, revogou na íntegra o Decreto 793/93. Ele não poderia ter deixado ao menos o artigo que tratava do fracionamento e da presença do farmacêutico?

- Perdemos uma chance histórica de instituir uma "Política" de Medicamentos Genéricos. Havia apenas uma Lei. E o incentivo à produção?  O que previa a Lei e o que mudou de fato? Tanto é verdade que levamos muito tempo para ver esses medicamentos nas prateleiras dos estabelecimentos farmacêuticos.

Enfim, esta é minha contribuição. Espero que a briga por saber quem gerou esse filho não acabe na justiça. Agora quero confessar aos meus 2 ou 3 leitores que estou deveras abalado com uma dúvida que assola essa mente fértil.......E a MÃE do genérico, quem é?????




quarta-feira, 14 de julho de 2010

Falando de Cuba

Agora que a Copa acabou, queria atender aos meus dois seguidores (obrigado mãe). Fiquei um bom tempo sem atualizar o blog, por motivos astrais. Mas depois de consultar o "Polvo", resolvi compartilhar um texto com vocês (presta atenção mãe). O título fala por si.....


El embargo que Estados Unidos impuso a Cuba con el objetivo de "llevar la democracia" a la nación caribeña cumple 50 años este año.

Pero a pesar de las dificultades que ha enfrentado la isla en este tiempo, las sanciones no han impedido que los cubanos gocen de mejores estándares en materia de salud que muchos países de América Latina, con niveles que pueden compararse con los de países desarrollados.
Ésta es la conclusión de una investigación llevada a cabo por científicos de la Escuela de Medicina de la Universidad de Stanford, en California, EE.UU.
El estudio, publicado en la revista Science, presenta un análisis sobre las consecuencias y lecciones en salud de "uno de los más largos y complejos embargos en la historia moderna".
"A pesar de décadas de sanciones de EE.UU. contra Cuba, los cubanos gozan de los mejores niveles de salud en toda América Latina, con una larga expectativa de vida, tasas bajas de mortalidad infantil y la más alta densidad de médicos per cápita", afirman los autores del informe, los doctores Paul Drain y Michele Barry.
A pesar de décadas de sanciones de EE.UU. contra Cuba, los cubanos gozan de los mejores niveles de salud en toda América Latina, con una larga expectativa de vida, tasas bajas de mortalidad infantil y la más alta densidad de médicos per cápita.
En las décadas anteriores a 1960 cuando fueron impuestas las sanciones, los cubanos tenían mejores expectativas de vida que muchos países de América Latina.
Pero el país todavía estaba muy por detrás de los niveles alcanzados por los estadounidenses y canadienses.
Durante la llamada Guerra Fría las restricciones comerciales en alimentos, medicinas y abastecimientos médicos tuvieron poco impacto económico en el país, principalmente debido al apoyo financiero de la Unión Soviética.
"Para 1983 -dice el informe- Cuba estaba produciendo 80% de sus abastecimientos medicinales con materia prima procedente de la Unión Soviética y Europa, y hubo pocos informes de escasez de medicinas".
Y durante los primeros 30 años del embargo -agregan los investigadores- la expectativa de vida de los cubanos aumento 12,2 años, comparada con la de otros países del Caribe y América Latina.
A pesar de la economía
Pero la economía y salud de Cuba comenzó a padecer cuando se produjo la caída de la Unión Soviética, con una marcada disminución en la ingesta calórica de adultos y un aumento en el porcentaje de neonatos de peso más bajo del normal.
"La anemia era común entre mujeres embarazas y el número de cirugías llevadas a cabo disminuyó en un 30%", señala el informe.
"Después de una década de constantes disminuciones, la tasa total de mortalidad en Cuba aumentó un 13%", agregan.
En los últimos años del siglo XX, Washington emitió una serie de decretos y proyectos de ley para reforzar las sanciones y Cuba experimentó una severa escasez de medicamentos y un drástico aumento en los casos de tuberculosis, enfermedades diarreicas y otros trastornos asociados a la desnutrición y la escasez de alimentos.
Cuba goza ahora de la más alta expectativa de vida (78,6 años), la más alta densidad de médicos per capita (59 por cada 10.000 personas) y los niveles más bajos de mortalidad infantil de los 33 países de América Latina y el Caribe
"Aunque es difícil establecer una causalidad -expresa el informe- las sanciones comerciales de EE.UU. alteraron el abastecimiento de medicinas y probablemente tuvieron serias consecuencias en la salud de los cubanos".
Según los investigadores, a pesar del impacto en la economía, Cuba logró varios éxitos en otros aspectos de los cuidados de salud.
Y a pesar del embargo, Cuba ha producido mejores resultados en materia de salud que la mayoría de los países latinoamericanos.
"Estos resultados son comparables a los de la mayoría de los países desarrollados", dice el informe.
"Cuba goza ahora de la más alta expectativa de vida (78,6 años), la más alta densidad de médicos per capita (59 por cada 10.000 personas) y los niveles más bajos de mortalidad infantil de los 33 países de América Latina y el Caribe".
Atención primaria
Cuba es uno de los países que menos gasta en servicios de salud así que los investigadores creen que sus éxitos en materia sanitaria se deben a los excelentes programas de prevención y promoción de salud.
“Al educar a la población sobre prevención de enfermedades y promoción a la salud, los cubanos dependen menos de los abastecimientos médicos para mantenerse sanos", expresan los autores.
"Lo opuesto ocurre en EE.UU., que depende mucho de los abastecimientos médicos y la tecnología para mantener a la población sana, pero con un costo muy alto".
Cuba también ha logrado crear la infraestructura sanitaria necesaria para apoyar los programas de atención primaria.
Por ejemplo, su sistema de policlínicas y clínicas comunitarias con las cuales los cubanos pueden contar con al menos una visita médica cada año.
Asimismo, el país cuenta con amplios programas de vacunación y una alta proporción de personal especializado para atender los nacimientos.
"Este énfasis en la medicina de atención primaria, la educación en salud y la cobertura universal a servicios de salud podría explicar cómo Cuba ha logrado niveles de salud de un país desarrollado, con un presupuesto de un país en desarrollo", expresa el informe.
Para concluir, los científicos piden la eliminación de las actuales sanciones en medicinas y abastecimientos médicos, y afirman que este es el momento "para aprender de Cuba lecciones valiosas sobre cómo desarrollar un sistema de salud verdaderamente universal basado en la atención primaria".

BBC Ciência – Encontrado em http://www.bbc.co.uk/mundo/ciencia_tecnologia/2010/04/100429_cuba_salud_men.shtml

sábado, 26 de junho de 2010

Propagandas de minha vida

E a copa comendo solta. Vuvuzelas e Jabulanis dominam nossos sentidos. Vejo-as, ouço-as, sou capaz de sentir seus cheiros. Enlouqueço querendo saber como foi o retorno do time Francês depois do fiasco. E o da Itália? Tudo bem, isso só acontece a cada 4 anos. Mas decidi, dia desses, me libertar. Precisava de pitadas de assuntos outros, numa mente impregnada de informações futebolísticas. Por onde iniciar? Comecei pelos portais, espaços virtuais recheados de informações que poderiam abrandar minha ânsia. Tal qual um adolescente numa banca de revistas pornográficas, passei a correr os olhos freneticamente pelos sites, na busca de uma informação valiosa. Descobri coisas importantes: Fábio Júnior está separado e como foi o vestido usado por Sheila Mello no seu casamento. Um gato percorreu 3 mil quilômetros para encontrar seu dono. Descobri também que existe o “dia Internacional da Apreciação de Biscoito para Cães”. Fascinante, mas não era isso que procurava. Recorrei ao Google, o bom e velho. Acredito inclusive que o que não se encontra neste site de busca, não existe. Não deu outra: achei um trabalho de conclusão de curso cuja abordagem tratava da propaganda de medicamentos. Em tom crítico, a aluna de um curso da área de saúde, criticava a forma como era estabelecida a divulgação de determinados medicamentos. Citava vários exemplos. Pronto, minha mente acabava de receber informações preciosas, as quais desviaram meus pensamentos.
Confesso aos inúmeros leitores e leitoras deste blog, uns três ao todo, que tenho medo de determinadas propagandas. Hoje, em virtude da legislação, os comerciais não são como antes. Fui levado, em minha infância, a comer potinhos de iogurtes, pois estes substituiríam pequenos pedaços de carne (vulgarmente chamados de “bifinhos”). Tive que adquirir um par de kichutes, pois aquilo me daria uma liberdade sem fim. Poderia ir a qualquer lugar, pois seu solado com travas emborrachadas dariam a segurança necessária para os maiores desafios da minha pequena vida. Tive um boneco do Falcon, o qual muito me frustrou. No comercial da TV, aquele pequeno ser era ágil, rápido, andava de barco, brigava com seus inimigos. Quando abri a caixa, onde o mesmo estava atado com pequenos pedaços de arame, corri para libertá-lo. Coloquei-o sentado a minha frente, aguardando suas manifestações. Nada! Mantinha-se inerte, tal qual uma samambaia. Aquele ser inanimado apenas movia seus “olhos de águia”, caso eu acariciasse sua nuca! Ali havia um dispositivo, quase um nervo, que movia seus olhos...e isso era tudo o que ele fazia. Diz a lenda (o burro do computador queria crasear esse “a”) que um grupo de meninos, conversando acerca da aproximação do Natal, manifestavam seus sonhos de consumo, que deveriam compor a cartinha endereçada ao papai noel. Um dos meninos pediria um skate, pois com ele poderia subir ladeiras, andar em calçadas, andar em rampas. Um segundo pediria uma bicicleta cross, pois com ela poderia andar na areia, subir morros, saltar obstáculos. Um terceiro disse que, depois de observar bem o comercial de um absorvente íntimo, vulgo O.B, havia decidido por este presente. Mediante a exclamação dos amiguinhos, ele se justificou: “Na propaganda diz que com ele eu posso nadar, correr, andar de bicicleta, skate e muito mais”.
As propagandas de medicamentos, no meu tempo de balconista, também eram assustadoras. Se não bastasse o ímpeto de alguns, que não se bastavam em consumir seus medicamentos, como também indicavam para a vizinhança, haviam comerciais que me intrigavam. Na pequena drogaria onde trabalhava como balconista, na Vila Belmiro, em Santos, recebia mensalmente revistas que me estimulavam a ter determinados produtos na prateleira, pois seria nossa salvação comercial. Um medicamento, cuja função era regular o fluxo menstrual, tinha como abordagem: “Regule o fluxo de suas clientes e aumente o fluxo do seu caixa”. Outro, para má circulação, indicado para varizes, me abordava com a frase: “Tenha em sua prateleira, pois agora seu caixa vai bem das pernas”. Alguns fabricantes nos brindavam com cartazes, com crianças fofinhas, segurando frascos de xarope, esboçando um enorme prazer, como se houvessem deglutido suas guloseimas preferidas. Cartazes com fotografias de artistas eram encontrados nas paredes de algumas drogarias, assim como vemos em borracharias e bares. A diferença é que, ao invés de usarem minúsculos biquínis, alguns estavam até de aventais. Não seguravam pneus, nem bebidas alcoólicas, mas caixas de medicamentos. Os verbos utilizados nos comerciais, eram intimidatórios: “use”, “tome”, “tenha”, “compre”.
O tempo passou e não nos percebemos das mudanças na legislação. O mesmo controle feito sobre os comerciais de cigarros e afins passou a ser exercido sobre os medicamentos. O código de defesa do consumidor não permite mais que sejamos ludibriados. A sociedade evoluiu, assim como seu discernimento. Enquanto consumidor, algumas tentações são mais controladas.
Bom, tenho mais uma confissão a fazer: neste momento estou ao lado de minha JABULANI e minha VUVUZELA. Sem nenhuma habilidade para o futebol e sem paciência para aguentar o som emitido pelo instrumento, não resisti em ter tais aparatos de torcedor. Além disso, devo dizer que acabei de abrir uma caixa repleta de brinquedos da minha infância. Vasculhei atentamente e encontrei o que não queria. Lá estava meu Falcon. Inerte, deitado e com seus olhos fixos para o lado esquerdo. Como eu tinha esperança que ele tivesse feito suas malas e tivesse partido. Isso me consolaria e não me daria o peso de consciência de ter sido enganado. Humpf...

sábado, 19 de junho de 2010

Atualizando o vocabulário popular

A cada vez em que tento comentar notícias atuais, não consigo me desvencilhar do passado. No auge dos meus 38 anos (com corpinho de 37 e com formato de quibe), acompanhei boa parte das evoluções tecnológicas, o que levou a mudança de gírias, provérbios, ditados populares, enfim, da forma de comunicação. Além de tudo, a sensação que tenho é que nossa paciência diminuiu. Sou do tempo em que se telefonava para alguém, deixava recado e a pessoa retornava dois dias depois...e estava tudo bem! Ah, linha telefônica era declarada no imposto de renda! Hoje, ligamos para o celular do fulano, cai na caixa postal, não deixamos recado, ligamos novamente e caixa postal novamente. Irritados, pensamos: “Porque esse @s#&*€₳ não atende?”
Dia desses, ouvi um jovem comentar: “Agora caiu a ficha”. Será que ele sabia que essa frase surgiu em decorrência dos orelhões públicos, na época em que ainda não existia o cartão telefônico? Provavelmente não. Esse é o poder da linguagem: é atemporal e atualizado ao mesmo tempo. Passa por gerações. O mesmo efeito é causado quando alguém diz: “Vira o disco”, sugerindo que a pessoa não se repetisse, fazendo alusão aos LP´s ( Long plays), que para ser ouvido na íntegra, era necessário virá-lo após 8 músicas ouvidas, em média, de cada lado.
Alguns ditados se aperfeiçoaram. O “calor” sempre fez referência ao entusiasmo que se dava ao momento ou a construção da frase. Antes dizíamos: “É uma brasa, mora?”. O comunicador Silvio Santos atualizou, com componentes em inglês, para “é hot, hot, hot”. Hoje dizemos: “É chapa quente”. Todas querem dizer a mesma coisa. A quentura continua funcionando como adjetivo relacionado a emoção da situação.
Para não perder o princípio de alguns ditados, talvez fosse necessário atualizá-los. Eles eram tão claros e hoje se tornam quase incompreensíveis. Dizer: “Mais curto que coice de porco” pode gerar grande confusão na cabeça dos jovens, pois aqueles criados nas grandes cidades, nunca viram um suíno. A mesma referência à distância era feita ao se dizer: “mais curto que vôo de galinha”. É preciso mudar, pois alguns acham que galinha é aquele pedaço de carne que gira em máquinas, disponíveis normalmente em padarias, adquiridos aos domingos, acompanhada de farofa e batatas. Não conseguem visualizar o ditado. No meio esportivo, mais especificamente nas narrações de partidas de futebol, ainda é comum ouvir “telegrafou a jogada”, que diz respeito aos passes interrompidos pelo oponente, já que era clara a intenção da jogada. O que é um telégrafo para os nascidos na década de 90?
Considerando algumas dessas inovações e de mudanças de comportamento, faço aqui algumas contribuições para atualização dos ditos populares:
- Em terra de cego, quem tem um GPS é Rei! Nos dias de hoje, não basta ter um olho para ser monarca em terra de cegos. Mesmo o termo “cego” já sofreu suas mutações, pois é politicamente incorreta.
- Mais vale dois pássaros voando do que um na mão! Em tempos de discussão sobre o meio ambiente, soa melhor do que a versão passada, que dizia exatamente o contrário.
- Não me segue, pois não sou twitter! A primeira versão dizia para não ser seguido, pois não era novela. Utilizado para que nos deixassem em paz.
- O uso do cachimbo é prejudicial à saúde! Não sejamos hipócritas de achar que o único problema era deixar a boca torta.
E para não deixar o momento de copa do mundo de lado, adotamos uma nova palavra. A partir de junho de 2010, a pessoa não deixa de dar “bola” à alguma situação....talvez ela deixe de dar uma JABULANI!
E você tem mais alguma sugestão?

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Pobreza e copa do mundo

Em época de copa do mundo, nada mais chama a atenção na mídia. Pegue seu controle remoto e gire todos os canais disponíveis. A cada 5, 6 estão falando dos jogos e do clima do torneio. Até os programas de culinária ensinam comidas típicas Africanas. Qualquer rodinha, por mais complexa em sua composição, acaba tratando de futebol. Afinal de contas, esse é um País com mais de 190 milhões de técnicos.
Esse é um momento perigoso, pois o mundo continua girando. A política come solta, já que agora não temos mais pré-candidatos. Todos são postulantes legitimados pela suas convenções, aos cargos eletivos. Até podem, alguns, não ter o candidato a vice, mas os “cabeças” nós conhecemos. E é aí que mora o perigo, pois notícias que deveriam chamar a atenção e suscitar debates são pormenorizadas e até ridicularizadas. Algumas me chamaram a atenção neste fim de semana. Saí de casa disposto a compartilhar novas informações com outrem. Hoje pela manhã, tentei falar sobre algumas delas na copa (no momento em que vivemos é bom explicar que a copa a qual me refiro é aquela pequena cozinha) em torno de fumegantes garrafas de café. Para introduzir-me no debate que envolvia o pequeno grupo, iniciei obviamente, com o assunto do momento. Numa breve pausa no falatório dos “comentaristas esportivos” que bebericavam suas doses diárias de cafeína, lancei uma observação pertinente sobre um dos adversários do Brasil: “Vocês sabiam que dos 23 jogadores da Coréia do Norte, 100% possuem nomes com três palavras? Vejam: RI Myong Guk, NAM Song Chol, HONG Yong Jo, PAK Chol Gin. Interessante né? Além disso, entre todos os convocados, 21,7% se chamam KIM. Só de goleiros, são dois. O técnico também atende por este nome”. Fez-se um silêncio sepulcral. Os poucos olhares lançados em minha direção esboçavam uma mescla de dúvida e com certa dose de pena. De repente, os presentes começaram a se afastar, com as desculpas mais esfarrapadas. Um único sobrevivente ao meu comentário, que só ficou em virtude de não conseguiu virar de uma vez seu copinho de café, ouviu meu segundo comentário: “Você viu o que saiu na Folha neste domingo? Se mantida a tendência de crescimento médio no governo Lula, o total de pobres deve cair à metade em 2014. No caderno “mercado”, foram duas páginas, com gráficos e tudo, falando sobre como tem diminuído a pobreza neste último período. E olha que não é comum ler essas coisas fora dos boletins oficiais”. O paciente ouvinte se dispôs a um simples levantar de sobrancelhas e disse sábias palavras, as quais nunca mais me esquecerei: “Hum”. Esmagou seu copinho, jogou no lixo e saiu em largos passos, para bem longe de mim.
Essa notícia me fez pensar em tantas coisas. Num fim de semana de convenções partidárias, num dia em que o número de leitores dos informativos semanais aumenta, uma informação como essa não deve ser desprezada. Na reportagem há uma entrevista com Marcelo Neri, Doutor em Economia pela Universidade de Princenton. Ele disse que o Brasil está reduzindo a pobreza em ritmo de 10% nos últimos 12 meses. A meta do Milênio, das Nações Unidas, é reduzir 50% em 25 anos. “Portanto, estamos fazendo 25 anos em 5”, disse o economista. Pensei em quantos adjetivos foram atribuídos ao jornal, em virtude dessa matéria. Quantos devem ter pulado essa parte, para não ter que ler isso. É fato que a capa, dava destaque a uma crítica de José Serra a Dilma: “Governo banca esquadrão de militantes”. Mas, a notícia estava lá.
Eu também gosto de futebol e não sou dos que acham que ganhar a copa não muda nada em nossas vidas. Apesar de, enquanto torcedor do Botafogo do RJ, não ter tido a oportunidade de comemorar muitos títulos durante minha breve existência neste mundo, sou defensor de que todos curtam este momento. Pintemos os rostos, enfeitemos nossas casas e ruas, compremos camisas da seleção, sintamos mais orgulho ainda de sermos brasileiros. Afinal de contas, somos os melhores do mundo no futebol! E agora, um pouco menos pobres...

terça-feira, 8 de junho de 2010

Noites bem e mal dormidas

Andei fazendo uma retrospectiva de minha vida (não necessariamente nesta mesma ordem) para buscar nos labirintos de minha mente, quais foram os estímulos que tive para que me tornasse um farmacêutico (além de professor, entre outros pulos que dou para levantar um “faz-me rir” todo mês). Mergulhei nas mais distantes e profundas lembranças para saber em que momento decidi por ser um profissional que tem no medicamento seu instrumento de trabalho, com vistas a garantir a saúde da população, obviamente sabendo que seria (ou deveria ser) parte de uma equipe multiprofissional.
Em uma das noites quentes e secas de Brasília, coloquei um daqueles antigos disquinhos coloridos, com histórias infantis, em minha vitrola, imaginando que isso poderia facilitar a busca do meu eu pequeno, ou do meu pequeno eu, enfim, de quando eu era pequeno. Abri uma lata de cerveja. Deitei-me e ....acabei dormindo. Na segunda noite, porém obtive um sucesso maior. Lembrei-me de um livro, dado por meu pai, intitulado “O maior vendedor do mundo”, de OG Mandino. Isso me fez recordar de quantas vezes tentei ser um vendedor, assim como meu pai sempre foi. Vendi de tudo: cotas de consórcio de vídeo cassete e de motocicletas, travesseiros aromatizados, colchões terapêuticos, enfim, de tudo o que é lícito. Puxando um pouco mais a cordinha do passado, me veio à mente (a crase foi sugestão do meu computador) uma drogaria que existia na esquina da Rua Otávio Carneiro com a Rua Moreira César, em Niterói, no bairro de Icaraí. Passava todo dia na frente dela rumo ao meu colégio e ficava impressionado com a perspicácia dos que lá trabalhavam. Extasiado, parava em frente ao estabelecimento, observando os balconistas e suas habilidades em decifrar receitas e lembrar a posição dos medicamentos nas prateleiras. Era uma pequena drogaria, com letreiro verde...o que não muda nada no que quero dizer. Não foi a cor do estabelecimento nem seu letreiro, mas algo neste período acabou despertando parte do interesse em minha profissão. Achei ter encontrado ali a resposta para o meu questionamento sobre porque decidi ser Farmacêutico. Obviamente que outros estímulos podem ter me guiado, mas não encontrei nada maior do que aquela drogaria em Niterói. Adormeci.
Formado desde 1993, vi um grande avanço na relação paciente – drogaria – medicamento. Eu vi o controle da propaganda de medicamentos se tornar mais “agressivo”, coibindo práticas abomináveis do passado. Eu vi aumentar o controle sobre a qualidade dos medicamentos. Participei de uma Conferência que tratou deste assunto, a I Conferência de medicamentos e assistência farmacêutica, aprovando inúmeras propostas com vistas a melhorar essa relação. Eu vi mudanças nas diretrizes curriculares do, buscando a formação de um profissional melhor antenado com os anseios da sociedade. Pensando nisso tudo, na terceira noite em que dava continuidade a esse balanço, suspirei aliviado, pois cheguei à conclusão (de novo a crase, por intervenção do computador) de que todas as lutas, passeatas, palestras, assembléias na qual participamos, ajudaram de alguma forma, na busca de uma drogaria como um estabelecimento de saúde. Lembrei mais uma vez da pequena drogaria. Sabia que ainda estávamos distantes do ideal e adormeci. Mais uma vez tranquilo com a certeza de que fizemos algo de bom.
Numa quarta noite, recebi um email estarrecedor, que me deixou com os cabelos em pé (quem me conhece sabe que isso é quase impossível de acontecer). Um amigo distante, abalroado por sentimentos enfurecidos, expôs, em bem traçadas linhas, que acabava de ser aprovado na Assembléia Legislativa do seu Estado, um Projeto de Lei polêmico. Segundo ele, a nova norma previa que, drogarias poderiam vender: biscoitos, CD´s, DVD´s, aparelhos celulares, isqueiros, sorvetes, doces, pães, bijuterias, relógios, entre outros. Vale ressaltar que medicamentos também poderão ser vendidos. Imaginando ser um trote, mesclei sentimentos de medo e ansiedade. Esbocei um sorriso de canto de boca e aguardei a confirmação sobre o email. Só poderia ser mentira. Adormeci, porém já não tão tranquilo assim.
Neste momento, estou em mais uma noite, a quinta se não perdi a conta, seca e não tão quente como antes, em Brasília. Abri meu email e lá estava a informação que mais temia. Não era a notícia de mais um jogador lesionado na seleção brasileira as vésperas de sua primeira partida na copa do mundo. Era pior. Lá estava a Lei, com número e data, como se preza toda Lei, confirmando a informação. Diga-se de passagem, um pouco pior do que o email informava. Não sei o que pensar sobre isso, como alguns de vocês. No momento, estou preocupado, muito preocupado. Porém, apenas uma dúvida me assola: como conseguirei dormir nessa noite?
Se quiserem maiores informações sobre isso, estou à disposição: marcoaurelio.farma@gmail.com
Bons sonhos (se conseguir).

quinta-feira, 3 de junho de 2010

A felicidade garantida na Constituição Federal.

A pedido do publicitário Mauro Motoryn, o Senador Cristovam Buarque está disposto a apresentar uma PEC (Projeto de Emenda Constitucional) para garantir ao povo brasileiro o direito a busca da felicidade. O texto ainda não está pronto, mas já ganha apoio em diversos setores da sociedade. Obviamente que alguns já se aproveitam do assunto para dar suas “cutucadas” no Governo Lula, criticando os projetos sociais em curso no País, bem como a possível ausência de ações que garantam a merecida felicidade.
A Constituição Brasileira já garante um conjunto de direitos fundamentais. Um em específico, a saúde, deve ser garantido por uma série de medidas sociais e econômicas, o que distancia tal conceito do chavão de que saúde é apenas a ausência de doença. Lá, também encontramos garantia de ações em prol da população, por parte do poder público, em áreas como educação, moradia, entre outros.
Em minha humilde e singela interpretação, não é uma PEC como essa que irá promoverr a plena felicidade do cidadão. Acredito piamente no papel institucional do parlamento na garantia do pleno bem estar social, apenas não creio na eficácia de algo deste tipo. Se me fosse dada tal tarefa (garantir a plena felicidade para o povo), precisaria de tempo para pensar, mas não sei se começaria por aí.
Claro é que todos nós concordamos em sermos felizes. Acordamos e nos deitamos pensando nisso, nem que seja apenas por hoje! Mudamos hábitos alimentares, alteramos a disposição dos móveis na casa, compramos livros sobre o assunto, tudo para garantir o sorriso sagrado do dia-a-dia. Mesmo que quimicamente, tentamos descobrir formas de nos alegrar. Cito o químico Joseph Priestley (1733–1804) e a descoberta do óxido nitroso (gás do riso). Quantas vezes já não nos pegamos dizendo: “Eu era feliz e não sabia”. Chegamos a criticar aos que, por exemplo, acordam com uma alegria sobrenatural e logo cedo, nos cumprimentam de forma esfuziante. Sorridentes, não se bastam com um simples levantar de sobrancelhas para dar seu bom dia. Eles nos abraçam, mostram toda sua arcada dentária e batem em nossas costas tal qual uma mãe aguardando o arroto de sua cria. Alguns de nós, acometidos pelo tradicional mau humor matinal, pensam: “Pô, que cara felizão”. Já criamos categorias para os felizes. Um exemplo disso é o que denominamos “bonecão do posto”, adjetivo usado para os que se assemelham aos bonecos que normalmente cumprem um papel publicitário, encontrados em estabelecimentos comerciais. Com braços enormes, movimentados por bombas de ar, estão sempre sorrindo e se movendo freneticamente, tal qual uma bandeira em dia de ventania. Justificamos a escolha de candidatos aos cargos eletivos, pautados no fato de um sorrir mais do que outro. Em concursos de miss, aquela que não é meritória de tal prêmio, recebe a faixa de mais simpática. Bem, tudo isso demonstra o quanto esse assunto está presente em nossas vidas.
Para não ser considerado um marrento, antipático ou ranzinza, optei por dar minha discreta contribuição para o poder legislativo. Caso a PEC venha a ser aprovada, sugiro que sejam aprovadas Leis que componham a CLF (Consolidação das Leis da Felicidade), assim como a CLT cumpriu seu papel na garantia dos direitos trabalhistas. Sugiro algumas normas:
- Fica extinta a segunda divisão nos campeonatos futebolísticos.
- Fica extinta a obrigatoriedade do posto de sogra ser obrigatoriamente ocupado pela mãe do(a) cônjuge. Daqui pra frente, a ocupação do cargo será determinada por livre escolha da parte interessada (o genro ou nora).
- Fica a extinta a prova de conhecimento nos estabelecimentos de ensino de qualquer nível ou para concursos públicos. Deverão ser adotadas novas formas de avaliação como: corrida do saco, campeonato de par ou ímpar, corrida com ovo na colher na boca, jogo de dominó entre outros.
- Ficam extintas as calorias nos alimentos.
Bom, são poucas, mas importantes em minha opinião! O blog está aberto para opiniões. Contribua.
Saudações a todos(as) e muito amor no coração de vocês! Sejam felizes!

A importância de um Projeto de Lei

Por mais que tente fugir de alguns temas, não posso deixar de tratar sobre a importância do voto. Já que estamos próximo de exercermos nosso direito maior de cidadãos (maior pois vamos escolher outros cidadãos, para representar todos os cidadãos...enfim, é um P...cidadão) pensei em ajudar nesse processo, lembrando que o papel do legislativo é fundamental para mudar nossas vidas. Não há possibilidade de pensar em mudanças na sociedade, se não levarmos em conta que as casas de Leis são instrumentos democráticos, a partir da sua composição. É óbvio que podemos discordar de alguns dos escolhidos, mas eles foram ESCOLHIDOS. Nenhum dos vereadores, deputados e senadores entram por currículo. Alguns dispõem de mais verbas para campanhas, de maior renome, mas nenhum foi escolhido pela sua plataforma lattes (apenas). Sendo assim, independente do critério que venha a adotar, não deixe de acompanhar o que ele faz no mandato que lhe foi concedido.
Decidi aqui levantar algumas propostas de legislação que me emocionaram, causaram estranheza e até frouxos de risos (sempre tive vontade de escrever essa expressão). É importante salientar que não tenho dúvidas de que a grande maioria dos projetos que tramitam nas diversas Câmaras, Assembléias Legislativas e no Congresso Nacional são de relevância pública. Além disso, mantenho em sigilo aqui o nome do autor, cidade e número do projeto. Em tempo de perseguição ideológica e monitoramento eleitoral, optei por ocultar informações que facilitem a chacota, mas todos foram encontrados na internet. Se tiver muita vontade de saber as origens, mande um email e vamos conversando:
• Exige que qualquer empresa de transporte internacional cujos veículos, naves ou aeronaves passem pelo território brasileiro tenham em sua tripulação alguém que domine o idioma português” – Existe como controlar isso?
• Determina que se coloque cartaz informando que “é expressamente proibido subir no vaso sanitário” em todos os banheiros públicos da cidade – Por favor, não me extraiam tamanho prazer.
• É proibido molestar baleias e golfinhos ou tentar qualquer aproximação sexual com esses animais – Pense bem, pois a multa é R$ 2500,00.
• Institui obrigatoriedade de combate à formiga cortadeira no Município – Esconda a sua, pois ela está ameaçada!
• Proíbe que bichos de estimação recebam nome de gente, com pena de multa – Cuidado Ana Maria Braga!
• Obriga que o rabo dos bois, ovelhas e cabras fossem pintados com tinta amarela fosforescente, igual á utilizada na sinalização rodoviária – Pense!
• Institui o Dia do Fã de Séries de TV e Cinema – Sem comentários.
• Proibi réplicas da genitália humana nos veículos, por uma questão de segurança – Essa é Americana....sem comentários parte II
• Revoga a Lei da Gravidade – Ainda bem, nunca mais molharei o sapato no banheiro.
• Permite a construção de um aeroporto para pouso de alienígenas na cidade – Isso é que é globalização.
Bom, talvez você tenha outros exemplos. Fica aqui um espaço democrático para divulgar suas indgnações ou orgulhos!!!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Desvendando as formas de comunicação

Em tempos de tecnologia avançada, torna-se obrigatório conhecer as ferramentas de comunicação disponíveis para que você não se sinta “por fora”. A cada dia que passa surge uma novidade. Orkut, twitter, facebook, blogs, sites....são inúmeras formas de nos mantermos conectados com o mundo. Com eles descobrimos amigos do passado que não tínhamos a menor idéia de onde estavam, conhecemos novas pessoas e mantemos contatos quase diários apenas pela tela do computador.
Aqueles que estão na faixa dos 40 anos acompanharam toda essa evolução quase que num piscar de olhos. Lembro-me de quando declarávamos no imposto de renda a linha telefônica. Aliás, ligávamos para alguém e tínhamos o retorno 2 dias depois. Um dos meus sonhos de consumo era ter um computador TK 85 (isso mesmo, a capacidade da máquina era de 85 Kb). Quando surgiram os celulares, além de caros, era muita sorte conseguir falar e ouvir. E o fax??? Que coisa sensacional podermos mandar um documento e ele sair em outro local distante, sendo enviado pela linha telefônica. Meu primeiro videogame foi um Atari. Comemorei um Natal como nunca quando ganhei do Papai Noel (assim me disseram) uma vitrolinha que virava uma maleta e podia carregá-la para todo o lado. Tive um rádio gravador. Deixava a fita “no ponto” para gravar músicas do rádio. Comprei fichas telefônicas na loja da Telerj (morava em Niterói) para falar do orelhão...daí vem uma frase usada ainda hoje: “Agora caiu a ficha”. Juntava trocados para brincar nos fliperamas. Uma das coisas mais modernas que tive foi um tele mensagem. Plantei Bombril na antena da TV para poder assistir alguns parcos canais disponíveis. Parece que foi ontem...
Para não me sentir um “excluído virtual”, passei a tentar entender sites de relacionamento e minha pesquisa tem se concentrado no Orkut. Que coisinha genial. Em tempos de debates políticos, de tratados de paz, busquei avaliar o que tem sido discutido neste espaço que reúne milhões de pessoas de todo o mundo. Faço parte dele desde o início de 2000 e algumas coisas ainda me chamam a atenção. Fiz alguns levantamentos estatísticos e passo a relatar para que, sem nenhum compromisso científico, alguém possa utilizar em suas pesquisas. Caso se fundamente nisso, abro mão de fazer parte das referências bibliográficas. Aí vão:
• Das pessoas presentes como meus amigos e alguns com os quais compartilho algumas das comunidades das quais participo, 73% estão com a cabeça inclinada para o lado direito em suas fotos.
• Entre os que têm de 12 a 25 anos, 99% tem uma foto fazendo biquinho ou fazendo o sinal de paz e amor (para os que não sabem o que é isso: feche sua mão e levante seu dedo indicador e o médio, não necessariamente nesta mesma ordem...tem que ser ao mesmo tempo).
• A cada 23 minutos, ao atualizar o Orkut, 61,4% das pessoas estão jogando “Colheita feliz”.
• 93% só se lembram do aniversário de alguém, porque o orkut avisa.
• 83,7% das frases escritas usam abreviações como Kd (significa cadê), vc (significa vossa mercê), lol (abreviação em inglês para "lots of laughs" que significa muitos risos), entre outros.
• 10 pessoas no Orkut apenas assumem que não entendem nada sobre vinhos.
• 102.499 afirmam ter medo do mesmo, alegando que Em todo elevador que a gente vai tem aquela placa avisando pra ter cuidado com o mesmo! "Antes de entrar no elevador, verifique se 'o mesmo' encontra-se parado neste andar" Mesmo, o maníaco dos elevadores!!!
Bom, a pesquisa ainda está no início. Se quiserem contribuir, serão bem vindos.

domingo, 30 de maio de 2010

Cultura geral

Um pouco de cultura para este domingo. Recebi este texto e resolvi compartilhar com vocês. Talvez sua vida não mude com essa informação...

O que significa sic?


Não é errôneo estabelecer “sic” como sigla de “segundo informações colhidas” ou “segundo informações do cliente”, conforme está difundido no âmbito médico, o que lhe legitimidade de uso. Nesse caso, de acordo com as normas gramaticais, deveria ser escrito, a despeito das exceções, com uso de letras maiúsculas, SIC, que também indica síndrome do intestino curto e outros casos.

No entanto, sic é também ensinado em outras faculdades de medicina como nome latino, dispersamente usado na literatura portuguesa e internacional como indicativo do modo exato em que algo foi citado, mesmo com erros de linguagem (Aurélio, 1999; A. Niskier, na ponta da língua, 2002, p. 123), indica a fidelidade de uma transcrição (J. P. Machado, Estrangeirismos na língua portuguesa, s.d.).

“O termo sic – advérbio latino que quer dizer “assim” – é usado entre parênteses depois de qualquer palavra ou frase que contenha erro gramatical ou um dito absurdo que o redator quer deixar claro que não é dele, mas da pessoa que falou ou escreveu aquilo” (M. T. Piacentini, Língua Brasil – não tropece na língua. 2003, p. 85).

Pode indicar ironicamente um disparate relatado por alguém. É aposto entre parênteses logo depois da citação escrita exatamente como foi mencionada pelo autor (P. Rónai, Não perca o seu latim, 1998).

Por ser nome estrangeiro, em matéria impressa, é recomendável escrever em letras itálicas e pode-se escrever entre aspas nos textos manuscritos. Pode ser substituido por in verbis.

Do latim, sic, assim, dessa forma, do mesmo jeito (Sic transit gloria mundi, “Assim passa a glória do mundo”, Sic itur ad astra, “Assim é que se chega aos astros”).

O vocábulo assim proveio da expressão latina ad sic (Aurélio, 1999).

Sic também serve como forma de assinalar opiniões pessoais. Frequentemente, é importante que o médico transcreva precisamente as palavras do paciente para evitar interpretações pessoais. Sabe-se que muitos pacientes usam linguagem coloquial para expressar suas queixas, frequentemente com impropriedades gramaticais ou termos estranhos Nas anotações, o examinador quer escrever as mesmas palavras usadas pelo doente e anota (sic), entre parênteses, para indicar que, embora esteja em linguagem criticável, foram as mesmas palavras do queixoso, e não as do próprio médico. Exs:

Paciente queixa-se de “uma dor como se tivesse infincado uma faca” (sic).

Mãe refere que a criança “não tem os ovinhos no saco” (sic).

Diz que o estômago fica “engrungunhado”(sic) após ingestão de alimentos.

Refere “dor na urina” (sic).

Relata que a criança “ringe os dentes” (sic).

São as palavras, exatamente como foram relatadas pelo doente, que sic indica. Nesse caso, significa da mesma forma, desse jeito, assim mesmo. É o que está nos dicionários, nos livros sobre erros e dúvidas de linguagem e na literatura culta internacional.

Sic usado como sigla de “segundo informações colhidas”, concepção corrente no jargão médico, pode dar vez a críticas como interpretação errônea do termo latino sic em sua significação nessa língua ou mesmo como indicação dispensável em relatos de anamnese, uma vez que nessa parte da avaliação clínica constam obviamente informações colhidas do paciente ou dos acompanhantes.

Assim posto, recomenda-se evitar a interpretação de sic como sigla. “O termo é latino e significa assim, desse modo, exatamente assim, assim mesmo” (Cipro Neto P. Ao pé da letra, O Globo, 20.6.99. p.21). “Ela significa assim mesmo e indica que um texto foi reproduzido com o erro ou absurdo que continha: Fulano disse que a Terra é quadrada (sic!). É preciso que a plateia esteje (sic!) atenta, advertiu o orador. (Todos sabemos que a Terra é redonda e que o correto é esteja e nunca esteje)” (Martins E. De palavra em palavra. O Estado de S. Paulo, 10.2.01).


Simônides Bacelar
Serviço de Atendimento Linguístico
Instituto de Letras, UnB

sábado, 29 de maio de 2010

O início....

No início, não havia nada, como neste blog. Ainda não começamos nenhuma discussão, nem opinamos sobre nada. Não que não haja sobre o que opinar, mas decidi por começar apresentando qual a nossa proposta. Tendo atuado, tanto profissionalmente quanto politicamente, em diversas frentes, acredito ser esse um espaço para poder opinar, divulgar informações com as quais concordo, debater e mudar opiniões, tanto as dos visitantes quanto as minhas. Enfim, um espaço democrático (obviamente que interpretando claramente o que essa palavara significa, na sua forma mais ampla) para podermos expressar opiniões...e obviamente, com algumas doses de humor, já que isso está na veia do povo brasileiro...e faz bem pra todo mundo. Que tal aceitar meu convite?