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sexta-feira, 15 de março de 2013

Viva Herzog e viva Antônio Theodoro, um estudante de farmácia.


Na última sexta-feira, 15 de março de 2013, uma grande justiça foi feita: a família de Vladimir Herzog, morto em 1973, recebeu novo atestado de óbito. Por determinação do Tribunal de Justiça de São Paulo, o novo atestado afirma que Herzog morreu por "lesões e maus-tratos sofridos durante o interrogatório nas dependências do segundo Exército DOI-Codi”, diferente do anterior que dizia que ele morrera por "enforcamento por asfixia mecânica”. Sobre isso, disse seu Ivo Herzog: “Isso significa enterrar um documento mentiroso que humilhava a família tendo que aceitar uma farsa para a morte do meu pai e por abrir precedentes para outras famílias fazerem o mesmo”.
Este humilde Blog se solidariza com a família Herzog e com tantas outras que lutam pelo reconhecimento do Estado de que seus entes queridos, os quais lutaram contra a ditadura, não se suicidaram e nem morreram por “fatalidades”. Não são poucos os que aguardam uma posição oficial de que seus netos, filhos, irmãos ou amigos morreram por lutarem pela democracia.
Este Blog também quer lembrar outro caso, o de um estudante do 4º ano de farmácia da Universidade Federal do Ceará, nascido em 12 de abril de 1945 em Itapipoca-CE. Seu nome era Antônio Theodoro de Castro (alguns sites citam-no como Antônio Teodoro de Castro), filho de Benedita Pinto de Castro e Raimundo de Castro Sobrinho. Fora diretor da Casa do Estudante Universitário na UFCe, mas foi obrigado a se mudar para a UFRJ, para cursar a Faculdade de Farmácia e Bioquímica, em virtude de suas atividades no movimento estudantil. Para despistar os militares, utilizou os codinomes Raul, Ceará e Teo. Militante do Partido Comunista do Brasil – PCdoB foi designado para o Araguaia, em 1971. Desapareceu em 27 de fevereiro de 1974. Sobre sua morte, diz o site Tortura Nunca Mais: “Relatório do Ministério da Marinha diz que “foi morto durante ataque de terroristas à equipe que o conduzia no dia 27 de fevereiro de 1974”. Diz ainda que “Isto nos dá a certeza que, tendo sido preso provavelmente no dia 25 de dezembro de 1973, acabou sendo assassinado, dois meses depois, sob tortura”. Vale a pena procurar por este nome na internet. Além do que este blog encontrou, o mais interessante é que seu nome passou a ser designação de ruas em São Paulo, Campinas, entre outros.
 
Viva Herzog e Viva Antônio Theodoro, um estudante de farmácia, que assim como outros, muito nos orgulha.
Fontes:

domingo, 15 de abril de 2012

"Cândido Fontoura" homenageia Márcio Fonseca, farmacêuticos que nos orgulham.

Acabo de receber um email-convite para a "IV Solenidade de outorga do Colar Cândido Fontoura do Mérito Industrial Farmacêutico" 2012, que ocorrerá no dia 26 de abril, a ser realizado pelo SINDUSFARMA.
Nesta ocasião, um grande amigo será um dos profissionais condecorados, o Dr. Márcio Antônio da Fonseca e Silva. Sua história se confunde com o a história da profissão farmacêutica. Sobre ele, falarei em uma próxima postagem. Hoje, quero falar sobre Cândido Fontoura (1885-1974). Seu sobrenome já aponta uma de suas cirações, o Biotônico Fontoura. O texto abaixo trata da criação deste produto que, até hoje, é conhecido por muitos. O texto abaixo foi extraído de: http://www.redetec.org.br/inventabrasil/biofont.htm 

"Alguns farmacêuticos, cujas farmácias se tornaram tradicionais e obtiveram o maior sucesso, enveredaram para a fabricação em série de medicamentos, dando origem às primeiras indústrias farmacêuticas nacionais. Um dos casos mais notáveis foi o de Cândido Fontoura. Formado em 1905, numa das primeiras turmas do curso de farmácia de São Paulo, Cândido Fontoura usou sua curiosidade de pesquisador ao criar um tônico para a sua esposa, que tinha saúde bastante frágil. A fórmula foi tão benéfica, que após três meses, outras pessoas também começaram a procurar aquele tônico, que entre outras coisas estimulava o apetite. O tônico foi batizado de Biotônico Fontoura, por sugestão de Monteiro Lobato, que era seu amigo. Algum tempo depois, o farmacêutico montaria o Laboratório Fontoura & Serpe para a produção em série desse produto.

Naquela época, eram comuns as mortes de parturientes pela febre puerperal e de um número excessivo de crianças com menos de um ano. Mas a grave endemia que atacava a população era a ancilostomíase, tão bem caracterizada por Monteiro Lobato no "Almanaque do Jeca tatu", editado pelo Laboratório Fontoura. O biotônico fornecia o ferro necessário à reconstrução da hemoglobina devorada pelo Ancilostomus duodenali, produtor do mal da terra ou amarelão. O almanaque ensinava em palavras simples, como ocorria o ciclo do mal da terra e através do Jeca Tatu explicava que os ovos do ancilóstomo eram depositados no solo junto as fezes, pois naqueles tempos, as touceiras de bananas serviam de instalaçòes sanitárias. Uma vez no solo, os ovos produziam as larvas que penetravam nas solas dos pés, já que mais de 90% da população no campo andava descalça. As larvas caiam na circulação, desenvolviam-se, fixavam-se nas paredes intestinais, onde parasitavam a hemoglobina do sangue e botavam ovos que eram expelidos pelas fezes, iniciando novamente o ciclo."

Vale a pena também ler o texto publicado na revista ISTO É, de autoria Amauri Segalla, publicado na edição 658, no dia 14 de maio de 2010. O texto pode ser lido em: http://www.istoedinheiro.com.br/artigos/23169_A+FORCA+DE+UMA+MARCA+CENTENARIA/



"No ano das grandes efemérides – o cinquentenário de Brasília, os 100 anos de Noel Rosa e Adoniran Barbosa, para ficar só em alguns exemplos –, uma outra data histórica não recebeu até agora a merecida atenção. Há exato um século, o médico Cândido Fontoura Silveira (1885-1974) inventou um produto que esteve presente na vida de milhões de brasileiros.
Trata-se do Biotônico Fontoura, um fortificante e antianêmico, rico em ferro, e que supostamente ajudou desnutridos a engordar, doentes a se reerguer e inapetentes a comer com gosto. Exagero afirmar que a existência do Biotônico deve ser lembrada? Se do ponto de vista medicinal a eficiência do tal remédio jamais foi comprovada, do ponto de vista empresarial é um caso impressionante de sucesso.
O Biotônico foi o primeiro produto brasileiro já nascido com a preocupação de perenizar uma marca. Amigo do farmacêutico Fontoura, o escritor Monteiro Lobato foi quem sugeriu o nome do “remédio”. Fez mais ainda. A Lobato pode ser atribuída a primeira grande ação de marketing institucional da história do capitalismo brasileiro.
Para tornar o Biotônico conhecido nos rincões do Brasil, ele criou o “Almanaque Fontoura”, distribuído em farmácias e vendinhas e uma espécie de pioneiro das revistas customizadas que se vê hoje em dia. Num desses livretos, ricamente ilustrado, Lobato conta como seu personagem Jeca Tatu, o caipira indolente, fica “forte como um touro” ao tomar o Biotônico. Não é difícil imaginar o efeito que narrativas como essa, escritas com o talento magistral de Lobato, provocaram nas vendas do produto, que rapidamente se tornaria um sucesso no País.
Homem de enorme talento para a ciência e para os negócios, Fontoura também teria feito do Biotônico a primeira marca brasileira a conquistar espaço no Exterior. Ele costumava contar a história de como ganhou dinheiro com a Lei Seca em vigor nos Estados Unidos na década de 20 do século passado.
O Biotônico tinha em sua fórmula 9,5% de álcool etílico. Para um período em que nem uma única gota podia ser vendida no território americano, o Biotônico funcionava como um santo remédio. Como podia ser vendido como artigo medicinal, sua comercialização era liberada – e Fontoura jurou durante muito tempo que foi com o inocente Biotônico que muitos americanos driblaram o rigor da lei e experimentaram, vá lá, um pouquinho de álcool. Embora muita gente ache que o episódio tenha sido superestimado (não há registros oficiais de quantos frascos Fontoura exportou), ele de todo modo serviu para que o farmacêutico, mais uma vez, fizesse barulho com a sua marca.
Nos últimos 100 anos, o Biotônico também virou um exemplo perfeito de casamento entre tradição e inovação. A fórmula se adequou aos novos tempos. Em 2001, por determinação da Anvisa, que proibiu que fortificantes pediátricos tivessem mais de 0,5% de álcool em sua composição, o Biotônico passou por mais uma mudança entre as inúmeras feitas nas últimas décadas.
O logotipo também se atualizou. Hoje, a grife dos fortificantes pertence à Hypermarcas, que continua fazendo dinheiro com o produto centenário que tem muitas lições a ensinar aos empreendedores dos novos tempos."

Fica aqui, desde já, meus parabéns ao colega e irmão Márcio.

Imagens extraídas de:

domingo, 1 de abril de 2012

Amanhã Jamil Haddad, o "pai dos Genéricos", faria 86 anos.

Jamil Haddad nasceu no dia 02 de abril de 1926, na cidade do Rio de Janeiro. Em 1944, com 18 anos, iniciou o curso de medicina. Em 1949, aos 23 anos, graduou-se em ortopedia pela Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. Dr. Jamil foi presidente de honra do PSB e um dos seus fundadores. Com o bi-partidarismo instalado pelos militares em 1965, filiou-se ao MDB, de oposição ao regime. Teve seu mandato cassado e perdeu, por 10 anos, seus direitos políticos.

Segundo o site da Câmara Federal, ocupou os seguintes mandatos eletivos: “Deputado Estadual, 1963-1967, GB, PSB; Deputado Estadual, 1967-1969, GB, MDB; Prefeito, 1983-, Rio de Janeiro, RJ, PDT; Senador (Constituinte), 1986-1991, RJ, PSB; Deputado Federal, 1991-1995, RJ,. Dt. Posse: 20/08/1993; Deputado Federal, 1999, RJ, PSB. Dt. Posse: 13/01/1999”. Cabe destacar que como Senador Constituinte, apresentou mais de 500 propostas à Constituição Federal, sendo que cerca de 100 foram incorporadas.

Ocupou o cargo de Ministro da Saúde em 8 de outubro de 1992, ficando como Ministro até 18 de agosto de 1993. O site do Ministério da Saúde destaca que: “Com o objetivo de fabricar remédios mais baratos nos laboratórios oficiais, a proposta de um orçamento maior para a Central de Medicamentos (Ceme) foi uma das principais ações”.

Jamil Haddad, junto com o Presidente Itamar Franco, foi o idealizador do “Decreto dos Genéricos”, que este humilde Blog já comentou em uma postagem intitulada “A paternidade de um medicamento”, postada em 20 de julho de 2012. Esta postagem pode ser acessada em: http://marcoaureliofarma.blogspot.com.br/2010/07/alguns-dos-meus-2-ou-3-enviaram.html

Em 11 de dezembro de 2009, Jamil Haddad faleceu aos 83 anos. O ex-Presidente Lula emitiu uma nota oficial:

"Jamil Haddad foi, antes de mais nada, um amigo querido, que deixará muita saudade. Se tivesse que defini-lo em uma só palavra, diria que essa palavra é "coerência". Exerceu diversas funções públicas, tanto no Legislativo quanto no Executivo, e sempre colocou a defesa da liberdade, da democracia, dos direitos dos trabalhadores e dos interesses do nosso país em primeiro plano. Pela sua atuação destacada contra a ditadura militar, teve os direitos políticos cassados durante dez anos e voltou com a mesma disposição de trabalhar pelo país e pelo seu povo. Como ministro da Saúde, assinou o decreto dos genéricos, que até hoje salva muitas vidas devido à ampliação do acesso aos medicamentos, especialmente pelos mais necessitados. Quero expressar a seus amigos, parentes e correligionários o meu sentimento de dor e de pesar pelo seu falecimento"
Neste dia 02 de abril de 2012, Jamil Haddad, considerado o “pai dos genéricos” faria 86 anos. Parabéns Ministro, sua história se confunde com os avanços aos medicamentos no Brasil, enquanto direito Constitucional.  

Fontes:
http://www2.camara.gov.br/atividade-legislativa/legislacao/Constituicoes_Brasileiras/constituicao-cidada/parlamentaresconstituintes/atuacao-parlamentar-na-assembleia-nacional/constituicao20anos_bioconstituintes?pk=103060_ministros/2002_1992.php

http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=436

Imagem extraída de:  

http://messiasjunior40.blogspot.com.br/2009_12_01_archive.html

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Amaury Jório, um farmacêutico no samba.

Neste momento de carnaval senti-me na obrigação de escrever uma possível relação entre a assistência farmacêutica e a festa maior brasilieira. Seria possível isso? Talvez, pensei. Sobre isso, o melhor que posso oferecer enquanto pesquisa é a relação de um farmacêutico com a criação de uma grande Escola de Samba no Rio de Janeiro. O que descobri? Um farmacêutico chamado Amaury Jório.

Amaury Jório foi escritor, pesquisador e carnavalesco. Nasceu no Rio de Janeiro em 21 de fevereiro de 1925 e faleceu em 26 de janeiro de 1980, na mesma cidade. Trabalhou como farmacêutico e foi oficial do exército. Foi vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e coautor dos livros "Escolas de Samba em Desfile: Paixão, Vida e Sorte", em 1969 e, em 1975, "Natal, O Homem de Um Braço Só". Começou sua vida no samba na Escola de Samba “Recreio de Ramos”, junto com Armando Marçal, Villa-Lobos, Pixinguinha, Alcebíades Barcelos (Bide) e Mano Décio da Viola. Em 06 de março de 1959 fundou o Grêmio Recreativo Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, tendo exercido o cargo de presidente da agremiação no período de 1960 a 1966. Segundo o site da própria Escola “Jório deu a sugestão de que a área de atuação da recém fundada escola, a Leopoldina, fizesse parte do nome”. A primeira sede da Imperatriz Leopoldinense foi sua própria casa, durante 7 anos. Amaury, segundo o site “Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira”:


·         Em 1962, conseguiu que fosse criado o Dia Nacional do Samba, comemorado no dia dois de dezembro.


·         Assumiu a presidência da Associação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro em 1968.


·         Em 1969 realizou simpósio sobre as escolas de samba do Rio de Janeiro. Um ano depois, formou o Conselho Superior das Escolas de Samba, cujos participantes eram intelectuais, como Eneida, Sérgio Cabral e Ricardo Cravo Albin, e/ou sambistas, como Xangô da Mangueira, Dona Neuma e Cartola.


·         Entre os anos de 1973 e 1974, representou todas as entidades carnavalescas na Comissão de Carnaval da Riotur.


·         Em 1975, construiu, no subúrbio do Méier, a sede da Associação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Nos anos seguintes, participou da fundação de escolas de samba na Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai, Chile, Argentina, México, Japão, Canadá, Portugal, Espanha, França, Itália, Bélgica e Holanda.


·         No ano de 1975, levou para a Imperatriz Leopoldinense o sambista Luiz Pacheco Drumond que, em 1980, pela primeira vez, sagrou a escola campeã, meses depois do falecimento de Amaury Jório. Não chegou a ver realizada a construção da "Passarela do Samba", projeto do qual foi o criador e pelo qual vinha mantendo constante luta desde 1972.
Fonte:


Imagem:

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Como posso homenagear farmacêuticos(as) de luta?

Pois é, fui agraciado com a Comenda do Mérito Farmacêutico no último dia 20 de janeiro. Pelas minhas contas sou o 14° indicado pelo estado de São Paulo, desde a criação da Comenda, que se deu com uma Resolução do Conselho Federal de Farmácia - CFF (Resolução 323, de 16 de janeiro de 1998). Por indicação do Dr. Ely Eduardo Saranz Camargo, conselheiro federal por SP, e aprovado no Plenário do CFF, recebi o que se denomina “a mais alta condecoração da profissão farmacêutica”.
 No dia da entrega, foi lido o seguinte texto sobre minha pessoa:
A história nos dá conta de que Santos-SP foi o berço do sindicalismo brasileiro. Tantos anos de luta, geração após geração, pela defesa dos direitos dos trabalhadores certamente contribuíram para elaborar a personalidade combativa do Prof. Marco Aurélio Pereira, farmacêutico especialista em Farmacologia, formado pela Universidade Católica de Santos-SP. Tão logo iniciou sua vida profissional, Marco Aurélio abraçou as lutas do Sindicato de São Paulo e da Federação Nacional dos Farmacêuticos por melhores salários e valorização profissional. Também representou os interesses da categoria e defendeu o fortalecimento da assistência farmacêutica dentro do Conselho Municipal de Saúde de Santos.
Atualmente, é Coordenador-Geral de Gestão, do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (DAF/SCTIE/MS) tendo, como uma de suas atribuições, coordenar o Programa Farmácia Popular do Brasil. É, ainda, professor das Cadeiras de Deontologia e Fundamentos e História da Farmácia nas Universidades de Santa Cecília e Municipal de São Caetano do Sul. A primeira na capital e a segunda na região metropolitana de São Paulo”.


A emoção é ímpar. A surpresa, ainda maior. Num estado como o de SP, onde estão quase 1/3 dos farmacêuticos de todo o País, não imaginava que isso um dia me aconteceria. Recebo a medalha não como reconhecimento do que talvez tenha feito, mas como estímulo para fazer cada vez mais!

Me parece clichê dizer que penso que muitos outros farmacêuticos e farmacêuticas mereciam a medalha, muito mais do que eu! O fato é que estou sentindo, de fato, isso. Formado em 1993, vi e convivi com profissionais da mais alta qualidade e, principalmente, combatividade. Desde aqueles que foram meus mestres na faculdade até àqueles a quem dei aula. Repassando uma lista de nomes que deveriam, por justiça, receber a Comenda, não consigo ver fim. Considerando isso, acabo de lançar a “Comenda do Mérito do Blog do Marco Aurélio”, a quem chamarei carinhosamente e com pouca criatividade de: “Comenda do Mérito do Blog do Marco Aurélio” (eu disse que haveria pouca criatividade). Com ela pretendo homenagear, mas principalmente, agradecer aos que me guiaram e me fizeram trilhar o tal do “bom caminho”. Pretendo destacar profissionais e também estudantes de farmácia!

Agradeço muito ao amigo Ely, que não tenho dúvida, não levou em conta a amizade apenas como mote de sua indicação. Agradeço ao Plenário do CFF por ter aceito. Ao CRF-SP por ter prestigiado. Ao SINFAR-SP, através das palavras carinhosas de algumas pessoas que me ligaram e pela presença do amigo Glicério Diniz. Aos amigos e parentes que lá estiveram. Mas agradeço, principalmente, por todas as palavras carinhosas que recebi pelo email, redes sociais, telefonemas, parabenizando pela Comenda.

Espero contribuições dos 2 ou 3 leitores do Blog para indicar possíveis homenageados. Quando puder indicar alguém, pelo email marcoaurelio.farma@gmail.com , mande um breve currículo para que eu possa postar.

Parabéns aos demais “Comendadores”.....

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Homenagem a quatro farmacêuticos

Apesar da pouca idade, 39 anos (com aparência de 38), pude acompanhar diversos avanços da sociedade. Saí do telefone público (vulgo orelhão) e cheguei ao celular. Saí do fliperama e hoje jogo Playstation. Tive Educação Moral e Cívica (EMC) e Organização Social e Política Brasileira (OSPB) na escola e hoje sabemos que tudo isso era oriundo da ditadura militar. Mas nada disso me dá mais orgulho de ver o quanto avançamos na assistência farmacêutica. Falo isso sem medo de errar. Sei que há muito por fazer: melhores condições de trabalho aos farmacêuticos que atuam no setor público e privado, melhor remuneração, uma graduação que atenda as demandas da sociedade são alguns dos desafios. Não são poucos os obstáculos, mas já provamos que é possível fazer o sonho se tornar realidade!
Sou de uma geração de farmacêuticos que faziam a faculdade de farmácia em 3 anos (a bioquímica era opcional). Num tempo em que farmacêuticos presentes em drogarias eram uma quimera, pois a constatação se apresentava como lenda. Mesmo assim lutamos. Remamos contra a maré e seguimos ao pé da letra um poema de Bertold Brecht intitulado “Nada é impossível de mudar”:
"Desconfiai do mais trivial ,
na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar."
Bertold Brecht

Com esse espírito, quatro farmacêuticos se dispuseram a dirigir o Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos (DAF), da Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégico do Ministério da Saúde. Instituído em 2003, no início do primeiro mandato do Governo Lula,  o DAF tinha e tem como princípio a defesa da assistência farmacêutica. Nesses 7 anos, Norberto Rech, Dirceu Barbano, Manoel Roberto e José Miguel cumpriram um papel fundamental na condução do Departamento, enquanto diretores. Tenho a honra de conhecer a todos e poder chamá-los de “amigos de luta”. Digo isso pois todos se formaram, principalmente, nas batalhas encaminhadas por algumas de nossas entidades farmacêuticas. Entre muitas atribuições destes lutadores, gostaria de citar algumas: Norberto Rech foi presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos (FENAFAR), Dirceu Barbano foi presidente do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, Manoel Roberto foi diretor do Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de São Paulo e Conselheiro Federal pelo mesmo Estado e José Miguel foi presidente do CRF-SC e Conselheiro Federal pelo mesmo Estado.
Tive o prazer de estar na comissão organizadora do V Fórum Nacional de Assistência Farmacêutica, que ocorreu nos dias 14 e 15 de dezembro de 2010, organizada pelo DAF. Neste evento, os 4 farmacêuticos estiveram presentes numa mesa, moderada pela Célia Chaves, atual presidente da FENAFAR, falando sobre a linha do tempo da assistência farmacêutica de 2003 a 2010. Foi uma das cenas mais marcantes de minha vida. Ver os meus companheiros falando a uma platéia respeitável, me fez pensar: “Nossa, como valeu a pena acreditar”.
Essa é uma pequena homenagem a essas ilustres representações da categoria farmacêutica. Obrigado pela oportunidade de constatar o quanto vale a pena lutar.