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sábado, 23 de janeiro de 2021

Farmacêutica...e vacinada!

E a vacinação contra a COVID-19 começou no Brasil. Depois de muita expectativa, no dia 17 de janeiro a ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária, aprovou o pedido de uso emergencial das vacinas CORONAVAC - da parceria do Instituto Butantan com a farmacêutica chinesa SINOVAC, e da AstraZeneca, fruto da parceria da FIOCRUZ e da Universidade de Oxford. A partir da aprovação, os grupos prioritários passaram a receber a vacina, momento que foi registrado por muitos, com a publicação de fotos e depoimentos emocionados. Infelizmente, com a vitória da ciência, passamos também a receber as fakenews, envidas pelos que não acreditam na vacina e não querem se vacinar. 

Muitas entidades e organizações passaram, então, a divulgar informações corretas sobre a vacina e a importância da vacinação. Artistas, cientistas, profissionais de saúde se uniram e, pelas redes sociais, divulgaram card e vídeos de incentivo à população.

A partir desta postagem, passaremos a divulgar o depoimento de farmacêuticos (as) que foram vacinados (as) e que estão compartilhando essa experiência histórica. Nossa gratidão por dividirem  esse momento!

A partir desta postagem, vamos divulgar os depoimentos de outros(as) colegas vacinados (as). Se é o seu caso, envie seu depoimento para oblogdomarcoaurelio@gmail.com. 

O primeiro depoimento que recebi foi de uma ex-aluna. Parabéns Marina! Muito orgulho de você.


"Olá! Meu nome é Marina Arruda, Farmacêutica, formada pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul e, neste ano de 2021, completo 10 anos de profissão. Atualmente, sou Farmacêutica do Pronto Socorro Municipal de Itabira - MG, terra do grande poeta e também Farmacêutico, Carlos Drummond de Andrade.

Somos referência Hospitalar para um microrregião de 14 municípios mineiros e diversas comunidades rurais e, como Pronto Socorro, porta de entrada para atendimentos de urgência e emergência, recebendo, consequentemente, muitos pacientes com diagnóstico positivo de Covid-19 e diversos outros que dão entrada com um diagnóstico e, aqui, são diagnosticados com Coronavírus.

Foi muito difícil esse período de pandemia para todos mas, para mim, foi extremamente complicado pois, quando a Pandemia foi declarada, em março, eu estava no último mês de gestação. Voltei ao trabalho sem perspectiva de vacina, mas, mesmo com medo de me contaminar e contaminar os meus, segui fazendo aquilo que aprendi na graduação: cuidar e zelar pela saúde do próximo. Os pacientes e os meus familiares.

A vacina chega como um sopro de esperança. O Brasil, que sempre foi referência em


Vacinação e Saúde Pública, vê os movimentos anti-vacina crescendo e, com isso, colocando em risco a imunização coletiva. Vacina não é pelo indivíduo. É pela sociedade. É por você, por mim, pelos seus e pelos meus.

Farmacêuticos, lutem pelo seu lugar na fila de Vacinação. Vocês são profissionais de Saúde e a farmácia comunitária é dos primeiros locais de saúde onde a população recorre na necessidade. 

Vacinem! Quando chegar a sua vez da fila, Vacine! Só assim conseguiremos vencer esse vírus, só assim teremos um mundo parecido com o que tínhamos antes.

Dias melhores virão! Estaremos aqui para eles!"




terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

A música "Parabéns a Você" foi escrita por uma farmacêutica!

Quero dedicar esta postagem aos camaradas Wanderley Gomes, Carlos Scaldaferri e Patrique Lima. Nossos encontros são regados a temas como política, controle social e também sobre farmacêuticos famosos. Sou considerado pelos três como um defensor de que a sociedade chegou até aqui com a interferência, direta ou indireta, de farmacêuticas ou farmacêuticos. Por isso dedico a postagem...pois vem mais uma história.

Falar de farmacêuticos(as) que fizeram a diferença na história, mesmo que não fosse conhecida sua profissão, mereceu neste humilde blog um marcador chamado FARMACÊUTICOS FAMOSOS. Aliás, se quiser saber tudo o que foi publica até aqui sobre o tema, acesso o endereço: 

Pois bem, dando continuidade ao tema, quero lembrar de uma farmacêutica que tem influenciado os aniversários comemorados em todo o Brasil: “Bertha Celeste Homem de Mello”. Possivelmente você não a conhece, mas ela é a autora da famosa cantiga entoada na hora de se “partir o bolo”. Afora todas as variações que essa melodia já teve, em toda comemoração de “compleaños”, como diriam meus amigos espanhóis, costuma-se cantar: “Parabéns pra você, nesta data querida. Muitas felicidades, muitos anos de vida”. Esta é uma versão, ainda que um pouco diferente da originalmente criada por  Bertha, de uma canção consagrada em 1933 numa peça da Broadway intitulada “Happy Birthday to You”. A música surgiu a partir de uma melodia criada em 1875 e registrada, numa outra versão, em 1893 pelas professoras e irmãs Mildred e Patrícia Smith Hill. A versão em português, criada por Bertha, surgiu através de um concurso criado pelo radialista Henrique Foréis Domingues, o “Almirante”, em 1942. Buscando uma versão brasileira para a famosa melodia o concurso acabou por selecionar e premiar (dentre cerca de 5.000 concorrentes) a versão criada pela farmacêutica, que na ocasião usou o codinome Léa Magalhães e que foi escrita da seguinte forma: “Parabéns a você nesta data querida. Muita felicidade. Muitos anos de vida”. O “pique...é pique...é hora” veio depois, não tendo sido escrito por ela.

Bertha, filha de J.J. Homem de Mello e Maria da Conceição Varela Homem de Mello, nasceu em  21 de março de 1902, em Pindamonhangaba – SP e faleceu em 1999. Formou-se em farmácia

Escrevendo a postagem, algumas informações foram encontradas de formas diferentes diversos sites pesquisados:

- O concurso que acabou por premiar Bertha foi feito pela Rádio Nacional segundo algumas fontes e pela Rádio tupi do Rio de Janeiro segundo outros. Além disso, a data do concurso também apresenta divergência: 1942 e 1943.

De qualquer forma, Bertha era farmacêutica...e isso é o que importa!


  
Fontes história e imagem:
http://mundoestranho.abril.com.br/cultura/quem-sao-os-autores-de-parabens-a-voce/
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,parabens-a-voce-bertha-de-mello,3965






sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Farmacêutico diz à Presidenta Dilma: "Obrigado por sua grandeza".

Título original "Um dia para a minha história de vida – 31/08/2016"

Escrito pelo Farmacêutico José Miguel do Nascimento Júnior.

Tive a rara oportunidade de acompanhar o desfecho de fora do Palácio do Alvorada. Cheguei por volta das 10 horas e lá já se encontravam umas centenas de militantes prestando sua solidariedade a Democracia e a Presidenta Dilma.

Eram cantadas palavras de ordem: Fora Temer; Dilma Guerreira da Pátria Brasileira; Não vai ter Golpe; Fascistas, machistas não passarão e outras que foram repetidas milhares de vezes e que acompanharam este processo do Impeachement que foi denunciado ao Brasil e ao Mundo como um Golpe Parlamentar.

Eu já havia estado lá por duas vezes: uma delas acompanhado do Ministro Alexandre Padilha para discutir com a Presidenta o Programa Farmácia Popular e uma segunda vez acompanhando a Secretária Executiva Ana Paula Sóter para acompanhar a gravação do Programa Café com a Presidenta que abordaria o Programa Farmácia Popular.

Ambas as vezes no exercício das funções de Diretor do DAF, mantive diálogo com a Presidenta Dilma. Agora nesta vez tinha uma característica distinta e mais marcante: Ali junto com parte da população e de movimentos sociais acreditávamos que era possível barrar o Golpe. Levavamos força e resistência a uma Presidenta que tinha feito uma esclarecedora e brilhante defesa de seu mandato dois dias antes no Senado Federal.
Mais tarde, lá pelas 13 horas consegui entrar e me juntei a um grupo de Parlamentares, lideres de Movimentos Sociais, mulheres e estudantes, representantes da imprensa livre e outros. Tinha também pessoas com quem tinha convivido durante os anos no Governo Lula e Dilma.

Ao adentrar o salão, fazia fim a votação que ficará para a história do Brasil e de seu povo. O dia em que se cassou o mandato legitimo de uma Presidenta eleita por 54,5 milhões de votos. Este mar de votos foi substituído por apenas 61 votos. Ecoava pelo salão gritos de Dilma Guerreira da Pátria Brasileira, um hino em homenagem a esta mulher guerreira que não se curvou aos seus opositores.

Estar ali naquele momento vivendo a intensidade dos fatos, compartilhando olhares e sentimentos tão profundos com personagens fundamentais na defesa da democracia e do mandato, me deixou atônito. Pude viver, sentir e compreender a importância de estar no lado certo da história. Eu e milhares de brasileiros tínhamos o mesmo sentimento: Foi um Golpe, duro contra a democracia e que jogaria nosso País num futuro incerto, que ainda será melhor sentido e compreendido pela sociedade brasileira.

Não demorou muito, a Presidenta Dilma entra na sala. Houve os gritos, cada vez mais forte de Dilma Guerreira da Pátria Brasileira. Ela caminha entre os presentes, vai recebendo abraços e toda sorte de carinho. Quis o destino que eu estivesse lá e que ela caminhasse na minha direção. Pude dar um abraço e um beijo, dizendo a ela “obrigado por sua grandeza”. Ela seguiu entre os presentes, sempre altiva, segura, passando a mensagem de firmeza que sempre a acompanhou.

Uma interrogação veio até mim: Como pode uma Presidenta ser golpeada do seu cargo, a democracia ser enxovalhada, o Brasil ser jogado num mundo de incertezas, nosso futuro enquanto nação ser rasgado, tudo isto por um grupo de políticos que não tem compromisso social, que são investigados ou réus em diversos processos? Veio a resposta clara: espirito de sobrevivência: eles queriam tirá-la para se proteger, para paralisar as investigações e o que é pior: para impor um plano de (des)governo que jamais seria eleito nas urnas.

O tempo vai passando e reconheço ali, ao meu lado, com os mesmos sentimentos, representantes do Frente Brasil Popular, MST, Contag, CTB, CUT, FUPetroleiros, Mídia Ninja, UNE, UJS, Ex Ministros e Ministras (Teresa Campelo, Leonor Menecucci, Jaques Wagner, Aldo Rabelo e outros); deputados e deputadas federais (Jandira Feghali, Marcinavia, Jô Moraes, Orlando Silva, Maria do Rosário, Paulo Pimenta, Silvio Costa, Fontana, José Pimentel.

Foi um intervalo de tempo para que os Senadores e Senadoras que fizeram o bom combate no Senado federal chegassem. Ali foram ovacionados (me representam) Vanessa Grazziotin, Gleisi Hoffmann, Lindemberg Farias, Fátima Bezerra, Regina Souza).

Acompanhei o discurso da Presidenta Dilma. Ela inicia agradecendo o Presidente Lula, que acompanhou ao seu lado todo o último período e lá estava mais uma vez, e a mensagem é de que a luta só está começando. Uma energia vital brota de suas palavras com a capacidade mobilizadora de forma incrível. Não há como não se emocionar e não ir pra rua defender nossa Democracia. Fora Temer, Golpista.

Dias melhores seremos capazes de construir.

Antes de sair do Palácio do Alvorada, observei um quadro na parede com os seguintes dizeres:

OS BARCOS ESPERAM.
AS ÁGUAS NÃO PARAM.
GENTE SEMENTE.
AS ÁGUAS,  OS BARCOS

GENTE, GENTE, GENTE

sábado, 7 de março de 2015

Dia Internacional das Mulheres: Farmacêuticas pioneiras.

E chegou o dia 8 de março, dia internacional das mulheres. Nosso Blog parabeniza todas as mulheres e deseja que este seja um dia de avanços nos direitos das mulheres. Desejo que todos os que estão postando imagens de rosas parabenizando-as pelo dia, façam isso ao longo do ano e não apenas hoje. Desejo que os que estão compartilhando poemas sobre as mulheres não os faça apenas agora. Tomara que durante todo o ano lute pela igualdade de direitos entre homens e mulheres, que não brade aos sete ventos que deveria haver um dia dos homens e que não critique a aprovação do PL 8305/14 que inclui o feminicídio na lista de homicídios qualificados, além de colocá-lo entre os crimes hediondos. Que não parabenize suas companheiras apenas hoje, mas que reconheça que ainda vivemos em uma sociedade machista, em que boa parte dos homens ainda fazem piadas preconceituosas, usam de agressão, sejam elas físicas ou verbais, contra as mulheres. Desejo que os que não elegeram o seu candidato a presidente, na última eleição, façam suas críticas e sua oposição de forma responsável, porém, sem se utilizar de palavras agressivas contra nossa Presidenta, que além de mulher é uma cidadã que merece respeito como qualquer outra pessoa. 

Quero aproveitar esta data para lembrar e homenagear algumas farmacêuticas que foram pioneiras. Queremos lembrar Susan Hayhurst, primeira farmacêutica dos Estados Unidos. Também lembramos e homenageamos Ella Stewart, que quis frequentar a Escola de Farmácia de Pittsburgh, mas foi recebida com discriminação, pois era negra. Apesar de ter que estudar separada de outros alunos, formou-se com notas altas e posteriormente foi licenciada como farmacêutica na Pensilvânia, tornando-se uma das primeiras farmacêuticas negras no país.

 Nossa homenagem também para María de la Asunción Menéndez de Luarca Díaz, uma das primeiras cinco cubanas que concluíram seus estudos em Farmácia na Real Universidade de Havana. Foi a única mulher farmacêutica na Revolução de 1895.

      Homenageamos Anna Louise James (1886-1977), primeira farmacêutica afro-americana no Estado de Connecticut, nos Estados Unidos.. Seu pai foi um escravo que conseguiu fugir das plantações de Virginia aos 16 anos. Perdeu a mãe aos 8 anos de idade. Estudou no Brooklyn College of Pharmacy, onde era a única mulher, vindo a se formar em 1908 e licenciada em 1909. E também destacamos a farmacêutica Szerafina Mária Thinágl, a primeira da Hungria. Destacamos também Carmen Peña, farmacêutica espanhola, por ter sido a primeira mulher eleita para presidir a FIP – Federação Internacional Farmacêutica.

            Esse humilde Blog também quer homenagear as farmacêuticas brasileiras. Muitas são as pioneiras que poderíamos citar, mas gostaríamos de destacar algumas:   Parabéns pelo dia internacional da mulher para a Senadora Vanessa Grazziotin, primeira Senadora Farmacêutica eleita para o Senado Brasileiro. Parabéns também para Gilda Almeida de Souza, primeira mulher a presidir o Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de São Paulo, entidade fundada também no dia 08 de março de 1946, e a Federação Nacional dos Farmacêuticos – FENAFAR. E nosso parabéns para a Vereadora Jussara Cony, da Câmara Municipal de Porto Alegre, por tudo o que faz em prol da luta dos trabalhadores, das mulheres, pelo fortalecimento do SUS, entre outros, mas por ter sido a primeira mulher a presidir a Associação dos Farmacêuticos do Rio Grande do Sul. 

Fotos: 


           

Susan Hayhurst 

 
 











Ella Stewart









 
 Anna Louise James










Carmen Peña








Vanessa Grazziotin 







Gilda Almeida de Souza 









Jussara Cony 









Fontes:
http://ucsopblog.com/2014/03/21/honoring-the-past-the-first-female-pharmacists/
http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75152010000100013
http://en.wikipedia.org/wiki/Ella_P._Stewart
http://www.shorelinetimes.com/articles/2012/03/09/opinion/doc4f58da12e860f595503254.txt 
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3072833
http://www.pharmaceutical-journal.com/news-and-analysis/news-in-brief/first-woman-president-of-fip-elected/20066319.article
http://www.senado.leg.br/senadores/dinamico/paginst/senador558a.asp
http://www.cntu.org.br/cntu/corpo-diretor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jussara_Cony
http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_texto=549&id_coluna=14

 
 
 

sábado, 26 de abril de 2014

De farmacêutico, todo mundo tem um pouco!

É muito comum buscarmos saber sobre quais foram os grandes vultos da profissão que escolhemos por exercer. Sentimos orgulho em saber que grandes personalidades optaram pela mesma área de atuação que nós, mesmo que não a tenha exercido na plenitude, Interessante também podermos contar a história daqueles que não ficaram tão famosos, mas que tiveram condutas que merecem nosso respeito. No meu caso essa busca tem sido o motivo de muito das minhas pesquisas e leituras. Muitas eu já contei nesse humilde espaço, como a do farmacêutico e poeta Carlos Drummond, também sobre Tiradentes e sua botica, além da canonização de José de Anchieta, o primeiro boticário do Piratininga. Também apresentamos a história de Alberto Granado, farmacêutico amigo de Che Guevara, além da relação do carnaval com a saúde e com a profissão farmacêutica.

Em minhas pesquisas tenho descoberto algumas curiosidades que me levaram ao título desta postagem: “De farmacêutico, todos têm um pouco”. Contando-as para pessoas próximas fui caçoado. Perguntaram se minha tese é de que o mundo poderia ser dividido em dois grupos: os que foram farmacêuticos e os que não foram. Claro que não é isso, mas começo a concluir, com um enorme tom de exagero, que muitas personalidades cruzaram ao longo de suas vidas com a história da profissão farmacêutica, direta ou indiretamente. Vamos ver alguns casos?

Agatha Christie publicou mais de 80 livros, tendo vendido mais de 1 trilhão de cópias em todo o mundo. É considerada a maior escritora de romances policiais. Qual seria sua relação com a profissão farmacêutica? Conta a história que Agatha Christie, durante a primeira grande guerra, alistou-se como voluntária no Exército da Cruz Vermelha. Em alguns sites encontramos que ela se alistou como farmacêutica e outros dizem que foi como enfermeira. Os que dizem que a escritora trabalhou como farmacêutica, alegam que vem desta experiência o grande conhecimento sobre venenos, informações que foram usadas em alguns de seus livros. Pesquisando um pouco mais encontramos que Agatha havia se matriculado em curso de enfermagem, antes da guerra, e teve como professor um famoso farmacêutico na cidade, que serviu de inspiração para o livro “O Cavalo Amarelo”. Bom, tendo atuado como farmacêutica ou como aluna de um farmacêutico, a relação está estabelecida.

O escritor colombiano Gabriel García Márquez, falecido recentemente, era filho de farmacêutico. Seu pai, Gabriel Eligio García, tornou-se farmacêutico logo depois do nascimento de Gabo. Ou seja, o escritor não foi farmacêutico, mas era filho de um.

CAPTAIN MORGAN é uma famosa marca de rum atualmente comercializada em mais de 75 países. Conta a história, segundo o Blog Mundo das Marcas,  que Sam Bronfman, executivo de uma companhia de bebidas canadense chamada Seagram, foi levado ao Caribe atraído por uma nova oportunidade comercial, o rum com especiarias. Acabou adquirindo a destilaria Long Pond, do governo Jamaicano. Também adquiriu as tradicionais receitas de rum com especiarias, de dois farmacêuticos da cidade de Kingston, conhecidos como os irmãos Levy. Em resumo, o sucesso da marca se deve também aos dois farmacêuticos.

Bom, apresentamos aqui algumas histórias. Sei que temos muitas por descobrir e conto com o auxílio dos meus 3 ou 4 leitores. Aliás, assim como temos apresentado as dicas de filmes, vamos apresentar novas histórias como dicas de farmacêuticos, ou quase, que ficaram, ou deveriam ficar, famosos.



Fontes:


sábado, 19 de abril de 2014

Tiradentes, Inconfidentes e suas boticas.

No dia 21 de abril de 2014 comemoraremos os 54 anos de Brasília e lembraremos dos 222 anos da morte de Joaquim José da Silvia Xavier – conhecido como Tiradentes. Este Blog, nesta breve homenagem, não tentará falar sobre a importância do mártir e líder da Inconfidência Mineira, pois isso está presente na mente de todos os brasileiros que se orgulham da história de nosso país. Além de aprendermos sobre ele nos bancos escolares, diversos sites já contam essa importante passagem com muito mais propriedade do que poderíamos tratar aqui.

Motivado pela importância de resgatarmos os momentos históricos fundamentais da construção da democracia no Brasil, aproveitei a data para relembrar do nosso patrono cívico. É fato que este Blog prima por tentar apresentar fatos históricos a partir de sua relação com a história da saúde e, se possível, com a história da profissão farmacêutica. E com este espírito que queremos destacar a Inconfidência Mineira a partir de pontos que alguns não conhecem. Creio que muitos sabem do que iremos tratar principalmente os mineiros, conhecidos pelo espírito cívico e pelo orgulho em contar a história da linda Minas Gerais.

Para os que não sabem, além de tropeiro, minerador, comerciante, militar e ativista político, Tiradentes também aprendeu atividades farmacêuticas, pois foi sócio de uma Botica em Vila Rica. Como é de conhecimento geral, sua alcunha se deu em virtude de sua relação com a profissão de dentista. Foi sob a tutela de um primo cirurgião (alguns sites destacam que ficou sob a tutela de um padrinho), após o falecimento de sua mãe, em 1767 e de seu pai em 1769, quando tinha 11 anos de idade, Joaquim acabou por se dedicar ao exercício da profissão do primo. Entre as atividades desenvolvidas, Tiradentes também tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em Vila Rica - hoje Ouro Preto. Para facilitar a sua localização, destaco o que disse o site www.pousadaemouropreto.com.br. Ele diz que a Ponte do Rosário é “também chamada de Ponte do Caquende, por estar construída sobre o córrego de mesmo nome”. Diz ainda que sua localização ficaria na hoje conhecida Rua Bernardo Guimarães. Segundo o site www.e-biografias.net, Joaquim “se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, o que lhe valeu o apelido de Tiradentes”.  

Vale destacar que Tiradentes foi o único inconfidente condenado à morte. Os demais tiveram outras penalidades. Diz o site www.revistadehistoria.com.br : “Dos condenados ao degredo na costa africana oriental, Salvador Carvalho do Amaral Gurgel, o mais jovem entre os inconfidentes, foi o último a morrer, aos 50 anos, em 1812. Depois de atuar como cirurgião e de ocupar o cargo de vereador da vila de Inhambane, Gurgel seria transferido, em 1804, para o regimento de infantaria da Ilha de Moçambique, como cirurgião-mor. Em Inhambane deixaria fama entre a gente humilde, porque fabricava medicamentos na botica do regimento e os distribuía entre os pobres, sem cobrar nada”.

Óbvio que não se busca aqui criar uma relação entre a Inconfidência e a profissão farmacêutica, mas que o espírito corporativo fala alto quando estabelece uma ponte com o passado de nossa profissão, isso é verdade. Bom, fica mais uma destaque de uma parte de nossa história.

Fonte:

Imagem:


quarta-feira, 5 de março de 2014

3 anos da morte do bioquímico Alberto Granado, amigo de Che Guevara.

Neste dia 05 de março de 2014 completa 3 anos da morte de Alberto Granado, bioquímico argentino, amigo de Che Guevara, que com ele fez uma viagem por boa parte do cone sul, contada no filme “Diário de motocicleta”.

No dia de sua morte, este humilde divulgou o fato sob o título “Morre Alberto Granado,
farmacêutico amigo de Che Guevara”. 
Para ver a postagem, acesse: http://marcoaureliofarma.blogspot.com.br/2011/03/morre-alberto-granado-farmaceutico.html .

Em sua homenagem, publicamos aqui uma matéria publicada no Guia do Estudante – venturas na História para viajar no tempo. A matéria pode ser acessada em: http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/alberto-granado-garupa-che-434763.shtml

 

Por Celso Miranda | 01/08/2006 

“Aos 29 anos de idade, Alberto teve a idéia de viajar de moto pela América do Sul, partindo de Córdoba, na Argentina, rumo ao norte. Ele tinha a moto e a vontade. Faltava um companheiro para a aventura. Alberto convidou um jovem com quem jogava rúgbi e com quem compartilhava o gosto pela aventura e pela medicina: Ernesto Guevara. Em 29 de dezembro de 1951, os dois partiram numa “poderosa” Norton 500.

A moto ficou pelo caminho. O dinheiro acabou e eles seguiram a pé, de carona e ônibus. No Chile foram tratados como médicos famosos, na Bolívia trabalharam como ajudantes de cozinha e na Colômbia navegaram em barcos clandestinos. No Peru trataram de leprosos internados no meio da selva. Os amigos se despediram na Venezuela. Ernesto retornou à Argentina e, dois anos depois, voltaria à estrada. Conheceria Fidel Castro e se alistaria na revolução cubana. Alberto ficou, arrumou emprego, se apaixonou por Delia, com quem é casado até hoje. Mas voltariam a se encontrar em Cuba, quando Ernesto já era o Che e ministro do governo de Fidel. Alberto foi ajudar o amigo na reconstrução de Cuba. Che seguiu mundo afora, lutou na África, morreu na Bolívia, tentando semear seus ideais revolucionários. Alberto, aos 85 anos, mora em Havana, ao lado da mulher (que acompanhou toda a entrevista), das filhas e dos netos.

História – O senhor é chamado de “o amigo de sempre” de Che. Isso o incomoda ou já incomodou?
Alberto Granado – De forma nenhuma. É um orgulho. Uma lembrança muito querida, muito importante. E ainda muito viva e emocionante.
Como começou a amizade?
Conheci Ernesto quando ele tinha 14 anos. Eu tinha 20 e treinávamos num time de rúgbi, em Córdoba. Fiquei muito amigo dele e de sua família. Foi em 1942, 43...
O senhor foi preso em 1943, não é?
Sim. Foi numa passeata de estudantes e professores para protestar contra o governo e o ministro da Guerra. Foram uns três meses preso. Ernesto e os irmãos me levavam comida lá.
Che descreveu a viagem de vocês como “duas vontades dispersas estendendo-se pela América, sem saber exatamente o que procuram nem qual é sua meta”. O senhor concorda com a interpretação?
Acho-a apropriada. Mas esse relato foi feito, se não estou enganado, bem depois, quando Ernesto já tinha conhecimento do caminho que cada um de nós tomaria.
E é muito diferente da expectativa que vocês tinham antes de partir?
É claro que não tínhamos a expectativa de que aquilo fosse ter os desdobramentos que teve. Pelo menos eu não tinha. Nós falamos durante três anos sobre fazer uma grande expedição pela América Latina. Conhecer os povos e os tipos da Argentina, da Bolívia, do Peru. Eu queria comemorar meus 30 anos de uma forma especial e achávamos que a viagem seria uma oportunidade para isso.
Como uma despedida da juventude. Uma última aventura antes de arrumar um emprego, casar, ter filhos...
Mais ou menos. No fundo, talvez eu achasse que se não fosse naquela hora não seria outra. Economizei, comprei uma Norton 500 e convenci Ernesto.
Foi difícil convencê-lo?
Fuser queria fazer a viagem antes de mim. Mas tive que prometer à sua mãe e ao seu pai trazê-lo de volta para que ele se formasse.
Então o senhor não cumpriu?
Mas ele voltou e se formou no ano seguinte.
Aliás, essa história do apelido... Ernesto ficou famoso como Che. Mas o senhor só o chamava de “Fuser”. Por quê?
Ernesto passou a ser Che na época da revolução, quando o chamavam assim porque ele, como bom argentino, dizia “che” a toda hora.
Mas o senhor o chamava de Fuser.
O apelido? Fuser é do tempo do rúgbi. Acho que fui eu quem comecei a chamá-lo assim, mas não tenho certeza. Fuser vem da junção de “fu” mais “ser”. As primeiras sílabas de “furibundo” (uma referência ao jeito que ele jogava) e “Serna”, seu sobrenome materno.
E o senhor? Não tinha apelido? Como Fuser o chamava?
De “Mial”, de “mi Alberto”. E “Panzón”, quando queria me provocar.
O senhor conheceu Maradona quando ele visitou Cuba?
Sim, sim. Mas pouco. Eu queria falar de futebol, e ele só queria saber da revolução.
E, mesmo conhecendo Maradona, seu argentino favorito continua sendo Che?
(Risos) Como revolucionário, “El Che”. Como futebolista, Maradona.
Ernesto gostava de futebol, não é? Ele era bom de bola? No filme Diários de Motocicleta (do brasileiro Walter Salles) tem uma cena em que você jogam futebol. Aquilo aconteceu mesmo?
Che era goleiro e bom. Saltava na bola como poucos. O jogo de que você falou aconteceu na colônia de leprosos na Amazônia e naquele dia Che agarrou um pênalti. Ele gostava mesmo de futebol. Na viagem, em Bogotá, assistimos à partida entre Milionários e Real Madri. O Milionários tinha Di Stefano...
Que depois foi para o Real.
Isso. E depois ficamos discutindo quem era melhor, se Di Stefano ou Pederneras (Adolfo Perdeneras, meio-campista argentino, ex-River Plate, também do Milionários. Naquele jogo, Di Stefano fez dois gols e Pederneras um, e o Milionários venceu por 4 a 2.)
Qual a lembrança mais forte que o senhor guarda da viagem com Ernesto?
Foi uma época muito rica, mas o discurso de despedida do diretor do leprosário... Ainda hoje penso nele e em quando falou do sonho de criar uma América Latina soberana e unida. Foi tudo muito marcante.
Marcante para vocês dois?
Creio que sim. Acho que nos mudou a ambos. O que vimos nos tornou mais humanos, mais sensíveis às diferenças entre pobres e ricos, entre doentes e sãos, entre brancos e índios.
Vocês alguma vez chegaram a pensar em desistir?
Todos os dias. Várias vezes. Nosso dinheiro acabou, a moto quebrou, nos perdemos... Mas isso fazia parte da aventura, da descoberta.
Você ajudou os roteiristas do filme de Walter Salles. O que achou do resultado?
Eu gostei do filme. Me diverti e me emocionei com ele.
Há alguma cena muito diferente do que realmente aconteceu?
Várias, não é? Afinal é um filme e compreendo que algumas coisas precisam ser alteradas para que se consiga contar uma história. Aí, acontecimentos e mesmo personagens precisaram ser adaptados.
Por exemplo...
Você se lembra da cena em que Ernesto está fazendo aniversário e há uma festa para ele no leprosário? No filme, na noite da festa Fuser resolve atravessar o rio a nado. E atravessa. Na verdade, ele começou a atravessar, nadou uns 30 ou 40 metros, nós gritamos para ele voltar. E ele voltou.
Quer dizer que ele não atravessou o rio? Mas é uma das cenas mais marcantes, que até inspirou a música que ganhou o Oscar...
Ele atravessou, mas não foi naquela noite. Atravessou de dia, em outro dia...
Dois anos depois da primeira, Ernesto partiu em numa nova viagem, quando conheceu Fidel e acabou envolvido na revolução em Cuba. Ele não o convidou para a segunda viagem? O senhor já pensou que poderia estar lá?
Eu já estava noivo, trabalhando na Venezuela. Mas quando soube que Ernesto estava saindo para uma segunda viagem, achei que ela seria definitiva.
Como assim?
Eu achava que se a nossa viagem servira para reforçar suas convicções quanto às diferenças sociais e para torná-lo mais sensível à importância de lutar contra elas, na segunda ele iria realizar essas mudanças em que acreditava. Ele era muito fiel às suas convicções.
Em seu livro Travelling with Che Guevara (“Viajando com Che Guevara”), o senhor conta um diálogo com Ernesto sobre a necessidade de fazer uma revolução para libertar a América Latina única. E Che teria dito que não haveria revolução sem tiros...
É verdade, isso ocorreu na Bolívia, quando estivemos muito perto de pessoas muito pobres e praticamente escravizadas pelas companhias mineradoras estrangeiras. De certa forma foi uma premonição do que aconteceria a Ernesto na segunda viagem (dois anos depois, em sua segunda viagem pela América Latina, Che conheceria Fidel Castro e passaria a integrar o grupo que faria a revolução armada e tomaria o poder em Cuba).
Como foi o reencontro em Cuba?
O Che me pediu para vir para cá e ajudar na organização de hospitais, asilos. Eu vim e trabalhei para o governo cubano durante 50 anos. Agora estou aposentado.
E Che havia mudado?
Ernesto estava mais maduro, porém sua linha de conduta e tudo o que havia me dito estavam intactos. E sua capacidade, sua disposição, parecia ter se multiplicado.
Quando ele deixou Cuba para levar adiante a revolução comunista, o senhor não pensou em ir também?
Che foi para a África e depois para a Bolívia para perseguir o que ele acreditava. E ele era irredutível quanto aos seus ideais. Che servia para muita coisa. Para médico, poeta, revolucionário e para líder. E sabia que eu não serviria para ser guerrilheiro. Eu servia apenas para ser seu amigo. Eu sou apenas um trabalhador.
Quando o senhor soube que Che havia morrido, na Bolívia?
Quando a primeira notícia apareceu em Cuba ninguém queria acreditar. Mas a mim me doeu o coração. Eu senti que era verdade. Depois de um tempo, vieram algumas fotos do corpo de Ernesto e me chamaram para reconhecê-las. Foi muito triste. Porque eu sabia que era ele.
Qual o legado de Ernesto?
Ele tinha muitas qualidades. Tantas virtudes que às vezes as pessoas diziam: “Veja, para ele é fácil. Ele é o Che”. Por isso, digo às pessoas que querem tê-lo como exemplo que se mirem nas incapacidades de Che. Na sua incapacidade de mentir, sua incapacidade de aceitar algo que não tivesse feito por merecer e na sua incapacidade de deixar que outro fizesse o que ele tinha de fazer.
O mundo mudou muito desde que Mial e Fuser viajaram pela América. Como o senhor vê hoje a Cuba de seus netos?
A Cuba do futuro, a Cuba que nós queremos, é um país cada vez mais culto. Não queremos que as pessoas tenham cada vez mais calças jeans ou que possam trocar de carro a cada ano. Queremos que nossos netos sejam capazes de ser cultos. Cada vez mais tenham prazer em ler um livro. Que essa é a única forma de ser livre: sendo culto”.

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http://www.bestriders.com.br/diarios-de-motocicleta-morreu-alberto-granado-o-companheiro-de-che-guevara/