segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Os "Dez Mais" entre os medicamentos indutores de violência

Ethan A. Huff (NaturalNews, 15/01/2011) | em 21/02/2011.

O Institute for Safe Medication Practices (ISMP) publicou recentemente um estudo publicado na revista "PLoS One" destacando as piores prescrições medicamentosas, ligadas a crimes, aquelas que levam o paciente a tornarem-se violentos. Entre os dez mais (Top Dez) perigosos estão os antidepressivos Pristiq® (desvenlafaxina), Paxil® (paroxetina) e Prozac® (fluoxetina).

Preocupações sobre os efeitos colaterais extremamente negativos de antidepressivos muitos populares e dos antipsicóticos têm vindo a aumentar, uma vez que estas drogas não só causam graves problemas de saúde para os usuários, mas também representam uma ameaça significativa para a sociedade. O relatório do ISMP aponta que, de acordo com a Food and Drug Administration (FDA) e seu Sistema de Comunicado de Eventos Adversos (Adverse Event Reporting System), medicamentos muitos populares estão relacionadas até mesmo com homicídios.

A maioria das drogas no top dez dos mais perigosos são antidepressivas, mas também estão incluídos medicamentos para insônia, drogas para o Distúrbio de Déficit de Atenção e Hiperatividade (DDAH), uma droga para a malária e um medicamento antifumo.

Conforme publicado na revista “Time”, a lista dos dez mais é a seguinte:

10º. Desvenlafaxine (Pristiq®) - Um antidepressivo que afeta a serotonina e a noradrenalina. Esse medicamento oferece 7,9 vezes mais chances de ser associada com a violência do que outras drogas.

9º. Venlafaxina (Efexor®) - Um antidepressivo que trata transtornos de ansiedade. A droga tem 8,3 vezes mais probabilidade de estar associado à violência do que outras drogas.

8º. Fluvoxamina (Luvox®) – É uma droga inibidora da recaptação da serotonina (ISRS) que tem 8,4 vezes mais probabilidade de estar associado à violência do que outras drogas.

7º. Triazolam (Halcion®) – É um medicamento benzodiazepínico para a insônia que tem 8,7 vezes mais probabilidade de estar associado à violência do que outras drogas.

6º. Atomoxetine (Strattera®) - Uma droga para DDAH que tem 9 vezes mais probabilidade de estar associado à violência do que outras drogas

5º. Mefloquine (Lariam®) - Um medicamento contra a malária que tem 9,5 vezes mais probabilidade de estar associado à violência do que outras drogas.

4º. Anfetaminas – É uma classe geral de drogas para DDAH com 9,6 vezes mais probabilidade de estar associado à violência do que outras drogas.

3º. Paroxetina (Paxil®) - Um antidepressivo (ISRS) que tem 10,3 vezes mais chances de ser associado com a violência do que outras drogas. Também está ligado a graves sintomas de abstinência e defeitos em recém-nascidos.

2º. Fluoxetina (Prozac®) - Um medicamento antidepressivo ISRS popular que tem 10,9 vezes mais chances de ser associada com a violência do que outras drogas.

1º. Vareniclina (Champix®) – É um medicamento antitabaco que apresenta chocantes 18 vezes mais probabilidades de estar associado à violência do que outras drogas.

Observações: 1) No Brasil as anfetaminas mais comuns para DDHA incluem a Ritalina®.

2) O Champix® é vendido no Brasil com esse mesmo nome comercial.

3) O Strattera® é vendido no Brasil com esse mesmo nome comercial.

4) O triazolam (Halcion®) já foi proibido temporariamente no Brasil, e permanece proibido em países como o Reino Unido. 5) No Brasil o mefloquine é vendido sob o nome de Lariamar®. Fontes para esse artigo incluem:

http://healthland.time.com/2011/01/07/top-ten-legal-drugs-linked-to-violence/

Original: https://webmail.saude.gov.br/redir.aspx?C=e188ebc720ee4e4191cb7eed4807c3d6&URL=http%3a%2f%2fwww.naturalnews.com%2f031017_violence_prescription_drugs.html%23ixzz1B6V0uSJS

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Receitas que matam

No Jornal O GLOBO de hoje (27/02/2011), no caderno "Ciência", página 51, saiu a seguinte matéria:

Metade das prescrições apresentam erros. Falta treinamentos para médicos.

Um cp/vo/8/8. O que parece uma difícil equação ou código indecifrável é, na verdade, a informação mais importante de uma receita médica: um comprimido via oral de oito em oito horas. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que mais de 50% dos medicamentos que circulam no mundo foram receitados, vendidos ou preparados de forma inadequada. Em grande parte esse índice se deve ao fato de que muitos médicos não sabem receitar e orientar seus pacientes. Das quase 170 faculdades de medicina no país, poucas cobram dos alunos a disciplina Uso Racional de Medicamentos (URM). A falta de critério e a má orientação quanto à utilização de remédios, associada ao hábito de automedicação no país, aumentam as chances de mais doenças e internações.

Na semana em que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) discutiu a proibição de emagrecedores, o problema do mau uso de remédios chama mais atenção. De acordo com a OMS, 50% das pessoas no planeta usam fármacos de forma errada. Só nos EUA, esses erros são responsáveis por 4% dos óbitos e 5% a 7% das internações. No Brasil, eles causam 30,7% das intoxicações e 19,7% dos óbitos, segundo o Ministério da Saúde.

- Medicamento não é bem de consumo. É insumo, é necessidade. Portanto, a produção e a comercialização deles não podem seguir as regras de comércio de bens de consumo. Esta lógica perversa precisa ser invertida urgentemente, caso contrário estamos perdidos - alerta Thaís Helena Abrahão Thomaz Queluz, titular do Departamento de Clínica Médica da Universidade Estadual Paulista, que instituiu na unidade de Botucatu o curso obrigatório de URM.

Esta iniciativa pioneira chamou a atenção do Ministério da Saúde, que está financiando a educação à distância sobre o tema e oferece prêmio para os melhores projetos voltados à promoção do URM. Entre problemas encontrados em receitas estão rasuras, letra ilegível, uso de abreviaturas, falta de explicação sobre os efeitos do medicamento e erros quanto à posologia. Thaís diz que médicos, dentistas e veterinários aprendem a prescrever como se seguissem uma "receita de bolo", no ambulatório, na enfermaria, com o médico de plantão. O que é um erro.

- Não fazem isso por má fé, mas por despreparo e pouco conhecimento sobre o uso racional dos remédios - afirma. - E fatores como pouca informação e falta de questionamento por parte dos pacientes, pressão da indústria farmacêutica oferecendo vantagens (30% do orçamento dos laboratórios são destinados à publicidade), falhas em fiscalização e vigilância contribuem para agravar.

Medicina baseada em evidências
Ela lembra que usar medicamento não é normal. Dois terços das consultas resultam em prescrições e as reações adversas aumentam com quatro ou mais drogas:

- Qualquer medicamento causa efeito em todo o organismo. Nem sempre um medicamento novo é melhor do que outro já no mercado há tempo. Os médicos deveriam estar preparados para buscar informações seguras e confiáveis sobre as drogas - afirma.

José Miguel Nascimento Júnior, diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde, diz que o órgão está preocupado com o problema e que tem investido na educação de prescritores e farmacêuticos, especialmente dentro dos hospitais. Esses profissionais devem levar em conta a medicina baseada em evidências, diz.

- Não é na indústria farmacêutica que eles vão se atualizar, nem no Google. Precisam buscar referências em bancos de dados, em literatura especializada. Já o paciente deve esclarecer todas as dúvidas com seu médico e farmacêutico; exija a presença dele.

Desiré Carlos Callegari, primeiro-secretario do Conselho Federal de Medicina, também defende o uso racional. Ele diz que uma medida importante é a digitalização das receitas e a implantação do prontuário eletrônico. O próprio Código de Ética Médica diz que receitas e prontuários ilegíveis podem ser usados em denúncia e processo.

- Uma receita bem escrita, clara, é uma forma de o profissional se proteger em casos de problemas com pacientes - diz.

Fonte: O Globo - Antonio Marinho
 
 

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Médico comenta o impasse em relação à proibição da venda de inibidores de apetite

Extraído da Agência Fiocruz de Notícias. Achei bem interessante...

Médico comenta o impasse em relação à proibição da venda de inibidores de apetite

Elisa Andries



De um lado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) defende a proibição da venda, no país, de sibutramina e de mais três inibidores de apetite; de outro, médicos, farmacêuticos e até mesmo representantes do Ministério Público, juntos, tentam barrar a resolução. A audiência pública para tratar da questão aconteceu na quarta-feira (23/2) em Brasília, e o resultado do embate, diante da pressão, foi o adiamento da edição da medida por parte da Anvisa. Uma semana antes, a Anvisa havia previsto a edição da resolução no início de março. Depois da audiência pública, não falava mais em prazo.
A indicação da Anvisa para cancelar os registros desses remédios é baseada em estudos internacionais e no parecer da Câmara Técnica de Medicamentos (Cateme), instância consultiva daAagência, da qual faz parte, entre vários outros especialistas, o médico e pesquisador Francisco Paumgartten, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz). Entre os estudos citados está o que foi publicado na New England Journal of Medicine, que acompanhou 10 mil pacientes em 16 países e revelou que houve aumento de 16% no risco de complicações cardiovasculares entre usuários de sibutramina. Por conta desses resultados, a substância foi banida nos Estados Unidos e na Europa. Em entrevista ao Informe Ensp, Paumgartten comenta os riscos que os inibidores de apetite em questão representam para a saúde, sobre o embasamento científico do parecer da Cateme e ainda sobre a polêmica criada pelo posicionamento da Anvisa.

A Anvisa pretende proibir a venda de sibutramina e de outros três inibidores de apetite (anfepramona, femproporex e mazindol) - substâncias já banidas nos Estados Unidos e na Europa. Por quê?Francisco Paumgartten: A preocupação com a segurança e a eficácia da sibutramina foi tema recorrente em reuniões da Câmara Técnica de Medicamentos (Cateme), realizadas durante o ano de 2010, e até mesmo antes. Essas preocupações se acentuaram com a divulgação dos resultados preliminares, e depois definitivos, de um estudo pós-registro de longa duração sobre a segurança cardiovascular da sibutramina (Scout - Sibutramine Cardiovascular Outcome Trial) envolvendo mais de dez mil pacientes obesos com doença cardiovascular, diabetes, ou com as duas condições. Médicos da indústria (Abbott Laboratórios) responsável pelo estudo, e endocrinologistas por ela convidados, apresentaram e discutiram os resultados parciais e finais do Scout com a Cateme e técnicos da Anvisa. O Scout mostrou que a sibutramina aumentou significativamente o risco de eventos cardiovasculares adversos nos pacientes tratados. O aumento do risco cardiovascular indica que a sibutramina não foi eficaz em reduzir a morbidade cardiovascular associada ao excesso de peso. Esse aspecto - independentemente de outras questões - é crucial, pois o objetivo do tratamento da obesidade é a atenuação da morbidade associada à obesidade e não a redução de peso em si.
Os resultados do Scout levaram a Agência Europeia de Medicamentos a retirar a sibutramina do mercado ainda no início de 2010. A Agência Americana (FDA) inicialmente restringiu o uso e alertou prescritores; meses depois, face aos resultados definitivos do Scout, retirou a sibutramina do mercado. No Brasil, recomendações sobre a permanência da sibutramina no mercado não poderiam ser feitas sem considerar as evidências de segurança e eficácia disponíveis para os demais inibidores de apetite registrados pela Anvisa (fenproporex, anfepramona e mazindol). Em outubro de 2010, a Cateme recomendou à Anvisa o cancelamento do registro dos quatro anorexígenos.

Diante da pressão dos médicos, farmacêuticos e representantes do Ministério Público, a Anvisa adiou a edição da medida. Na semana anterior à audiência pública, a agência havia previsto a edição da resolução no início de março. Logo depois, já não falava mais em prazo. A Anvisa corre o risco de perder essa guerra?Paumgartten: A polêmica era previsível e deve ser encarada com naturalidade como parte do processo de regulação do mercado. Quando a autoridade sanitária cumpre a missão que a sociedade lhe confiou e retira do mercado medicamentos ineficazes e perigosos, ela, inevitavelmente, contraria interesses de diversas naturezas. No caso dos anorexígenos, as manifestações contrárias à retirada do mercado são expressas fundamentalmente por prescritores desses medicamentos (endocrinologistas e especialistas em obesidade) e pelo setor de farmácias magistrais. Retificando a pergunta, não há pressão do Ministério Público, o que houve na Audiência Pública foi o posicionamento isolado de um promotor do Distrito Federal.
A transparência adotada pela Anvisa nessa questão é altamente louvável. A veemência das manifestações contrárias na audiência pública e na mídia deve ser encarada com naturalidade num Estado democrático. Deve-se destacar, entretanto, a decisão do órgão técnico (Anvisa), que deve se basear na melhor evidência científica disponível, e não na retórica dos descontentes e no ruído na mídia. Apesar da veemência das manifestações dos setores contrários à retirada do mercado, nenhum estudo clínico ou dado científico novo foi apresentado que viesse a abalar os fundamentos da conclusão da Cateme e das decisões do FDA e da Agência Europeia (EMA) em relação à sibutramina e demais anorexígenos.

A indicação da Anvisa de cancelar os registros desses remédios é baseada em estudos internacionais e em parecer da Câmara Técnica de Medicamentos (Cateme), instância consultiva da agência. Quais são os principais pontos deste estudo?
Paumgartten:
Em relação à sibutramina, o mais moderno e mais estudado dos quatro inibidores do apetite, os resultados do estudo Scout evidenciando o risco cardiovascular aumentado foram decisivos para a conclusão da Cateme e para a retirada dos mercados europeu, norte-americano, canadense e australiano. Além do Scout, os resultados de uma série de outros estudos e meta-análises corroboram a conclusão da Cateme de que os riscos da sibutramina superam os esperados benefícios do seu uso no tratamento da obesidade. A relação risco-benefício é ainda mais desfavorável no caso dos demais anorexígenos, que foram banidos na maioria dos países há muitos anos. O fenproporex, que é transformado em anfetamina no organismo, exibe alto potencial de uso indevido e adição, e efeitos típicos da anfetamina, entre os quais a indução de quadros psicóticos e sérios riscos cardiovasculares. Nos EUA, o fenproporex, contrabandeado do Brasil, é conhecido como Brazilian diet pill e usado de forma ilícita. A relação risco-benefício também é amplamente desfavorável nos casos do mazindol e anfepramona.

Nota técnica da área de Farmacovigilância e da Gerência de Medicamentos da Anvisa concluiu que a sibutramina não seria muito eficaz na redução e manutenção do peso a longo prazo. O senhor poderia falar algo sobre isso?
Paumgartten:
A perda de peso causada pelos anorexígenos é mais acentuada nas primeiras semanas de tratamento. Com a continuidade do tratamento farmacológico, há, via de regra, uma recuperação de parte do peso que havia sido inicialmente perdido. A interrupção da administração do inibidor de apetite produz franca recuperação do peso que havia sido perdido com o tratamento.
É importante salientar que há uma expressiva variação entre os indivíduos na resposta aos tratamentos anorexígenos. Alguns pacientes respondem melhor em termos de redução de peso, enquanto outros não respondem ou até ganham peso. Pode-se dizer que em média a perda de peso adicional conseguida com o tratamento farmacológico, em relação ao que é conseguido apenas com dieta e exercícios, é apenas modesta e não é mantida com a interrupção do tratamento.

A principal alegação dos especialistas que se opõem à Anvisa é que a proibição deixaria sem opção de tratamento pacientes obesos, que, por sua condição, enfrentam riscos muito maiores do que os oferecidos pela substância. Qual seria a alternativa para esses pacientes?
Paumgartten:
Trata-se de argumento falacioso. Medicamentos que não são seguros e eficazes não são opções aceitáveis para o tratamento da obesidade ou de qualquer outra condição. A dieta e os exercícios permanecem como opções seguras e eficazes para o tratamento da obesidade. Certamente, a redução de peso alcançada com exercícios físicos e reeducação alimentar é acompanhada por diminuição da morbidade associada ao excesso de peso. Isto não foi demonstrado com os anorexígenos. No estudo Scout, por exemplo, apesar de reduzir o peso, a sibutramina não só não atenuou como até mesmo aumentou o risco de enfarte do miocárdio e acidente vascular encefálico, comorbidades associadas à obesidade.


Publicado em 25/2/2011.


Esclarecimento sobre o Projeto das 30 horas para os farmacêuticos!

Esclarecimento sobre o Projeto das 30 horas para os farmacêuticos

Vamos nos mobilizar para obter essa conquista!



O movimento sindical dos farmacêuticos e os profissionais com graduação em farmácia em geral, foram pegos de surpresa nas últimas semanas, com a notícia oriunda do Senado Federal de que o PLC 113/2005, que dispõem sobre a jornada máxima de 30 horas para farmacêuticos, havia sido arquivado.
Isto se deu devido a um procedimento geral adotado pelo Senado a cada nova Legislatura. Projetos que não tiveram andamento durante a legislatura anterior seguem, automaticamente para arquivo, pois segundo o regimento interno da Casa, o projeto não teve interesse dos senadores para seguir tramitando.
Mas, não foi por falta de interesse que o processo ficou emperrado. Ao contrário, o que emperrou a tramitação deste projeto nos quatro anos anteriores foi o lobby de senadores ligados à Confederação Nacional do Comércio.
Do ponto de vista do Regimento Interno do Senado é possível desarquivar o projeto. Para isso, precisamos que um Senador faça o requerimento e constitua uma lista de assinaturas com quorum mínimo de 27 senadores, ou seja, um 1/3 do senado.
A Fenafar já requereu o apoio de dois Senadores que prontamente se identificaram com a nossa luta: a Senadora Vanessa Graziottin (AM) e o Senador Inácio Arruda (CE). Mas somente eles não bastam, precisamos de mais 25 assinaturas no requerimento e da aprovação do mesmo no plenário do Senado.
Por isso, se nesta legislatura não tivermos um esforço concentrado dos farmacêuticos e das entidades farmacêuticas, o PLC vai mesmo ser arquivado.
Temos prazo para que essa mobilização seja vitoriosa, e este prazo se encerra dia 30/03/2011. Por isso, contamos com o empenho de todos.
Solicitamos a todos os profissionais e familiares que encaminhem aos senadores, e-mail solicitando o desarquivamento: PELO DESARQUIVAMENTO E TRAMITAÇÃO DO PLC 113/2005- DIGNIDADE E TRABALHO DECENTE PARA OS FARMACÊUTICOS BRASILEIROS – PROFISSIONAIS DE SAÚDE!, Assine com nome e estado da federação. Não deixem de enviar.
A Fenafar ao longo destes anos vem desenvolvendo a campanha pela aprovação deste projeto por entender que ele é importante para a categoria farmacêutica, profissionais da base da saúde, que são submetidos a jornadas extenuantes e desgastantes de trabalho, o que pode trazer riscos para as vidas dos pacientes atendidos por estes profissionais.

A luta nacional deve ser fortalecida. Os projetos estaduais têm seu potencial, mas são lutas localizadas e que não envolvem o conjunto da categoria. Somos uma categoria pequena, de 130 mil profissionais, mas juntos nossa força é implacável. Contamos com todos vocês, profissionais e estudantes.

Diretoria Executiva da Federação Nacional dos Farmacêuticos.

Informação extraída do site da FENAFAR. Para saber mais, acesse: http://www.fenafar.org.br/

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Reclamar por trás do computador é fácil!

     Inaugurei esse blog em Junho de 2010. O principal motivo foi o fato de ter acesso a diversas informações, as quais não conseguia ver como destaque na grande imprensa. Queria poder compartilhá-las, ainda mais num momento tão importante como o processo eleitoral pelo o qual passamos recentemente. Sempre tive a certeza de que passaria a me expor, devido a minha opinião. Nunca quis convencer ninguém de nada, mas sabia que seria questionado sobre tudo o que opinasse. Nunca falei com alguém em especial, mas não foram poucos os que me enfrentaram, vestindo a tal da carapuça (aliás, de onde vem esse termo?).
     Dediquei boa parte de minha vida aos movimentos sociais. Desde jovem tento e busquei atuar. Se o fiz de maneira correta, a vida vai dizer. Essa militância me faz ser cobrado por muitos sobre os rumos do País. Enquanto militante de esquerda, me cobravam o quanto o socialismo, de fato, havia avançado no mundo. Enquanto militante sindical fui cobrado por conta das notícias maldosas, que sugeriam que as entidades sindicais não cumpriam o seu papel. Até no tempo de escoteiro era cobrado sobre as reais intenções de Baden Powell quando da criação deste importante movimento.
     Hoje ocupo um cargo no Governo Federal, que muito me felicita, pois toda a luta demonstrada acima tinha como objetivo ter um País um pouco mais justo e com suas ações voltadas para o desenvolvimento social. Pude ver isso com a eleição de Lula e Dilma. Poder trabalhar no final do Governo Lula e no início do Governo da Presidenta Dilma, deu-me a possibilidade de ver o quanto é possível fazer, num País em que muito ainda há por ser feito. Mas tem seu preço. Apesar de atuar no Ministério da Saúde, tenho que me defender e entender de assuntos os quais não domino o quanto queria, como economia, educação, esportes, entre outros.
     Agora, tem algo que é engraçado. Tenho sido cobrado por muitos que não me lembro de ter encontrado nas ruas, apenas em reuniões fechadas em gabinetes refrigerados. Não me lembro de ver alguns destes nas manifestações públicas, apenas os vi assinando algum documento gerado pelo movimento. É uma forma de participação? Claro que é. Mas só isso basta? Acho que não. Vestir uma camisa do Che Guevara não resolve se não tiver claro quais eram as suas bandeiras e defendê-las a todo o momento. Cantar uma música de Chico Buarque escrita no tempo de ditadura, não transforma ninguém em herói. Dizer que defende a luta LGBT e continuar com as velhas piadas homofóbicas não adianta. Proclamar-se um lutador pela igualdade racial e ainda falar que: “a coisa está preta”, ou “denegrir a imagem”, deixa claro que a grande defesa da causa ainda não aconteceu.
     Essa postagem surgiu por conta de diversas sugestões que tenho recebido sobre os avanços que o Programa Farmácia Popular deveria ter. Concordo com boa parte delas, mas queria ver as manifestações tornarem-se ativas, não apenas através do conforto de se sentar na frente de um computador e resolver opinar. Dos que me cobram, nunca soube de uma participação, por menor que fosse, num Conselho Municipal de Saúde, numa assembléia de sindicato. E não me venha dizer que participou de um debate sobre o tema, pois ficar sentado assistindo e vangloriar-se de levar um certificado de participação para casa, não muda nada. Uma das principais manifestações, que motivaram essa postagem, veio de um proprietário de estabelecimento farmacêutico credenciado ao programa Farmácia Popular. Ele, revoltado, disse para mim: “É um absurdo ver uma pessoa estacionar o seu carro caríssimo na frente da minha drogaria e levar um medicamento para hipertensão ou diabete, gratuitamente”. Terminou dizendo que era um lutador do SUS e por isso sua ira. Pois é, se defendesse mesmo, entenderia a Universalidade. O Sistema Único de Saúde nunca foi um sistema para pobres, por mais que alguns quisessem que assim o fosse. Ele é amplo e aí mora um dos seus grandes desafios
     Bem vindo a democracia!!!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Diálogo sobre anorexígenos.

Hoje de manhã, após cumprir meu papel social com minha geladeira (comprar algo para abastecê-la, de forma a lembrá-la qual a sua função na sociedade), sentei-me para um café, acompanhado do meu jornal. Curioso por natureza, passei a ouvir o debate que ocorria na mesa ao lado. Sem citar nomes, passo a divulgar abaixo o que colhi com meus potentes instrumentos de gravação: as orelhas...
- Não acredito nisso que vão fazer com os “remédios” para emagrecer.
- Eu acho que estava na hora. Faz tempo que ouço que eles causam mais problemas do que solução.
- Como assim????? É medicamento e está registrado. Estou falando dos que estão legalizados no País. Já tomei vários e nunca senti nada....
- Menina, presta atenção. Isso é uma bomba. Eu li o relatório que a ANVISA fez. Tá tudo lá. Tim tim por tim tim.
- Você fala isso porque não precisa tomar. Seu metabolismo e sua genética te ajudam. Mas e os que precisam? Vai dizer que matou muita gente aqui? Se tivesse acontecido, já tinham denunciado. Tem gente que toma é não é por estética...
- O problema não é matar. Quantas pessoas abrem mão de exercícios físicos, que dão trabalho, e passam a usar essas drogas. Ficam com problemas até de coração. Isso tem riscos.
- Que riscos? O que a ciência diz? Se tomarem corretamente não tem problema. Eles são prescritos por médicos e tem receita controlada.
- E quem disse que todos são corretamente prescritos? Tem abuso aí. Bom, eu concordo com a medida.
- Eu quero ter a minha “medida”. E agora? O que vou fazer?
- O que importa é estar com saúde.
- Você não está entendendo.Tem associação de médicos e farmacêuticos dizendo que foi um abuso. Porque não se preocupam com o uso correto desses remédios? Deveriam punir quem usa ou prescreve mal, não quem toma ou prescreve de maneira correta.
- Bom, sei que vai ter uma audiência para discutir isso na quarta-feira (23/02) agora, lá na ANVISA.
- Carta marcada. Não vai ninguém e vão decidir pelos outros.
- Bom, isso é o que você acha. Eu acredito neles e acho que o relatório tá bem completo. Apresentam argumentos que são fortes. É ciência amiga, não é “achismo”.
- Eu também li um monte de argumentos contra. E são de especialistas.
- Espero que todos compareçam. Desarmados de interesses ou ideologias. O importante é que temos que cuidar da saúde e nisso eu concordo. Se der problema e o Governo não fizer nada, aí vão reclamar.
- Mas quem disse que dá problema?
- Bom, tá cheio de remédio que foi aprovado e depois retirado do mercado porque apresentavam problemas graves.
- Vai ser igual os antibióticos. E essa coisa de remédio de graça na farmácia popular? Até rico tá pegando? Quem cuida dos pobres? Isso é um absurdo!!!!
Bom, como o assunto havia mudado, terminei meu café e fui continuar minha caminhada, que não tem me feito emagrecer, mas tudo bem, tô bem feliz do jeito que estou.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Presidenta Dilma e a gratuidade no Programa Farmácia Popular.

As palavras falam por si! Não quero emitir comentários, pois o que descrevo abaixo é a fala da Presidenta Dilma no lançamento do "Saúde não tem preço" (gratuidade para os medicamentos indicados para o tratamento da hipertensão e diabetes).

"Boa tarde a todos presentes.
            Queria cumprimentar o querido vice-presidente da República, Michel Temer,
            O ministro de Estado Chefe da Casa Civil, Antônio Palocci,
            O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em nome de quem eu cumprimento todos os ministros de Estado aqui presentes,
            Queria cumprimentar os senhores governadores: Agnelo Queiroz, do Distrito Federal; Capiberipe, do Amapá;
            Queria cumprimentar também o senador Romero Jucá, líder do governo no Senado,
            Deputado Cândido Vaccarezza, líder do governo na Câmara dos Deputados, por meio dos quais eu saúdo todos os deputados federais, deputadas federais, senadores e senadoras aqui presentes,
            Queria também cumprimentar os integrantes – senhoras e senhores – do Conselho Nacional de Saúde,
            O senhor Paulo Ernani Gadelha, presidente da Fiocruz, por meio de quem eu vou cumprimentar todos os representantes das entidades signatárias,
            Queria cumprimentar a senhora Adelina Pereira do Amaral, representante dos beneficiários do Programa,
            A senhora Cleíza Martins Gonçalves, representante da Farmácia Popular de número 15 mil,
            Queria cumprimentar os empresários do varejo e todos aqueles que deram a sua contribuição, todos os empresários que deram a sua contribuição para que a gente possa colocar em prática esse Programa.
            E gostaria muito de dizer para vocês que esse foi um compromisso que eu assumi durante a campanha, e que tinha por objetivo universalizar o fornecimento de remédios tanto para hipertensão quanto para diabetes. Por que isso? Porque essas duas doenças, elas prejudicam cada vez mais a saúde de homens e mulheres no nosso país, tanto a hipertensão quanto a diabetes.
            Em 2009, para a gente ter uma ideia, elas juntas foram responsáveis por 34% do total de óbitos no Brasil. Cerca de 33 milhões de brasileiras e de brasileiros são hipertensos, metade da população com mais de 55 anos tem essa doença. Sem dúvida nenhuma, esse seria por si só um quadro preocupante, mas, além disso, nós sabemos que a hipertensão não tratada ela está na origem de 40% das mortes por derrame cerebral. E um dado deve chamar especialmente a nossa atenção: que cerca de 30% da população adulta nem sabe que possui ou diabetes ou hipertensão.
            Por isso, diante desse enorme desafio, o Sistema Único de Saúde, ele tem uma enorme pressão… na medida em que ele fornecia esses medicamentos de forma gratuita, ele… sobre ele recaía uma enorme pressão, porque a pessoa precisava entrar no Sistema de Saúde, no SUS, obter uma receita e aí tirar seu remédio de forma gratuita. Daí porque colocar nas farmácias – no “Aqui tem Farmácia Popular” –, nas 15 mil farmácias e tornar esses medicamentos gratuitos, além de ser uma questão que diz respeito à distribuição de renda no nosso país, diz respeito também a descongestionar o SUS, transferindo para essa rede privada a demanda por remédios.
            O ponto importante da minha preocupação com essas duas doenças é que elas são perfeitamente controláveis se forem tratadas e, portanto, os portadores de diabetes e de hipertensão, eles podem levar uma vida normal e ativa, obviamente se adotarem também, além dos remédios, uma vida saudável, a prática de esportes como o Ministro receitou aqui. Mas, de qualquer jeito, sendo diagnosticadas, essas pessoas, devidamente medicadas, elas têm uma vida normal, e a condição para isso é que o tratamento não seja interrompido.
            Por isso, durante a minha campanha e agora, nesse primeiro mês de governo, eu decidi que é um dever do Estado brasileiro proporcionar a todos as condições de acesso regular e seguro aos medicamentos requeridos. Nós não temos condição de garantir isso para todos os medicamentos, mas temos condição de garantir os medicamentos dessas doenças que têm… que atingem uma grande camada da população, com remédios para hipertensão e diabetes.
            Hoje, no momento em que o meu governo completa, então, um mês, eu tenho a satisfação de honrar esse compromisso que eu assumi. A partir de agora, esses medicamentos, necessários para o tratamento, eles vão estar, então, no SUS – na rede SUS –, mas, sobretudo, nas 15 mil farmácias do “Aqui Tem Farmácia Popular” e nas redes de farmácias do governo chamadas Farmácias Populares, que são diferentes das farmácias privadas, que são aquelas que têm, justamente, esse signo do “Aqui Tem Farmácia Popular”.
            Essa medida vai garantir que as pessoas inclusive tenham uma facilidade de acesso que antes era – como eu disse no início – mais difícil, porque ela tinha de acessar primeiro o SUS para depois obter o remédio. Só há uma exigência, que é muito importante: a pessoa deve apresentar receita médica. Por que? Apesar de ser gratuito, é muito importante, e eu acho que o Ministro deixou isso claro, que, apesar de ser gratuito, nós vamos controlar o fornecimento do medicamento, seja através das receitas médicas, seja também assegurando que o destino dos remédios de hipertensão e diabetes vá para os pacientes, e não para qualquer outro uso indevido desses remédios. Daí porque também nós aprimoramos a fiscalização, as auditorias e a transparência.
            Eu acredito que o SUS é uma estrutura ainda incompleta, com falhas, que nós temos a obrigação de sanar, até porque, apesar das suas limitações, o nosso SUS é uma conquista inestimável da democracia brasileira, um sistema solidário e universal, fruto da Constituinte no ciclo da nossa redemocratização dos anos 80. Então, esta medida tem de ser vista também com um reforço ao Sistema Único de Saúde.
Hoje nós temos uma estrutura integrada e descentralizada, passado tantos anos do processo da redemocratização e da Constituinte, que se distingue pela mais ampla cobertura, abrangendo desde simples procedimentos até procedimentos mais complexos. E eu acredito que nós temos – e ao longo do meu governo eu pretendo, sistematicamente, lançar aqui medidas para o fortalecimento e intensificação desse Sistema Único de Saúde, que é uma conquista nossa. Daí porque também eu queria saudar o fato de que, neste ano, nós faremos a 14ª Conferência Nacional de Saúde, com a participação de delegados e delegadas eleitos em um amplo processo de debate, realizado em todos os entes federativos. Faz parte desse fortalecimento, da participação social e federativa dentro do Sistema Único de Saúde.
            E como eu já disse, nos próximos meses, várias dessas discussões vão estar sendo expressas aqui através de medidas que eu encaminharei para melhorar a qualidade, tanto do acesso como do atendimento do Sistema Único de Saúde.
            Queria dizer a todos vocês que os medicamentos são o item que mais pesa no bolso das famílias menos favorecidas. Doze por cento da renda da população mais pobre é gasta com remédios, enquanto que para as faixas de maior poder aquisitivo, essa despesa não pesa mais do que 2%. Por isso, o meu compromisso com a erradicação da miséria tem, nesse programa “Saúde Não Tem Preço”, uma das suas expressões. Ele é, também, uma forma pela qual nós estamos dando mais um passo no sentido da erradicação da miséria no nosso país.
            Nós estamos assegurando que não haja diferença entre ricos e pobres no que se refere àqueles que precisam do medicamento. Por isso o nome do Programa é muito bom, é um programa que se chama “Saúde Não Tem Preço”, até porque nós vamos concentrar nossos esforços para impedir que o ônus da diferença de renda ou de uma renda menor coloque em risco portadores de doenças para as quais a Medicina já tem tratamento seguro e garantido, como a hipertensão e a diabetes.
            Talvez seja na saúde que a questão da diferença de renda tenha a expressão mais perversa, tratando de forma desigual pobres e ricos. O dia de hoje, portanto, inaugura, no meu governo, a total gratuidade para o tratamento dessas duas enfermidades, e é um marco dos nossos compromissos em relação à saúde do povo brasileiro.
            Agora, eu queria fazer um reconhecimento: é porque também o governo do presidente Lula, o governo que me antecedeu, foi capaz de criar um programa como o “Aqui Tem Farmácia Popular” que colocou, como uma oferta concreta para milhões de brasileiros, medicamentos com uma redução de 90%, que mais este passo pode ser dado. Então, ele complementa esse círculo que nós começamos em – se eu não me engano – 2006, com o “Aqui tem Farmácia Popular”, de ampliar a rede para que as pessoas tivessem facilidade, com um preço o menor possível, de acessar a rede. Agora elas têm o acesso gratuito e isso é importante justamente para aquelas pessoas que têm menor renda no Brasil. Mas todos serão beneficiados por esse Programa, daí porque “Saúde Não Tem Preço”.
            Muito obrigada."

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Eu acho que a Política de Assistência Farmacêutica está correta!

Meus 2 ou 3 leitores sabem que gosto muito de opinar. “Achar que...” é típico da humanidade. Interessante quando o “achismo” pode ser fundamentado por números. Aí deixa de ser “intuição” e passa a ser fato. No meio do debate, que alguns ainda insistem em trazer, de que o Programa Farmácia Popular pode ter sido prejudicial ao SUS, uma pesquisa feita recentemente demonstra de que ele em nada decresceu a preocupação do Estado com os investimentos no acesso a assistência farmacêutica pública e gratuita. Se considerarmos, como já disse em outras postagens, o Programa Farmácia Popular enquanto estratégia de acesso, a pesquisa que cito aqui apresenta dados de opinião dos que foram ao serviço público em busca do seu tratamento.
O Sistema Nacional de Percepção Social do IPEA entrevistou 2773 residentes em domicílios permanentes entre os dias 3 a 19 de novembro de 2010. O objetivo principal era “Avaliar a percepção da população sobre serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”.
Nesta pesquisa, um dado demonstra o quanto a Política Nacional de Assistência Farmacêutica tem significância: 69,6% opinam como “Muito bom” ou “bom” a distribuição de medicamentos no SUS. Fica em segundo lugar (lembrando que perde para Estratégia Saúde da Família).


               O grande detalhe desta pesquisa é de que a melhor avaliação do SUS se dá entre os que o utilizam. Todos somos “SUS-dependentes” (meus alunos vão lembrar bem de quando eu discutia isso em sala de aula), mas existem os que  não possuem nenhuma possibilidade de buscar alternativas, senão o sistema público, quando na busca do seu diagnóstico e acesso gratuito ao tratamento.



Eu quero muito não “achar” nada, mas me dá uma irresistível vontade de pensar que a Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) está dando certo. Suas pactuações, ações de descentralização do repasse e centralização de algumas compras, como do componente especializado da assistência farmacêutica, estão corretas.
Como já disse, contra fatos não há argumentos. Por isso, quero parabenizar ao Governo Lula que construiu a PNAF e ao Governo Dilma em buscar a sua continuidade, com o devido monitoramento (conforme já havia), aperfeiçoamento e busca de sua ampliação.
Em tempo, os gráficos acima têm como fonte o IPEA!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A Farmácia Popular não reduz investimentos na AF Básica!

Na postagem de ontem falei sobre o Termo de Acordo firmado entre as diversas entidades representativas dos setores produtivos e varejistas de produtos farmacêuticos e o Ministério da Saúde. Este acordo é o compromisso público dos que o subscreveram, na garantia da gratuidade para medicamentos indicados para hipertensão e diabetes no Programa Farmácia Popular.  Vale destacar o papel desempenhado pela Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), através do Sec. Carlos Gadelha e do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos (DAF), através do Diretor José Miguel, na construção de tal acordo. Tudo isso acompanhado de perto pelo Ministro Alexandre Padilha.
Gostaria hoje de comentar uma questão que surgiu na criação do programa e ganhou fôlego no último período: O Programa Farmácia Popular não vai restringir o investimento na Assistência Farmacêutica Básica? Queria dizer que isso não ocorreu conforme pretendo demonstrar abaixo, e não vai ocorrer. Não é uma opinião, pois quero me ater a números e não em “achismos”.
Em primeiro lugar, ressalta-se que a criação do DAF no permitiu ao Ministério da Saúde ter completa noção dos investimentos feitos em Assistência Farmacêutica. Diferente do que foi encontrado pelo Governo Lula, investimentos dispersos em diversas áreas e extemporâneos, o DAF concentrou os investimentos e permitiu dar ao Governo, completa noção do quanto se investia nessa área.
Sobre os investimos do Gov. Federal em acesso a medicamentos gostaria de destacar algumas questões:
- Os investimentos em medicamentos no âmbito do Ministério da Saúde, passaram de 1,9 bilhões (2003), para próximo de 6,5 bilhões em 2010. Percentualmente, os principais gastos com medicamento por parte do Ministério da Saúde passou de 5,8% em 2002, para 12,5% em 2010 dos gastos totais em saúde.

- Na Assistência Farmacêutica Básica, o repasse do MS para os Municípios passou de 176 milhões (2003), para 987 milhões em 2010. Enquanto o repasse para os Municípios era de R$ 1,00 per capita em 1999, em 2010 foi de R$ 5,10.
- A lista de medicamentos na Assistência Farmacêutica Básica subiu substancialmente.
- O Ministério da Saúde lançou as “Diretrizes para estruturação das farmácias no âmbito do SUS”. Além disso, sugeriu e pactuou na CIT (Comissão Intersetorial Tripartite) a possibilidade de uso de 15% do repasse dos Estados e Municípios para a aplicação em estruturas e qualificação da assistência farmacêutica básica.
Já havia destacado os pontos acima em outra postagem. Por fim, destaco a última pesquisa IPEA, muito divulgada na mídia, cujo resultado diz que: “O principal ponto positivo do SUS, de acordo com a percepção dos entrevistados, é o acesso gratuito aos serviços de saúde prestados pelo Sistema (52,7%), seguido, nesta ordem, pelo atendimento universal (48,0%) e pela distribuição gratuita de medicamentos (32,8%).”
Bom, teria muito mais dados a serem apresentados, mas com o que foi exposto acima, fica claro que o Programa Farmácia Popular em nada reduziu o investimento na AF Básica. Enfim, contra fatos, não há argumentos!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Gratuidade na Farmácia Popular.

Alguns dos 2 ou 3 leitores desse blog têm levantado algumas discussões as quais tenho gostado muito. Muito pelo tema, mas principalmente  por discutir. Sempre achei esse um dos momentos mais importantes na construção de algo. Seja esse algo com visões a curto, médio ou longo prazo. Debater é fundamental, desde que se opine não apenas galgado em velhos conceitos. O “estranho” costuma assustar, inovações podem causar temores, mas são importantes para se saltar na história. Por vezes, alguns dos saltos podem ser para trás, o que não é o caso em questão, mas geram conhecimentos importantes para o avanço.
O Programa Farmácia Popular do Brasil, criado em 2004 e expandido em 2006, instigou grandes discussões desde o seu início. Enfrentou críticas, fossem elas preconceituosas ou de cunho construtivo. Ousou em dizer que se colocava enquanto uma “estratégia” de acesso a medicamentos. E a conclusão é de alcançou isso. Hoje, são mais de 2.000.000 de usuários por mês, com aprovação de mais de 70% pela população.
No início, muitas dúvidas surgiram como: E o investimento na assistência farmacêutica básica será reduzido? Quem controlará isso? Será que o investimento dará conta da demanda? Será que dará certo? Ele garantirá o princípio da universalidade? Vai acabar com as farmácias e drogarias do País?
Depois de 6 anos de sua implantação, podemos dizer que o Programa Farmácia Popular deu certo. Pode melhorar? Sempre. Está finalizado? Não. Então, qual o medo do Programa? Aí mora o mote desta e de outras postagens que pretendo fazer aqui.
Em virtude do momento em que vivemos, resolvi iniciar pelo assunto que domina a maioria dos debates sobre o tema: a gratuidade para os usuários que vierem a adquirir seus medicamentos para o tratamento da hipertensão e diabetes. Sobre isso, vale a pena responder a primeira grande pergunta: Quem vai pagar a conta que o usuário não mais pagará? Sobre isso, gostaria de lembrar o seguinte:
- A gratuidade, promessa de campanha da Presidenta Dilma, foi debatida com os setores envolvidos diretamente com o tema: produtores de medicamentos e as farmácias e drogarias. No dia 03 de fevereiro de 2011, depois de diversas discussões com os setores, representados pelas suas entidades (ABRAFARMA, ABCFARMA, FEBRAFAR, SINDUSFARMA, PRÓ-GENÉRICOS, ALANAC e INTERFARMA), foi assinado um acordo onde todos se dispunham a buscar garantir a efetividade da gratuidade. Portanto, não foi “apenas” o cumprimento de uma promessa e nem se deu por uma ação unilateral por parte do Governo Federal. O que de fato ocorreu foi uma redução no valor de referência do medicamento, tirando do usuário qualquer pagamento para obter esses medicamentos e sem o aumento de investimentos por parte do Ministério da Saúde.

Seria preciso um espaço muito maior para esclarecer alguns pontos, mas no que de fato importa, o mercado foi convidado a cumprir um importante “papel social”. E aceitou! Garantir medicamentos para os diversos pacientes hipertensos e diabéticos do País trás, consequentemente, redução em casos de internações e mortes no País. Só isso já justificaria muita coisa....
Muitas perguntas ainda estão por ser respondidas, mas isso fica para outras postagens. Tenho muitas das respostas, podem até não convencer, mas são respostas. São opiniões? Não, pois para construir uma política, devemos ultrapassar a barreira opinativa e partir para a construção desta, galgados em fatos.
Para acessar o acordo citado acima, acesse:
Em breve, novas postagens sobre o tema....

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A prece de um(a) farmacêutico(a)

Já postei de tudo nesse blog: histórias, opiniões, reclamações, entre outros. Dia desses tive um sonho. Um sonho que me fez pensar e muito, como muitas coisas provocam em minha vida. Sonhei com muitos que se foram, com alguns que tombaram em suas lutas e muitos que ainda estão por lutar! Pensei nos meus 18 anos de formado e lembrei de quantas coisas passamos, enquanto farmacêuticos. Neste momento me ative de que nunca agradeci. Não seria o momento de fazê-lo? Sim, seria, mas queria também pedir. Pedir por muitos e por mim. Resolvi conversar com alguns que devem estar mais perto do Criador do que eu. Não que eu não esteja, mas lembrei de outros que cumprem melhor o seu papel católico. Neste sentido, pensamos na oração abaixo:
“Senhor, tenho muitos pecados, mas, humildemente, peço-te que olhe por minha profissão e faça com que sejamos, de fato, profissionais de saúde.
Afaste de nós o possível egoísmo que nos cega, a ponto de acharmos que o que fazemos, é o mais importante para o avanço profissional. Permita-me poder constatar que existem muitos, iguais a mim, que lutam pelo o que luto. Não me deixe pensar que um igual é um inimigo, pelo simples fato dele não concordar comigo.
Afaste de nós a dificuldade de entender as mudanças de paradigmas e as inovações. Não me deixe achar que o que fazemos há tempos é certo, pelo simples preconceito em acharmos que as novidades são burras.
Afaste de nós o mero desconhecimento da opinião pública. Ela até pode estar errada, mas cabe a nós interpretarmo-las e mudá-las se possível, desde que estejamos embebidos pelo espírito de compreender o momento e a vontade de buscar o impossível.
Não permita que nos acomodemos em achar que não podemos mudar as grandes questões, pelo simples fato de sermos apenas um. Que estejamos unidos para promovermos as mudanças que achemos necessárias.
Faça com que os estudantes da profissão sigam o caminho do bem, assim como peço pelos profissionais. Permita-nos demonstrar que somos capazes de não estarmos vendidos para idéias retrógradas ou pré-concebidas e que sejamos baluartes de mudanças necessárias em prol da população.
Faça com que estudantes e profissionais saibam se organizar em suas entidades representativas. Que as disputas por espaços políticos estejam embasadas na vontade de representar e não na mera vontade de “ocupar”. Que saibamos entender as limitações das leis e entendamos o que devemos fazer para que elas se tornem realidades
Que nossos ancestrais fiquem orgulhosos não pelo o que somos, mas pelo o que fazemos em prol da coletividade. Que lutemos sem temor, sem perder a capacidade de amar e respeitar o inimigo. Que sejamos protagonistas, e não co-participantes. Que saibamos diferenciar o “que é” em contraposição ao “o que há de ser”.
Desejo, meu Pai, que tenhamos a internet como um meio e não como um fim. Que não nos bastemos em apenas “opinar”, mas que participemos, de fato, dos fóruns de opinião e deliberação. Que sejamos livres em nossos pensamentos, mas comprometidos com o desejo de mudar para o melhor.
Abençoe essa profissão....a população nos merece e nós a ela.
Amém!"
Bom, essa tem sido uma de minhas orações...ou aspirações? Já rezou hoje?

Imagem extraída de:

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Minha "Comenda do Blog" para um Boticário.

Estou escrevendo um livro (faz uns 5 anos) falando sobre a história da profissão farmacêutica, referindo-me, principalmente, à personagens pouco conhecidos e que quase não são citados nos livros já existentes. Como pretendo dedicar a “Comenda do Blog do Marco Aurélio”, para algumas pessoas, faço esta postagem.


Fui motivado por ler hoje nos jornais cariocas de que o Largo do Boticário precisa de manutenção. O nome foi dado ao Largo em 1831 e é tombado pelo patrimônio histórico. É uma homenagem ao Boticário Joaquim Luiz da Silva Couto, que ali viveu. O Largo do Boticário fica no Bairro do Cosme Velho, no Rio de Janeiro, próximo ao Corcovado.


Abaixo destaco algumas citações sobre o Largo e os sites de referência:
“Apenas sete casas compõem outro belo recanto do Rio de Janeiro. Batizado em homenagem a Joaquim Luiz da Silva Souto, boticário da família real que ali morou em uma fazenda, o Largo do Boticário exibe telhados e fachadas coloniais, calçamento estilo pé-de-moleque, árvores centenárias e possui, ainda, o supremo privilégio de ter como vizinhos o Rio Carioca e um belo trecho de Mata Atlântica. Reduto de grandes artistas, o Largo tem promovido, ao longo dos anos, as mais diversas manifestações artísticas e culturais, levando até o bairro do Cosme Velho um grande número de turistas.”
“No bairro do Cosme Velho, ali estava o sítio ou chácara do sargento mor Joaquim Luís da Silva Souto, boticário da família real, conhecido por saber preparar bons xaropes e unguentos. Hoje tem lindas casas, algumas mansões muito reconstruídas ou construídas recentemente seguindo o padrão colonial, onde se abrigam alguns antiquários e pintores.”

Sites de referência desta postagem:
Imagem extraída de:



sábado, 5 de fevereiro de 2011

Novas dicas de filmes para profissionais de saúde

Pois então, novas dicas de filmes para profissionais de saúde. Obrigado pelas sugestões recebidas e não deixem de continuar encaminhando novas dicas.

Perfume – A história de um assassino.
“Paris, 1738. Jean-Baptiste Grenouille (Ben Whishaw) nasceu em um mercado de peixe, onde sua mãe (Birgit Minichmayr) trabalhava como vendedora. Ela o tinha abandonado, mas o choro de Jean-Baptiste faz com que seja descoberto pelos presentes na feira. Isto também faz com que sua mãe seja presa e condenada à morte. Entregue aos cuidados da Madame Gaillard (Sian Thomas), que explora crianças órfãs, Jean-Baptiste cresce e logo descobre que possui um dom incomum: ele é capaz de diferenciar os mais diversos odores à sua volta. Intrigado, Jean-Baptiste logo demonstra vontade de conhecer todos os odores existentes, conseguindo diferenciá-los mesmo que estejam longe do local em que está. Já adulto, ele torna-se aprendiz na perfumaria de Giuseppe Baldini (Dustin Hoffman), que passa por um período de pouca clientela. Logo Jean-Baptiste supera Baldini e, criando novos perfumes, revitaliza a perfumaria. Jean-Baptiste cada vez mais se interessa em manter o odor de forma permanente, o que faz com que busque meios que possibilitem que seu sonho se torne realidade. Só que, em suas experiências, ele passa a tentar capturar o odor dos próprios seres humanos.”
Gattaca – A Experiência Genética
“Num futuro no qual os seres humanos são criados geneticamente em laboratórios, as pessoas concebidas biologicamente são consideradas "inválidas". Vincent Freeman (Ethan Hawke), um "inválido", consegue um lugar de destaque em corporação, escondendo sua verdadeira origem. Mas um misterioso caso de assassinato pode expôr seu passado.”
Os filmes acima vieram por sugestão de um dos 2 ou 3 leitores deste blog, a farmacêutica e professora Rosa Rodrigues, a quem já agradeço a dica. Segundo ela, “Perfume – A história de um assassino” é interessante pois “descreve processos extrativos”. O segundo filme, um clássico, aborda a engenharia genética sob a ótica do seu impacto na sociedade. O filme abaixo é uma dica do Blog e está em cartaz. Não é recomendado pelo Jornal O Globo (o bonequinho dormiu).
Amor & outras drogas -
“Jamie Randall (Jake Gyllenhaal) é um sedutor incorrigível do tipo que perde a conta do número de mulheres com quem já transou. Após ser demitido do cargo de vendedor em uma loja de eletrodomésticos, por ter seduzido uma das funcionárias, ele passa a trabalhar num grande laboratório da indústria farmacêutica. Como representante comercial, sua função é abordar médicos e convencê-los a prescrever os produtos da empresa para os pacientes. Em uma dessas visitas, ele conhece Maggie Murdock (Anne Hathaway), uma jovem de 26 anos que sofre de mal de Parkinson. Inicialmente, Jamie fica atraído pela beleza física e por ter sido dispensado por ela, mas aos poucos descobre que existe algo mais forte. Maggie, por sua vez, também sente o mesmo, mas não quer levar adiante por causa de sua doença.”


Imagem extraída de: