terça-feira, 19 de abril de 2011

Cuba é referência na assistência farmacêutica!

     Não quero perder tempo falando sobre a importância de Cuba na demonstração de o quanto um País pode jogar um papel importante perante o mundo. Recebo hoje a notícia de que Fidel Castro não mais dirigi o Partido Comunista Cubano. Estive lá na década passada e muito me impressionei. Fruto disso, quero levantar alguns temas sobre o quanto Cuba foi revolucionária, também na saúde. Não vou exprimir opiniões, apenas vou relatar alguns fatos históricos. A matéria abaixo demonstra o quanto a Revolução avançou e se não pode mais, não foi culpa da Revolução...o culpado foi o embargo americano. Uma vez ouvi de um Cubano: Se o socialismo não trouxe ainda tudo o que o povo merece, o capitalismo tão pouco....
     A matéria abaixo foi extraído do famoso Granma. Foi publicado em 19/05/2003 em:
http://www.granma.cu/portugues/mayo03/lun19/20produ-p.html

Cuba produz coquetéis de drogas para os aidéticos

• Os laboratórios Novatec elaboram estes remédios, empregados nos chamados «coquetéis», que são aplicados grátis aos pacientes

POR LILLIAM RIERA/ FOTO DE ARSENIO GARCÍA — do Granma Internacional

CUBA produz os coquetéis de drogas necessários para os infestados com o HIV/Aids, que precisam do tratamento destes remédios - a chamada terapia trivalente - e que lhe são aplicados grátis.

O preço de cada comprimido é de mais de US$ 3.00 em nível mundial, de modo que a terapia anual custa de U$ 11 a 15 mil, razão pela qual se torna inacessível para a maioria dos 42 milhões de infestados.

A engenheira Melvis Heredia Molina, diretora de Laboratórios Novatex, filiados ao Pólo Científico de Leste de Havana, informou ao Granma Internacional que a produção neste ano abrangerá os 1 500 infestados.

Referiu que, até à data, apenas há cinco coquetéis de drogas em Cuba: Zidovudine, Didanosina, Lamivudina, Estaduvina e Indinavir), mas explica que estão trabalhando «juntamente com o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento de Medicamentos (Cidem), a fim de que essa cifra atinja 13». Para elaborar um coquetel de tratamento contra o HIV é necessário combinar três desses medicamentos.

Na Ilha, a predominância atual da doença é de 0.05% da população entre 15 e 49 anos, a mais baixa da América Latina, segundo assinalou o ministro da Saúde Pública de Cuba, Damodar Peña, num fórum recente sobre o tema, realizado em Havana.

Os coquetéis de drogas são os produtos líderes dos laboratórios Novatec, que em sua pasta de 23 medicamentos sólidos orais para uso humano possui também alguns para combater a úlcera, como o Omeprazol (fármaco mais vendido no mundo no ano passado), antibióticos, antiinflamatórios, contra a hipertensão, analgésicos, antipiréticos, antiácidos e suplementos nutricionais, que são enviados à rede de hospitais e farmácias de todo o país.

EXPORTAÇÕES DE MAIS DE UM MILHÃO EM 2002

As produções desta empresa farmacêutica têm também como objetivo a exportação. Heredia sublinhou que, por exemplo, venderam em 2002 «mais de US$ 1 milhão em coquetéis de drogas». A Herber Biotec, entidade que comercializa os produtos do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia, distribui, ademais, no Exterior os deste laboratório.

Os remédios empregues na terapia combinada para o tratamento da Aids e outros para combater doenças oportunistas «já foram incluídos na relação dos remédios com patente no Paraguai e na Venezuela», enquanto «no México, Brasil, Colômbia, Vietnã e Guiné se fazem os trâmites para isso».

Contudo, os laboratórios Novatec não ficam conformes com o sucesso obtido até o momento. O profissionalismo dos 367 trabalhadores, onde 14% é constituído por técnicos de nível superior e 34% de nível médio é a garantia de um programa de pesquisa constante para o desenvolvimento de novos produtos como o Itraconazol (contra os fungos), a Azitromacina (antibiótico), a Ribavirina (antiviral), o Enalapril (contra a hipertensão), o Sumatriptan (contra a enxaqueca) e o Vimang (antiinflamatório), entre outros.

A subdiretora técnica produtiva, Lorgia Aguiar Gómez-Napier, afirma que a empresa foi constituída na década de 90, em meio ao período especial (crise econômica), que teve lugar em conseqüência da desintegração do bloco socialista na Europa do leste e do acirramento do bloqueio dos EUA. «A construção civil e a instalação de equipamentos teve início em 1994, mas só seis anos depois é que começa sua exploração», disse.

Ainda que não esteja funcionando em plena capacidade, Aguiar assinala que «em 2002 foram fabricados de 600 a 700 milhões de unidades, entre comprimidos e cápsulas duras, enquanto o plano deste ano é de 900 milhões de unidades».

O GI pôde constatar que esse centro emprega equipamento de tecnologia de ponta, concebido e confeccionado segundo os quesitos das Boas Práticas de Fabricação e que foi comprado a firmas alemãs líderes no mercado de produção de equipamentos farmacêuticos como Glatt, Uhlman, Bosch, Killian e Alexander Werk.

Durante a visita, tomamos conhecimento também do estrito trabalho de proteção no laboratório de microbiologia, «onde se faz um check-up do ar, da água, do pessoal, de tudo aquilo com que trabalhamos», refere a diretora.

O especialista principal do laboratório químico-físico, Sergio Ibáñez, guiou a visita nesta área e explicou-nos que ali é onde «se examina tanto a matéria-prima que vai ser empregue na elaboração dos fármacos e que é importada, quanto o produto acabado».

Visitamos a fábrica de elaboração, junto de Roberto Casanova, e constatamos in situ que suas linhas de produção foram criadas tendo em consideração uma nova tendência que permite que o movimento do produto, através das várias fases do processo, se realize aproveitando a gravitação.

Mostrando certo orgulho, a diretora comentou-nos a respeito do «tamanho impacto» que causou a presença desta empresa na Feira ExpoBrasil, realizada em abril passado em dois estados do gigante sul-americano, onde «muitos ficavam surpresos ao saberem do volume de medicamentos que se produzem em Cuba, incluindo os coquetéis de drogas».










































Um comentário:

Juliana Peixoto disse...

Olá Marco Aurélio, sou estudante de Farmácia na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), e ando pesquisando a atuação de farmacêuticos em Cuba, por acaso encontrei essa postagem em seu blog e me interessei por unir minhas duas paixões: Cuba e a Ciência. Caso você tenha mais informações, gostaria muito de trocar ideias. Grande abraço.