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domingo, 25 de novembro de 2012
Livro trata da dinâmica do sistema produtivo da saúde.
Saúde: espaço de nexos entre direito social e dinamismo econômico |
Texto de: Fernanda Marques
Publicado em 14/11/2012 em http://www.fiocruz.br/ccs/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?from_info_index=1&infoid=4974&sid=10
"Para que, no futuro desejado, conforme-se no Brasil um sistema de
saúde universal, integral e equânime, o Estado deve ter um papel decisivo na
articulação das duas dimensões da saúde: a social e a econômica. É o que
defendem os autores do livro A
Dinâmica do Sistema Produtivo da Saúde: inovação e complexo
econômico-industrial, lançamento da Editora Fiocruz. Um Complexo
Econômico-Industrial da Saúde (CEIS) frágil não atende às exigências de
elevação da competitividade brasileira no cenário internacional. Mas não é só
isso: essa fragilidade afeta sobremaneira a capacidade de resposta às necessidades
sanitárias da população. “Gostaríamos que esta publicação se configurasse,
sobretudo, como um convite para o debate e para o fortalecimento deste campo
científico, com um padrão de desenvolvimento que articule, ao mesmo tempo, o
dinamismo econômico com os direitos sociais e a conformação de um Estado de
bem-estar no Brasil”, diz o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos
Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos A. Grabois Gadelha, coordenador do
livro.
O livro apresenta a dinâmica dos investimentos no complexo
produtivo da saúde, no mundo e no Brasil, analisando seus diferentes
subsistemas: de base química e biotecnológica; de base mecânica, eletrônica e
de materiais; e de serviços de saúde. Ao final, traz uma síntese analítica e
discute políticas para o desenvolvimento do CEIS. Este é formado por indústrias
farmacêuticas (de fármacos, medicamentos, vacinas, hemoderivados e reagentes
para diagnósticos), industrias de equipamentos médicos e insumos, e setores de
prestação de serviços (hospitais, ambulatórios e serviços de diagnósticos e
tratamentos). Além dos segmentos industriais e de serviços, o CEIS reúne também
o Estado, instituições de ciência e tecnologia, agências de regulação, a
sociedade civil organizada e a população.
Essa multiplicidade de atores é um reflexo das peculiaridades da saúde, área que congrega alto potencial de geração de conhecimentos científicos, importante base econômica, consumo de massa e destacada presença do Estado na regulação e na promoção de atividades de inovação. A saúde responde por cerca de 20% do gasto mundial com atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D). Entretanto, 96% desse gasto ocorrem nos países de renda alta: os restantes 4% se dividem entre todos os demais países, inclusive o Brasil. Outra diferença é o perfil do gasto: nos países desenvolvidos, ele vem, sobretudo, das empresas, o que não se verifica no Brasil. Aqui, apesar da crescente produção científica de circulação internacional e da significativa formação de doutores e recursos humanos em saúde, o baixo comprometimento do setor empresarial com as atividades de P&D enfraquece o Ceis.
Essa multiplicidade de atores é um reflexo das peculiaridades da saúde, área que congrega alto potencial de geração de conhecimentos científicos, importante base econômica, consumo de massa e destacada presença do Estado na regulação e na promoção de atividades de inovação. A saúde responde por cerca de 20% do gasto mundial com atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D). Entretanto, 96% desse gasto ocorrem nos países de renda alta: os restantes 4% se dividem entre todos os demais países, inclusive o Brasil. Outra diferença é o perfil do gasto: nos países desenvolvidos, ele vem, sobretudo, das empresas, o que não se verifica no Brasil. Aqui, apesar da crescente produção científica de circulação internacional e da significativa formação de doutores e recursos humanos em saúde, o baixo comprometimento do setor empresarial com as atividades de P&D enfraquece o Ceis.
Como consequência, acentua-se no país o déficit comercial em
saúde, que chegou a US$ 10 bilhões em 2011, sobretudo em produtos de maior
densidade tecnológica. “A reduzida inserção empresarial nas atividades
produtivas de maior densidade tecnológica e nas atividades de P&D e de
inovação torna vulneráveis tanto a competitividade do sistema produtivo quanto
a política nacional de saúde e a perspectiva de um sistema de proteção social
universal”, argumentam os autores. Essa vulnerabilidade se torna mais evidente
ao considerar que, no Brasil, enquanto o gasto em P&D é feito,
principalmente, pelo Estado, o gasto em saúde é, predominantemente, privado.
Na maior parte dos países Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), o gasto público responde, em média, por 71%
do gasto total em saúde. No Mercosul, esse percentual é de 55,6% e, no Brasil,
especificamente, ele cai ainda mais, para 44%. Este dado revela uma
inconsistência em relação aos preceitos do Sistema Único de Saúde (SUS).
Reforça também a necessidade de um acentuado aumento do financiamento público
dos serviços de saúde e, ao mesmo tempo, do fortalecimento da base produtiva
nacional – afinal, conforme defendido no livro, as bases industriais e de
serviços estão fortemente interligadas.
Identifica-se, pois, uma dupla fragilidade: por um lado, a base
produtiva nacional da saúde está assentada em produtos e processos de menor
densidade tecnológica; por outro, parcela expressiva da população não tem
acesso a bens e serviços de saúde. E esse quadro pode ainda se agravar, visto
que a dinâmica demográfica e epidemiológica aponta para transformações nas
necessidades de saúde. O envelhecimento da população e o aumento da prevalência
de doenças crônico-degenerativas criam novas demandas para a área da saúde, com
impacto sobre sua base produtiva.
Responder a essas demandas é um desafio, sobretudo em um mercado
global altamente competitivo, marcado por aquisições e fusões de grandes
empresas, que dominam a biotecnologia e outros segmentos intensivos em
tecnologia. O desafio, contudo, vem acompanhado por oportunidades para que o
Brasil fortaleça seu complexo produtivo da saúde, uma vez que se observam: a
tendência de crescimento do mercado nacional e do mercado público; a existência
de um parque de bens industriais e de serviços instalado no país; o ambiente
político favorável; o ambiente regulatório relativamente organizado; e uma base
científica avançada no campo da saúde.
Para aproveitar essas oportunidades, é necessário pautar ações de longo prazo para o desenvolvimento do CEIS em perspectiva estratégica. Nesse sentido, os autores comentam ações como o novo Profarma (Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Cadeia Produtiva Farmacêutica); os Fundos Setoriais e os mecanismos de subvenção econômica para fomento às atividades de C&T nas empresas; o programa Mais Saúde; as mudanças do marco regulatório no âmbito do Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde; o avanço normativo na Anvisa; e a atuação do Grupo Interministerial de Propriedade Intelectual, entre outras.
Para aproveitar essas oportunidades, é necessário pautar ações de longo prazo para o desenvolvimento do CEIS em perspectiva estratégica. Nesse sentido, os autores comentam ações como o novo Profarma (Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Cadeia Produtiva Farmacêutica); os Fundos Setoriais e os mecanismos de subvenção econômica para fomento às atividades de C&T nas empresas; o programa Mais Saúde; as mudanças do marco regulatório no âmbito do Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde; o avanço normativo na Anvisa; e a atuação do Grupo Interministerial de Propriedade Intelectual, entre outras.
Reconhecendo que a tensão entre o interesse privado e o público,
inerente ao capitalismo, se expressa de modo incisivo no desenvolvimento do
CEIS, o livro reafirma a necessidade de políticas e ações que estabeleçam nexos
entre as dimensões econômica e social da saúde. Além de Carlos A. Grabois
Gadelha, assinam a obra José Maldonado, Marco Vargas, Pedro R. Barbosa e Laís
Silveira Costa, todos pesquisadores do Grupo de Inovação em Saúde da Escola
Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz). O livro, elaborado no âmbito da
Fiocruz, representa uma versão revista e atualizada da análise sobre o complexo
produtivo da saúde que integrou o projeto Perspectivas de Investimento no
Brasil, desenvolvido pela UFRJ e Unicamp, em parceria com o BNDES."
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
A coxinha virou remédio?
Matéria publicada na revista exame (www.exame.com).
Escrita por Márcio Kroehn (marcio.kroehn@abril.com.br)
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Prolifera nos tribunais de rodo o país uma nova modalidade de
demanda — os processos que exigem do sistema público de saúde o pagamento de
dietas especiais para o tratamento de doenças. Ocorre que boa parte deles é
questionável. Dos 241 processos da área da saúde que estão em julgamento, quase
10% são de terapias alimentares, no mínimo, esquisitas. Em Minas Gerais, uma
dessas ações condenou a Secretaria Estadual de Saúde a pagar — e a entregar em
domicílio — uma porção diária de coxinhas ao reclamante que venceu a causa. O
juiz se baseou na receita médica anexada aos autos, que apenas indicava a dieta,
sem explicá-la, e nâo considerou válido o argumento do advogado da secretaria de
que a gordura do quitute, na verdade, prejudicaria a saúde do paciente. A porção
custa 500 reais mensais ao governo mineiro. Para o país, a conta com as dietas
especiais é indigesta: 30 milhões de reais por ano.
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sábado, 17 de novembro de 2012
Dicas de filmes para profissionais de saúde - Parte VII
E a saga continua. Até o momento, este humilde blog já recomendou 27 filmes que todos os profisionais de saúde deveriam assistir. Temos recebido sugestões e comentários de alguns que assistiram algum dos filmes.
Caso queira ver os outros filmes, visite o Blog do Marco Aurélio, acessando ao lado direito o marcador Dicas de Filmes, ou acesse: http://marcoaureliofarma.blogspot.com.br/search/label/Dicas%20de%20filmes
Abaixo, mais dois filmes....espero que curtam:
DECISÕES EXTREMAS - Extraordinary Measures
Extraordinary Measures é uma trama baseada em fatos reais que conta o drama de John Crowley (Brendan Fraser), um homem que desafia a sabedoria convencional e as probabilidades, e arrisca o futuro de sua família ao buscar a cura da doença congênita que ameaça a vida de seus filhos.
Com o apoio incondicional de sua mulher, Aileen Crowley (Keri Russell), eles procuram a todo custo uma cura para a doença dos filhos. Eles encontram uma esperança ao conhecer o brilhante e excêntrico cientista Dr. Stonehill (Harrison Ford).
Juntos eles fundam uma empresa bio-tech focada em desenvolver uma droga que salve a vida das crianças e que prove que as teorias do cientista estavam certas.
"Eles tinham tudo a perder, então arriscaram tudo."
Um filme que mostra que não podemos esperar por um milagre... precisamos fazer um.
Sinopse e imagem extraídas de: http://refilmagem.com.br/filme/decisoes-extremas
SEM LIMITES
Há anos o escritor Eddie Morra (Bradley Cooper) esta sofrendo um bloqueio criativo. Quando um velho amigo lhe apresenta um remédio revolucionário sua vida muda instantaneamente. Com o remédio Eddie passa a usar 100% do seu cérebro. Ele consegue lembrar de tudo que já leu, ouviu ou viu em toda sua vida. Aprende línguas, faz cálculos, consegue ler e escrever muito rapidamente. Porém para que tudo isto ocorra ele precisa tomar o remédio todo dia. Em poucas semanas Eddie vira o rei de Wall Street chamando a atenção do mega empresário Carl Van Loon (Robert De Niro) que o contrata para fechar um dos maiores negócios da história. Tendo se tornado uma pessoa perfeita ele agora passará a viver sem limites.
Snopse e imagem extraídas de: http://refilmagem.com.br/filme/sem-limites
Avanços no tratamento do Diabetes no SUS
"Paciente com diabetes no Brasil gasta R$ 5,9 mil por ano com tratamento"
Publicado no dia 16/11/2012 - Brasil Econômico
Jornalista: Érica Ribeiro (eribeiro@brasileconomico.com.br)
Gastos públicos com internações em 2011 foram de R$ 89,3 mi; no primeiro semestre de 2012, R$ 43,4 mi
Os caminhos para a prevenção do diabetes e o tratamento da doen ça estão mais eficazes, mas ainda há um longo caminho a percorrer. O Dia Mundial do Diabetes foi lembrado na última quarta feira e, segundo levantamento do Ministério da Saúde, houve uma estabilização decorrente do diabetes. O estudo mostrou que nos primeiros semestres dos anos de 2010 a 2012, a média de hospitalizações foi de 72 mil, número visto como um avanço pelo ministério por conta do crescimento do acesso a medicamentos gratuitos e ampliação dos cuidados de atenção básica no país. Um estudo da médica Luciana Bahia, do depar tamento de Farmacoeconomia da Sociedade Brasileira de Diabetes, chamado Escudi Estudo de Custos do Diabetes, aponta que o envelhecimento da população e o aumento do diabetes no mundo são algumas das causas do impac to econômico provocado pela doença, que, por sua vez, exige maior demanda por tratamento. Para o estudo, realizado em 2007, foram ouvidos mil pacientes adultos em oito cidades brasileiras, do ponto de vista do tratamento am bulatorial, ou seja, medicamentos, tiras reagentes, insulina, exa mes e consultas
"O dado per capita por ano era de
RS 2.900 em 2007 e, atua lizados para 2012, levando em conta a inflação no
período, verificamos que este custo subiu para RS 5.200 por ano por pessoa no
Brasil, tomando por base o atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS). Já no sistema
privado, o paciente gasta R$ 12 mil por ano por pessoa", explica Luciana
Bahia.
Ela ressalta que quando há complicações
decorrentes da doença, o gasto quase triplica no SUS. Em 2012, segundo
ela, o Ministério
da Saúde gastou só com insulina R$ 15 milhões.
"O programa de assistência ao
diabético na farmácia popular é grandioso. O Brasil é o maior comprador de
insulina do mundo. É uma doença que tem um alto impacto económi co, clínico e
social. O paciente morre mais cedo, se aposenta mais cedo e todos estes aconte
cimentos geram impactos eco- nômicose familiares", acrescen ta a médica.
A oferta de medicamentos gratuitos por
meio do programa Saúde Não Tem Preço começou em fevereiro de 2011. Desde o
início do programa, 4,1 milhões de pessoas foram beneficiadas com medicamentos
para trata mento do diabetes sem gastos. O ministério também levantou dados
sobre o custo com inter nações por diabetes, no período de 2010 ao primeiro
semestre de 2012. Somente com interna ções, os gastos públicos em 2010 foram de
R$ 83,2 milhões e, em 2011, R$ 89,3 milhões e nos seis primeiros meses de 2012,
os custos ficaram em RS 43,4 milhões. O ministério in formou que os gastos do
gover no federal com a doença não podem ser mensurados somente com esses
números, uma vez que há também um forte investi mento na Atenção Básica.
Segundo o presidente da Sociedade
Brasileira de Diabetes, Balduíno Tschiedel, o Brasil tem avançado bastante nos
investimentos em saúde, mas ainda destinamos menos de 9% do Produto Interno
Bruto (PIB) para este fim. Ele elogiou algumas iniciativas governamentais como
o programa Saúde Não Tem Preço. Mas diz que estas e outras iniciativas ainda
esbarram na falta de capilaridade para que os resultados sejam ainda mais
eficientes: "O programa do governo de acesso a medicamentos veio em boa
hora e ajuda em muito portadores de doenças crônicas como o diabetes. Mas
ainda há muito caminho pela frente no que diz respeito à capilaridade do
sistema. Mas não podemos deixar de elogiar iniciativas do ministério,
sobretudo ao diabetes tipo 2".
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