sábado, 28 de maio de 2011

Existem "líderes" que não representam ninguém...

Sempre fui defensor das diversas formas de organização. Sendo oriundo do movimento sindical, acredito que não há nada melhor do que nos juntarmos para defendermos o que pensamos, desde que seja de forma organizada. Para deixar um pouco mais claro, esta postagem se deve a minha preocupação com o surgimento de diversas formas de organização que, a meu ver, representam poucos, mas que ousadamente se dizem representantes de muitos. Não quero citar nomes (em que pese que estes se identificarão nesta postagem), mas tenho visto a criação de, por exemplo, algumas associações que se dizem representantes de tantos indivíduos, que acabam por ultrapassar a representação legal exercida por outras entidades. O pior são aquelas que surgem, descumprindo preceitos legais, e são estimuladas por incentivos financeiros pouco claros, apenas para “desorganizar” outras entidades já existentes. Realizam assembléias pouco representativas (basicamente reuniões de diretorias), preparam uma ata, registram e vão para o confronto jurídico. O pior é que os que são “representados” por eles, nem sabem que eles existem. Passei por isso enquanto militante do movimento sindical farmacêutico em muitas situações.

Recentemente recebi algumas opiniões de algumas “entidades”, que na verdade representavam apenas o que pensa parte do seu corpo dirigente (quando não era apenas a opinião do seu presidente).  Ao observarmos os estatutos de algumas delas, sua representatividade acaba sendo maior do que o planeta Terra. O mais grave é quando o dirigente opina, resolve e determina, sem consultar as suas bases (se é que elas existem). Falam em nome de muitos, sendo que estes “muitos” nunca foram convocados a opinar. Sente-se quase que semideuses, sendo que seus “súditos” nem sabem quem são seus “falsos” líderes.

A profissão farmacêutica, segundo o Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica (evento realizado em 2001, no Ceará), além de uma crise de identidade profissional, tem problemas com suas organizações, pelo fato das mesmas não conversarem umas com as outras. É chegada a hora de mudarmos isso. Vamos nos organizar, debater, discutir ao máximo e tirarmos nossas posições. Aglutinar entidades que representam pensamentos, desde que estes pensamentos sejam ouvidos. Devemos desmascarar os “líderes de si mesmos”, que vestem ternos e rumam aos eventos da profissão e falam em nome de pessoas que nem sabem que eles existem. Temos que denunciar que alguns que se sentem falsos messias, usam símbolos de entidades para se propagarem nas redes sociais, apenas para realizarem ataques pessoais que não condizem com os anseios da categoria. O que faz uma entidade é a representação. Quantas vezes você foi chamado a opinar? Você pode não ter ido, o que delega a quem foi, opinar por você...mas você foi chamado?

A democracia  consiste, também,  na capacidade de organização da sociedade, mas principalmente na busca de que as diversas opiniões sejam ouvidas e representadas. Basta dos que se acham tão expertos a ponto de não precisarem consultar ninguém....



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