Meus 2 ou 3 leitores sabem que gosto muito de opinar. “Achar que...” é típico da humanidade. Interessante quando o “achismo” pode ser fundamentado por números. Aí deixa de ser “intuição” e passa a ser fato. No meio do debate, que alguns ainda insistem em trazer, de que o Programa Farmácia Popular pode ter sido prejudicial ao SUS, uma pesquisa feita recentemente demonstra de que ele em nada decresceu a preocupação do Estado com os investimentos no acesso a assistência farmacêutica pública e gratuita. Se considerarmos, como já disse em outras postagens, o Programa Farmácia Popular enquanto estratégia de acesso, a pesquisa que cito aqui apresenta dados de opinião dos que foram ao serviço público em busca do seu tratamento.
O Sistema Nacional de Percepção Social do IPEA entrevistou 2773 residentes em domicílios permanentes entre os dias 3 a 19 de novembro de 2010. O objetivo principal era “Avaliar a percepção da população sobre serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”.
Nesta pesquisa, um dado demonstra o quanto a Política Nacional de Assistência Farmacêutica tem significância: 69,6% opinam como “Muito bom” ou “bom” a distribuição de medicamentos no SUS. Fica em segundo lugar (lembrando que perde para Estratégia Saúde da Família).
O grande detalhe desta pesquisa é de que a melhor avaliação do SUS se dá entre os que o utilizam. Todos somos “SUS-dependentes” (meus alunos vão lembrar bem de quando eu discutia isso em sala de aula), mas existem os que não possuem nenhuma possibilidade de buscar alternativas, senão o sistema público, quando na busca do seu diagnóstico e acesso gratuito ao tratamento.
Eu quero muito não “achar” nada, mas me dá uma irresistível vontade de pensar que a Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) está dando certo. Suas pactuações, ações de descentralização do repasse e centralização de algumas compras, como do componente especializado da assistência farmacêutica, estão corretas.
Como já disse, contra fatos não há argumentos. Por isso, quero parabenizar ao Governo Lula que construiu a PNAF e ao Governo Dilma em buscar a sua continuidade, com o devido monitoramento (conforme já havia), aperfeiçoamento e busca de sua ampliação.
Em tempo, os gráficos acima têm como fonte o IPEA!
2 comentários:
Eu concordo com o seu "achismo" rs. Realmente, a PNAF tem tudo para continuar melhorando, porém ainda falta muita coisa e uma delas, a mais importante é a gestão desta política.É preciso se trabalhar com mais afinco os pontos importantes da PNAF, que é a promoção da saúde e o acesso ao uso do medicamento de forma racional.
parabéns por trazer esta discussão tão importante para os profissionais da saúde, principalmente para os farmacêuticos e também o usuário.
Estamos na era da pesquisa e dos resultados, não temos como ignorar os avanços nos últimos anos da Assistência Farmacêutica, mas sem dúvida aqueles alcançados na era Lula. Agora é a hora de um novo pacto federativo e de um novo rumo para o SUS, onde os resultados são e devem ser permanentemente avaliados. Reforço "os nossos achismos" com mais um ou dois:
será que quando pactuarmos nossos indicadores esse ano, teremos mais motivos para nos alegrar? Será que quando gerarmos, a partir do Hórus e outros sistemas, os consolidados de informações sobre nosso "umbigo" teremos ainda mais motivos para comemorar?
Para termos certezas, sem dúvida temos que mater o "achismo" vivo. Para o bem de todos nós brasileiros.
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