domingo, 13 de fevereiro de 2011

A Farmácia Popular não reduz investimentos na AF Básica!

Na postagem de ontem falei sobre o Termo de Acordo firmado entre as diversas entidades representativas dos setores produtivos e varejistas de produtos farmacêuticos e o Ministério da Saúde. Este acordo é o compromisso público dos que o subscreveram, na garantia da gratuidade para medicamentos indicados para hipertensão e diabetes no Programa Farmácia Popular.  Vale destacar o papel desempenhado pela Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), através do Sec. Carlos Gadelha e do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos (DAF), através do Diretor José Miguel, na construção de tal acordo. Tudo isso acompanhado de perto pelo Ministro Alexandre Padilha.
Gostaria hoje de comentar uma questão que surgiu na criação do programa e ganhou fôlego no último período: O Programa Farmácia Popular não vai restringir o investimento na Assistência Farmacêutica Básica? Queria dizer que isso não ocorreu conforme pretendo demonstrar abaixo, e não vai ocorrer. Não é uma opinião, pois quero me ater a números e não em “achismos”.
Em primeiro lugar, ressalta-se que a criação do DAF no permitiu ao Ministério da Saúde ter completa noção dos investimentos feitos em Assistência Farmacêutica. Diferente do que foi encontrado pelo Governo Lula, investimentos dispersos em diversas áreas e extemporâneos, o DAF concentrou os investimentos e permitiu dar ao Governo, completa noção do quanto se investia nessa área.
Sobre os investimos do Gov. Federal em acesso a medicamentos gostaria de destacar algumas questões:
- Os investimentos em medicamentos no âmbito do Ministério da Saúde, passaram de 1,9 bilhões (2003), para próximo de 6,5 bilhões em 2010. Percentualmente, os principais gastos com medicamento por parte do Ministério da Saúde passou de 5,8% em 2002, para 12,5% em 2010 dos gastos totais em saúde.

- Na Assistência Farmacêutica Básica, o repasse do MS para os Municípios passou de 176 milhões (2003), para 987 milhões em 2010. Enquanto o repasse para os Municípios era de R$ 1,00 per capita em 1999, em 2010 foi de R$ 5,10.
- A lista de medicamentos na Assistência Farmacêutica Básica subiu substancialmente.
- O Ministério da Saúde lançou as “Diretrizes para estruturação das farmácias no âmbito do SUS”. Além disso, sugeriu e pactuou na CIT (Comissão Intersetorial Tripartite) a possibilidade de uso de 15% do repasse dos Estados e Municípios para a aplicação em estruturas e qualificação da assistência farmacêutica básica.
Já havia destacado os pontos acima em outra postagem. Por fim, destaco a última pesquisa IPEA, muito divulgada na mídia, cujo resultado diz que: “O principal ponto positivo do SUS, de acordo com a percepção dos entrevistados, é o acesso gratuito aos serviços de saúde prestados pelo Sistema (52,7%), seguido, nesta ordem, pelo atendimento universal (48,0%) e pela distribuição gratuita de medicamentos (32,8%).”
Bom, teria muito mais dados a serem apresentados, mas com o que foi exposto acima, fica claro que o Programa Farmácia Popular em nada reduziu o investimento na AF Básica. Enfim, contra fatos, não há argumentos!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Gratuidade na Farmácia Popular.

Alguns dos 2 ou 3 leitores desse blog têm levantado algumas discussões as quais tenho gostado muito. Muito pelo tema, mas principalmente  por discutir. Sempre achei esse um dos momentos mais importantes na construção de algo. Seja esse algo com visões a curto, médio ou longo prazo. Debater é fundamental, desde que se opine não apenas galgado em velhos conceitos. O “estranho” costuma assustar, inovações podem causar temores, mas são importantes para se saltar na história. Por vezes, alguns dos saltos podem ser para trás, o que não é o caso em questão, mas geram conhecimentos importantes para o avanço.
O Programa Farmácia Popular do Brasil, criado em 2004 e expandido em 2006, instigou grandes discussões desde o seu início. Enfrentou críticas, fossem elas preconceituosas ou de cunho construtivo. Ousou em dizer que se colocava enquanto uma “estratégia” de acesso a medicamentos. E a conclusão é de alcançou isso. Hoje, são mais de 2.000.000 de usuários por mês, com aprovação de mais de 70% pela população.
No início, muitas dúvidas surgiram como: E o investimento na assistência farmacêutica básica será reduzido? Quem controlará isso? Será que o investimento dará conta da demanda? Será que dará certo? Ele garantirá o princípio da universalidade? Vai acabar com as farmácias e drogarias do País?
Depois de 6 anos de sua implantação, podemos dizer que o Programa Farmácia Popular deu certo. Pode melhorar? Sempre. Está finalizado? Não. Então, qual o medo do Programa? Aí mora o mote desta e de outras postagens que pretendo fazer aqui.
Em virtude do momento em que vivemos, resolvi iniciar pelo assunto que domina a maioria dos debates sobre o tema: a gratuidade para os usuários que vierem a adquirir seus medicamentos para o tratamento da hipertensão e diabetes. Sobre isso, vale a pena responder a primeira grande pergunta: Quem vai pagar a conta que o usuário não mais pagará? Sobre isso, gostaria de lembrar o seguinte:
- A gratuidade, promessa de campanha da Presidenta Dilma, foi debatida com os setores envolvidos diretamente com o tema: produtores de medicamentos e as farmácias e drogarias. No dia 03 de fevereiro de 2011, depois de diversas discussões com os setores, representados pelas suas entidades (ABRAFARMA, ABCFARMA, FEBRAFAR, SINDUSFARMA, PRÓ-GENÉRICOS, ALANAC e INTERFARMA), foi assinado um acordo onde todos se dispunham a buscar garantir a efetividade da gratuidade. Portanto, não foi “apenas” o cumprimento de uma promessa e nem se deu por uma ação unilateral por parte do Governo Federal. O que de fato ocorreu foi uma redução no valor de referência do medicamento, tirando do usuário qualquer pagamento para obter esses medicamentos e sem o aumento de investimentos por parte do Ministério da Saúde.

Seria preciso um espaço muito maior para esclarecer alguns pontos, mas no que de fato importa, o mercado foi convidado a cumprir um importante “papel social”. E aceitou! Garantir medicamentos para os diversos pacientes hipertensos e diabéticos do País trás, consequentemente, redução em casos de internações e mortes no País. Só isso já justificaria muita coisa....
Muitas perguntas ainda estão por ser respondidas, mas isso fica para outras postagens. Tenho muitas das respostas, podem até não convencer, mas são respostas. São opiniões? Não, pois para construir uma política, devemos ultrapassar a barreira opinativa e partir para a construção desta, galgados em fatos.
Para acessar o acordo citado acima, acesse:
Em breve, novas postagens sobre o tema....

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A prece de um(a) farmacêutico(a)

Já postei de tudo nesse blog: histórias, opiniões, reclamações, entre outros. Dia desses tive um sonho. Um sonho que me fez pensar e muito, como muitas coisas provocam em minha vida. Sonhei com muitos que se foram, com alguns que tombaram em suas lutas e muitos que ainda estão por lutar! Pensei nos meus 18 anos de formado e lembrei de quantas coisas passamos, enquanto farmacêuticos. Neste momento me ative de que nunca agradeci. Não seria o momento de fazê-lo? Sim, seria, mas queria também pedir. Pedir por muitos e por mim. Resolvi conversar com alguns que devem estar mais perto do Criador do que eu. Não que eu não esteja, mas lembrei de outros que cumprem melhor o seu papel católico. Neste sentido, pensamos na oração abaixo:
“Senhor, tenho muitos pecados, mas, humildemente, peço-te que olhe por minha profissão e faça com que sejamos, de fato, profissionais de saúde.
Afaste de nós o possível egoísmo que nos cega, a ponto de acharmos que o que fazemos, é o mais importante para o avanço profissional. Permita-me poder constatar que existem muitos, iguais a mim, que lutam pelo o que luto. Não me deixe pensar que um igual é um inimigo, pelo simples fato dele não concordar comigo.
Afaste de nós a dificuldade de entender as mudanças de paradigmas e as inovações. Não me deixe achar que o que fazemos há tempos é certo, pelo simples preconceito em acharmos que as novidades são burras.
Afaste de nós o mero desconhecimento da opinião pública. Ela até pode estar errada, mas cabe a nós interpretarmo-las e mudá-las se possível, desde que estejamos embebidos pelo espírito de compreender o momento e a vontade de buscar o impossível.
Não permita que nos acomodemos em achar que não podemos mudar as grandes questões, pelo simples fato de sermos apenas um. Que estejamos unidos para promovermos as mudanças que achemos necessárias.
Faça com que os estudantes da profissão sigam o caminho do bem, assim como peço pelos profissionais. Permita-nos demonstrar que somos capazes de não estarmos vendidos para idéias retrógradas ou pré-concebidas e que sejamos baluartes de mudanças necessárias em prol da população.
Faça com que estudantes e profissionais saibam se organizar em suas entidades representativas. Que as disputas por espaços políticos estejam embasadas na vontade de representar e não na mera vontade de “ocupar”. Que saibamos entender as limitações das leis e entendamos o que devemos fazer para que elas se tornem realidades
Que nossos ancestrais fiquem orgulhosos não pelo o que somos, mas pelo o que fazemos em prol da coletividade. Que lutemos sem temor, sem perder a capacidade de amar e respeitar o inimigo. Que sejamos protagonistas, e não co-participantes. Que saibamos diferenciar o “que é” em contraposição ao “o que há de ser”.
Desejo, meu Pai, que tenhamos a internet como um meio e não como um fim. Que não nos bastemos em apenas “opinar”, mas que participemos, de fato, dos fóruns de opinião e deliberação. Que sejamos livres em nossos pensamentos, mas comprometidos com o desejo de mudar para o melhor.
Abençoe essa profissão....a população nos merece e nós a ela.
Amém!"
Bom, essa tem sido uma de minhas orações...ou aspirações? Já rezou hoje?

Imagem extraída de:

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Minha "Comenda do Blog" para um Boticário.

Estou escrevendo um livro (faz uns 5 anos) falando sobre a história da profissão farmacêutica, referindo-me, principalmente, à personagens pouco conhecidos e que quase não são citados nos livros já existentes. Como pretendo dedicar a “Comenda do Blog do Marco Aurélio”, para algumas pessoas, faço esta postagem.


Fui motivado por ler hoje nos jornais cariocas de que o Largo do Boticário precisa de manutenção. O nome foi dado ao Largo em 1831 e é tombado pelo patrimônio histórico. É uma homenagem ao Boticário Joaquim Luiz da Silva Couto, que ali viveu. O Largo do Boticário fica no Bairro do Cosme Velho, no Rio de Janeiro, próximo ao Corcovado.


Abaixo destaco algumas citações sobre o Largo e os sites de referência:
“Apenas sete casas compõem outro belo recanto do Rio de Janeiro. Batizado em homenagem a Joaquim Luiz da Silva Souto, boticário da família real que ali morou em uma fazenda, o Largo do Boticário exibe telhados e fachadas coloniais, calçamento estilo pé-de-moleque, árvores centenárias e possui, ainda, o supremo privilégio de ter como vizinhos o Rio Carioca e um belo trecho de Mata Atlântica. Reduto de grandes artistas, o Largo tem promovido, ao longo dos anos, as mais diversas manifestações artísticas e culturais, levando até o bairro do Cosme Velho um grande número de turistas.”
“No bairro do Cosme Velho, ali estava o sítio ou chácara do sargento mor Joaquim Luís da Silva Souto, boticário da família real, conhecido por saber preparar bons xaropes e unguentos. Hoje tem lindas casas, algumas mansões muito reconstruídas ou construídas recentemente seguindo o padrão colonial, onde se abrigam alguns antiquários e pintores.”

Sites de referência desta postagem:
Imagem extraída de:



sábado, 5 de fevereiro de 2011

Novas dicas de filmes para profissionais de saúde

Pois então, novas dicas de filmes para profissionais de saúde. Obrigado pelas sugestões recebidas e não deixem de continuar encaminhando novas dicas.

Perfume – A história de um assassino.
“Paris, 1738. Jean-Baptiste Grenouille (Ben Whishaw) nasceu em um mercado de peixe, onde sua mãe (Birgit Minichmayr) trabalhava como vendedora. Ela o tinha abandonado, mas o choro de Jean-Baptiste faz com que seja descoberto pelos presentes na feira. Isto também faz com que sua mãe seja presa e condenada à morte. Entregue aos cuidados da Madame Gaillard (Sian Thomas), que explora crianças órfãs, Jean-Baptiste cresce e logo descobre que possui um dom incomum: ele é capaz de diferenciar os mais diversos odores à sua volta. Intrigado, Jean-Baptiste logo demonstra vontade de conhecer todos os odores existentes, conseguindo diferenciá-los mesmo que estejam longe do local em que está. Já adulto, ele torna-se aprendiz na perfumaria de Giuseppe Baldini (Dustin Hoffman), que passa por um período de pouca clientela. Logo Jean-Baptiste supera Baldini e, criando novos perfumes, revitaliza a perfumaria. Jean-Baptiste cada vez mais se interessa em manter o odor de forma permanente, o que faz com que busque meios que possibilitem que seu sonho se torne realidade. Só que, em suas experiências, ele passa a tentar capturar o odor dos próprios seres humanos.”
Gattaca – A Experiência Genética
“Num futuro no qual os seres humanos são criados geneticamente em laboratórios, as pessoas concebidas biologicamente são consideradas "inválidas". Vincent Freeman (Ethan Hawke), um "inválido", consegue um lugar de destaque em corporação, escondendo sua verdadeira origem. Mas um misterioso caso de assassinato pode expôr seu passado.”
Os filmes acima vieram por sugestão de um dos 2 ou 3 leitores deste blog, a farmacêutica e professora Rosa Rodrigues, a quem já agradeço a dica. Segundo ela, “Perfume – A história de um assassino” é interessante pois “descreve processos extrativos”. O segundo filme, um clássico, aborda a engenharia genética sob a ótica do seu impacto na sociedade. O filme abaixo é uma dica do Blog e está em cartaz. Não é recomendado pelo Jornal O Globo (o bonequinho dormiu).
Amor & outras drogas -
“Jamie Randall (Jake Gyllenhaal) é um sedutor incorrigível do tipo que perde a conta do número de mulheres com quem já transou. Após ser demitido do cargo de vendedor em uma loja de eletrodomésticos, por ter seduzido uma das funcionárias, ele passa a trabalhar num grande laboratório da indústria farmacêutica. Como representante comercial, sua função é abordar médicos e convencê-los a prescrever os produtos da empresa para os pacientes. Em uma dessas visitas, ele conhece Maggie Murdock (Anne Hathaway), uma jovem de 26 anos que sofre de mal de Parkinson. Inicialmente, Jamie fica atraído pela beleza física e por ter sido dispensado por ela, mas aos poucos descobre que existe algo mais forte. Maggie, por sua vez, também sente o mesmo, mas não quer levar adiante por causa de sua doença.”


Imagem extraída de: