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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

MS: Revista Veja erra na abordagem sobre cooperação para o Mais Médicos.

NOTA DE ESCLARECIMENTO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE - PUBLICADA EM 23/08/2014.

DISPONÍVEL EM http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/14345-revista-veja-erra-na-abordagem-sobre-cooperacao-para-o-mais-medicos

"A  revista erra, pela segunda semana consecutiva, ao tratar da relação de cooperação do Brasil, Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) e o governo de Cuba.
Os recursos orçamentários destinados ao Mais Médicos independem da origem do profissional. Trata-se de um valor estipulado por edital e representa o número de participantes oferecidos.
Basta analisar que, em todos os cinco ciclos de inscrição  para o programa, respeitamos sempre a prioridade para os médicos brasileiros. As vagas não escolhidas pelos brasileiros foram oferecidas para médicos brasileiros formados no exterior e para intercambistas individuais, de diversas nacionalidades, sem diploma validado no Brasil.  Somente após o cumprimento deste percurso as vagas forma preenchidas pelos médicos cubanos. Isso significa que, se 100% das vagas fossem preenchidas pelas inscrições individuais, não existiria termo de cooperação com a Opas e muito menos o repasse de recursos para trazer médicos cubanos.
A realidade é que apenas 12% das vagas foram preenchidas nessas duas primeiras etapas. Mas centenas de cidades ainda precisavam de médicos para atuar em sua rede de atenção básica e dar assistência adequada a sua população.
A solução foi optar pelA cooperação com a Opas, em um tipo de acordo semelhante ao firmado com outros 63 países.
O cálculo do novo termo, publicado no diário oficial de segunda-feira (18), obedeceu as mesmas condições fixadas pelo edital do Programa 
O novo termo manterá os 11.429 cubanos que atuam no Programa em mais de 3.500 cidades com histórica dificuldade para provimento e fixação de profissionais. Esses médicos representam quase 80% dos mais de 14,4 mil participantes do Mais Médicos e mais de 2.700 cidades são atendidas exclusivamente por eles.
Para superar a carência de profissionais no Brasil, além desse fornecimento considerado emergencial, ou seja, não permanente, o Mais Médicos também está expandindo e qualificando a graduação e a residência médica, com a criação de 11,5 mil vagas de graduação em medicina e 12,4 mil bolsas de residência médica. Também estão sendo revistas as diretrizes curriculares de medicina visando melhoria da formação do profissional médico para sua atuação na rede básica de saúde.
Com o foco na valorização desse importante pilar da saúde pública, capaz de resolver 80% dos agravos de saúde da população, o Ministério tem ampliado a cada ano os recursos destinados a atenção básica. Só neste ano, está previsto o repasse de R$ 20 bilhões. Esse incremento de investimentos já impacta positivamente na assistência à população.
O Ministério da Saúde também deixa registrado que não foi efetivamente procurado para a primeira reportagem do fim de semana (16 e 17 de agosto) e teve sua carta de resposta não publicada nesta edição".

domingo, 20 de julho de 2014

Nota de esclarecimento do Ministério da Saúde sobre o Prog. Mais Médicos.

O Ministério da Saúde esclarece que a participação de profissionais cubanos no Programa Mais Médicos ocorre por meio de cooperação com a Organização Pan-Americana de Saúde, que é responsável pela interlocução com o governo de Cuba. Esses profissionais atuam no Brasil em modelo similar ao adotado em convênios com outros 63 países. Todos os acordos são coletivos e o pagamento dos médicos é feito pelo governo cubano. Não existem convênios internacionais disponíveis sem a intermediação de Cuba.

Com mais de 14,4 mil profissionais, o Mais Médicos atinge 50 milhões de brasileiros. Os médicos cubanos representam quase 80% do total de profissionais e mais de 2.700 cidades são atendidas exclusivamente por eles.
No Mais Médicos, a atuação dos estrangeiros está prioritariamente nas regiões de maior necessidade, como no interior e nas periferias, e nas Unidades Básicas de Saúde que não tinham médicos.

Os médicos estrangeiros que participam do Programa são formados por instituições reconhecidas por seus países e, especificamente sobre os cubanos, a maioria deles possui experiência em outras missões e são especialistas em saúde da família.

A submissão dos médicos estrangeiros ao exame de revalidação de diploma prejudicaria a fixação dos profissionais no interior e nas periferias, bem como a atuação exclusiva na atenção básica. Isso porque os profissionais aprovados pelo Revalida estão autorizados a exercer a medicina livremente, ou seja, concorrem com os profissionais brasileiros no mercado nacional e poderiam se fixar em qualquer região do país, nos serviços públicos ou privados. Dessa forma, pelo histórico de fixação dos médicos no Brasil, eles também se fixariam nos grandes centros urbanos e não nos locais de maior necessidade.

O Programa possui 14,4 mil médicos. Se inscreveram por adesão, 1.846 brasileiros e outros 1.187 médicos formados fora do Brasil, o que representa apenas 20% dos profissionais. somente dois médicos de nacionalidade cubana se inscreveram individualmente, representando menos de 0,01% da oferta. O acordo internacional supre 80% da ação. Portanto, se o programa contasse apenas com inscrição individual de médicos, cerca de 40 milhões de brasileiros continuariam sem acesso à atenção médica.


Publicado em Blog da Saúde
http://blog.saude.gov.br/index.php/570-destaques/34186-nota-de-esclarecimento-sobre-o-programa-mais-medicos

sábado, 8 de março de 2014

Parabéns mulheres, parabéns "Mais Médicas"!

E chegamos no dia 8 de março de 2014. Não apenas nessa data, mas é um bom momento para fazermos um balanço do quanto temos avançado na luta de gênero pela garantia de plenos direitos e igualdade de oportunidades. Não tenho dúvida de que avançamos, mas essa é uma luta permanente, não apenas das mulheres, mas de toda a sociedade. Como já disseram, é um dia além de rosas vermelhas e bombons.

Além do balanço, vale o momento para que sejam feitas homenagens. Homenagens às mulheres que lutaram e lutam permanentemente, às que se foram e às que ainda virão. Dia de parabenizar, reconhecer e mais do que isso, colocar-se ao lado para juntos estarem na mesma trincheira. Sendo assim, este humilde blog quer fazer sua homenagem. Temos inúmeros exemplos de trabalhadoras, donas de casa, militantes. Também existem as que por um motivo nobre ganharam destaque na imprensa, em um único dia, e que foram esquecidas posteriormente. Como também existem as que nunca foram citadas ou lembradas. São Marias, Anas, Teresas, anônimas para muitos, mas fundamentais para todos,  que fazem suas duplas, triplas jornadas, e por vezes não recebem nem ao menos um obrigado neste dia. Muitas cujas lutas se transformaram em livros e filmes, servindo de exemplo para a humanidade. 

Neste dia 8 de março poderia citar muitos exemplos, mas escolhi um em especial por ser um tema recorrente na mídia e redes sociais. Para congratular todas as mulheres, optei por lembrar e destacar aquelas que se ofereceram para ajudar o próximo, com o lado mais humano de sua formação profissional. Em especial, quero falar das mulheres que aceitaram o desafio de cuidar da saúde dos que mais precisam e se inscreveram no Programa “Mais Médicos”. Daquelas formadas no Brasil ou fora daqui, brasileiras e de outras nacionalidades, que se dispuseram em estar presente nos locais distantes, onde a população raramente pode ser atendida por um profissional médico de maneira permanente. Dignas de reconhecimento, nosso parabéns e muito obrigado para essas bravas mulheres. Para essa postagem vasculhei a internet para encontrar algumas histórias. As fontes de onde retiramos as histórias encontram-se no final do texto.

Começo por parabenizar Alicia Gell, médica cubana que veio para o Brasil na década de 90, antes do Programa Mais Médicos, a convite do Prefeito de Itinga, no Vale do Jequitinhonha. Na época, para visitar uma paciente, percorria um trecho de carro, até onde podia. Após isso, caminhava “por dois quilômetros no meio do mato, atravessando córrego, cerca, caminhos íngremes e outros obstáculos. Ali morava uma mulher de 62 anos com artrite reumatoide e um neto de 34 anos, com síndrome de down” (1). Também parabenizo e agradeço Martha Marisela Valle Lopez, médica cubana, que chegou em dezembro de 2013 no município de Acari, no Rio Grande do Norte para atuar pelo Programa (2). Parabéns para a médica brasileira Helenita Yolanda Monte de Hollanda, que trocou a medicina privada para atuar pelo Programa em Salvador. Disse ela: “Queria dar uma contribuição social maior do que aquela que eu dava na medicina privada” (3). Um agradecimento também para a médica cubana Mirta Consuelo, que está atuando numa Unidade Básica de Saúde no município pernambucano de Afogados de Ingazeira. Dra. Mirta foi muito elogiada por uma mãe que teve seu filho atendido pela médica: “Eu procurei a unidade de saúde porque ele estava com problema tipo no sistema nervoso. Ela acolheu bem, falou devagar, explicado, conversou com ele, perguntou o porquê dele estar fazendo aquilo, está chorando bastante, se estava acontecendo alguma coisa em casa. Ela passa o dia na unidade de saúde e a consulta ficou bem melhor porque ela tem tempo de escutar o paciente, na questão da prescrição de exames, conversar e explicar direitinho o que está acontecendo, ela examinou ele todinho.  A minha nota é dez” (4). Por fim, parabéns para a médica cubana Maricel Mejias, que atua pelo Programa no município de Embu das Artes – SP. Muito elogiada pelo atendimento humanizado, tem nas visitas domiciliares uma de suas atividades preferidas. Disse a médica para um repórter: “O SUS tem uma concepção excelente. Vocês estão agora encontrando um caminho e têm tudo para conseguir. Nós estamos aqui para ajudá-los nisso”. Em nome dessas guerreira quero parabenizar a todas as mulheres que transformam o mundo, em um lugar melhor para se viver. Para as médicas intercambistas que foram alvos de atitudes preconceituosas e hostis, peço desculpa. Não é o que o povo brasileiro pensa, mas uma minoria que não nos representa. Que estas sejam acolhidas, assim como outras tantas foram, da melhor maneira possível. Para as médicas brasileiras, nosso muito obrigado e orgulho por se apresentarem ao seu País. Para as que estão longe de seus familiares, que encontrem o mesmo ambiente junto aos seus pacientes. Enfim, dia 08 de março, parabéns mulheres, por existirem e fazerem a diferença!

Fonte:
  1. http://www.otempo.com.br/opini%C3%A3o/j%C3%BAlio-assis/alicia-uma-m%C3%A9dica-cubana-1.706543
  2. http://www.romeudantas.com/2013/12/medica-cubana-que-atendera-em-acari.html
  3. http://www.blog.saude.gov.br/index.php/maismedicos/33671-medica-brasileira-trocou-a-medicina-privada-para-atuar-pelo-mais-medicos-em-salvador
  4. http://www.blog.saude.gov.br/index.php/maismedicos/33286-maismedicos-medica-cubana-se-destaca-em-municipio-pernambucano
  5. http://www.redebrasilatual.com.br/saude/2013/12/com-atendimento-humanizado-medica-cubana-em-embu-das-artes-prioriza-educacao-5043.html





domingo, 9 de fevereiro de 2014

A pedagogia dos médicos cubanos.

Texto de Emir Sader, publicado 08/02/2014 no Blog do Emir, na Carta Capital.

Disponível em: http://www.cartamaior.com.br/?/Blog/Blog-do-Emir/A-pedagogia-dos-medicos-cubanos/2/30214



“As médicas cubanas parecem empregadas domésticas.” A afirmação, a mais expressiva da onda de expressões de intolerância e de discriminação racista, feita por uma jornalista brasileira de direita, representa, sem perceber, o mais significativo elogio de Cuba.

Diante das necessidades de atendimento médico da população, o governo brasileiro, depois de convocar a médicos brasileiros a ocupar os postos nas regiões do país com mais necessidades e menor atenção, fez um convênio com o governo de Cuba para trazer ao Brasil profissionais de saúde do país que inquestionavelmente tem uma das melhores, senão a melhor medicina social do mundo. Os extraordinários índices de saúde da população cubana – da mortalidade infantil à expectativa de vida ao nascer -, ainda mais pelo nível de desenvolvimento econômico do país, confirmam essa avaliação.

Esse convênio, que poderia passar simplesmente como um a mais entre tantos outros assinados entre o Brasil e Cuba, gerou uma onda de reações que propiciam um diagnóstico social de uma e de outra sociedade, inédito e de uma profundidade inesperada.  Começando pelos próprios médicos brasileiros, na sua grande maioria formados em universidades públicas – as melhores do país -, mas que não são obrigados a entregar praticamente nenhuma contrapartida à sociedade que os formou, de forma gratuita. Frequentemente concluem seus cursos e abrem consultórios nos bairros melhor situados das grandes cidades brasleiras, para atender a uma clientela de grande poder aquisitivo.

Como resultado, o mapa das doenças do país e a localização dos médicos costuma ser brutalmente desencontrado, praticamente oposto: onde estão as doenças, não estão os médicos; onde estão os médicos, não estão as doenças.

Mesmo assim, depois de se negar a atender a população mais pobre – a grande maioria – tentaram impedir que o governo brasileiro trouxesse médicos de fora do pais – de outros países, alem de Cuba – para atender à população. Fizeram manifestações, criaram situações de constrangimento para os médicos cubanos na sua chegada, anunciaram que fariam campanhas contra a reeleição da Dilma, acreditando dispor de autoridade política com seus pacientes.

A declaração com que começa este artigo se insere nesse cenário de elitismo e de falta de sensibilidade social de médicos brasileiros. A frase, que pretende desqualificar a médicas cubanas, porque no lugar da imagem do médico homem, branco, com fisionomia dos doutores dos filmes de Hollywood, são pessoas nascidas no meio do povo cubano, se revela como um imenso elogio da sociedade cubana e em uma crítica da brasileira. Mulheres de origem humilde, que no Brasil seria empregadas domésticas, em Cuba é normal que possam se formar como médicas e expressar sua solidariedade com outros povos, necessitados dos profissionais que Cuba consegue formar em excesso para as necessidades do seu país.

Essa reversão do sentido da frase se deu também no plano mais geral da sociedade brasileira que, confundida no começo, muito rapidamente reagiu de forma muito positiva, com mais de 80% apoiando a vinda dos médicos cubanos ao Brasil. Pelas necessidades que passaram a ser atendidas por esses médicos, assim como também pela atenção que imediatamente começaram a receber setores populares muito amplos do Brasil, até ali sem nenhuma assistência ou com atenção médica absolutamente precária. Cidades que nunca tinham tido a presença de médicos, em que a população tinha que se deslocar quilômetros de distância para ter uma assistência esporádica, começam a conhecer um direito essencial à atenção médica direta e permanente, graças aos médicos cubanos.

É um programa de saúde pública, mas que encerra em si mesmo uma lição, uma pedagogia política de grande evidência – que é o que mais incomoda à direita brasileira. Pessoal formado em universidades públicas – e em Cuba todas o são – tem que atender prioritariamente as necessidades fundamentais do seu povo, que além de tudo paga os impostos que financiam as universidades públicas, mas que, via de regra,  não pode ter seus filhos com acesso a essas mesmas universidades – mais ainda aos cursos de medicina.

 O Brasil está avançando como nunca na sua história no combate à desigualdade, à pobreza e à miséria, mas não encontra ainda correspondência nas estruturas educacionais que formam os profissionais de medicina. Daí o apoio de Cuba – que a Dilma agradeceu a Fidel, por ocasião da recente reunião  da Celac em Havana, quando se inaugurou a primeira parte do porto de Mariel, que o Brasil constrói na Ilha, colaborando com a ruptura do bloqueio imposto pelos EUA.


Os médicos cubanos são melhores que grande parte dos médicos que o Brasil tem hoje porque – além da sua excelente formação profissional -, são melhores cidadãos, formados por uma sociedade orientada não pela medicina mercantil, mas pelas necessidades reais da população. A vinda dos médicos cubanos permite, como nenhum manual de educação política, esclarecer princípios das sociedades capitalistas – voltadas para os valores de troca – e das sociedades socialistas – voltadas para os valores de uso. Uma atendendo demandas do mercado, a outra, as necessidades das pessoas.
 

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Programa Farmácia Popular é destaque no "Café com a Presidenta".

Hoje, 20 de janeiro de 2014, o Programa Farmácia Popular foi destaque no programa semana "Café com a Presidenta". A Presidenta Dilma fez um balanço sobre os 3 anos do "Saúde Não Tem Preço". 

Ouça a entrevista pelo Youtube:


Leia a íntegra da entrevista abaixo, disponível em 
http://www2.planalto.gov.br/imprensa/cafe-com-a-presidenta/document.2014-01-20.9785783104/view


Max Gonçalves: Olá, bom dia! Eu sou o Max Gonçalves e começa agora mais um Café com a Presidenta Dilma. Bom dia, presidenta!
 Presidenta: Bom dia, Max! E bom dia aos ouvintes que nos acompanham hoje aqui no Café!
 Max Gonçalves: Presidenta, hoje, eu queria falar sobre o programa Saúde Não Tem Preço, que oferece remédios de graça para a população. O Saúde Não Tem Preço está completando três anos e muita gente já foi beneficiada, presidenta?
 Presidenta: Muita gente foi beneficiada sim, Max. O Saúde Não Tem Preço é um programa importante, porque milhões de brasileiros em todo o país estão sendo beneficiados com o acesso a remédio para doenças crônicas, e, Max, de graça. Em três anos, para você ter uma ideia, nós já distribuímos remédios para quase 18 milhões de pessoas que sofrem de diabetes e de hipertensão, a chamada pressão alta. Esse número, Max, é 20 vezes maior que o número de pessoas que tinham acesso a esses remédios antes da gratuidade. Isso quer dizer, Max, que muita gente que precisava do remédio não estava fazendo o tratamento porque não tinha condições de comprá-lo. E esse tratamento tem de ser contínuo para garantir a saúde das pessoas. Agora, com remédio de graça, ninguém mais precisa interromper o tratamento porque o remédio acabou. Então, ao garantir esse remédio de graça, a gente ajuda as pessoas a preservar a saúde, a fazer o tratamento direitinho tomando cada dose na hora certa, evita tratamentos hospitalares e consequências piores. Isso significa menos complicações de saúde e uma vida muito melhor para o paciente. Sabe, Max, a distribuição gratuita de medicamentos para hipertensão e diabetes foi um compromisso que assumi ainda quando eu era candidata à Presidência da República. Começamos a cumprir esse compromisso logo depois da minha posse, já no início de 2011 quando lancei o Saúde Não Tem Preço. Eu tenho muito orgulho desse programa, porque, com ele, estamos ajudando os brasileiros e as brasileiras a ter mais qualidade de vida para estudar, para trabalhar, produzir e também para se divertir e se dedicar à família e aos amigos. Ao mesmo tempo, evitamos tratamentos dolorosos e custosos, como eu disse, evitamos a perda ou o comprometimento de vidas. Você sabe, Max, com saúde não se brinca.
 Max Gonçalves: Pelo que eu lembro, presidenta, o Saúde Não Tem Preço começou com a distribuição de remédios para hipertensão e diabetes, e depois expandiu também para o remédio contra a asma, não é?
 Presidenta: Boa memória, Max. É isso mesmo. Em junho de 2012, ou seja, um ano e meio atrás, nós começamos a distribuir remédio de graça para o tratamento da asma. Desde então, 1,2 milhão de pessoas, Max, já foram beneficiadas, em especial, as crianças e os jovens. Isso ajudou muita gente a evitar complicações, como, por exemplo, uma pneumonia, que pode levar a criança ou o adulto a ser internado por vários dias em um hospital. Eu não sei se você sabe, Max, que a asma era a segunda principal causa de internação de crianças de até cinco anos no SUS, o nosso Sistema Único de Saúde. Depois, Max, que nós começamos a distribuir os remédios para o combate à asma, nós reduzimos em quase 36 mil o número de internações por conta dessa doença. Isso melhora muito a vida do paciente e da família dele. Todo mundo que é mãe, pai ou avô ou avó sabe o sofrimento que é ver uma criança com asma, ter que sair de casa correndo, às vezes de madrugada, para levar a criança no hospital. Com a medicação adequada, Max, nós evitamos essas internações súbitas e ainda ajudamos a reduzir as filas nos nossos hospitais.
Max Gonçalves: Agora conta para a gente, presidenta, é fácil conseguir o remédio de graça?
Presidenta: É muito fácil, Max. Os medicamentos estão disponíveis em todas as farmácias da rede Aqui Tem Farmácia Popular, que já somam quase 30 mil estabelecimentos em mais de 4 mil cidades de todo o nosso país. São, Max, 14 tipos de remédio para asma, hipertensão e diabetes. Os remédios de graça também, Max, podem ser retirados nas mais de 500 farmácias do governo, que nós montamos em parceria com os estados e os municípios. Para pegar o remédio, a pessoa só tem que levar a identidade, o CPF e, lógico, uma receita médica que esteja dentro do prazo de validade. A receita pode ser tanto de um médico da rede pública como de um médico particular.
Max Gonçalves: O acesso gratuito faz muita diferença para aquelas pessoas com renda menor e que precisam tomar medicação de uso contínuo, não é, presidenta?
Presidenta: Ah, Max, com certeza. Tendo acesso aos remédios de que precisam e fazendo acompanhamento médico adequado nos postos de saúde, com certeza, Max, as pessoas vão ter uma vida mais saudável. Agora, além de ter o remédio de graça, Max, esse acompanhamento ficou muito mais fácil com a chegada dos médicos do Mais Médicos nos postos de saúde de todo o país.
Max Gonçalves: Isso é verdade, presidenta. Com o Mais Médicos fica muito mais fácil diagnosticar e acompanhar essas doenças.
Presidenta: Pois é, Max. Veja, por exemplo, a história da Maria Cícera e da mãe dela, a Dona Lindinalva dos Santos, lá em São Paulo. A Maria Cícera descobriu que tinha diabetes em uma consulta com o Dr. Guillermo Galego, que chegou no final do ano para atender os moradores do bairro Vila Mirante, lá em São Paulo, pelo programa Mais Médicos. Aí, ele receitou o remédio que ela pega de graça no posto de saúde ou na rede Aqui Tem Farmácia Popular. A mãe dela, a Dona Lindinalva, que já tinha diabetes, Max, também pega o remédio de graça, o que faz, para elas, uma tremenda diferença no final do mês. Para a Cícera, ter acesso às consultas e às orientações do Dr. Guillermo e fazer o tratamento da diabetes de graça é um grande alívio, porque na casa dela o orçamento é apertado, a família vive só do salário do marido, que é pedreiro. Com o remédio de graça, elas conseguem comprar mais frutas, mais verduras, cuidar melhor da alimentação seguindo todas as recomendações do médico.
Max Gonçalves: Que legal, presidenta! Além dos remédios de graça, o governo também dá desconto em vários outros medicamentos, não é?
Presidenta: É sim. No Programa Farmácia Popular, nós temos remédios com desconto de até 90% para o controle do colesterol, para o glaucoma, a rinite alérgica, a osteoporose e a doença de Parkinson, além de anticoncepcionais e fraldas geriátricas. Com a receita na mão, o paciente compra o remédio praticamente a preço de custo.
Max Gonçalves: Presidenta, antes de terminar o Café eu queria falar sobre outro importante investimento do governo na saúde das pessoas, que é a vacinação contra o HPV. Fala para a gente, essa é uma novidade da campanha de vacinação deste ano?
Presidenta: É sim, Max, é uma novidade. Porque, na campanha de vacinação de março, nós vamos oferecer a vacina contra o HPV para as meninas de 11 a 13 anos de idade. Cada menina, Max, vai receber três doses de vacina. No ano que vem, nós vamos expandir a vacinação para as meninas de 9 a 11 anos. Com essa ação, nós protegemos as nossas filhas, as nossas netas, contra este vírus, que é responsável por 90% dos casos de câncer de colo de útero no Brasil. Vamos cuidar delas hoje para que, no futuro, elas tenham menos riscos de desenvolver esse câncer de colo de útero. Veja só, para a compra de 36 milhões de doses dessa vacina, o meu governo está investindo mais de R$ 1 bilhão. Essa compra, Max, é feita por meio de uma parceria do Instituto Butantan, lá de São Paulo, com um laboratório particular, que, ao longo de cinco anos, vai transferir para nós toda a tecnologia de produção da vacina, e isso para um laboratório público brasileiro. Ou seja, nós vamos passar a produzir a vacina e, ao mesmo tempo, vamos gerar não só mais saúde, mas mais emprego em nosso país. Além disso, essa parceria barateou muito a vacina, viu, Max, muito mesmo para o governo. Imagina você que uma família, Max, que decidisse comprar a vacina de um laboratório particular teria que desembolsar cerca de R$ 1.000,00 pelas três doses. Com essa parceria, vamos oferecer a vacina de graça para as famílias. O Ministério da Saúde, por sua vez, vai pagar menos de R$ 100,00. Veja só a diferença, Max. Ganha as famílias, ganha as meninas e ganha o recurso público do país, o dinheiro público do país. Isso é um exemplo de como é importante planejar e gastar bem o dinheiro público, tendo como foco principal o bem-estar das pessoas. É isso que nosso governo, Max, está fazendo. Como eu já disse, com a saúde do povo a gente não negocia, estamos apoiando cada brasileira e cada brasileiro para que todos vivam bem, com saúde para que possam estudar, trabalhar, batalhar sempre por uma vida melhor.
Max Gonçalves: Muito bom, presidenta. Agora, infelizmente, o nosso tempo chegou ao fim. Obrigado por mais esse Café.
Presidenta: Max, obrigada. Agora, antes de terminar o Café, eu queria aproveitar para dizer que, no mês que vem, nós vamos ter mais novidades sobre o Mais Médicos, um programa que está melhorando a vida de muita gente por esse Brasil afora. Mas essas novidades, Max, eu só vou contar nos próximos programas. Uma boa semana para você e para todos os nossos ouvintes. Até a semana que vem, Max!
 Max Gonçalves: Combinado, presidenta. Você que nos ouve pode acessar o Café com a Presidenta na internet, o endereço é www.cafe.ebc.com.br. Nós voltamos na próxima segunda-feira. Até lá!

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Entrevista na TV NBR sobre o "Mais Médicos", com Ministro Alexandre Padilha.

PROGRAMA AVANÇOS E DESAFIOS - TV NBR - 08.01.14: 


Nesta entrevista exclusiva, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, faz um balanço do programa Mais Médicos, que terá 13 mil profissionais atuando até abril de 2014. Cerca de 40 milhões de brasileiros devem ser beneficiados nas periferias de grandes cidades e no interior do país. Além de comentar sobre a importância do programa para o Sistema Único de Saúde (SUS), o ministro fala sobre o aumento de vagas de residência médica e a produção nacional de medicamentos biológicos, assim como a meta de reformar e ampliar 200 mil unidades básicas de saúde neste ano.





sábado, 23 de novembro de 2013

Farmacêuticos estiveram no acolhimento do Programa "Mais Médicos".

No último dia 22 de novembro, farmacêuticas e farmacêuticos do Departamento de Assistência Farmacêutica - DAF/SCTIE/MS - do Ministério da Saúde participaram do acolhimento de médicos intercambistas do Programa Mais Médicos. A atividade ocorreu em 3 cidades pelo País - Fortaleza, Belo Horizonte e São Paulo, além do Distrito Federal. O evento reuniu milhares de médicos intercambistas, em uma programação intensa sobre o sistema de Saúde brasileiro. Em Brasília foram cerca de 1850 médicos. Parte dos profissionais farmacêuticos do DAF/SCTIE/MS participaram do acolhimento, proferindo palestras abordando temas relacionados à assistência farmacêutica, como a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME, prescrição de medicamentos, fitoterápicos, Programa Farmácia Popular, entre outros.

Acompanhei parte das reuniões dessa equipe e preciso dizer: que orgulho ter podido acompanhar esse momento. Horas de discussões ocorreram para chegarem em uma apresentação que pudesse contribuir com a capacitação dos médicos do Programa. Era emocionante ver a vontade de ajudar e o brilho nos olhos de estarem contribuindo com este importante momento, que ficará marcada na histórica da saúde pública brasileira. 

Ao retornarem das atividades, muitos passaram a postar imagens e depoimentos de suas experiências nas redes sociais. Busquei algumas dessas imagens e alguns comentários para reuni-los neste humilde blog. Tive também a contribuição direta de alguns dos participantes.
Preciso dizer para esses valorosos farmacêuticos: PARABÉNS! Não tenham dúvida de que fizeram história. Seus nomes e suas contribuições estarão marcadas na construção do Sistema Único de Saúde. Tenho muito orgulho de poder trabalhar com vocês. O povo brasileiro agradece! 

Abaixo alguns dos depoimentos colhidos nas redes sociais e outros recebidos diretamente:

"Fiquei encantada com a receptividade e interesse deles! Mesmo estando recebendo doses maciças de capacitação, eles se mantêm firmes, interessados, atentos e valorizam tudo o que tentamos mostrar a eles! Estou emocionada de verdade...participar de uma ação na qual acredito que tenha a possibilidade de contribuir enormemente com a saúde pública brasileira, isso é inexplicável, impagável e muito especial!" - Geisa de Almeida 


"Já no elevador foi possível identificar o respeito que os esperados médicos cubanos tratam
as pessoas, e ao dizer que seria a próxima palestrante, eles imediatamente me chamaram de “professora”, como quem respeita e admira alguém, mesmo que desconhecido...foi no final da apresentação que o auge do contato se fortaleceu, pois, sem o microfone e com a abertura para conversas mais próximas e informais, pude esclarecer dúvidas pontuais...O que mais marcou neste contato foi o respeito no trato entre eles e conosco, humildade, nenhuma espécie de hostilidade no agir, o esforço para falar português, o aperto de mão e abraço sincero e olhos nos olhos. Estas características podem não fazer parte do currículo, mas com certeza a população assistida por profissionais como estes sairá ganhando." - Brunna Amaral 

"São profissionais muito disciplinados e dedicados com uma simplicidade realmente humana, características que todos os profissionais de saúde deveriam ter. Confesso que fiquei um pouco apreensiva, pois não sabia qual seria a reação e receptividade deles, mas superou todas as minhas expectativas se mostrando muito humildes...Agora mais que nunca acredito que esse projeto irá superar as expectativas como superou as minhas." - Nathalia Pontes 



"Fiquei admirado pela simplicidade desses profissionais. O respeito que eles demonstram com cada técnico que vai falar para eles do nosso SUS. Fantástico! Não via a hora de dividir com familiares e amigos o orgulho que sinto de poder contribuir com o acolhimento desses médicos. As afinidades que demonstram quando falamos do poder público provendo um sistema universal é evidente... médicos que vem de fato contribuir com o SUS."  - Nivaldo Júnior 


"É muito gratificante poder passar um pouco do nosso conhecimento sobre o acesso aos
medicamentos no SUS e ter a sensação que estes profissionais contribuirão de forma qualificada para garantir que esse acesso seja mais amplo e de forma racional. Os médicos nos receberam muito bem e se mostraram bem interessados em conhecer as características da assistência farmacêutica no SUS. Acredito que o trabalho deles trará mais qualidade a atenção básica".  - Marcela Amaral Pontes


"...Me senti muito honrada por estar tendo a oportunidade de fazer parte deste momento histórico do SUS. Sou farmacêutica sanitarista, atuo há 15 anos na saúde pública e tenho presenciado muitos avanços no SUS nos últimos anos, mas este sem dúvida é um marco, pois o Programa Mais Médicos garante o direito da população de ser atendida e acompanhada pelo médico em todo o território Brasileiro. São médicos muito comprometidos com os protocolos e com muito conhecimento em atenção primária, preocupados em prestar o cuidado. Muito humildes, extremamente interessados em conhecer a Política Nacional de Assistência Farmacêutica e em adquirir informações do sistema de saúde brasileiro para prestarem um serviço de qualidade à nossa população". - Melissa Spröesser Alonso

"...O acolhimento foi muito bom. Durante a palestra mostravam interessados e disponíveis,
ocorrendo grande interação principalmente na parte sobre os fitoterápicos, já que se trata de uma prática comum em Cuba...compreenderam a necessidade e importância de estudarem o assunto medicamentos no SUS, principalmente pelas especificidades dos processos...me sinto realizado por colaborar nesse processo tão importante e que irá contribuir para a melhoria e acesso da população à uma saúde pública de qualidade." - Benilson Barreto


"A pesar de não ter apresentado para as turmas deste ciclo de palestras para os médicos cubanos no Programa Mais Médicos para o Brasil, gostei muito da experiência de participar na elaboração desta apresentação e ajudar a levar serviços de qualidade para a população brasileira e além disto foi muito gratificante minha participação no ciclo anterior em Teresina – PI. Espero poder colaborar mais". - Bruno Fernandes



Confesso que ao escrever essa postagem, a emoção brotou ao ler cada depoimento. Aqui estão parte dos idealistas que defendem a assistência farmacêutica enquanto um direito do cidadão. Muitos outros farmacêuticos palestraram, em breve, apresentaremos novos depoimentos! 


terça-feira, 29 de outubro de 2013

A presidenta e o médico.

Texto publicado no Jornal do Brasil em 27/10/2013. Disponível em http://www.jb.com.br/selvino-heck/noticias/2013/10/27/a-presidenta-e-o-medico/

Por: Selvino Heck*
"Eu estava lá, vi e vivi. Encontro o colega Manoel Messias, da Secretaria Nacional de Relações Políticas e Sociais da Secretaria Geral da Presidência da República, que me diz: “Acabei de ligar para minha mulher assistir na NBR. Ela me respondeu que está vendo e está chorando”. Ao seu lado o Paco – Júlio Hector Marin –, um chileno há muitos anos no Brasil, da Secretaria de Relações Institucionais, olhos vermelhos, emocionado. Eu, tentando segurar o choro e as lágrimas, digo numa rodinha: “É o gesto e o fato em si, mas é também muito mais. É o simbolismo, Cuba, América Latina, tudo”. Dias depois encontro o ministro Alexandre Padilha no prédio onde ambos moramos, dou-lhe os parabéns e conto que vi muita gente chorando. Ele: “Dei-me conta quando vi o Ferreira (deputado federal Paulo Ferreira) chorando na minha frente". 
Foi o clima da cerimônia de sanção da lei que instituiu o Programa Mais Médicos, no Palácio do Planalto. Muita emoção, gente para todos os lados, médicos e médicas cercando a presidenta querendo uma foto, imprensa como poucas vezes vi. O choro de muitos aconteceu quando a presidenta Dilma entregou ao médico cubano Juan Delgado o documento de que ele poderia trabalhar no Brasil. Ficaram conversando por vários minutos. Nas fotos de capa dos jornais, a presidenta aparece toda sorridente e feliz, vestida de vermelho, ele, de branco, documento nas mãos, alegre, como se estivesse em casa. Foi quando muita gente chorou. 
Juan Delgado é o médico cubano recebido em Fortaleza em meio a um corredor polonês por médicos e médicas cearenses que gritavam "escravo". 
A presidenta Dilma abriu seu discurso dizendo: “Primeiro, eu queria cumprimentar o Juan. Não apenas pelo fato de ele ter sofrido um imenso constrangimento quando chegou ao Brasil, o que do ponto de vista pessoal e em nome do governo e, eu tenho certeza, do povo brasileiro, eu peço desculpas a ele. Mas também pelo fato de nós estarmos aqui hoje, e eu queria cumprimentar cada um dos médicos e das médicas aqui presentes. Eles representam eu conversei com eles antes eles representam muito a grande nação latino-americana. Por isso, quando nós nos olhamos, é como se nós víssemos os brasileiros representados em cada um deles, como eu vejo todos os latino-americanos, os argentinos, eu vejo os salvadorenhos, eu vejo os cubanos, eu vejo os venezuelanos, eu vejo os bolivianos, os equatorianos. Então, eu queria saudar esses médicos que vieram de longe para ajudar o Brasil a ter uma política de saúde que levasse esse serviço essencial a todos os brasileiros e brasileiras. 

Muitos e muitas de nós que choramos no Palácio do Planalto vivemos e crescemos acompanhando a revolução cubana, sua resistência heroica à potência do Norte, a capacidade imensa do povo cubano de ser feliz no meio das dificuldades e privações, colocando saúde, educação e esporte em primeiro lugar, dizendo para todos que é possível ser soberano numa ilha a poucos quilômetros de Miami e ajudar outros países mais pobres, que é possível resistir ao consumismo desvairado, que é possível música e literatura de alta qualidade, que é possível ser um povo com dignidade, que busca seus próprios caminhos, que não se está condenado a uma única opção econômica, social, política e cultural, que valores como igualdade, fraternidade, solidariedade podem estar presentes na vida de cada um e cada uma e na história de uma nação. Por isso, choramos com Juan Delgado sendo recebido pela presidenta Dilma e ele dizendo em Fortaleza: "Sim, sou escravo da sade". 
O ministro Alexandre Padilha resumiu nosso sentimento: “Aquele corredor polonês da xenofobia que te recebeu em Fortaleza não representa o espírito nem do povo brasileiro nem da maioria dos médicos brasileiros.  
Antes servir que servir-se. Os médicos cubanos são influenciados até hoje pelo programa de medicina familiar, comunitária e coletiva implantado pelo também médico, guerrilheiro e revolucionário argentino Che Guevara. Che foi, como escreveu alguém, um embrião e propagador do homem do novo tipo. Esse Che que, segundo o filme Diários de motocicleta, em sua viagem pela América do Sul nos anos 1950, da Argentina à Venezuela, para por um tempo para atender leprosos no Peru. No dia do seu aniversário, faz um brinde à unidade latino-americana que um dia chegará. Em seguida, abandona a festa de aniversário, atira-se na água, atravessa o rio e vai festejar com os leprosos sob o som da belíssima Al otro lado del Río, do uruguaio Jorge Drexler: “Clavo mi remo en el agua/ Llevo tu remo em el mío./ Creo que he visto uma luz al outro lado del rio. 

O simbolismo da unidade latino-americana está expresso nos médicos cubanos e de outros países que se dispuseram a trabalhar com as dores do povo brasileiro. O simbolismo da unidade latino-americana está expresso em Juan Delgado dizendo não ser escravo de ninguém, mas da saúde dos mais pobres e sofridos. O calor humano da presidenta Dilma e do Palácio do Planalto de Niemeyer deram de novo sentido ao novo homem e à nova mulher que Che tanto pregou: “Acima de tudo, procurem sentir no mais profundo de vocês qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. É a mais bela qualidade de um Revolucionário”. “Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros. 

Somos companheiros, Juan".    
* Selvino Heck é assessor Especial da Secretaria Geral da Presidência da Repblica.


terça-feira, 22 de outubro de 2013

Nosso pedido de desculpas ao médico cubano.

Hoje foi sancionada a Lei do Programa “Mais Médicos”. Em cerimônia no Palácio do Planalto, a Presidenta Dilma transformou em Lei o chamamento público para médicos brasileiros e formados fora do Brasil trabalharem no SUS. A cerimônia de hoje concretizou um projeto desafiador lançado em 8 de julho de 2013, por meio da Medida Provisória 621.

Os números apontam que o Ministro Alexandre Padilha estava certo em enfrentar o problema da falta de médicos no Brasil: em pouco mais de 3 meses, o Programa já atende mais de 4 milhões de brasileiros. Mais de 13 mil pessoas foram atendidas pelo Programa Farmácia Popular, com receitas emitidas pelos médicos que atuam no “Mais Médicos”. A persistência do Ministro Padilha, embasado pela coragem da Presidenta Dilma, que na cerimônia disse não ser uma questão de coragem e sim de dever do governo brasileiro com seu povo, foi vitoriosa. 

Foram muitos passos dados até o dia de hoje. Debates ocorreram em todos os Estados. Porém algo nos assustou: o preconceito e a xenofobia de alguns foram a tônica na recepção dos médicos vindo de outros países. A foto ao lado,  do Dr. Juan Delgado, médico cubano que desembarcou em Fortaleza-CE no dia 26 de agosto, sendo vaiado por alguns médicos brasileiros, nos envergonhou. Não nos sentimos representados pelo constrangimento causado ao Dr. Juan. 


Mas o dia 22 de outubro ficará marcado para todos nós. 
O programa foi transformado em Lei, 
depois da aprovação no Congresso Nacional. Porém, melhor ainda, Dr. Juan foi ovacionado pelos presentes e ouviu da Presidenta Dilma um pedido de desculpas em nome do governo e do povo brasileiro. O Ministro Padilha disse: "Aquele corredor polonês da xenofobia que te recebem em Fortaleza não representa o espírito nem do povo brasileiro  nem da maioria dos médicos brasileiros". 




Este humilde Blog dá as boas vindas aos médicos brasileiros e intercambistas que fazem parte desta importante ação estruturante do SUS. Eles já estão fazendo a diferença e a história confirmará o quanto estão certos os que apoiam o programa e agradecem pela disposição que apresentaram


Fiquei orgulhoso em poder participar deste importante momento da história do Brasil e de poder tirar uma foto com o Dr. Juan Delgado. Não consegui dizer nada no momento...apenas olhei-o e ele, com um olhar compreendeu. Meu olhar dizia: “Muito obrigado”. O olhar do Dr. Juan dizia: “Eu que agradeço. Conte comigo e com os demais médicos que estão aqui”.

sábado, 31 de agosto de 2013

Carta aos médicos cubanos.

Publicado na Folha de São Paulo de 31/08/2013.
Autoria: DAVID OLIVEIRA DE SOUZA, 38, é médico e professor do Instituto de Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês. Foi diretor médico do Médicos Sem Fronteiras no Brasil (2007-2010).
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2013/08/1334828-david-oliveira-de-souza-carta-aos-medicos-cubanos.shtml


"Bem-vindos, médicos cubanos. Vocês serão muito importantes para o Brasil. A falta de médicos em áreas remotas e periféricas tem deixado nossa população em situação difícil. Não se preocupem com a hostilidade de parte de nossos colegas. Ela será amplamente compensada pela acolhida calorosa nas comunidades das quais vocês vieram cuidar.

A sua chegada responde a um imperativo humanitário que não pode esperar. Em Sergipe, por exemplo, o menor Estado do Brasil, é fácil se deslocar da capital para o interior. Ainda assim, há centenas de postos de trabalho ociosos, mesmo em unidades de saúde equipadas e em boas condições.

Caros colegas de Cuba, é correto que nós médicos brasileiros lutemos por carreira de Estado, melhor estrutura de trabalho e mais financiamento para a saúde. É compreensível que muitos optemos por viver em grandes centros urbanos, e não em áreas rurais sem os mesmos atrativos. É aceitável que parte de nós não deseje transitar nas periferias inseguras e sem saneamento. O que não é justo é tentar impedir que vocês e outros colegas brasileiros que podem e desejam cuidar dessas pessoas façam isso. Essa postura nos diminui como corporação, causa vergonha e enfraquece nossas bandeiras junto à sociedade.

Talvez vocês já saibam que a principal causa de morte no Brasil são as doenças do aparelho circulatório. Temos um alto índice de internações hospitalares sensíveis à atenção primária, ou seja, que poderiam ter sido evitadas por um atendimento simples caso houvesse médico no posto de saúde.

Será bom vê-los diagnosticar apenas com estetoscópio, aparelho de pressão e exames básicos pais e mães de família hipertensos ou diabéticos e evitar, assim, que deixem seus filhos precocemente por derrame ou por infarto.

Será bom vê-los prevenindo a sífilis congênita, causa de graves sequelas em tantos bebês brasileiros somente porque suas mães não tiveram acesso a um médico que as tratasse com a secular penicilina.

Será bom ver o alívio que mães ribeirinhas ou das favelas sentirão ao vê-los prescrever antibiótico a seus filhos após diagnosticar uma pneumonia. O mesmo vale para gastroenterites, crises de asma e tantos diagnósticos para os quais bastam o médico e seu estetoscópio.

Não se pode negar que vocês também enfrentarão problemas. A chamada "atenção especializada de média complexidade" é um grande gargalo na saúde pública brasileira. A depender do local onde estejam, a dificuldade de se conseguir exame de imagem, cirurgias eletivas e consultas com especialista para casos mais complicados será imensa. Que isso não seja razão para desânimo. A presença de vocês criará demandas antes inexistentes e os governos serão mais pressionados pelas populações.

Para os que ainda não falam o português com perfeição, um consolo. Um médico paulistano ou carioca em certos locais do Nordeste também terá problemas. Vai precisar aprender que quando alguém diz que está com a testa "xuxando" tem, na verdade, uma dor de cabeça que pulsa. Ou ainda que um peito "afulviando" nada mais é do que asia. O útero é chamado de "dona do corpo". A dor em pontada é uma dor "abiudando" (derivado de abelha).

Já atuei como médico estrangeiro em diversos países e vi muitas vezes a expressão de alívio no rosto de pessoas para as quais eu não sabia dizer sequer bom dia --situação muito diferente da de vocês, já que nossos idiomas são similares.

O mais recente argumento contra sua vinda ao nosso país é o fato de que estariam sendo explorados. Falou-se até em trabalho escravo. A Organização Pan-americana de Saúde (Opas) com um século de experiência, seria cúmplice, já que assinou termo de cooperação com o governo brasileiro.

Seus rostos sorridentes nos aeroportos negam com veemência essas hipóteses. Em nome de nosso povo e de boa parte de nossos médicos, só me resta dizer com convicção: Um abraço fraterno e muchas gracias". 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

MAIS MÉDICOS: Nota do Ministério da Saúde sobre o CFM

MAIS MÉDICOS: NOTA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE

Do Blog da Saúde

6 de agosto de 2013 

"Sobre a nota divulgada pelo Conselho Federal de Medicina nesta terça-feira (6), o Ministério da Saúde esclarece que os dois casos de profissionais inscritos no Programa Mais Médicos citados no texto que teriam optado pelo interior e sido alocados em regiões metropolitanas, foram direcionados para regiões prioritárias do programa, ou seja, com maior escassez de médicos. Causa estranheza que o CFM tenha em sua nota indicado que esses profissionais desejassem por meio do programa atuar exatamente onde já trabalham como médicos, inclusive um deles sendo proprietário de clínica particular e outro já cadastrado como médico de Saúde da Família no município que ele solicitou, situação vedada pelo edital, além de ter outros vínculos na área hospitalar como especialista. A seleção desses profissionais foi criteriosa e de acordo com todas as regras do edital do Mais Médicos. O médico Dilvo Bibliazzi Júnior foi, inclusive, alocado no município de Itaparica (BA) em sua primeira opção dentre uma lista apontadas no sistema e respeitando as regras do programa. A cidade, que fica na região metropolitana de Salvador, está entre as prioritárias do programa e foi constatada carência de profissionais na atenção básica entre os critérios do Mais Médicos. O CFM diz que o médico Bibliazzi Júnior pretendia ficar em Canavieiras, cidade em que ele já possui registro no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES) como médico de Saúde da Família deste município e tem vínculos como especialista de hospitais da região próxima. O município de Canavieiras, porém, não está entre os prioritários do programa, com maior escassez de profissional dentre os critérios da iniciativa. Em relação ao médico Giordano Bruno Souza dos Santos, o mesmo foi lotado em Macaíba (RN) pelo Mais Médicos, sua segunda opção entre uma lista de seis que deveriam ser apontadas por ele sistema do programa, e de acordo com o edital. Esse profissional colocou como primeira opção Monte Alegre, que não teve disponibilidade de vagas pelos critérios do programa. A cidade de Florânia (RN), no interior do estado, em que a nota do CFM diz ter sido a preferência deste profissional, não está entre as listadas como prioritárias pelos critérios de escassez de profissional na atenção básica. O médico Santos confirmou sua participação no Mais Médicos, realizando a homologação do município em que foi alocado. As cidades prioritárias do Mais Médicos reúnem as com 20% ou mais de sua população em situação de extrema pobreza, regiões metropolitanas e capitais, 100 cidades com mais de 80 mil habitantes de menor renda per capita e distritos sanitários especial indígenas e áreas com escassez de médicos. O programa Mais Médicos tem o objetivo de ampliar o atendimento na Atenção Básica, por isso os profissionais que participarão do programa só poderão ser inseridos em novas equipes de atenção básica ou naquelas em que há falta de médicos, dentre as cidades prioritárias com maior escassez destes profissionais".

Fonte: Blog da Saúde http://www.blog.saude.gov.br/nota-do-ministerio-da-saude/