segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Saiba como funciona a transferência de tecnologia na saúde


"Muito se fala sobre transferência de tecnologia, mas você sabe o que isso quer dizer? Funciona da seguinte maneira: um laboratório internacional possui um produto inovador e conhecimentos tecnológicos necessários para o desenvolvimento de vacinas e medicamentos. Digamos que o Brasil precise importar um desses produtos para beneficiar a população. Para isso, ele faz um acordo com este laboratório internacional e ambos começam a trocar experiências. Com o objetivo de reduzir a dependência de importação e se tornar autossuficiente, o Brasil passa a adquirir qualidade internacional e amplia sua competitividade e capacitação tecnológica.
Nos acordos de transferência de tecnologia, firmados pelo Ministério da Saúde, a produção se dá por meio de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), feito com os laboratórios públicos. Nessa parceria, o Ministério é responsável pela compra dos medicamentos. Já os laboratórios da rede privada são responsáveis por produzir o princípio ativo e transferir a tecnologia ao laboratório público. Como contrapartida, o governo garante exclusividade na compra do medicamento por cinco anos.
Atualmente, estão em vigor 34 PDPs para a produção de 35 produtos finais, sendo 28 medicamentos, o DIU, um equipamento (kit de diagnóstico utilizado no pré-natal para identificar múltiplas doenças) e quatro vacinas. As parcerias envolvem 34 laboratórios, sendo 10 públicos e 24 privados, nacionais e estrangeiros. A produção de oito medicamentos já começou: antirretroviral Tenofovir, antipsicóticos Clozapina, Quetiapina e Olanzapina, relaxante muscular Toxina Botulínica, imunossupressor Tacrolimo, Rivastigmina, usado no tratamento de doença de Alzheimer, e Donepezila.
A expectativa é que, até o final de 2012, sejam ampliadas 15 novas parcerias abrangendo produtos biológicos, medicamentos para doenças negligenciadas e equipamentos, principalmente na área de órteses e próteses. A economia gerada pelas parcerias de medicamentos, insumos e equipamentos é de cerca de R$ 550 milhões por ano em compras públicas.
Laboratórios públicos – O Sistema Único de Saúde (SUS) possui 20 laboratórios públicos, os chamados laboratórios oficiais, que produzem medicamentos, soros e vacinas para atender às necessidades da rede pública de saúde. Juntos, eles produzem 80% das vacinas e 30% dos medicamentos utilizados no sistema. Produtos para as doenças negligenciadas, como malária, esquistossomose e doença de chagas, também são desenvolvidos por esses laboratórios devido à falta de interesse das empresas privadas na produção desses medicamentos.
Para aumentar a produção dessas instituições, o Ministério da Saúde lançou este ano o Programa de Investimentos no Complexo Industrial da Saúde (Procis) que investirá R$ 270 milhões na infraestrutura e qualificação de mão de obra de 18 laboratórios públicos. Para os próximos anos serão investidos R$ 2 bilhões sendo R$ 1 bilhão do governo federal e R$ 1 bilhão de contrapartidas estaduais.
Segundo o secretário de Ciência Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, não havia um programa de estímulo e investimento na produção pública. Desta vez, o foco é o desenvolvimento tecnológico e a parceria com o setor privado. “O fortalecimento dos laboratórios públicos é essencial para a capacitação tecnológica e competitividade do país. Daí a importância de se investir em infraestrutura, capacitação da gestão e especialização da mão de obra dos laboratórios oficiais para que eles adotem as melhores práticas do mercado e ganhem um nível de qualidade internacional”, explica Gadelha."
Lista de laboratórios Oficiais

Bio-Manguinhos – Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos
Rio de Janeiro

Far-Manguinhos – Instituto de Tecnologias em Fármacos
Rio de Janeiro

FFOE – Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem – Farmácia Escola
Fortaleza/CE

FUNED – Fundação Ezequiel Dias
Belo Horizonte – MG

FURP – Fundação para o Remédio Popular
Guarulhos – SP

IQUEGO – Indústria Química do Estado de Goiás
Goiânia – GO

IVB – Instituto Vital Brazil
Niterói – RJ

LAFEPE – Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco S.A
Recife – PE

LAFERGS – Laboratório Farmacêutico do RGS
Porto Alegre – RS

LAQFA – Laboratório Químico Farmacêutico da Aeronáutica
Rio de Janeiro

LEPEMC / UPM – Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em Medicamentos e Cosméticos / Unidade de Produção de Medicamentos. FUEM – Fundação Universidade de Maringá
Maringá – PR

LIFAL – Laboratório Industrial Farmacêutico de Alagoas SA
Maceió – AL

LIFESA – Laboratório Industrial Farmacêutico do Estado da Paraíba
João Pessoa – PB

LFM – Laboratório Farmacêutico da Marinha
Rio de Janeiro

LPM – Laboratório de Produção de Medicamentos
Londrina – PR

LQFEX – Laboratório Químico Farmacêutico do Exército
Rio de Janeiro

LTF – Laboratório de Tecnologia Farmacêutica
João Pessoa – PB

NUPLAM – Núcleo de Pesquisa em Alimentos e Medicamentos
Natal – RN

FUAM – Fundação Universidade do Amazonas

NTF – Núcleo de Tecnologia Farmacêutica
Teresina/PI
Escrito por:
Gabriella Vieira / Blog da Saúde
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