Se tem algo fácil na vida é ficarmos bradando contra as mazelas do mundo, no conforto de nossa casa e na distância que a internet, por exemplo, nos oferece. Não são poucos os que vejo reclamando por emails e redes sociais, sendo que tenho sérias dúvidas se já participaram da reunião de uma associação, de uma assembléia de sindicato ou qualquer evento do seu Conselho Profissional, que não necessariamente disponibilizasse, ao final, um certificado de participação. Um sábio me disse :"Todo mundo quer ir para o céu, mas ninguém quer morrer". Proteger-se por trás do discurso de que não tem tempo, que trabalha demais ou que não foi convidado me parece fácil, pois quem quer mudar, busca o caminho da mudança.
Estive na presidência do sindicato dos farmacêuticos do Estado de São Paulo por três gestões. Não foram poucas as assembléias em que contávamos apenas com a participação de membros da diretoria. Foram muitas as negociações salarias em que poucos profissionais se dispuseram a enfrentar o debate, tanto na assembléia, quanto na negociação com o sindicato patronal. Inúmeros profissionais enfrentaram o pagamento das contribuições financeiras ao sindicato, sem ao menos perguntarem sobre a destinação dos recursos arrecadados pela entidade. Bom, perdi a conta do número de colegas que vinham reclamar da anuidade do seu CRF, sendo que nem do processo eleitoral participassem.
Quero um mundo melhor e lutei muito por isso. Desde a época de estudante, participei das minhas entidades representativas: Atlética, Centro Acadêmico, Diretório Acadêmico, entre outras. Quando me formei, procurei a Associação de minha cidade, preenchi minha ficha de filiação ao sindicato e participei dos eventos promovidos pelo CRF-SP. Tive bons professores, tais como: Gilda Almeida de Soua, Eliane Gandolfi, Dirceu Raposo e Dirceu Barbano, entre outros. Pude conviver com Arnaldo Trafani, Pelegrini, Paulo Paes, José Franco de Matos. Agraeço por ter conhecido Maria José Martins (minha amiga Zezé), Maria Eugênia Cury, entre outros. Penso hoje : sou o que sou por tê-los(as) conhecido? Respondo: ajudaram, mas minha vontade de mudar foi determinante.
Esse texto foi escrito num momento em que acompanho debates sobre os rumos da profissão farmacêutica, feita por diversos profissionais a quem declino o devido respeito, mas principalmente por ter recebido a notícia de que o tema do próximo Encontro Nacional dos Estudantes de Farmácia (ENEF) será: "Farmacêutico: a que se destina? Desafios na implementação de um novo currículo".
O grande desafio está em debater, mas juntar. Opinar, mas participar. Não se satisfazer em "trabalhar", mas lutar pelos rumos do trabalho profissional. Tirar conclusões, sem menosprezar as opiniões contrárias. Atuar, atuar e atuar.
Talvez este seja um mero desabafo de um farmacêutico com mais de 20 anos de formado, mas com espirito jovial e devidamente responsável de quem ainda quer atuar! Acertei no que fiz? Não sei. Mas tenho claro que não errei em tentar.
Obrigado pela atenção!!!!!
Imagem extraída de: http://vaninha-pedagogia.blogspot.com/2010/12/dicas-para-reuniao-de-pais.html
2 comentários:
E nós o que fazemos!?! Falar é bonito, participar tb, mas fazer é o que faz a diferença!? Vamos????
http://www.portaltributario.com.br/acordao/tributario29062009.htm
Vamos sim!!
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