terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Sobre a eficácia da vacina do Instituto Butantan...


Desde o dia 07 de janeiro deste ano que temos acompanhado, de maneira mais entusiasmada, as informações sobre os resultados clínicos do teste de eficácia da vacina Coronavac, fruto da parceria entre o INSTITUTO BUTANTAN e a farmacêutica chinesa SINOVAC. Nessa ocasião, o Governo do Estado de São Paulo anunciou que a vacina, em teste,  evitou 78% de casos leves e 100% contra mortes, casos graves e internações nos voluntários vacinados que foram contaminados. O Brasil recebeu com alegria tal informação, principalmente porque havia uma expectativa sobre tais dados desde  23 de dezembro do ano passado. Apesar do anúncio do governo Turco, de que a mesma vacina apresentara, como resultados preliminares, uma eficácia  de 91,25% em testes realizados no País, e da Indonésia, de 65,3%, ficamos muito satisfeitos. TEMOS UMA VACINA!

Nossa alegria foi ainda maior pois, no dia 08 de janeiro, o Instituto Butantan apresentou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido de uso emergencial da Coronavac. 


Hoje, após uma série de especulações, o governo paulista apresentou, em coletiva,  informações mais detalhadas sobre os testes de eficácia da vacina. Apesar de todo esforço para transformar um assunto extremamente técnico, numa linguagem que a população pudesse compreender, muita dúvida ainda pairou no ar. Talvez elas não existissem se não fosse as inúmeras "fakenews" que percorrem as redes sociais, elaboradas pelos negacionistas, que buscam questionar não somente essa, mas qualquer das vacinas que estão em testes. Assim, este humilde Blog vai tentar apresenta alguns esclarecimentos:

- Foi apresentado que a vacina apresentou, como resultado de teste de EFICÁCIA GLOBAL (considera a imunização em todos os casos de infecção - assintomáticos, leves ou graves, sem recorte de grupo), o percentual de 50,38%. 

- Os números não mudaram, as informações é que foram mais detalhadas agora. Os números apresentados anteriormente, de um índice de 100% para casos moderados e graves e de 78% para casos leves, era segmentado. A EFICÁCIA GLOBAL apresenta o índice não segmentado. 

- Apesar de parecer ser um número baixo, ele está acima do  número mínimo para aprovação na ANVISA, que é de 50%. Para se ter uma ideia, a vacina contra o rotavirus, que foi fundamental para o país, disponibilizada em 2006, tem uma eficácia entre 40 e 50%.

- Isso não significa que a vacina não é segura. Os índices de reações adversas e reações alérgicas apresentados nos testes são baixíssimos.

Veja a conclusão apresentada na coletiva: 



A ANVISA comunicou que fará reunião de sua diretoria colegiada no domingo (17/01) para deliberar sobre os pedidos de uso emergencial das vacinas Coronavac e de Oxford/AstraZeneca, desde que atendidos os pedidos de documentos faltantes e complementares. 

Para mais informações sobre os resultados apresentados hoje, sugiro a leitura do seguinte texto: OS RESULTADOS DA CORONAVAC SÃO MUITO BONS!

Para acessar a apresentação na íntegra, feita hoje pelo Governo do Estado de São Paulo, CLIQUE AQUI

E para finalizar, nosso desafio agora, como disseram na coletiva, é transformar a vacina em vacinação! Ninguém pode ter dúvidas sobre a importância da vacina. Ninguém deve ser deixado para trás. 


Fonte:

CoronaVac: vacina do Butantan tem 78% de eficácia; entenda tudo o que se sabe - Época (globo.com)

Coronavac tem 91% de eficácia, afirma governo da Turquia (uol.com.br)

Butantan entra com pedido na Anvisa para uso emergencial da CoronaVac | Revista Fórum (revistaforum.com.br)

Anvisa decidirá uso emergencial da Coronavac e da vacina de Oxford neste domingo - Nacional - Estado de Minas

É confiável? entenda a eficácia global da CoronaVac no Brasil - Coronavírus - iG

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domingo, 10 de janeiro de 2021

Quando chegar meu dia de tomar a vacina contra a COVID-19...

Vou acordar cedo e fazer uma oração. Agradecer à Deus e aos envolvidos(as). Agradecer ao SUS, pesquisadores(as), à ciência e cientistas, servidores(as)....todo mundo.
Possivelmente vou chorar!
Vou tomar banho, vestir minha melhor roupa, minha máscara mais nova, botar perfume e um sorriso no rosto. Vou sair de cabeça erguida e pensando num novo momento.
Vou chegar no posto de saúde antes do horário.
Vou me oferecer para ajudar a organizar a fila, com distanciamento. Vou dizer oi pra todo mundo...e vou chorar de novo.
Vou pensar em todas as vidas perdidas para a COVID-19, que não tiveram a oportunidade de se vacinar. Vou pensar em quem não pode se vacinar, e por eles(as) também, devemos nos vacinar.
Quando ouvir meu nome, vou olhar para o céu e orar de novo...agradecer por ter podido chegar neste momento. Pegar meu santinho de São Judas, apertar contra o peito e seguir. Lembrar de Oswaldo Cruz, Chagas, Sabin...tanta gente.
Vou esticar meu braço, sorrir como nunca sorri antes e, pela primeira vez, não vou fechar os olhos! Quero ver a aplicação da vacina em mim! Se puder, vou pedir pra alguém tirar uma foto...e vou pedir a seringa de lembrança, como fazia quando era pequeno.
Vou agradecer aos profissionais de saúde  que lá estiverem...e a quem me vacinou. Vou chorar de novo.
Voltarei pra rua...talvez eu grite de alegria, pule ou simplesmente feche os olhos e diga pra mim mesmo: Consegui! Estou vacinado!


quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Gratidão ao Butantan e todos(as) os(as) envolvidos(as)!

No dia em que vivemos mais um luto, pois passamos das 200 mil vidas perdidas para a COVID-19 no Brasil, uma notícia nos traz esperança:  temos vacina!
Os resultados dos testes clínicos da vacina do Butantan demonstram 100% de eficácia em casos graves e moderados, e nenhum dos imunizados precisou de internação hospitalar. 78% de eficácia em casos leves.
Agora, hora de ter gratidão.
Gratidão ao SUS.
Gratidão à Ciência Brasileira e aos que acreditam nela.
Gratidão ao Butantan, suas pesquisadoras e pesquisadores. Aos servidores e servidoras, que desenvolveram das atividades mais simples até as mais complexas.
Gratidão aos voluntários e voluntárias que se colocaram à disposição para os testes.
E principalmente...gratidão aos que tomarão a vacina!!!!!

sábado, 2 de janeiro de 2021

02/01/2021 - Dia do(a) Sanitarista e 101 anos da criação do Departamento Nacional de Saúde Pública.

 


No dia 02 de janeiro de 1839, o fotógrafo francês Louis Daguerre tirou a primeira foto da Lua. No mesmo dia, em 1959, a União Soviética lançou a primeira nave rumo à lua. Este dia poderia ficar marcado pela sua relação com o satélite natural que orbita a Terra, mas destacamos o que ocorreu no Brasil. Em 1920, também no dia 02 de janeiro, foi criado o Departamento Nacional de Saúde Pública - DNSP, por meio do Decreto-Legislativo 3.987. Articulado por Carlos Chaga, é considerado por muitos o primeiro código sanitário do Brasil, que este ano completa 100 anos. 

A norma, que objetivava reorganizar os serviços de saúde pública, cria o DNSP subordinado diretamente ao Ministro da Justiça e Negócios Interiores, compreendendo:

"os serviços de hygiene no Districto Federal que deverão abranger a prophylaxia geral e especifica das doenças transmissiveis, a execução de providencias de natureza, aggressiva ou defensiva, as que tiverem por fim a hygiene domiciliaria, a policia sanitaria das habitações privadas e collectivas, das fabricas, das officinas, dos collegios, dos estabelecimentos commerciaes e industriaes, dos hospitaes, casas de saude, maternidade, matadouros, mercados, logares ou logradouros publicos, hoteis, restaurantes e a fiscalização dos generos alimenticios;
b)serviços sanitarios dos portos maritimos e fluviaes;
c)a prophylaxia rural no Districto Federal, nos Estados e no Territorio do Acre;
d)o estudo da natureza, etiologia, tratamento e prophylaxia das doenças transmissiveis, bem como quaesquer pesquizas scientificas que interessem a Saude Publica;
c)fornecimento de sôros, vaccinas, e de outros productos etiologicos que se destinem ao combate de epidemias em quaesquer regiões do paiz, e a fiscalização do preparo daqueles productos em institutos e laboratorios particulares;
f)fornecimentos dos medicamentos officiaes de accôrdo com o decreto n. 13.159, de 28 de agosto de 1918, por intermedio do Instituto Oswaldo Cruz;
g)o exame chimico dos generos alimenticios de procedencia nacional e dos estrangeiros importados para o consumo.
h)a inspecção medica de immigrantes e de outros passageiros que se destinem aos portos da Republica;
i)assistencia aos morpheticos e aos doentes que, no Districto Federal, pela natureza da molestia, devam ser isolados;
j)a organização' das estatisticas demograplio-sanitarias e a publicação dos boletins respectivos;
k)o serviço de fiscalização dos esgotos e o da construcção de novas rêdes no Districto Federal;
l)a fiscalização de productos pharmaceuticos de sôros, vaccinas e quaesquer outros productos biologicos, expostos á venda;
m)a organização do Codigo Sanitario, que será submettido á approvação do Congresso Nacional; Art. 2º O director do Departamento Nacional do Saude Publica será livremente nomeado pelo Presidente da Republica dentre os medicos de reconhecido saber, podendo servir em commissão, cabendo-lhe a superintendencia dos serviços sanitarios federaes no Brasil."

Destaco o que determina o art. 13, em seus parágrafos 2º e 3º:

§ 2º Aos falsificadores de medicamentos, serão impostas, além das penas que possam estar previstas no Codigo Penal para os assassinos por envenenamento, as multas que o regulamento para esse fim baixado imponha, não devendo nunca serem inferiores a cinco contos de réis (5:000$000) .

§ 3º São inaffiançaveis os crimes previstos neste artigo, devendo ser apprehendidos o inutilizados, pela autoridade competente, todos os stocks, quer de generos, quer de medicamentos falsificados.

Sobre essa história, recomendamos a leitura da postagem feita pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), intitulada Dia da e do Sanitarista: fortalecendo a Saúde Coletiva e o SUS . Sugerimos também a leitura da matéria intitulada Dia 02 de janeiro: orgulho se ser sanitarista. 

Fica o parabéns e o reconhecimento aos profissionais que se dedicaram e se dedicam em trabalhar na construção e defesa da saúde coletiva, das políticas sociais em saúde, e em especial aos jovens sanitaristas.


Fonte: