sábado, 17 de novembro de 2012

Avanços no tratamento do Diabetes no SUS

"Paciente com diabetes no Brasil gasta R$ 5,9 mil por ano com tratamento"

Publicado no dia 16/11/2012 - Brasil Econômico

Jornalista: Érica Ribeiro (eribeiro@brasileconomico.com.br)


Gastos públicos com internações em 2011 foram de R$ 89,3 mi; no primeiro semestre de 2012, R$ 43,4 mi


Os caminhos para a prevenção do diabetes e o tratamento da doen ça estão mais eficazes, mas ainda há um longo caminho a percorrer. O Dia Mundial do Diabetes foi lembrado na última quarta feira e, segundo levantamento do Ministério da Saúde, houve uma estabilização decorrente do diabetes. O estudo mostrou que nos primeiros semestres dos anos de 2010 a 2012, a média de hospitalizações foi de 72 mil, número visto como um avanço pelo ministério por conta do crescimento do acesso a medicamentos gratuitos e ampliação dos cuidados de atenção básica no país. Um estudo da médica Luciana Bahia, do depar tamento de Farmacoeconomia da Sociedade Brasileira de Diabetes, chamado Escudi Estudo de Custos do Diabetes, aponta que o envelhecimento da população e o aumento do diabetes no mundo são algumas das causas do impac to econômico provocado pela doença, que, por sua vez, exige maior demanda por tratamento. Para o estudo, realizado em 2007, foram ouvidos mil pacientes adultos em oito cidades brasileiras, do ponto de vista do tratamento am bulatorial, ou seja, medicamentos, tiras reagentes, insulina, exa mes e consultas

"O dado per capita por ano era de RS 2.900 em 2007 e, atua lizados para 2012, levando em conta a inflação no período, verificamos que este custo subiu para RS 5.200 por ano por pessoa no Brasil, tomando por base o atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS). Já no sistema privado, o paciente gasta R$ 12 mil por ano por pessoa", explica Luciana Bahia.

Ela ressalta que quando há complicações decorrentes da doença, o gasto quase triplica no SUS. Em 2012, segundo ela, o Ministério da Saúde gastou só com insulina R$ 15 milhões.

"O programa de assistência ao diabético na farmácia popular é grandioso. O Brasil é o maior comprador de insulina do mundo. É uma doença que tem um alto impacto económi co, clínico e social. O paciente morre mais cedo, se aposenta mais cedo e todos estes aconte cimentos geram impactos eco- nômicose familiares", acrescen ta a médica.

A oferta de medicamentos gratuitos por meio do programa Saúde Não Tem Preço começou em fevereiro de 2011. Desde o início do programa, 4,1 milhões de pessoas foram beneficiadas com medicamentos para trata mento do diabetes sem gastos. O ministério também levantou dados sobre o custo com inter nações por diabetes, no período de 2010 ao primeiro semestre de 2012. Somente com interna ções, os gastos públicos em 2010 foram de R$ 83,2 milhões e, em 2011, R$ 89,3 milhões e nos seis primeiros meses de 2012, os custos ficaram em RS 43,4 milhões. O ministério in formou que os gastos do gover no federal com a doença não podem ser mensurados somente com esses números, uma vez que há também um forte investi mento na Atenção Básica.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Balduíno Tschiedel, o Brasil tem avançado bastante nos investimentos em saúde, mas ainda destinamos menos de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) para este fim. Ele elogiou algumas iniciativas governamentais como o programa Saúde Não Tem Preço. Mas diz que estas e outras iniciativas ainda esbarram na falta de capilaridade para que os resultados sejam ainda mais eficientes: "O programa do governo de acesso a medicamentos veio em boa hora e ajuda em muito portadores de doenças crônicas como o diabetes. Mas ainda há muito caminho pela frente no que diz respeito à capilaridade do sistema. Mas não podemos deixar de elogiar iniciativas do ministério, sobretudo ao diabetes tipo 2".

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Médico receita cadeados para mulher conseguir emagrecer na BA



NELSON BARROS NETO
DE SALVADOR
 
"Cadialina". Esse foi o "medicamento" indicado por um médico para uma dona de casa de Salvador combater dores no fígado e conseguir emagrecer.
 
A paciente, Adriana Santos, 33, diz que, ao perguntar sobre onde encontraria o remédio, o médico José Soares Menezes recomendou que ela procurasse um ferreiro e comprasse seis cadeados.
 
"Um para a sua boca, outro para a geladeira, outro para o armário, outro para o freezer, outro para o congelador e outro para o cofre de casa", relata a mulher, que diz ter 1,53 m de altura e 100 kg.
 
 O caso ocorreu na semana passada em um posto móvel da Fundação José Silveira (conveniada à Secretaria de Saúde da Bahia) no bairro do Uruguai, onde Adriana mora, na periferia de Salvador.
Procurado, o médico limitou-se a responder: "Só usei uma linguagem figurada".
 
A fundação reconhece que houve a consulta e afirma que iniciará uma investigação.
 
O Conselho Regional de Medicina da Bahia recebeu ontem a queixa da dona de casa e prometeu abrir uma sindicância para apurar se houve infração ao código de ética da profissão.
 
Adriana disse ter contado que não poderia fazer uma cirurgia de redução do estômago. O médico, de acordo com ela, afirmou que sua filha chegou a realizar o procedimento, mas, como continuou sem fazer regime, acabou engordando novamente.
 
"Ele ainda falou que, se eu não quisesse os cadeados, o jeito seria fazer jejum em quatro dias da semana. E, nos outros três, só beberia água."
 
Em entrevista à TV Itapoan, afiliada da Rede Record no Estado, Menezes negou a segunda situação. O médico pediu desculpas "se foi mal interpretado" por Adriana.
 
"É uma paciente que tem compulsão por alimento. Infelizmente, ela vive numa comunidade que não tem capacidade de abstrair as coisas", afirmou o médico à TV.
 
A paciente afirmou que não aceita o pedido de desculpas de Menezes e que já teve consulta com outro médico, que pediu exames.
 

Publicado no site da uol (www.uol.com.br) no dia 09/11/12 . Reportagem Folha de São Paulo, disponível no site: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1182720-medico-receita-cadeados-para-mulher-conseguir-emagrecer-na-ba.shtml

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Laboratórios criam ações diferentes para atrair consumidor

Restrições da Anvisa e concorrência acirrada dos genéricos fazem com que indústria farmacêutica lance mão da criatividade para desenvolver ações inusitadas.

Rio de Janeiro - As restrições impostas pela Anvisa para a divulgação de medicamentos e a concorrência acirrada dos genéricos vêm fazendo com que as indústrias farmacêuticas lancem mão de ações diferenciadas para divulgar seus produtos e atrair o consumidor. Muito mais que trabalhar os pontos de venda e os profissionais, os laboratórios desenvolvem ações que têm como foco a diversão e a promoção da saúde.
 
Para buscar a diferenciação, as companhias vêm usando as plataformas digitais para ideias inusitadas que vão desde a restauração de fotos, feita para a marca Nebacetin, do Laboratório Takeda, até apagar posts do Facebook e Twitter, papel desempenhado pelo “Dor de Balada”, aplicativo de Dorflex. A ideia é descentralizar o trabalho de divulgação dos balcões das farmácias, espaço trabalhado massivamente pelos grandes fabricantes de medicamentos genéricos.
 
Uma das indústrias que foi buscar no ineditismo uma forma de divulgar seus produtos foi o Laboratório Takeda, fabricante dos medicamentos dermatológicos Nebacetin e Neba-Sept. O conceito trabalhado para a pomada é o de reparação da pele após ferimentos e, pensando nisso, a marca desenvolveu o aplicativo “O Restaurador”. Por meio da ferramenta, internautas podem ter suas fotografias antigas restauradas. O usuário do serviço pode interagir acompanhando o andamento do trabalho.
 
A ideia do Laboratório Takeda foi alinhar a estratégia com o conceito do produto e envolver o consumidor pelo emocional. “Precisamos ter um marketing diferenciado porque lidamos com saúde e com padrões cada vez mais restritos da Anvisa. Isso nos exige criatividade para seguir caminhos diferenciados para atrair o consumidor. Com Nebacetin, esse é o segundo ano que atuamos com a proposta de interação e, como o medicamento é voltado para a família, nada melhor que restaurar fotos antigas e recordações”, explica Juliana Tondin, Gerente de Marca OTC da Takeda.
 
 

Mudança de prazo para envio de currículos p/ processo seletivo QUALISUS-REDE

ATENÇÃO PARA NOVO COMUNICADO SOBRE O PROCESSO SELETIVO QUALISUS-REDE!!!!




Em razão da mudança no prazo para envio de currículos, do processo seletivo QUALISUS-REDE, informamos que apenas os currículos cadastrados e enviados a partir de hoje (5/11/2012), estarão aptos a participar do processo. Os currículos cadastrados antes desta data, deverão ser reenviados.
A informação está disponível em:
 

domingo, 4 de novembro de 2012

A história do diabetes

Neste mês, no dia 14 de novembro, é dia mundial do Diabetes. Tenha maiores informações no site: Dia Mundial do Diabetes (www.diamundialdodiabetes.org.br).
Para começarmos a tratar deste tema neste espaço, abaixo está um texto de autoria do Drauzio Varella, sobre a história do diabetes.


"Em 1500 antes de Cristo, médicos egípcios descreveram casos de pessoas que urinavam muito e emagreciam até a morte. Aretaeus, médico que viveu na Grécia entre os anos 80 e 138 d.C., criou o termo diabetes mellitus para fazer referência ao gosto adocicado da urina desses pacientes. Foi apenas em 1776 que Matthew Dobson desenvolveu um método para determinar a concentração de glicose na urina, livrando os médicos do dissabor de prová-la.
A doença, entretanto, só foi reconhecida como entidade clínica em 1812, ano da publicação do primeiro número de The New England Journal of Medicine, a revista mais lida pelos médicos de hoje. Nesse tempo, a fisiopatologia e a prevalência do diabetes na população eram desconhecidos. Como não existia tratamento específico, em semanas ou poucos meses depois do diagnóstico todos morriam.
No ano da Proclamação da República no Brasil, 1889, os alemães Oskar Minkowski e Joseph von Mering verificaram que a retirada do pâncreas de cachorros levava-os ao óbito por diabetes. Ficava demonstrado que a origem da doe­nça estava ligada ao pâncreas.
Em 1910, Edward Sharpey-Schafer levantou a hipótese de que o diabetes seria causado pela deficiência de uma única substância química, produzida no pâncreas pelas células das ilhotas de Langerhans. Por essa razão, ele a batizou com o nome de insulina, derivado da palavra latina insula (ilha).
Finalmente, em 1921, logo depois da Primeira Guerra Mundial e da epidemia de gripe espanhola, Frederick Banting e Charles Best publicaram a prova definitiva. Injetaram em cachorros diabéticos extratos de células das ilhotas de Langerhans retiradas do pâncreas de cachorros saudáveis, revertendo o quadro de diabetes.
Trabalhando com pâncreas bovino, em conjunto com John McLeod, eles em seguida purificaram a insulina, e foram os primeiros a tratar com sucesso um portador da doença. A partir desse caso, o uso de insulina disseminou-se pelos cinco continentes. Crianças com diabetes do tipo 1 (no qual o pâncreas para de produzir insulina), que iam a óbito logo depois do diagnóstico, puderam voltar à vida normal.
Essa talvez tenha sido a primeira demonstração de que a pesquisa básica poderia ser aplicada rapidamente em benefício da humanidade. O interesse despertado por ela provocou uma avalanche de estudos com a molécula de insulina, que proporcionaram a seus autores dez Prêmios Nobel e revolucionaram o estudo das proteínas e hormônios.
Em 1977, Ullrich e colaboradores descreveram na revista Science um método para inserir o gene da insulina humana em bactérias escravas, com o objetivo de obrigá-las a produzir essa substância em escala industrial. Essa técnica, que recebeu o nome de DNA recombinante, criou as bases da biotecnologia industrial.
A síntese de diversos medicamentos usados por via oral tornou o tratamento mais cômodo para muitos portadores de diabetes que não necessitam de aplicações de insulina. Seringas descartáveis e agulhas mais delicadas diminuíram o desconforto e as dores no local das injeções.
Neste ano, dois grupos publicaram estudos mostrando que a cirurgia bariátrica, para reduzir a massa corpórea em pacientes com excesso de peso, é mais eficaz no controle da glicemia do que o uso de medicamentos. Em muitos casos as remissões são tão prolongadas que, provavelmente, representam a cura da doença, conclusão surpreendente para uma enfermidade tradicionalmente considerada incurável.
Infelizmente, esses avanços no tratamento não refletem a realidade da saúde pública. Vivemos uma epidemia mundial de diabetes que se propaga de forma avassaladora, seguindo os passos da obesidade e da vida sedentária.
Somente no Brasil há 12 milhões de pacientes. Se esse número é assustador, mais ainda são as previsões: se continuarmos preguiçosos e engordando como os americanos, em 2050, cerca de 30% dos adultos sofrerão de diabetes. Acima dos 65 anos, a proporção chegará a 50%.