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quarta-feira, 14 de agosto de 2013
terça-feira, 13 de agosto de 2013
Café com a Presidenta destaca ações da SCTIE/MS e Farmácia Popular.
Saúde Não Tem Preço já beneficiou
16,4 milhões de brasileiros
Disse a Presidenta
Dilma, em entrevista para o Programa Café com a Presidenta: Cada internação que evitamos, com a
distribuição gratuita de remédio, é mais qualidade de vida que levamos ao
paciente e à família do paciente"
Leia a íntegra da entrevista:
"Apresentador: Olá, bom
dia! Eu sou o Luciano Seixas e começa agora mais um Café com a Presidenta Dilma.
Bom dia, presidenta!
Presidenta: Bom dia, Luciano! E bom dia aos ouvintes que nos acompanham aqui no
Café hoje!
Apresentador: Presidenta, há um ano, o governo federal distribui, de graça,
remédio para asma pelo programa Saúde Não Tem Preço. Esta é uma ação muito
importante, principalmente nessa época do ano, quando as crianças e os idosos
sofrem muito com os problemas respiratórios. Como está a distribuição desses
medicamentos, presidenta?
Presidenta: Olha, Luciano, o programa Saúde Não Tem Preço tem tido resultado
fantásticos. Desde que começamos a distribuir os remédios de graça para o
tratamento da asma, no ano passado, nós já beneficiamos 781 mil pessoas em todo
o país. Você sabia, Luciano, que a asma é a segunda principal causa de
internação de crianças de até cinco anos no nosso SUS, no Sistema Único de
Saúde? Para você ter uma ideia, Luciano, com a distribuição gratuita desses
remédios, da asma ou da bronquite, como muita gente conhece essa doença, em um
ano nós tivemos 20 mil internações a menos no SUS por conta da asma, uma
redução de 16%. Isso porque o uso correto da medicação, Luciano, evita uma
complicação, como uma pneumonia, por exemplo, que pode levar à internação. A
minha filha, Luciano, tinha asma e eu sei o que uma mãe sofre com uma criança
com asma. Cada internação que evitamos, com a distribuição gratuita de remédio,
é mais qualidade de vida que levamos ao paciente e à família do paciente.
Apresentador: Agora conta para a gente, além do remédio para asma, como anda a
distribuição gratuita de outros medicamentos para a população brasileira?
Presidenta: Luciano, você sabe que, com o programa Saúde Não Tem Preço, nós
também distribuímos, de graça nas farmácias, remédios para o combate à
hipertensão e ao diabetes. São duas doenças crônicas, Luciano, ou seja,
daquelas doenças que precisam ser tratadas a vida toda, mas que podem ser
controladas. Então, eu tenho orgulho de te dizer que, desde que nós começamos a
distribuir esses remédios contra a diabetes e hipertensão gratuitamente, logo
no início do meu governo muitas pessoas, Luciano, passaram a fazer o tratamento
de forma correta, porque o medicamento está ali, garantido, não há interrupção.
Olha só que bons resultados nós temos: hoje, 16,4 milhões de brasileiros e
brasileiras fizeram ou fazem o tratamento de hipertensão, diabetes ou asma
pegando o remédio de graça no Aqui Tem Farmácia Popular. Luciano, eu, aliás,
queria aproveitar aqui o Café para fazer um apelo aos nossos ouvintes, que,
além de tomar remédio, é preciso se cuidar, é muito importante manter uma vida
saudável. O que é uma vida saudável? É uma vida equilibrada, com uma comida
saudável e também com exercícios físicos sistemáticos.
Apresentador: Bom conselho, presidenta. E como as pessoas têm acesso a esses
medicamentos de graça?
Presidenta: Todos os medicamentos gratuitos, tanto aqueles para asma como
aqueles para hipertensão e diabetes, estão disponíveis nas farmácias da rede
Aqui Tem Farmácia Popular. Para retirar esses remédios, Luciano, o paciente
precisa apresentar a identidade dele, o CPF e a receita médica dentro do prazo
de validade. A receita pode ser tanto de um médico do SUS como de um médico
particular.
Apresentador: Presidenta, a distribuição gratuita de remédios mudou a vida de
muita gente que precisa fazer o tratamento de forma continuada, não é?
Presidenta: É verdade, Luciano, mudou muito a vida de muitas pessoas. Veja
você, esse era o caso da Viviane dos Santos, mãe do Levi, de dois aninhos, lá
de Itajaí, em Santa Catarina. A Viviane conta que era muito difícil cuidar do
Levi quando a asma atacava o menino. Ele passava uma semana bem, mas logo a
crise voltava e os gastos com remédios eram muito altos. Até que um dia,
Luciano, uma médica do posto de saúde receitou um tratamento de quatro meses
para o Levi, com dois remédios que poderiam ser retirados da rede Aqui Tem
Farmácia Popular. De início, a Viviane não acreditou que os remédios sairiam de
graça e sem burocracia, mas hoje ela diz que é uma felicidade poder contar com
apoio do governo para cuidar do Levi.
Apresentador: Maravilha, presidenta! E outra coisa, além desses remédios
gratuitos, tem outros medicamentos oferecidos com desconto?
Presidenta: Olha, Luciano, tem sim, viu? Além dos medicamentos de graça para
asma, hipertensão e diabetes, o programa Farmácia Popular oferece vários outros
com 90% de desconto. São para o controle do colesterol, do glaucoma, da rinite,
osteoporose, doença de Parkinson, além de anticoncepcional e fraldas
geriátricas. Agora, Luciano, eu quero dizer que, desde o início do meu governo,
nós também aumentamos o número de medicamentos gratuitos distribuídos nos
hospitais e nos postos de saúde. Passamos de 550 para 800 tipos diferentes de
medicamentos. São medicamentos contra as mais variadas doenças, desde o câncer,
a hepatite, o reumatismo, a hemofilia, a Aids e muitas, muitas outras. Nós
investimos, Luciano, R$ 11 bilhões por ano para fornecer todos esses
medicamentos para a nossa população. E não sei, Luciano, se você sabe, mas,
nessa lista, há remédios muito modernos e muito caros, que chegam a custar até
R$ 20 mil a dose mensal. Esses remédios, Luciano, comprados e distribuídos pelo
nosso sistema público de saúde, o SUS, ajudam a melhorar milhões de vidas,
pessoas que não poderiam jamais comprar esses medicamentos com o seu próprio
salário. Isso, Luciano, é que é uma questão de justiça. Todo brasileiro deve
ter acesso ao tratamento e aos remédios que precisar, independentemente da
renda ou da condição social.
Apresentador: Presidenta, e esses medicamentos de alta tecnologia já começam a
ser produzidos aqui no Brasil?
Presidenta: Ah, Luciano, começam sim. Porque o nosso governo está apoiando os
investimentos na pesquisa e na produção de vacinas e também na produção de
alguns desses medicamentos de última geração, que são usados no tratamento de
doenças graves. Com isso, os preços desses medicamentos e vacinas caem bastante
para o governo, que é um grande comprador. Funciona assim, nós fazemos
parcerias com laboratórios privados para o desenvolvimento de vacinas e remédios,
que vão ser vendidos a preços mais baixos para o SUS. Depois, esses
laboratórios começam a transferir a tecnologia para os nossos laboratórios
públicos, o que ajuda o preço a cair ainda mais, Luciano.
Apresentador: E parece que a senhora vai visitar uma dessas fábricas nessa
semana, não é mesmo?
Presidenta: Vou sim, viu, Luciano? Amanhã eu vou lá em Itapira, no interior de
São Paulo, inaugurar a nova unidade de uma fábrica de medicamentos, que vai
produzir, Luciano, remédios para o tratamento do câncer. Ela foi construída com
base nessa parceria da iniciativa privada e com financiamento do BNDES, o nosso
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, e da Finep, a nossa
Financiadora de Projetos de Pesquisa. Cada parceria para a produção de medicamentos
que nós fechamos com o laboratório, Luciano, significa mais remédios de
qualidade e, óbvio, Luciano, uma importante economia para o Ministério da
Saúde.
Apresentador: E esse processo todo já está dando resultado, presidenta?
Presidenta: Está sim. Um ótimo exemplo é o da vacina contra o HPV, que vai ser
oferecida de graça, a partir do ano que vem, para as meninas de dez e onze
anos. Eu não sei se você sabe, Luciano, mas o HPV é o vírus responsável por 90%
dos casos de câncer de colo de útero no Brasil. Graças à parceria que fechamos
neste ano para a fabricação da vacina aqui no país, conseguimos baixar o preço
de cada dose para R$ 30,00, que é o menor preço do mundo, Luciano. Com isso,
nós vamos conseguir imunizar mais de 3 milhões de jovens no ano que vem. Sabe,
Luciano, ainda falta muito, nós sabemos, e temos grandes desafios pela frente,
mas nós estamos trabalhando firme e avançando a cada dia para garantir um bom
serviço de saúde e a melhoria das condições de vida da nossa população em todo
o Brasil.
Apresentador: Ah, presidenta, a conversa está boa, mas o nosso tempo chegou ao
fim. Obrigado por mais esse Café.
Presidenta: Luciano, obrigada. Uma boa semana para você e para os nossos
ouvintes que nos acompanharam até agora. Até a semana que vem, Luciano!
Apresentador: Você que nos ouve pode acessar o Café com a Presidenta na
internet, o endereço é www.cafe.ebc.com.br. Nós voltamos na próxima
segunda-feira. Até lá!"
Fonte da foto: http://cafe.ebc.com.br/cafe/arquivo/saude
Brasil inaugura fábrica de medicamentos de alta tecnologia
Do Portal da Saúde
Por Rhaiana Rondon, da Agência Saúde.
Com incentivo do governo federal, o laboratório nacional Cristália amplia a produção de medicamentos biotecnológicos no País
Por Rhaiana Rondon, da Agência Saúde.
Com incentivo do governo federal, o laboratório nacional Cristália amplia a produção de medicamentos biotecnológicos no País
"A presidenta da República, Dilma Rousseff, e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participaram nesta terça-feira (13) da cerimônia de expansão do parque fabril do laboratório nacional Cristália em Itapira, São Paulo. Além de inaugurar sua primeira planta para a produção de medicamentos biotecnológicos, o laboratório vai expandir a sua unidade farmoquímica (produção de insumos) e dar início à construção de uma fábrica de medicamentos oncológicos. Com a ampliação da farmoquímica, a empresa pretende dobrar sua capacidade produtiva: atualmente, a fábrica produz 50% dos insumos que comercializa, e importa o restante. A perspectiva é produzir 100% dos insumos em território nacional. Foram investidos R$ 208 milhões no empreendimento, sendo R$ 58 milhões financiados pelo governo federal.
“A parceria com a Cristália é estratégica para o Brasil: reafirma o compromisso do governo com empresas que pesquisam, geram inovação e renda para o país. Estamos usando o poder de compra do estado brasileiro para estimular a indústria nacional. E o fortalecimento da política de atenção oncológica é um compromisso. Criamos programas para ampliar o atendimento ao câncer de mama e colo de útero. No ano que vem vamos vacinar as meninas contra o HPV, principal causador do câncer de colo de útero.”, afirmou a presidenta Dilma durante o evento.
O ministro Padilha ressaltou que a produção de medicamentos no Brasil garante segurança para os pacientes, além da geração de trabalho, renda, desenvolvimento e conhecimento no país. “Com a produção nacional de medicamentos estratégicos para o SUS, a Cristália beneficia a população brasileira, que terá acesso garantido aos medicamentos, uma vez que o país se torna independente da importação desses produtos, e menos suscetível à instabilidade do câmbio”, afirmou o ministro.
PARCERIAS PARA O DESENVOLVIMENTO –O laboratório Cristália está envolvido em 31 parcerias com laboratórios públicos e privados desenvolvidas pelo Ministério da Saúde para a produção nacional de medicamentos por meio de transferência de tecnologia, o que permite ao país a autonomia do processo de produção, desde o desenvolvimento até a disponibilização do medicamento no mercado. Como contrapartida, o Ministério da Saúde, por meio do produtor público, compra os medicamentos do laboratório privado por cinco anos para atender à demanda do SUS.
Por conta destas parcerias, o Cristália dobrou seu faturamento nos últimos quatro anos. Sete dos produtos em processo de transferência de tecnologia que envolvem a Cristália já possuem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e cinco deles já estão sendo distribuídos aos pacientes do SUS: o imatinibe para Leucemia, os antipsicóticos clozapina, Olanzapina e Quietipina, e o antirretroviral Tenofovir. Para a compra desses medicamentos, o Ministério da Saúde gasta cerca de R$ 400 milhões por ano.
No total, o Ministério da Saúde já assinou 88 PDPs – Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo. Essas parcerias compreendem 77 produtos, sendo 64 medicamentos, 7 vacinas, 4 produtos para saúde e 4 pesquisas em desenvolvimento (P&D).
BIOLÓGICOS - A produção do medicamento biológico envolve a mais alta tecnologia. É feito a partir de material vivo e manufaturado a partir de processos que envolvem medicina personalizada e biologia molecular. O Brasil já conta com 24 PDPs para a produção de 14 medicamentos biológicos. Eles representam 5% do total da oferta pública de medicamentos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), mas consomem 43% dos gastos do governo federal com medicamentos (aproximadamente R$ 4 bilhões/ano). As PDPs permitem negociar reduções significativas e progressivas de preços. Na medida em que a tecnologia é transferida e desenvolvida, proporcionam uma economia de cerca de R$ 3 bilhões por ano aos cofres públicos".
Fonte:
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Complexo Industrial da Saúde,
Dilma Rousseff,
Ministério da Saúde,
SUS
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Barbano quer Anvisa mais ágil...
Deu no Valor Econômico
"Nascido em uma usina de açúcar no
interior paulista, onde trabalhou como cortador de cana até os 15 anos, Dirceu
Barbano, formado em Farmácia, dirige hoje uma das agências reguladoras com mais
poder sobre milhares de empresas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa). Ligado ao PT e um dos idealizadores do Farmácia Popular, Barbano
tenta na Anvisa corrigir um dos maiores alvos de reclamações das empresas: a
demora na aprovação dos pedidos de liberação de registros. Hoje, cigarros são
liberados em menos de 90 dias, enquanto alguns remédios esperam mais de 24
meses. "Isso é uma coisa horrorosa. Não podemos pecar nisso". Com
estrutura enxuta, a Anvisa deverá contratar neste ano cerca de 300 servidores
para tentar reduzir alguns gargalos.
Do canavial ao comando da Anvisa
Dirceu Barbano nasceu dentro de uma
usina de açúcar e álcool no interior paulista, em 1966. Neto de imigrantes
italianos, seus pais se conheceram na Usina da Serra, instalada na região de
São Carlos (SP), e por lá ficaram. Barbano já tinha um script de vida definido,
assim como seus colegas da vila criada no entorno daquela usina, mas conseguiu
mudar o enredo de sua história. "Dos nove até os 15 anos, cortei cana com
meu avô. Estudava à noite e achava que minha vida seria aquilo. Um professor de
literatura me fez acreditar que eu poderia sair dali. E saí", diz o hoje
presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), uma das
agências mais poderosas do país. "Foi muito difícil deixar a casa dos meus
pais. Tinha 19 anos em 1985, quando entrei na faculdade. Chorei porque achava
que não voltaria. E, de fato, não voltei."
Quase 30 anos depois, Barbano olha para
trás e não se arrepende de sua trajetória. Depois que concluiu a faculdade de
Farmácia, na PUC de Campinas, em 1989, deu aula por dez anos. Foi secretário de
Saúde nas cidades Ibaté e São Carlos, ambas no interior paulista, e um dos
idealizadores do programa federal Farmácia Popular, no início dos anos 2000. Na
Anvisa desde 2008, tem aprendido a lidar com adversidades quase que diárias.
Sob sua coordenação desde 2011, a agência passa, neste momento, por importante
mudanças que poderão dar maior agilidade na liberação de registros de produtos,
sobretudo medicamentos, alimentos e bebidas, que enfrentam fila de até dois
anos, no caso de alguns remédios. Alvo de críticas, a agência sanitária está
para definir uma medida que tornará obrigatória a apresentação de receita nas
farmácias para a compra de medicamentos com tarja vermelha, a exemplo do que já
acontece com os antibióticos desde 2011.
Barbano traçou metas ambiciosas para
2014. Ele promete desburocratizar boa parte da estrutura da agência,
considerada engessada pelas indústrias, e acelerar a liberação de registros.
Atualmente, só para se ter uma ideia, cigarros são liberados em menos de 90
dias, enquanto alguns medicamentos amargam mais de 24 meses na fila. "Não
podemos demorar mais para registrar um medicamento que trata um câncer, por
exemplo, do que um cigarro que causa a doença. Isso é uma coisa horrorosa. Não
podemos pecar nisso. Queremos reduzir prazo de liberação de medicamentos para
nove meses. Hoje, gira de um ano e oito meses a dois anos. Os novos, de dez
meses a um ano [as indústrias questionam esses dados]. Genéricos e similares
demoram mais. Não pode. Se for genérico novo, é prioridade."
No caso dos alimentos e bebidas, o
grande gargalo, segundo Barbano, são os alimentos funcionais. "É uma
categoria nova e todos querem colocar no mercado. Nossa equipe está com prazo
de 1,4 ano a 1,6 ano. Para outras categorias [como produtos de limpeza e
cosméticos], de 90 a 180 dias."
Com uma estrutura enxuta, a Anvisa
deverá contratar este ano cerca de 300 servidores, aumentando em 15% sua
estrutura, com objetivo de reduzir parte de seus gargalos. O objetivo era que esses
funcionários públicos começassem a trabalhar em setembro. Agora, a previsão é a
partir de dezembro. É que foram detectadas irregularidades nas provas
realizadas em junho, desde erro no gabarito até denúncias de vazamento de
informações do concurso. "Tivemos problemas em quatro dos 107 locais onde
as provas estavam sendo aplicadas. "Tivemos que cancelar [o concurso]. A
prova vai ser repetida dia 4 de setembro".
Além de tentar resolver a escassez de
mão de obra, a Anvisa também conseguiu nomear mais dois diretores, que vão
complementar seus quadros de alto escalão e dar maior agilidade às demandas que
chegam à agência - Renato Porto e Ivo Bucaresky (ver quadro abaixo).
Parte das medidas que estão sendo
colocadas em prática, em um ritmo mais lento que o desejado, é reflexo de
problemas enfrentados pela Anvisa entre 2011 e o ano passado. A agência se viu
no olho do furacão após denúncias de irregularidades na liberação de registros
de agrotóxicos, além de ter enfrentado uma longa greve de servidores públicos,
que pararam portos, aeroportos e fronteiras, barrando a entrada de importantes
produtos, como insumos para medicamentos. Mas a crise começou no fim de 2011,
quando a agência teve de buscar uma resposta rápida no caso das próteses
mamárias adulteradas, que foram importadas da França.
Das três recentes turbulências que
enfrentou, Barbano diz que o caso dos implantes mamários foi um dos mais
emblemáticos. "A angústia era a falta de informação. E nossa dúvida era se
iríamos conseguir desempenhar o nosso papel. A resposta demorou quase um ano
para aparecer. A questão foi resolvida e foi um aprendizado para a Anvisa.
Quando a questão surgiu, foi uma confusão enorme. A França fechou a agência
sanitária deles e criou uma outra. Tivemos de criar uma rede mundial de
laboratórios, mandar amostras de lá para cá. Fizemos uma diretriz única, o que
acalmou o anseio das pessoas, que buscavam informação. No fim, poucas
precisaram trocar [as próteses] e aprendemos a lidar com a questão do implante.
A regra está muito mais segura."
No caso da greve, a angústia maior era
lidar com uma ação de captura da estrutura do Estado contra os servidores.
"Como podemos viver no país onde se tem uma agência que diz que não pode
ser capturada pelos políticos, pelo setor regulado, mas é capturada pelos
servidores? Cada medida que tomávamos gerava um movimento agudo do servidor.
Foi um embate completamente fora de propósito. A Anvisa não pode parar, ela é
essencial. Foi um sentimento de impotência."
Segundo Barbano, no episódio envolvendo
a exoneração de dois funcionários na área de agrotóxico - Luiz Cláudio
Meirelles, gerente desse segmento, que denunciou o colega, Ricardo Veloso, por
irregularidades na liberação de produtos, sugere uma outra observação. "O
quanto é negativo quando se tem grupos que se apropriam das estruturas para
fazer a política regulatória que eles querem fazer. Era uma disputa de grupos
internos, onde um denunciou o outro. Quando detectei isso, decidi que não
queria isso na Anvisa, fiz uma auditoria que finalizou há pouco tempo o
relatório e que indicou que eu tinha razão. Não foram só os seis processos que
foram denunciados. Os dois foram exonerados."
Cria do Partido dos Trabalhadores,
Barbano foi um dos responsáveis pela implantação do Programa Farmácia Popular.
Com esse gabarito, ganhou força para entrar na Anvisa. "O governo estava
criando o Farmácia Popular e precisava de uma pessoa para ir para o ministério
[da Saúde] para coordenar o serviço na área farmacêutica. Minha ida para o
governo federal ficou relacionada à implementação do programa. Foi no começo de
2004. A primeira parte desse programa foi lançada em 2005. A segunda parte, que
inclui o copagamento "Aqui tem Farmácia Popular", foi lançado no
início 2006."
Fundada em 1999, a agência sanitária
ganhou uma nova dinâmica nesses últimos anos. A Anvisa mudou muito desde que
foi criada? "Mudou. Os mercados regulados pela agência [alimentos,
medicamento, cosmético, limpeza doméstica, cigarro, agrotóxico, portos,
aeroportos e fronteiras, equipamentos] cresceram muito. Em nenhum deles o
Brasil é o décimo mercado global. Em alguns, o Brasil é o primeiro, caso de
agrotóxico, em outros, é o segundo, como cosméticos e produtos de limpeza. Até
há dez anos, quando você tomava uma decisão sobre a rotulagem de produtos de
limpeza doméstica, você estava falando de quatro ou cinco empresas, hoje são
cerca de 3 mil. Há dez anos, no caso da indústria farmacêutica, você falava com
as multinacionais e os laboratórios nacionais iam correr atrás. Hoje tem
nacionais e multinacionais que jogam o mesmo jogo e disputam o mesmo espaço do
mercado. O que mudou é que o processo de tomada de decisão não pode mais ser
feito sem que a Anvisa esteja muito preparada para tomar cada uma das decisões.
E essa preparação é a parte mais trabalhosa porque você define na diretoria
colegiada qual é a política regulatória que vai desenvolver."
Barbano diz que a Anvisa está
simplificando o marco de regulação "que virou um emaranhado de normas que,
às vezes, é incompreensível até pelo sistema sanitário ou pelo técnico da
própria Anvisa, que interpreta de um jeito e outro técnico, de outro jeito.
Nesse processo de simplificar, qual é a grande questão que está sendo colocada?
É ter a certeza de que a simplificação não vai tirar um pilar e que amanhã vai
acontecer uma coisa com a vida das pessoas e a Anvisa será responsável pela
decisão que tomou".
Nos últimos anos, a Anvisa tem
trabalhado com sua estrutura bem enxuta. Dois de seus cinco diretores foram
definidos recentemente. Barbano acumula funções e continuará assim. "Sou
presidente e acumulo duas diretorias - a de registro e autorização e a
diretoria de gestão. O presidente deverá acumular sempre uma diretoria, além da
presidência, pela estrutura da agência", diz. A Anvisa é uma estrutura de
2,3 mil trabalhadores, com sede em Brasília e mais 80 pontos em portos,
aeroportos e fronteiras pelo Brasil, cada um deles com no mínimo dois ou três
servidores. Além de fazer regulação, faz vigilância e prestação de serviço.
Barbano deverá deixar o comando da
agência em outubro de 2014 - data que já estava estabelecida quando assumiu o
cargo. Ainda não sabe qual será o seu futuro. Embora seja filiado ao PT, o
presidente da agência diz que não tem pretensões políticas. Pessoas próximas ao
dirigente afirmam que a ambição de Barbano é ser nomeado para um alto cargo no
Ministério da Saúde. "Brinco na Anvisa que o máximo que pode acontecer
comigo é que eu volte a cortar cana. Vou entrar em crise porque agora a
colheita não é manual. A mecanização tem tirado o emprego das pessoas nos canaviais."
Criado em uma família grande, com
vários tios e primos, Barbano é o único dos quatro filhos com diploma
universitário. Divorciado e pai de dois filhos, Barbano tenta não manter o
mesmo ritmo puxado de trabalho que era acostumado no canavial. "Mais do
que ter dado certo, eu consegui me livrar de uma vida que tinha um script
definido. Hoje encontro os meninos que estudaram comigo na escola ou
trabalharam na usina e grande parte deles continua lá até hoje."
Fonte do texto:
Fonte da imagem:
MAIS MÉDICOS: Nota do Ministério da Saúde sobre o CFM
MAIS MÉDICOS: NOTA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE
Do Blog da Saúde
"Sobre a nota divulgada pelo Conselho Federal de Medicina nesta terça-feira (6), o Ministério da Saúde esclarece que os dois casos de profissionais inscritos no Programa Mais Médicos citados no texto que teriam optado pelo interior e sido alocados em regiões metropolitanas, foram direcionados para regiões prioritárias do programa, ou seja, com maior escassez de médicos. Causa estranheza que o CFM tenha em sua nota indicado que esses profissionais desejassem por meio do programa atuar exatamente onde já trabalham como médicos, inclusive um deles sendo proprietário de clínica particular e outro já cadastrado como médico de Saúde da Família no município que ele solicitou, situação vedada pelo edital, além de ter outros vínculos na área hospitalar como especialista.
A seleção desses profissionais foi criteriosa e de acordo com todas as regras do edital do Mais Médicos. O médico Dilvo Bibliazzi Júnior foi, inclusive, alocado no município de Itaparica (BA) em sua primeira opção dentre uma lista apontadas no sistema e respeitando as regras do programa. A cidade, que fica na região metropolitana de Salvador, está entre as prioritárias do programa e foi constatada carência de profissionais na atenção básica entre os critérios do Mais Médicos.
O CFM diz que o médico Bibliazzi Júnior pretendia ficar em Canavieiras, cidade em que ele já possui registro no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES) como médico de Saúde da Família deste município e tem vínculos como especialista de hospitais da região próxima. O município de Canavieiras, porém, não está entre os prioritários do programa, com maior escassez de profissional dentre os critérios da iniciativa.
Em relação ao médico Giordano Bruno Souza dos Santos, o mesmo foi lotado em Macaíba (RN) pelo Mais Médicos, sua segunda opção entre uma lista de seis que deveriam ser apontadas por ele sistema do programa, e de acordo com o edital. Esse profissional colocou como primeira opção Monte Alegre, que não teve disponibilidade de vagas pelos critérios do programa.
A cidade de Florânia (RN), no interior do estado, em que a nota do CFM diz ter sido a preferência deste profissional, não está entre as listadas como prioritárias pelos critérios de escassez de profissional na atenção básica. O médico Santos confirmou sua participação no Mais Médicos, realizando a homologação do município em que foi alocado.
As cidades prioritárias do Mais Médicos reúnem as com 20% ou mais de sua população em situação de extrema pobreza, regiões metropolitanas e capitais, 100 cidades com mais de 80 mil habitantes de menor renda per capita e distritos sanitários especial indígenas e áreas com escassez de médicos.
O programa Mais Médicos tem o objetivo de ampliar o atendimento na Atenção Básica, por isso os profissionais que participarão do programa só poderão ser inseridos em novas equipes de atenção básica ou naquelas em que há falta de médicos, dentre as cidades prioritárias com maior escassez destes profissionais".
Fonte: Blog da Saúde http://www.blog.saude.gov.br/nota-do-ministerio-da-saude/
Fonte: Blog da Saúde http://www.blog.saude.gov.br/nota-do-ministerio-da-saude/
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