segunda-feira, 30 de abril de 2012

Ministério da Saúde vai aprimorar a gestão da Assistência Farmacêutica

Foi publicado hoje, no site do Ministério da Saúde, matéria sobre a aprovação do QUALIFAR-SUS (Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica no âmbito do SUS). Pactuado na última CIT (Comissão Intergestora Tripartite) o QUALIFAR-SUS é mais uma demonstração do quanto este governo tem investido na Assistência Farmacêutica. Cabe destacar que, além desta ação, está implementado um Grupo de Trabalho, através da Portaria Conjunta n.01 SAS/SCTIE, publicada em 13 de março desta ano,  que tem como objetivo "propor diretrizes e estratégias para a qualificação da Assistência Farmacêutica no Sistema Único de Saúde, com foco no serviço farmacêutico nas redes assistenciais prioritárias do MS". Este humilde blog divulgou a portaria em postagem que pode ser acessada em: http://www.marcoaureliofarma.blogspot.com.br/2012/03/portaria-cria-grupo-de-trabalho-pela.html

O texto abaixo pode ser acessado em:
(http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/noticia/4917/162/ms-vai-aprimorar-gestao-da-assistencia-farmaceutica.html


"O Ministério da Saúde lançou o Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica no âmbito do SUS (Qualifar-SUS) destinado a qualificar a gestão dos serviços farmacêuticos no Sistema Único de Saúde (SUS). A ação foi pactuada durante reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) do SUS, que reúne representantes do ministério, e das secretarias de saúde estaduais e municipais. O objetivo da ação é aprimorar a distribuição de medicamentos, principalmente em localidades de maior pobreza, ampliando e tornando mais eficiente o acesso da população a esses produtos.
O programa vai ser executado por meio de quatro eixos – cuidado, educação, estrutura e informação -, e vai incluir ações de estruturação física dos serviços de assistência farmacêutica, de capacitação e de aprimoramento dos processos e práticas de trabalho adotados pelas gestões locais. Municípios que integram o Brasil Sem Miséria, programa do governo de combate à pobreza, serão priorizados.
O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Carlos Gadelha, ressalta a importância de uma ação nacional integrada de estímulo ao aprimoramento da assistência farmacêutica no país. “Além de capacitarmos profissionais a fim de promovermos a adoção de boas práticas farmacêuticas em todos os cantos do país, vamos investir na estruturação das unidades de saúde onde os medicamentos são retirados pelos usuários, e na organização da logística de distribuição dos produtos”, declara o secretário.
Inicialmente, em 2012, serão executadas ações de estruturação em 20% dos municípios do programa Brasil Sem Miséria com até 100 mil habitantes. Serão contemplados 453 municípios – 377 com até 25 mil habitantes, 56 com 25 a 50 mil habitantes e 20 com 50 a 100 mil habitantes. Os municípios que aderirem e forem habilitados e selecionados para participar do programa vão receber recursos destinados à aquisição de equipamentos e ao custeio dos serviços. Também serão capacitados profissionais por meio do curso à distância do sistema HÓRUS. Para o ano de 2012, o Ministério da Saúde prevê o investimento de R$ 17 milhões nos municípios habilitados no programa.
EFICIÊNCIA NA DISTRIBUIÇÃO – Entre os benefícios que o Qualifar-SUS traz, está o estímulo à implantação, nos municípios participantes, do sistema HÓRUS, software desenvolvido pelo próprio Ministério da Saúde usado na gestão do fluxo de medicamentos e insumos, e que permite o controle de estoque, o conhecimento do perfil de consumo, o acompanhamento do uso dos medicamentos, entre outras vantagens. “Esse sistema possibilita a gestão de uma assistência farmacêutica eficiente e econômica, ampliando e otimizando o acesso da população a produtos essenciais à saúde”, explica o secretário Gadelha. Até o momento, 1.349 municípios já aderiam ao HÓRUS e 19 Secretarias Estaduais de Saúde."

O texto acima foi escrito por: Priscila Costa e Silva, da Agência Saúde

domingo, 29 de abril de 2012

"A importância da espiritualidade para a saúde "

Texto escrito por Leonardo Boff, em sua coluna no Jornal do Brasil deste domingo (29/04), disponível em http://www.jb.com.br/leonardo-boff/noticias/2012/04/29/a-importancia-da-espiritualidade-para-a-saude/


"Via de regra todos os operadores de saúde, médicos, médicas e enfermeiros e enfermeiras, foram moldados pelo paradigma científico da modernidade que operou um uma separação clara entre corpo e mente, entre ser humano e natureza. Criou as muitas especialidades que tantos benefícios trouxeram para o diagnóstico das enfermidades e também para as formas de cura.

Reconhecido este mérito, não se pode esquecer que se perdeu a visão de totalidade: o ser humano inserido num todo maior e a doença como uma fratura nesta totalidade e a cura como sua reconstrução.

Há uma instância em nós, que responde pelo cultivo desta totalidade, que nos alimenta o sentimento de pertença e que zela pelo eixo estruturador de nossa vida: é a dimensão do espírito. De espírito vem espiritualidade. Espiritualidade é o cultivo daquilo que é próprio do espírito que é sua capacidade de projetar visões unificadoras, de relacionar tudo com tudo, de ligar e re-ligar todas as coisas entre si e com a Fonte Originária de todo ser.

Se espírito é relação e vida, seu oposto não é matéria e corpo mas a morte como ausência de relação. Nesta acepção, espiritualidade é toda atitude e atividade que favorece a expansão da vida, a relação consciente, a comunhão aberta, a subjetividade profunda e a transcendência como modo de ser, sempre disposto a novas experiências e a novos conhecimentos.
Neurobiólogos e estudiosos do cérebro identificaram a base biológica da espiritualidade. Ela se situa no lobo frontal do cérebro. Verificaram empiricamente que sempre que se captam os contextos mais globais ou ocorre uma experiência significativa de totalidade ou também quando que se abordam de forma existencial (não como objeto de estudo) realidades últimas, carregadas de sentido e que produzem experiências de veneração, devoção e respeito, se verifica uma alta de vibração em hertz dos neurônios. Chamaram a este fenômeno de “ponto Deus” no cérebro ou da emergência da “mente mística”. Trata-se de uma espécie de órgão interior pelo qual se capta a presença do Inefável dentro da realidade.
Este dado constitui uma vantagem evolutiva do ser humano que, enquanto homem-espírito, percebe a Última Realidade penetrando em todas as coisas. Dá-se conta de que pode, surpreendetemente, entabular um diálogo e buscar uma comunhão íntima com ela. Tal possibilidade o dignifica, pois o liberta do desenraizamento, o espiritualiza e o leva a graus mais alto de percepção do Elo que liga e re-liga todas as coisas.
Este “ponto Deus” se revela por valores intangíveis como mais amorização, mais compaixão, mais solidariedade, mais sentido de respeito e de dignidade. Despertar este “ponto Deus”, tirar as cinzas que uma cultura demasiadamente racionalista e materialista o cobriu, é permitir que a espiritualidade aflore na vida das pessoas.
No termo, espiritualidade não é pensar Deus mas sentir Deus mediante este órgão interior e fazer a experiência de sua presença e atuação a partir do coração. Ele é percebido como entusiasmo (em grego significa ter um deus dentro) que nos toma e nos faz saudáveis e nos dá a vontade de viver e de criar continuamente sentido de existir e de trabalhar.
Que importância emprestamos a esta dimensão espiritual no cuidado da saúde e da doença? Ela possui uma força curativa própria. Não se trata de forma nenhuma de algo mágico e esotérico. Trata-se de potenciar aquelas energias que são próprias da dimensão espiritual tão válida como a inteligência, a libido, o poder, o afeto entre outras dimensões do humano. Estas energias são altamente positivas como amar a vida, abrir-se ao demais, estabelecer laços de fraternidade e de solidariedade, ser capaz de perdão e de misericórida e de indignação face às injustiças deste mundo.

Além de reconhecer todo o valor das terapias conhecidas, da eficácia dos diferentes fármacos, existe ainda um supplément d’ame como diriam os franceses. Ela quer sinalizar um complemento daquilo que já existe mas que o reforça e enriquece com fatores oriundos de outra fonte de cura. O modelo estabelecido de medicina não detém, por certo, o monopólio da cura e da compreensão da complexa condição humana, ora sã e ora enferma. É aqui que encontra o seu lugar, dentro do campo da medicina científica, a espiritualidade.
A espiritualidade reforça na pessoa, em primeiro lugar, a confiança nas energias regenerativas da vida, na competência do corpo médico e no cuidado diligente da enfermeira ou do enfermeiro. Sabemos pela psicologia do profundo e da transpessoal, o valor terapêutico da confiança na condução normal da vida. Confiar na vida significa fundamentalmente afirmar: a vida tem sentido, ela vale a pena, ela detém uma energia interna que a autoalimenta, ela é preciosa. Essa confiança pertence a uma visão espiritual do mundo.
Pertence à espiritualidade, a convicção de que a realidade é maior do que aquela que captamos com nossos sentidos e com os instrumentos de análise. Podemos ter acesso a ela pelos sentidos interiores, pela intuição e pela razão cordial. Todos os cientistas sabem que a realidade não cabe totalmente em nossos conceitos. Percebe-se que há uma ordem maior, subjacente à ordem sensível, como o sustentava sempre o grande físico, prêmio Nobel, David Bohm, aluno predileto de Einstein.
Esta ordem subjacente responde pelas ordens visíveis e ela sempre pode nos trazer surpresas. Não raro, os próprios médicos se surpreendem, com a rapidez com que alguém se recupera ou mesmo com situações, normalmente, dadas como irreversíveis, regridem e acabarem levando à cura. No fundo é crer que o invisível e o imponderável são parte do visível e do previsível. A visão quântica da realidade confirma o acerto desta perspectiva.
Pertence também ao mundo espiritual, a esperança imorredoura de que a vida continua para além da morte, de que nossos desejos de cura, nossos sonhos de voltar à vida normal deslancham energias positivas que contribuem na regeneração.
Força maior, entretanto, é a fé de sentir-se sob o olhar bondoso de Deus, Pai e Mãe de bondade e de estar, como filhos e filhas, na palma de sua mão. Entregar-se, confiadamente, à sua vontade, desejar ardentemente a cura e a vida mas também acolher serenamente sua vontade de chamar-nos para si. Na perspecitva espiritual, a morte não é entendida como um desfecho trágico mas como uma travessia na direção da Fonte da vida.
Não morremos, mas nos transfiguramos. Deus nos vem buscar e nos levar para onde desde sempre pertencemos, para a sua Casa e para o seu convívio. Aqui se aviva o “ponto Deus no cérebro” que se revela através de tais convicções espirituais altamente terapéuticas. Trazem serenidade face a um desenlace inevitável. A morte aparece então como uma sábia invenção da vida para esta que possa continuar num outro nivel mais alto."

Leonardo Boff
Teólogo, filósofo e autor de O Cuidado Necessário, prestes a sair pela Vozes

Imagem extraída de: http://econexos.com.br/sempre-um-papo-leonardo-boff 

segunda-feira, 23 de abril de 2012

"Farmácia Popular atende mais pacientes da rede privada"

Essa matéria foi publicada no Jornal "Diário do Grande ABC", no dia 17 de abril de 2012 e foi escrito por Maíra Sanches.

 

"Por mês, aproximadamente 5.000 moradores de São Bernardo compram remédios a baixo custo nas quatro Farmácias Populares da cidade. Destes, cerca de 70% são pacientes que foram atendidos pela rede privada de Saúde. A informação é do secretário de Saúde do município, Arthur Chioro.
O programa, criado pelo governo federal em 2004, facilita acesso a 112 medicamentos que tratam de doenças comuns, como hipertensão, diabetes, úlcera gástrica, asma e infecções. Por mês, cerca de 14,5 mil pessoas são beneficiadas pelo serviço na região.
O gestor da Saúde de São Bernardo afirma que os dados revelam uma realidade que exige reflexão. "Dizer que a classe média não utiliza os serviços do SUS (Sistema Único de Saúde) é besteira."
Ontem, a Prefeitura entregou a nova sede da Farmácia Popular do Centro. Agora, está localizada na Rua Marechal Deodoro, 1.058, a via mais movimentada da cidade. Ontem, antes mesmo da abertura oficial da unidade, dezenas de moradores esperavam pelo início do atendimento com as receitas médicas em punho. O serviço funcionava nas dependências da Cooperativa da Volkswagen, na Rua Alferes Bonilha. A estimativa da Prefeitura é que os números de atendimentos mensais subam para 7.000 em alguns meses.
O prefeito Luiz Marinho (PT) deu números à situação atual. Na unidade do Riacho Grande 58% da demanda vêm da rede particular, no Rudge Ramos, 67%, no bairro Alves Dias, 81%, e na unidade do Centro, que funcionava no antigo endereço, os remédios vendidos ou distribuídos para pacientes com convênio chegava a 67% do total. Hoje, 52% dos moradores de São Bernardo possuem plano de saúde.
"Nosso objetivo não é substituir os convênios, mas deveria haver reembolso ao serviço público pelo serviço que o paciente paga e não recebe", comentou o prefeito. A quinta unidade da Farmácia Popular será entregue até o fim do semestre, no bairro Planalto.

 
GRANDE ABC

A região conta atualmente com 12 Farmácias Populares em seis cidades. Quatro em São Bernardo, duas em Santo André, Diadema e Mauá, uma em Ribeirão Pires e outra em São Caetano.
Santo André, São Caetano, Mauá e Ribeirão Pires juntas realizam 9.500 atendimentos por mês. Em São Caetano, dos 600 atendimentos mensais, 40% correspondem à pacientes vindos da rede particular. As demais cidades não forneceram dados específicos sobre a clientela.
Usuários elogiam atendimento sem burocracia

Usuários que utilizam as Farmácias Populares de São Bernardo admitem que, mesmo sendo beneficiários de planos de saúde, preferem comprar remédios na rede pública - e também retirar os gratuitos - por causa da ausência de burocracia.
Medicamentos que custam R$ 40 em farmácias comuns são vendidos a R$ 3. O desconto é de, pelo menos, 90%. Outros 15 remédios, destinados ao tratamento de hipertensão e diabetes, são fornecidos gratuitamente mediante apresentação de receita médica.
O industrial Júlio Gadelha, 60, morador da Vila Mussolini, esteve ontem à tarde na unidade do Rudge Ramos para retirar medicação que controla a pressão arterial. "Aqui tiro mais rápido. O serviço melhorou nos últimos anos", conta. Quando precisa comprar medicação, Gadelha também recorre à Farmácia Popular. "Todos têm essa opção", completa.
A desempregada Fabiana Garcia, 26, avalia o serviço como ótimo e espera que o projeto tenha sequência nos próximos anos. "Tiro remédios para minha mãe todo mês. Quando precisamos, já acostumamos a vir direto para cá", conta. Na unidade do Rudge, são atendidos por dia cerca de 100 pessoas, conforme informou uma atendente. No bairro Assunção, a média é de 50."

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domingo, 15 de abril de 2012

"Cândido Fontoura" homenageia Márcio Fonseca, farmacêuticos que nos orgulham.

Acabo de receber um email-convite para a "IV Solenidade de outorga do Colar Cândido Fontoura do Mérito Industrial Farmacêutico" 2012, que ocorrerá no dia 26 de abril, a ser realizado pelo SINDUSFARMA.
Nesta ocasião, um grande amigo será um dos profissionais condecorados, o Dr. Márcio Antônio da Fonseca e Silva. Sua história se confunde com o a história da profissão farmacêutica. Sobre ele, falarei em uma próxima postagem. Hoje, quero falar sobre Cândido Fontoura (1885-1974). Seu sobrenome já aponta uma de suas cirações, o Biotônico Fontoura. O texto abaixo trata da criação deste produto que, até hoje, é conhecido por muitos. O texto abaixo foi extraído de: http://www.redetec.org.br/inventabrasil/biofont.htm 

"Alguns farmacêuticos, cujas farmácias se tornaram tradicionais e obtiveram o maior sucesso, enveredaram para a fabricação em série de medicamentos, dando origem às primeiras indústrias farmacêuticas nacionais. Um dos casos mais notáveis foi o de Cândido Fontoura. Formado em 1905, numa das primeiras turmas do curso de farmácia de São Paulo, Cândido Fontoura usou sua curiosidade de pesquisador ao criar um tônico para a sua esposa, que tinha saúde bastante frágil. A fórmula foi tão benéfica, que após três meses, outras pessoas também começaram a procurar aquele tônico, que entre outras coisas estimulava o apetite. O tônico foi batizado de Biotônico Fontoura, por sugestão de Monteiro Lobato, que era seu amigo. Algum tempo depois, o farmacêutico montaria o Laboratório Fontoura & Serpe para a produção em série desse produto.

Naquela época, eram comuns as mortes de parturientes pela febre puerperal e de um número excessivo de crianças com menos de um ano. Mas a grave endemia que atacava a população era a ancilostomíase, tão bem caracterizada por Monteiro Lobato no "Almanaque do Jeca tatu", editado pelo Laboratório Fontoura. O biotônico fornecia o ferro necessário à reconstrução da hemoglobina devorada pelo Ancilostomus duodenali, produtor do mal da terra ou amarelão. O almanaque ensinava em palavras simples, como ocorria o ciclo do mal da terra e através do Jeca Tatu explicava que os ovos do ancilóstomo eram depositados no solo junto as fezes, pois naqueles tempos, as touceiras de bananas serviam de instalaçòes sanitárias. Uma vez no solo, os ovos produziam as larvas que penetravam nas solas dos pés, já que mais de 90% da população no campo andava descalça. As larvas caiam na circulação, desenvolviam-se, fixavam-se nas paredes intestinais, onde parasitavam a hemoglobina do sangue e botavam ovos que eram expelidos pelas fezes, iniciando novamente o ciclo."

Vale a pena também ler o texto publicado na revista ISTO É, de autoria Amauri Segalla, publicado na edição 658, no dia 14 de maio de 2010. O texto pode ser lido em: http://www.istoedinheiro.com.br/artigos/23169_A+FORCA+DE+UMA+MARCA+CENTENARIA/



"No ano das grandes efemérides – o cinquentenário de Brasília, os 100 anos de Noel Rosa e Adoniran Barbosa, para ficar só em alguns exemplos –, uma outra data histórica não recebeu até agora a merecida atenção. Há exato um século, o médico Cândido Fontoura Silveira (1885-1974) inventou um produto que esteve presente na vida de milhões de brasileiros.
Trata-se do Biotônico Fontoura, um fortificante e antianêmico, rico em ferro, e que supostamente ajudou desnutridos a engordar, doentes a se reerguer e inapetentes a comer com gosto. Exagero afirmar que a existência do Biotônico deve ser lembrada? Se do ponto de vista medicinal a eficiência do tal remédio jamais foi comprovada, do ponto de vista empresarial é um caso impressionante de sucesso.
O Biotônico foi o primeiro produto brasileiro já nascido com a preocupação de perenizar uma marca. Amigo do farmacêutico Fontoura, o escritor Monteiro Lobato foi quem sugeriu o nome do “remédio”. Fez mais ainda. A Lobato pode ser atribuída a primeira grande ação de marketing institucional da história do capitalismo brasileiro.
Para tornar o Biotônico conhecido nos rincões do Brasil, ele criou o “Almanaque Fontoura”, distribuído em farmácias e vendinhas e uma espécie de pioneiro das revistas customizadas que se vê hoje em dia. Num desses livretos, ricamente ilustrado, Lobato conta como seu personagem Jeca Tatu, o caipira indolente, fica “forte como um touro” ao tomar o Biotônico. Não é difícil imaginar o efeito que narrativas como essa, escritas com o talento magistral de Lobato, provocaram nas vendas do produto, que rapidamente se tornaria um sucesso no País.
Homem de enorme talento para a ciência e para os negócios, Fontoura também teria feito do Biotônico a primeira marca brasileira a conquistar espaço no Exterior. Ele costumava contar a história de como ganhou dinheiro com a Lei Seca em vigor nos Estados Unidos na década de 20 do século passado.
O Biotônico tinha em sua fórmula 9,5% de álcool etílico. Para um período em que nem uma única gota podia ser vendida no território americano, o Biotônico funcionava como um santo remédio. Como podia ser vendido como artigo medicinal, sua comercialização era liberada – e Fontoura jurou durante muito tempo que foi com o inocente Biotônico que muitos americanos driblaram o rigor da lei e experimentaram, vá lá, um pouquinho de álcool. Embora muita gente ache que o episódio tenha sido superestimado (não há registros oficiais de quantos frascos Fontoura exportou), ele de todo modo serviu para que o farmacêutico, mais uma vez, fizesse barulho com a sua marca.
Nos últimos 100 anos, o Biotônico também virou um exemplo perfeito de casamento entre tradição e inovação. A fórmula se adequou aos novos tempos. Em 2001, por determinação da Anvisa, que proibiu que fortificantes pediátricos tivessem mais de 0,5% de álcool em sua composição, o Biotônico passou por mais uma mudança entre as inúmeras feitas nas últimas décadas.
O logotipo também se atualizou. Hoje, a grife dos fortificantes pertence à Hypermarcas, que continua fazendo dinheiro com o produto centenário que tem muitas lições a ensinar aos empreendedores dos novos tempos."

Fica aqui, desde já, meus parabéns ao colega e irmão Márcio.

Imagens extraídas de:

terça-feira, 3 de abril de 2012

Amigos são irmãos que escolhemos.



O título desta postagem não é nada original, ouvi dia desses pela TV.
Este humilde Blog tem por finalidade, ou ao menos tenta, tratar de assuntos relacionados com a assistência farmacêutica. Seja para profissionais ou alunos prestes a receberem seus diplomas, os temas abordados buscam dar aos seus dois ou três leitores a possibilidade de "construírem pontes". Estas podem ser descritas como as que permitam conectá-los com os assuntos atuais, pontes que possam fazê-los conhecer outros profissionais...quem sabe aquelas que permitam, simplesmente, ligá-los com algumas informações que tragam o almejado sucesso profissional. Não sei se conseguimos realizar algum destes objetivos, mas fico feliz por tentar. Mas hoje quero falar sobre outro assunto, fugindo um pouco do tema central deste Blog.
Falando em pontes creio haver uma que foi, é e sempre será a principal a construirmos... a ponte da amizade. Não quero tratar com isto sobre a obra de engenharia que liga o Brasil ao Paraguai. Pensei nas pontes que nos ligam com pessoas a quem escolhemos para compartilhar os bons e maus momentos. Naquelas por onde podemos atravessar longas distâncias e que também nos servem para nos proteger, sob elas, de tempestades que nos afetam. Pontes que permitam olharmos adiante e saber que existe um caminho. Pontes que se tornam mais firmes com o passar dos anos, pois foram construídas sob um amor incondicional, tal qual o amor entre amigos. Por mais distantes, geograficamente falando, que estes possam estar, sabemos que a ponte continuará lá....que sempre nos levará a encontrá-los, ligando os pontos por mais distantes que estejam.
Tudo o que disse se deve ao aniversário de um dos amigos que tenho. Hoje Cedric Marinho, o primeiro da foto (da esq. para direita) “cumple años”. Neste mesmo dia ganho de presente de outro amigo, Fabiano Caldeira (obviamente o do meio), um livro que almejava ter. Somos três parceiros de longa data e que já vivemos de tudo, bons e maus momentos. Não abrirei aqui detalhes sobre isso, apenas quero, com esta postagem,  falar que construir “pontes de amizade” é o que mais vale a pena. Cedric e Fabiano, obrigado pela amizade e pela nossa "ponte".