quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Os remédios pagaram a lavadora

Coluna do Elio Gaspari divulgado em grandes jornais, neste dia 15 de fevereiro.

"O programa federal de remédios gratuitos para hipertensos e diabéticos que a doutora Dilma botou na rua no ano passado beneficiou 7,8 milhões de pacientes de janeiro de 2011 a janeiro de 2012. É êxito para ninguém botar defeito. Êxito social e êxito administrativo.

Estima-se que no Brasil haja 30 milhões de hipertensos e 10 milhões de diabéticos. Boa parte deles padece das duas condições e precisa tomar remédios todos os dias. Tanto a hipertensão como a diabetes são doenças silenciosas. Quando o cidadão vai ao hospital, o estrago já está feito. Sem medicação, pode acontecer-lhe aquilo que sucedeu a dom Pedro II, que viveu num tempo em que ela não existia e foi-se embora aos 66 anos.

Desde 2006, o governo federal mantinha uma rede de farmácias, onde os pacientes retiravam os medicamentos por 10% do preço. Foi uma das joias da coroa do governo, mas estava mais para turmalina do que para esmeralda. Fazia a felicidade dos marqueteiros em ano eleitoral, mas embutia os custos da infraestrutura das farmácias, transporte e pessoal.

Em 2011, mudou-se a gestão do programa. Em vez de a Viúva sustentar uma rede de farmácias, ela passou a credenciar as que estão estabelecidas no mercado. A rede expandiu-se, chegando a 781 municípios, com 20,3 mil estabelecimentos. O negócio é bom para o freguês, porque agora ele não paga nada. É bom para a farmácia porque o cliente acaba comprando mais alguma coisa. É bom para os laboratórios porque, vendendo grandes quantidades para o Ministério da Saúde, ganham com a expansão do mercado.

Em 2010, o programa beneficiou 2,8 milhões de pessoas e custou R$ 203 milhões. Com o novo formato, em 2011 atendeu a 7,8 milhões a um custo de R$ 579 milhões.

A iniciativa é economicamente eficiente, para usar uma expressão ao gosto de quem olha para o dinheiro gasto no andar de baixo preocupado com a relação custo/benefício. No ano passado o SUS teve 11 mil internações a menos por conta de hipertensão e diabetes.

A nova classe C, também chamada de emergente, nada mais é do que a massa de trabalhadores que vivem com orçamento apertado. Segundo o Ministério da Saúde, com a gratuidade, o hipertenso que toma dois comprimidos de 50 mg de losartana potássica economizou cerca R$ 452 no ano, levando em conta que só pagava 10%. O diabético que não depende de insulina, economizou pelo menos R$ 102 e o que precisa dela deixou de gastar entre R$ 407 e R$ 1 mil.

Frequentemente, a rede de proteção social criada pelos governos é vista como assistencialismo. Um cidadão que trabalha na produção, no comércio ou em financiamento de mercadorias da linha branca pode ter dificuldade para valorizar o impacto social desses programas. Ele está feliz porque sua empresa vai bem. Ficaria mais satisfeito se relacionasse o seu bem-estar com o dos outros. A firma vende mais eletrodomésticos porque há mais gente comprando-os e há mais gente comprando-os porque um trabalhador deixou de gastar R$ 452 com remédios e comprou uma máquina de lavar roupa semiautomática. Num outro exemplo, fora da esfera federal, esse mesmo cidadão, que toma dois ônibus no Rio de Janeiro para ir trabalhar e outros dois para voltar à sua casa, economiza mensalmente a prestação do notebook do filho.

Em um ano, 7,8 milhões de brasileiros hipertensos ou diabéticos medicaram-se, e todo mundo ganhou com isso."

Elio Gaspari

Disponível em:


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Balanço de um ano do "Saúde não tem preço".

No dia 14 de fevereiro de 2011 entrou em vigor a gratuidade de acesso aos medicamentos indicados para o tratamento para hipertensão e diabetes, no programa Farmácia Popular do Brasil. Neste primeiro ano, a ação "Saúde Não Tem Preço" ampliou o acesso, triplicando o número de pacientes atendidos.

Em um ano, mais que triplica número de beneficiados

Por Bárbara Semerene, Priscila Costa e Silva, Valéria Amaral, da Agência Saúde

"Ao longo do período, mais de 7,8 milhões de pacientes tiveram acesso aos medicamentos gratuitos nas empresas credenciadas ao programa


Em um ano de implementação da iniciativa Saúde Não Tem Preço – lançada em fevereiro de 2011 pelo governo federal – mais que triplicou o número de brasileiros beneficiados com medicamentos gratuitos para o tratamento de diabetes e hipertensão. Neste mês de janeiro, foram atingidos 3,2 milhões de pacientes nas empresas credenciadas ao Aqui Tem Farmácia Popular, contra 853 mil atendidos no mesmo mês do ano passado, um aumento de 280% – se forem considerados também os atendimentos realizados em unidades da rede própria de farmácias do governo, um total de aproximadamente 3,6 milhões de pessoas foram beneficiadas pelo Saúde Não Tem Preço. Ao longo deste primeiro ano do programa, foram beneficiadas mais de 7,8 milhões de pessoas nas farmácias e drogarias privadas credenciadas. (Confira tabela abaixo)
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destaca a importância do programa para o acesso a medicamentos essenciais. “Estamos satisfeitos com os resultados obtidos. Em apenas um ano, foi possível triplicar o número de pessoas com acesso ao tratamento de duas doenças que atingem uma parcela grande da população brasileira”, declara. “Este é um programa prioritário para o governo federal. Portanto, novas metas estão sendo estabelecidas para o ano de 2012. É preciso continuar expandindo, melhorando, e levando saúde a todos os cantos do Brasil”, afirma o ministro.
A quantidade de hipertensos beneficiados aumentou 318%, de 658 mil em janeiro de 2011 para 2,7 milhões em janeiro de 2012, nas empresas credenciadas ao Aqui Tem Farmácia Popular. Já o número de diabéticos beneficiados aumentou 230%, passando de 306 mil para um pouco mais de 1 milhão no mesmo período.
Esse aumento do acesso deveu-se em grande parte à expansão dos pontos de retirada dos medicamentos. A rede de empresas credenciadas cresceu 38,7% ao longo deste primeiro ano da ação Saúde Não Tem Preço, passando de 15 mil para 20.316 farmácias e drogarias. No mesmo período, quase mil municípios (cerca de 400 de extrema pobreza) que não possuíam empresas credenciadas ao programa passaram a contar com pontos de retirada de medicamentos gratuitos – passou de 2.467 para 3.277 o número municípios brasileiros abrangidos pela rede de empresas privadas participantes.
CRESCIMENTO –A região Norte apresentou maior crescimento do número de beneficiados neste primeiro ano do Saúde Não Tem Preço. Nas empresas credenciadas ao Aqui Tem Farmácia Popular, observou-se um aumento de 933% –a quantidade de pessoas atendidas passou de 7.713, em janeiro de 2011, para 79.898, em janeiro deste ano. O percentual foi estimulado principalmente pelo estado de Roraima que teve 18.743% de aumento – passou de 23 para 4.334 pacientes atendidos.
Destaque também para a região Centro-Oeste, onde o número de pacientes atingidos cresceu 824% desde o início do ano passado, passando de 23.299 para 215.218 no mesmo período. No Nordeste, o programa apresentou 545% de crescimento – 57.895, no início do Saúde Não Tem preço, para 373.653, neste mês de janeiro. Já nas regiões Sul e Sudeste o crescimento foi, respectivamente, de 354% e 209%.
“O acesso à saúde está cada vez melhor distribuído pelo país, sem prejuízo de qualquer região. O significativo crescimento do Saúde Não Tem Preço na região Norte e Centro-Oeste no primeiro ano da iniciativa mostra que a assistência farmacêutica está se ampliando de maneira equilibrada no Brasil, chegando a todos os brasileiros”, afirma o ministro Padilha.
DOENÇAS –A hipertensão arterial atinge 23,3% da população adulta brasileira (maiores de 18 anos), de acordo com o estudo Vigilância de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2010, que considera o diagnóstico médico referido pelo entrevistado. Ainda pelo Vigitel, a diabetes atinge 6,3% da população adulta, sendo maior em mulheres (7%) do quem em homens (5,4%).
O Saúde Não Tem Preço tem promovido a ampliação do programa Aqui Tem Farmácia Popular como um todo. Além dos medicamentos gratuitos para diabetes e hipertensão, o programa oferece outros 14 produtos com 90% de desconto, para o tratamento de asma, incontinência, osteoporose, rinite, colesterol, doença de Parkinson, glaucoma e os anticoncepcionais. O número de pessoas atendidas pelo programa cresceu 212% de janeiro a janeiro, saltando de 1,2 milhão para aproximadamente 10 milhões.
ORIENTAÇÕES AOS USUÁRIOS – Para obter quaisquer dos 11 produtos disponíveis no Saúde não Tem Preço, o usuário precisa apresentar CPF, documento com foto e receita médica, que é exigida pelo programa como uma forma de se evitar a automedicação, incentivando o uso racional de medicamentos e a promoção da saúde.
Eventuais dúvidas podem ser esclarecidas e comunicadas ao Ministério da Saúde – pelos estabelecimentos credenciados ou pelos usuários do programa – por meio do Disque-Saúde (136) como também pelo e-mail analise.fpopular@saude.gov.br.
Os medicamentos gratuitos para hipertensão e diabetes são identificados pelo princípio ativo, que é a substância que compõe o medicamento. Os itens disponíveis são informados pelas unidades do programa, onde os usuários podem ser orientados pelo profissional farmacêutico. É ele que deverá informar, ao usuário, o princípio ativo que identifica o nome comercial do medicamento (de marca, genérico ou similar) prescrito pelo médico."

DIABÉTICOS E HIPERTENSOS ATENDIDOS NAS EMPRESAS CREDENCIDAS
Estado
01/2011
01/2012
Total no períodoVariação (%)
AC 112 4511.650 303%
AL 2.079 16.97044.357 716%
AM 14 1921.103 1271%
AP 0 84494 180%
BA 5.756 68.237193.390 1085%
CE 8.068 70.727173.136 777%
DF 6.074 43.182118.829 611%
ES 25.841 87.472231.882 239%
GO 12.355 112.088246.830 807%
MA 1.022 17.06345.188 1570%
MG 193.940 537.1601.410.367 177%
MS 2.908 32.59582.413 1021%
MT 1.964 27.42067.797 1296%
PA 3.809 43.070112.787 1031%
PB 5.669 55.247112.145 875%
PE 13.586 63.359148.692 366%
PI 1.654 16.42735.029 893%
PR 49.560 189.111433.286 282%
RJ 166.281 458.6881.255.312 176%
RN 17.429 54.416124.548 212%
RO 2.572 22.79657.869 786%
RR 23 4.33410.292 18743%
RS 78.593 342.805741.550 336%
SC 15.250 119.194277.374 682%
SE 2.658 11.30532.715 325%
SP 235.165 836.0511.940.343 256%
TO 1.184 8.97423.311 658%
TOTAL BRASIL853.1813.238.2357.842.348280%

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

"Saúde não tem preço" triplica distribuição de remédios a diabéticos e hipertensos

"Nós melhoramos a qualidade de vida das pessoas e ainda economizamos recursos do SUS"


"A presidenta Dilma Rousseff faz um balanço do primeiro ano do programa "Saúde não tem preço", que distribui de graça medicamentos para o tratamento da hipertensão e diabetes em mais de 20.300 farmácias credenciadas na rede "Aqui tem Farmácia Popular". Somente em janeiro deste ano, 3,2 milhões de pacientes retiraram esses medicamentos nessas farmácias gratuitamente, mais que o triplo do registrado em janeiro do ano passado."
Abaixo, segue a transcrição do Programa "Café com a Presidenta" do dia 13 de fevereiro, disponível em: http://cafe.ebc.com.br/cafe/arquivo/saude-nao-tem-preco

"Apresentador: Olá, você em todo o Brasil! Eu sou o Max Gonçalves e começa agora mais um Café com a Presidenta Dilma. Bom dia, presidenta!

Presidenta: Bom dia, Max! E bom dia a todos que nos acompanham!

Apresentador: Presidenta, hoje vamos falar de saúde! Há um ano, a senhora anunciou a distribuição gratuita de remédios para o tratamento de hipertensão e da diabetes. Já temos um balanço desse programa?

Presidenta: Temos sim, Max, e os números mostram que o Saúde não Tem Preço é um sucesso! Lançamos o programa em fevereiro do ano passado, de lá para cá, mais que triplicou o número de diabéticos e hipertensos que recebem remédio de graça na Farmácia Popular. Somente em janeiro deste ano, 3,238 milhões de pacientes tiveram acesso ao medicamento gratuito. Há um ano, quando o usuário ainda pagava 10% do valor do remédio, esse número era bem menor, era 853 mil pacientes. Nesse primeiro ano do programa, Max, mais de 7,8 milhões de pessoas retiraram esses medicamentos na rede Aqui tem Farmácia Popular.

Apresentador: A falta de dinheiro não é mais motivo para a pessoa interromper o tratamento!

Presidenta: É isso mesmo, Max. Como os medicamentos são gratuitos, as pessoas podem se tratar e ter uma vida normal. É claro que, para isso, as pessoas também devem se cuidar, ter uma rotina mais saudável. Nós já temos mais de 20.300 farmácias no programa Aqui tem Farmácia Popular, em mais de 3.200 municípios. Além dos remédios gratuitos para a pressão alta e diabetes, nessas farmácias, pessoas também podem procurar medicamentos com desconto de até 90% para tratar asma, colesterol alto, osteoporose, rinite e ainda anticoncepcionais e fraldas geriátricas.

Apresentador: Presidenta, esta expansão na rede também alcançou municípios do interior?

Presidenta: É verdade, Max. No ano passado, a Farmácia Popular chegou a 781 municípios, que não tinham nenhuma farmácia credenciada no programa. O Ministério da Saúde identificou onde está a população mais pobre, tanto nas grandes cidades como no interior do Brasil, e está estimulando o credenciamento de novas farmácias nesses municípios, cada vez mais perto das populações.

Apresentador: E isso facilita a vida das pessoas, não é, presidenta?

Presidenta: Ah, facilita muito. A ampliação do Aqui tem Farmácia Popular já melhorou a vida de muita gente. Vou te dar o exemplo do Sr. Bartolomeu, um senhor de 86 anos que mora lá em Boca da Mata, no interior de Alagoas. O Sr. Bartolomeu tem hipertensão, tem problemas no coração e paralisia nas pernas, quem cuida dele é a filha, Maria Alba. Como lá não tinha nenhuma farmácia credenciada, a Maria Alba tinha que viajar 70km até a capital Maceió para retirar os medicamentos do pai. Os remédios eram de graça ou tinham grandes descontos, mas, assim mesmo, ela gastava, Max, R$ 100 com a viagem. No ano passado, Boca da Mata ganhou uma Farmácia Popular, e agora a Maria Alba gasta menos de cinco minutos para ir até a farmácia e pegar os remédios do pai.

Apresentador: Esse é um grande programa, presidenta.

Presidenta: Olha, Max, esse programa do governo é o de maior cobertura na distribuição gratuita de remédios do mundo. Neste ano, vamos investir, por meio do Sistema Único de Saúde, o SUS, R$ 7,7 bilhões só na compra de medicamentos. Além dos remédios que são distribuídos no Aqui tem Farmácia Popular, o SUS garante os remédios para o tratamento contínuo de pacientes com câncer, Aids, doenças renais, hepatites, Alzheimer, que são acompanhadas nos hospitais e nas unidades de saúde. São investimentos que beneficiam toda a população e, por isso, são muito importantes. Nós melhoramos a qualidade de vida das pessoas e ainda economizamos recursos do SUS.

Apresentador: É mesmo, presidenta?

Presidenta: É sim. Sabe por que, Max? Porque o número de internações no SUS por conta de diabetes e de hipertensão diminuiu. Em 2011, foram menos 8.400 internações por causa da hipertensão, e 2.700 a menos por causa da diabetes. Outro resultado importante do programa, Max, foi o aumento do controle da distribuição dos medicamentos. Quando uma pessoa pega o remédio, a farmácia tem que tirar uma cópia da receita, com o registro do médico e o CPF do paciente para o controle do Ministério da Saúde.

Apresentador: Tudo isso melhora muito o serviço da saúde pública prestada à população, não é mesmo?

Presidenta: Ah, com certeza. Sabe, Max, oferecer saúde pública gratuita e de qualidade é um grande desafio. Ainda temos muito que avançar, mas estamos enfrentando o desafio com ações como essas: a distribuição gratuita de remédios, um investimento nas emergências dos hospitais, o atendimento dos doentes em sua casa e outras ações que contribuem para melhorar os serviços prestados e dar mais eficiência ao SUS. Eu fico feliz de ver que essas ações estão dando certo, porque todos os brasileiros e as brasileiras merecem, igualmente, ter serviços de saúde de qualidade.

Apresentador: Presidenta, infelizmente o nosso tempo acabou. Obrigado pela sua presença aqui no Café.

Presidenta: Eu também agradeço a sua companhia e dos nossos ouvintes. Desejo a todos uma ótima semana e um bom carnaval!

Apresentador: Você que nos ouve pode acessar este programa na internet, o endereço é www.cafe.ebc.com.br."

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Oswaldo Cruz: 95 anos de sua morte!

 

Informação disponível em: http://www.seuhistory.com/timeline_day.html
No dia 11 de fevereiro de 1917 morria, em Petrópolis (RJ), Osvaldo Gonçalves Cruz, cientista, médico, epidemiologista e sanitarista. Ele foi o pioneiro no estudo das doenças tropicais e da medicina experimental no Brasil. Também entrou para a Academia Brasileira de Letras, em 1912.
Nascido em São Luiz do Paraitinga (SP), no dia 5 de agosto de 1872, ele ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1887, formando-se em 1892. Em 1896, estagiou durante três anos no Instituto Pasteur, em Paris, onde foi discípulo do diretor Émile Roux. Em 1899, quando retornou ao Brasil, organizou o combate ao surto de peste bubônica em Santos (SP) e em outras cidades portuárias. Como a importação do soro para o tratamento da doença era demorada, propôs ao governo a instalação de um instituto para fabricá-lo.
Desta maneira, foi criado o Instituto Soroterápico Federal, em 1900. Oswaldo Cruz assumiu a direção do instituto em 1902 e, no ano seguinte, tornou-se diretor-geral da Saúde Pública, com o objetivo de coordenar as campanhas de erradicação da febre amarela e da varíola, no Rio de Janeiro.
Convenceu o então presidente da república, Rodrigues Alves, a decretar a vacinação obrigatória, o que provocou uma rebelião que ficou conhecida como “Revolta da Vacina”.
Enquanto era criticado por populares no Brasil, foi premiado no Congresso Internacional de Higiene e Demografia, em Berlim, em 1907. Acabou deixando a saúde pública em 1909. Esteve à frente ainda da campanha de erradicação da febre amarela em Belém. Em 1916, ajudou a fundar a Academia Brasileira de Ciências e, no mesmo ano, tornou-se prefeito de Petrópolis. Contudo, ficou doente e morreu um ano depois, sem completar o seu mandato.

A primeira Santa Casa do Brasil....

Desde que cheguei a Brasília tenho sentido saudades da cidade onde passei mais da metade de minha vida, cidade essa que me adotou e que adotei como minha, fruto do tratamento recebido. Alguns rirão com isso, mas nasci num Município próximo de  São Paulo, fui registrado em Tatuapé, na Zona Leste de capital paulista e parti, com 5 anos de idade,  para Niterói (onde me criei) no Rio de Janeiro. Voltei a SP, especificamente para Santos,  com 15 anos (1986), vivendo até 2009. Nesta cidade vivi a maior parte de minha vida, tendo tido uma breve passagem por Piracicaba, durante 6 mêses,  para o início de minha vida universitária.  Em  2010 partí para a Capital Federal.
Tal saudade me fez realizar essa postagem. Com base na minha área de atuação, a saúde, quis compartilhar uma informação que talvez  poucos saibam: Santos tem a primeira Santa Casa do Brasil. Sabia disso? Abaixo, divulgo informação (além da foto feita na década de 70 que ilustra essa postagem),  disponível no site: http://www.scms.org.br/noticia.asp?codigo=619 .

"O maior patrimônio da Santa Casa da Misericórdia de Santos é a sua história, que se confunde com a história da própria cidade. Fundado numa época em que Santos não era sequer uma vila e sim o povoado de Enguaguassu, o então Hospital de Todos os Santos deu origem ao nome da cidade. Por cinco séculos atendeu navegadores, colonos, nativos e escravos, foi destruído mais de uma vez e acompanhou o crescimento do porto, da cidade e do país.
Em 1542, auxiliado pelos prósperos moradores da região, Brás Cubas iniciou a construção do hospital, no sopé do Outeiro de Santa Catarina (onde hoje situa-se a Rua Visconde do Rio Branco), defronte ao edifício da Alfândega, que foi inaugurado em 1º novembro de 1543. Entre 1545 e 1547, o Capitão-Mor Braz Cubas elevou o povoado à categoria de vila com o nome de vila do Porto de Santos.
Em 1597, quando da morte de seu criador, a Vila do Porto de Santos entrou em decadência. Em decorrência, houve um progressivo empobrecimento da comunidade e da Irmandade, de maneira que o hospital chegou a fechar suas portas em 1654.
Em 3 de outubro de 1654, Dom Jeronymo de Athayde, Conde de Athouguia, Governador Geral do Estado do Brasil, fez provisão de recursos financeiros aos Irmãos da Misericórdia de Santos, atendendo petição destes para a construção de novos prédios. Desta forma, os Irmãos puderam concluir, em 1665, a edificação do segundo imóvel e de sua igreja, em lugar que ficou conhecido como Campo da Misericórdia, posteriormente denominado Largo da Misericórdia, Largo da Coroação e, por último, Praça Visconde de Mauá, junto ao prédio da Prefeitura. Com o tempo, o segundo prédio do hospital foi se degradando e a Irmandade se preparou para nova mudança.
Em 1760, a Irmandade da Misericórdia terminou a construção de sua nova igreja junto ao Morro de São Jerônimo, atual Monte Serrat. Chamada inicialmente de igreja de São Jerônimo, foi mais tarde consagrada a São Francisco de Paula, que deu nome à Avenida São Francisco. No período de 1804 a 1830, a Irmandade utilizou o Hospital Militar, onde hoje situa-se a Alfândega, para tratar de trabalhadores do porto com doenças infecciosas.
Em 1835 o Provedor, Capitão Antonio Martins dos Santos, iniciou a construção do terceiro prédio próprio da Santa Casa da Misericórdia de Santos, no sopé do Morro de São Jerônimo, junto à sua igreja de São Francisco de Paula. O médico Cláudio Luiz da Costa, eleito Provedor, inaugurou o hospital em 4 de setembro de 1836.
Em 10 de março de 1928, a propriedade foi atingida por um deslizamento de terras ocorrido na face leste do Monte, que soterrou a parte posterior do hospital e algumas casas próximas. Assim, teve inicio a construção do presente complexo na esplanada do bairro do Jabaquara, longe dos morros para evitar novo desastre. Em 10 de abril de 1928, a Mesa Administrativa da Irmandade, representada pelo Dr. João Carvalhal Filho, na presença de representantes da comunidade, do Bispo Diocesano Dom José Maria Parreira Lara, e do Governador Dr. Júlio Prestes, lançou a pedra fundamental do prédio atual.
Em 2 de julho de 1945, com a presença do Presidente Getulio Dornelles Vargas, realizou-se a solenidade de abertura do estabelecimento que, com capacidade para 1400 leitos, avultava-se como um dos maiores e mais bem equipados da época, no Brasil.
Dessa forma, em 2 de julho de 2006 o edifício comemorou seus 61 anos de existência."