segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Os "Dez Mais" entre os medicamentos indutores de violência

Ethan A. Huff (NaturalNews, 15/01/2011) | em 21/02/2011.

O Institute for Safe Medication Practices (ISMP) publicou recentemente um estudo publicado na revista "PLoS One" destacando as piores prescrições medicamentosas, ligadas a crimes, aquelas que levam o paciente a tornarem-se violentos. Entre os dez mais (Top Dez) perigosos estão os antidepressivos Pristiq® (desvenlafaxina), Paxil® (paroxetina) e Prozac® (fluoxetina).

Preocupações sobre os efeitos colaterais extremamente negativos de antidepressivos muitos populares e dos antipsicóticos têm vindo a aumentar, uma vez que estas drogas não só causam graves problemas de saúde para os usuários, mas também representam uma ameaça significativa para a sociedade. O relatório do ISMP aponta que, de acordo com a Food and Drug Administration (FDA) e seu Sistema de Comunicado de Eventos Adversos (Adverse Event Reporting System), medicamentos muitos populares estão relacionadas até mesmo com homicídios.

A maioria das drogas no top dez dos mais perigosos são antidepressivas, mas também estão incluídos medicamentos para insônia, drogas para o Distúrbio de Déficit de Atenção e Hiperatividade (DDAH), uma droga para a malária e um medicamento antifumo.

Conforme publicado na revista “Time”, a lista dos dez mais é a seguinte:

10º. Desvenlafaxine (Pristiq®) - Um antidepressivo que afeta a serotonina e a noradrenalina. Esse medicamento oferece 7,9 vezes mais chances de ser associada com a violência do que outras drogas.

9º. Venlafaxina (Efexor®) - Um antidepressivo que trata transtornos de ansiedade. A droga tem 8,3 vezes mais probabilidade de estar associado à violência do que outras drogas.

8º. Fluvoxamina (Luvox®) – É uma droga inibidora da recaptação da serotonina (ISRS) que tem 8,4 vezes mais probabilidade de estar associado à violência do que outras drogas.

7º. Triazolam (Halcion®) – É um medicamento benzodiazepínico para a insônia que tem 8,7 vezes mais probabilidade de estar associado à violência do que outras drogas.

6º. Atomoxetine (Strattera®) - Uma droga para DDAH que tem 9 vezes mais probabilidade de estar associado à violência do que outras drogas

5º. Mefloquine (Lariam®) - Um medicamento contra a malária que tem 9,5 vezes mais probabilidade de estar associado à violência do que outras drogas.

4º. Anfetaminas – É uma classe geral de drogas para DDAH com 9,6 vezes mais probabilidade de estar associado à violência do que outras drogas.

3º. Paroxetina (Paxil®) - Um antidepressivo (ISRS) que tem 10,3 vezes mais chances de ser associado com a violência do que outras drogas. Também está ligado a graves sintomas de abstinência e defeitos em recém-nascidos.

2º. Fluoxetina (Prozac®) - Um medicamento antidepressivo ISRS popular que tem 10,9 vezes mais chances de ser associada com a violência do que outras drogas.

1º. Vareniclina (Champix®) – É um medicamento antitabaco que apresenta chocantes 18 vezes mais probabilidades de estar associado à violência do que outras drogas.

Observações: 1) No Brasil as anfetaminas mais comuns para DDHA incluem a Ritalina®.

2) O Champix® é vendido no Brasil com esse mesmo nome comercial.

3) O Strattera® é vendido no Brasil com esse mesmo nome comercial.

4) O triazolam (Halcion®) já foi proibido temporariamente no Brasil, e permanece proibido em países como o Reino Unido. 5) No Brasil o mefloquine é vendido sob o nome de Lariamar®. Fontes para esse artigo incluem:

http://healthland.time.com/2011/01/07/top-ten-legal-drugs-linked-to-violence/

Original: https://webmail.saude.gov.br/redir.aspx?C=e188ebc720ee4e4191cb7eed4807c3d6&URL=http%3a%2f%2fwww.naturalnews.com%2f031017_violence_prescription_drugs.html%23ixzz1B6V0uSJS

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Receitas que matam

No Jornal O GLOBO de hoje (27/02/2011), no caderno "Ciência", página 51, saiu a seguinte matéria:

Metade das prescrições apresentam erros. Falta treinamentos para médicos.

Um cp/vo/8/8. O que parece uma difícil equação ou código indecifrável é, na verdade, a informação mais importante de uma receita médica: um comprimido via oral de oito em oito horas. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que mais de 50% dos medicamentos que circulam no mundo foram receitados, vendidos ou preparados de forma inadequada. Em grande parte esse índice se deve ao fato de que muitos médicos não sabem receitar e orientar seus pacientes. Das quase 170 faculdades de medicina no país, poucas cobram dos alunos a disciplina Uso Racional de Medicamentos (URM). A falta de critério e a má orientação quanto à utilização de remédios, associada ao hábito de automedicação no país, aumentam as chances de mais doenças e internações.

Na semana em que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) discutiu a proibição de emagrecedores, o problema do mau uso de remédios chama mais atenção. De acordo com a OMS, 50% das pessoas no planeta usam fármacos de forma errada. Só nos EUA, esses erros são responsáveis por 4% dos óbitos e 5% a 7% das internações. No Brasil, eles causam 30,7% das intoxicações e 19,7% dos óbitos, segundo o Ministério da Saúde.

- Medicamento não é bem de consumo. É insumo, é necessidade. Portanto, a produção e a comercialização deles não podem seguir as regras de comércio de bens de consumo. Esta lógica perversa precisa ser invertida urgentemente, caso contrário estamos perdidos - alerta Thaís Helena Abrahão Thomaz Queluz, titular do Departamento de Clínica Médica da Universidade Estadual Paulista, que instituiu na unidade de Botucatu o curso obrigatório de URM.

Esta iniciativa pioneira chamou a atenção do Ministério da Saúde, que está financiando a educação à distância sobre o tema e oferece prêmio para os melhores projetos voltados à promoção do URM. Entre problemas encontrados em receitas estão rasuras, letra ilegível, uso de abreviaturas, falta de explicação sobre os efeitos do medicamento e erros quanto à posologia. Thaís diz que médicos, dentistas e veterinários aprendem a prescrever como se seguissem uma "receita de bolo", no ambulatório, na enfermaria, com o médico de plantão. O que é um erro.

- Não fazem isso por má fé, mas por despreparo e pouco conhecimento sobre o uso racional dos remédios - afirma. - E fatores como pouca informação e falta de questionamento por parte dos pacientes, pressão da indústria farmacêutica oferecendo vantagens (30% do orçamento dos laboratórios são destinados à publicidade), falhas em fiscalização e vigilância contribuem para agravar.

Medicina baseada em evidências
Ela lembra que usar medicamento não é normal. Dois terços das consultas resultam em prescrições e as reações adversas aumentam com quatro ou mais drogas:

- Qualquer medicamento causa efeito em todo o organismo. Nem sempre um medicamento novo é melhor do que outro já no mercado há tempo. Os médicos deveriam estar preparados para buscar informações seguras e confiáveis sobre as drogas - afirma.

José Miguel Nascimento Júnior, diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde, diz que o órgão está preocupado com o problema e que tem investido na educação de prescritores e farmacêuticos, especialmente dentro dos hospitais. Esses profissionais devem levar em conta a medicina baseada em evidências, diz.

- Não é na indústria farmacêutica que eles vão se atualizar, nem no Google. Precisam buscar referências em bancos de dados, em literatura especializada. Já o paciente deve esclarecer todas as dúvidas com seu médico e farmacêutico; exija a presença dele.

Desiré Carlos Callegari, primeiro-secretario do Conselho Federal de Medicina, também defende o uso racional. Ele diz que uma medida importante é a digitalização das receitas e a implantação do prontuário eletrônico. O próprio Código de Ética Médica diz que receitas e prontuários ilegíveis podem ser usados em denúncia e processo.

- Uma receita bem escrita, clara, é uma forma de o profissional se proteger em casos de problemas com pacientes - diz.

Fonte: O Globo - Antonio Marinho
 
 

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Médico comenta o impasse em relação à proibição da venda de inibidores de apetite

Extraído da Agência Fiocruz de Notícias. Achei bem interessante...

Médico comenta o impasse em relação à proibição da venda de inibidores de apetite

Elisa Andries



De um lado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) defende a proibição da venda, no país, de sibutramina e de mais três inibidores de apetite; de outro, médicos, farmacêuticos e até mesmo representantes do Ministério Público, juntos, tentam barrar a resolução. A audiência pública para tratar da questão aconteceu na quarta-feira (23/2) em Brasília, e o resultado do embate, diante da pressão, foi o adiamento da edição da medida por parte da Anvisa. Uma semana antes, a Anvisa havia previsto a edição da resolução no início de março. Depois da audiência pública, não falava mais em prazo.
A indicação da Anvisa para cancelar os registros desses remédios é baseada em estudos internacionais e no parecer da Câmara Técnica de Medicamentos (Cateme), instância consultiva daAagência, da qual faz parte, entre vários outros especialistas, o médico e pesquisador Francisco Paumgartten, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz). Entre os estudos citados está o que foi publicado na New England Journal of Medicine, que acompanhou 10 mil pacientes em 16 países e revelou que houve aumento de 16% no risco de complicações cardiovasculares entre usuários de sibutramina. Por conta desses resultados, a substância foi banida nos Estados Unidos e na Europa. Em entrevista ao Informe Ensp, Paumgartten comenta os riscos que os inibidores de apetite em questão representam para a saúde, sobre o embasamento científico do parecer da Cateme e ainda sobre a polêmica criada pelo posicionamento da Anvisa.

A Anvisa pretende proibir a venda de sibutramina e de outros três inibidores de apetite (anfepramona, femproporex e mazindol) - substâncias já banidas nos Estados Unidos e na Europa. Por quê?Francisco Paumgartten: A preocupação com a segurança e a eficácia da sibutramina foi tema recorrente em reuniões da Câmara Técnica de Medicamentos (Cateme), realizadas durante o ano de 2010, e até mesmo antes. Essas preocupações se acentuaram com a divulgação dos resultados preliminares, e depois definitivos, de um estudo pós-registro de longa duração sobre a segurança cardiovascular da sibutramina (Scout - Sibutramine Cardiovascular Outcome Trial) envolvendo mais de dez mil pacientes obesos com doença cardiovascular, diabetes, ou com as duas condições. Médicos da indústria (Abbott Laboratórios) responsável pelo estudo, e endocrinologistas por ela convidados, apresentaram e discutiram os resultados parciais e finais do Scout com a Cateme e técnicos da Anvisa. O Scout mostrou que a sibutramina aumentou significativamente o risco de eventos cardiovasculares adversos nos pacientes tratados. O aumento do risco cardiovascular indica que a sibutramina não foi eficaz em reduzir a morbidade cardiovascular associada ao excesso de peso. Esse aspecto - independentemente de outras questões - é crucial, pois o objetivo do tratamento da obesidade é a atenuação da morbidade associada à obesidade e não a redução de peso em si.
Os resultados do Scout levaram a Agência Europeia de Medicamentos a retirar a sibutramina do mercado ainda no início de 2010. A Agência Americana (FDA) inicialmente restringiu o uso e alertou prescritores; meses depois, face aos resultados definitivos do Scout, retirou a sibutramina do mercado. No Brasil, recomendações sobre a permanência da sibutramina no mercado não poderiam ser feitas sem considerar as evidências de segurança e eficácia disponíveis para os demais inibidores de apetite registrados pela Anvisa (fenproporex, anfepramona e mazindol). Em outubro de 2010, a Cateme recomendou à Anvisa o cancelamento do registro dos quatro anorexígenos.

Diante da pressão dos médicos, farmacêuticos e representantes do Ministério Público, a Anvisa adiou a edição da medida. Na semana anterior à audiência pública, a agência havia previsto a edição da resolução no início de março. Logo depois, já não falava mais em prazo. A Anvisa corre o risco de perder essa guerra?Paumgartten: A polêmica era previsível e deve ser encarada com naturalidade como parte do processo de regulação do mercado. Quando a autoridade sanitária cumpre a missão que a sociedade lhe confiou e retira do mercado medicamentos ineficazes e perigosos, ela, inevitavelmente, contraria interesses de diversas naturezas. No caso dos anorexígenos, as manifestações contrárias à retirada do mercado são expressas fundamentalmente por prescritores desses medicamentos (endocrinologistas e especialistas em obesidade) e pelo setor de farmácias magistrais. Retificando a pergunta, não há pressão do Ministério Público, o que houve na Audiência Pública foi o posicionamento isolado de um promotor do Distrito Federal.
A transparência adotada pela Anvisa nessa questão é altamente louvável. A veemência das manifestações contrárias na audiência pública e na mídia deve ser encarada com naturalidade num Estado democrático. Deve-se destacar, entretanto, a decisão do órgão técnico (Anvisa), que deve se basear na melhor evidência científica disponível, e não na retórica dos descontentes e no ruído na mídia. Apesar da veemência das manifestações dos setores contrários à retirada do mercado, nenhum estudo clínico ou dado científico novo foi apresentado que viesse a abalar os fundamentos da conclusão da Cateme e das decisões do FDA e da Agência Europeia (EMA) em relação à sibutramina e demais anorexígenos.

A indicação da Anvisa de cancelar os registros desses remédios é baseada em estudos internacionais e em parecer da Câmara Técnica de Medicamentos (Cateme), instância consultiva da agência. Quais são os principais pontos deste estudo?
Paumgartten:
Em relação à sibutramina, o mais moderno e mais estudado dos quatro inibidores do apetite, os resultados do estudo Scout evidenciando o risco cardiovascular aumentado foram decisivos para a conclusão da Cateme e para a retirada dos mercados europeu, norte-americano, canadense e australiano. Além do Scout, os resultados de uma série de outros estudos e meta-análises corroboram a conclusão da Cateme de que os riscos da sibutramina superam os esperados benefícios do seu uso no tratamento da obesidade. A relação risco-benefício é ainda mais desfavorável no caso dos demais anorexígenos, que foram banidos na maioria dos países há muitos anos. O fenproporex, que é transformado em anfetamina no organismo, exibe alto potencial de uso indevido e adição, e efeitos típicos da anfetamina, entre os quais a indução de quadros psicóticos e sérios riscos cardiovasculares. Nos EUA, o fenproporex, contrabandeado do Brasil, é conhecido como Brazilian diet pill e usado de forma ilícita. A relação risco-benefício também é amplamente desfavorável nos casos do mazindol e anfepramona.

Nota técnica da área de Farmacovigilância e da Gerência de Medicamentos da Anvisa concluiu que a sibutramina não seria muito eficaz na redução e manutenção do peso a longo prazo. O senhor poderia falar algo sobre isso?
Paumgartten:
A perda de peso causada pelos anorexígenos é mais acentuada nas primeiras semanas de tratamento. Com a continuidade do tratamento farmacológico, há, via de regra, uma recuperação de parte do peso que havia sido inicialmente perdido. A interrupção da administração do inibidor de apetite produz franca recuperação do peso que havia sido perdido com o tratamento.
É importante salientar que há uma expressiva variação entre os indivíduos na resposta aos tratamentos anorexígenos. Alguns pacientes respondem melhor em termos de redução de peso, enquanto outros não respondem ou até ganham peso. Pode-se dizer que em média a perda de peso adicional conseguida com o tratamento farmacológico, em relação ao que é conseguido apenas com dieta e exercícios, é apenas modesta e não é mantida com a interrupção do tratamento.

A principal alegação dos especialistas que se opõem à Anvisa é que a proibição deixaria sem opção de tratamento pacientes obesos, que, por sua condição, enfrentam riscos muito maiores do que os oferecidos pela substância. Qual seria a alternativa para esses pacientes?
Paumgartten:
Trata-se de argumento falacioso. Medicamentos que não são seguros e eficazes não são opções aceitáveis para o tratamento da obesidade ou de qualquer outra condição. A dieta e os exercícios permanecem como opções seguras e eficazes para o tratamento da obesidade. Certamente, a redução de peso alcançada com exercícios físicos e reeducação alimentar é acompanhada por diminuição da morbidade associada ao excesso de peso. Isto não foi demonstrado com os anorexígenos. No estudo Scout, por exemplo, apesar de reduzir o peso, a sibutramina não só não atenuou como até mesmo aumentou o risco de enfarte do miocárdio e acidente vascular encefálico, comorbidades associadas à obesidade.


Publicado em 25/2/2011.


Esclarecimento sobre o Projeto das 30 horas para os farmacêuticos!

Esclarecimento sobre o Projeto das 30 horas para os farmacêuticos

Vamos nos mobilizar para obter essa conquista!



O movimento sindical dos farmacêuticos e os profissionais com graduação em farmácia em geral, foram pegos de surpresa nas últimas semanas, com a notícia oriunda do Senado Federal de que o PLC 113/2005, que dispõem sobre a jornada máxima de 30 horas para farmacêuticos, havia sido arquivado.
Isto se deu devido a um procedimento geral adotado pelo Senado a cada nova Legislatura. Projetos que não tiveram andamento durante a legislatura anterior seguem, automaticamente para arquivo, pois segundo o regimento interno da Casa, o projeto não teve interesse dos senadores para seguir tramitando.
Mas, não foi por falta de interesse que o processo ficou emperrado. Ao contrário, o que emperrou a tramitação deste projeto nos quatro anos anteriores foi o lobby de senadores ligados à Confederação Nacional do Comércio.
Do ponto de vista do Regimento Interno do Senado é possível desarquivar o projeto. Para isso, precisamos que um Senador faça o requerimento e constitua uma lista de assinaturas com quorum mínimo de 27 senadores, ou seja, um 1/3 do senado.
A Fenafar já requereu o apoio de dois Senadores que prontamente se identificaram com a nossa luta: a Senadora Vanessa Graziottin (AM) e o Senador Inácio Arruda (CE). Mas somente eles não bastam, precisamos de mais 25 assinaturas no requerimento e da aprovação do mesmo no plenário do Senado.
Por isso, se nesta legislatura não tivermos um esforço concentrado dos farmacêuticos e das entidades farmacêuticas, o PLC vai mesmo ser arquivado.
Temos prazo para que essa mobilização seja vitoriosa, e este prazo se encerra dia 30/03/2011. Por isso, contamos com o empenho de todos.
Solicitamos a todos os profissionais e familiares que encaminhem aos senadores, e-mail solicitando o desarquivamento: PELO DESARQUIVAMENTO E TRAMITAÇÃO DO PLC 113/2005- DIGNIDADE E TRABALHO DECENTE PARA OS FARMACÊUTICOS BRASILEIROS – PROFISSIONAIS DE SAÚDE!, Assine com nome e estado da federação. Não deixem de enviar.
A Fenafar ao longo destes anos vem desenvolvendo a campanha pela aprovação deste projeto por entender que ele é importante para a categoria farmacêutica, profissionais da base da saúde, que são submetidos a jornadas extenuantes e desgastantes de trabalho, o que pode trazer riscos para as vidas dos pacientes atendidos por estes profissionais.

A luta nacional deve ser fortalecida. Os projetos estaduais têm seu potencial, mas são lutas localizadas e que não envolvem o conjunto da categoria. Somos uma categoria pequena, de 130 mil profissionais, mas juntos nossa força é implacável. Contamos com todos vocês, profissionais e estudantes.

Diretoria Executiva da Federação Nacional dos Farmacêuticos.

Informação extraída do site da FENAFAR. Para saber mais, acesse: http://www.fenafar.org.br/

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Reclamar por trás do computador é fácil!

     Inaugurei esse blog em Junho de 2010. O principal motivo foi o fato de ter acesso a diversas informações, as quais não conseguia ver como destaque na grande imprensa. Queria poder compartilhá-las, ainda mais num momento tão importante como o processo eleitoral pelo o qual passamos recentemente. Sempre tive a certeza de que passaria a me expor, devido a minha opinião. Nunca quis convencer ninguém de nada, mas sabia que seria questionado sobre tudo o que opinasse. Nunca falei com alguém em especial, mas não foram poucos os que me enfrentaram, vestindo a tal da carapuça (aliás, de onde vem esse termo?).
     Dediquei boa parte de minha vida aos movimentos sociais. Desde jovem tento e busquei atuar. Se o fiz de maneira correta, a vida vai dizer. Essa militância me faz ser cobrado por muitos sobre os rumos do País. Enquanto militante de esquerda, me cobravam o quanto o socialismo, de fato, havia avançado no mundo. Enquanto militante sindical fui cobrado por conta das notícias maldosas, que sugeriam que as entidades sindicais não cumpriam o seu papel. Até no tempo de escoteiro era cobrado sobre as reais intenções de Baden Powell quando da criação deste importante movimento.
     Hoje ocupo um cargo no Governo Federal, que muito me felicita, pois toda a luta demonstrada acima tinha como objetivo ter um País um pouco mais justo e com suas ações voltadas para o desenvolvimento social. Pude ver isso com a eleição de Lula e Dilma. Poder trabalhar no final do Governo Lula e no início do Governo da Presidenta Dilma, deu-me a possibilidade de ver o quanto é possível fazer, num País em que muito ainda há por ser feito. Mas tem seu preço. Apesar de atuar no Ministério da Saúde, tenho que me defender e entender de assuntos os quais não domino o quanto queria, como economia, educação, esportes, entre outros.
     Agora, tem algo que é engraçado. Tenho sido cobrado por muitos que não me lembro de ter encontrado nas ruas, apenas em reuniões fechadas em gabinetes refrigerados. Não me lembro de ver alguns destes nas manifestações públicas, apenas os vi assinando algum documento gerado pelo movimento. É uma forma de participação? Claro que é. Mas só isso basta? Acho que não. Vestir uma camisa do Che Guevara não resolve se não tiver claro quais eram as suas bandeiras e defendê-las a todo o momento. Cantar uma música de Chico Buarque escrita no tempo de ditadura, não transforma ninguém em herói. Dizer que defende a luta LGBT e continuar com as velhas piadas homofóbicas não adianta. Proclamar-se um lutador pela igualdade racial e ainda falar que: “a coisa está preta”, ou “denegrir a imagem”, deixa claro que a grande defesa da causa ainda não aconteceu.
     Essa postagem surgiu por conta de diversas sugestões que tenho recebido sobre os avanços que o Programa Farmácia Popular deveria ter. Concordo com boa parte delas, mas queria ver as manifestações tornarem-se ativas, não apenas através do conforto de se sentar na frente de um computador e resolver opinar. Dos que me cobram, nunca soube de uma participação, por menor que fosse, num Conselho Municipal de Saúde, numa assembléia de sindicato. E não me venha dizer que participou de um debate sobre o tema, pois ficar sentado assistindo e vangloriar-se de levar um certificado de participação para casa, não muda nada. Uma das principais manifestações, que motivaram essa postagem, veio de um proprietário de estabelecimento farmacêutico credenciado ao programa Farmácia Popular. Ele, revoltado, disse para mim: “É um absurdo ver uma pessoa estacionar o seu carro caríssimo na frente da minha drogaria e levar um medicamento para hipertensão ou diabete, gratuitamente”. Terminou dizendo que era um lutador do SUS e por isso sua ira. Pois é, se defendesse mesmo, entenderia a Universalidade. O Sistema Único de Saúde nunca foi um sistema para pobres, por mais que alguns quisessem que assim o fosse. Ele é amplo e aí mora um dos seus grandes desafios
     Bem vindo a democracia!!!