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terça-feira, 9 de julho de 2013

Discurso da Presidenta Dilma durante cerimônia de lançamento do Pacto Nacional pela Saúde!

Discurso da Presidenta Dilma durante cerimônia de lançamento do Pacto Nacional pela Saúde – Mais Hospitais e Unidades de Saúde, Mais Médicos e Mais Formação, realizada no dia 08 de julho, no Palácio do Planalto.

Sugiro que leiam com atenção pois muito tem sido divulgado nas redes sociais, porém em desacordo com o que foi dito.


"Minhas amigas, meus amigos.

Há poucos dias nós firmamos cinco pactos em favor do Brasil com os governadores e os prefeitos de capitais, e estendemos esses pactos para todos os movimentos sociais, os poderes da República, o Congresso, enfim, todos eles – todos esses cinco pactos –, eles são de grande importância para o povo brasileiro.
Mas o pacto que nós estamos aqui hoje consolidando, talvez seja o mais essencial deles, e eu digo isso porque trata-se, na verdade, de um pacto pela vida. Um pacto pela saúde de todas as brasileiras e de todos os brasileiros, em especial, daqueles mais pobres, daqueles que mais precisam.
Eu faço questão de começar corrigindo um conceito. O Programa Mais Médicos, que é um dos braços importantes desse pacto, não tem como principal objetivo trazer médicos do exterior, mas, sim, levar mais saúde para o interior do Brasil. Levar mais saúde para o interior do país, levar mais saúde para o interior das grandes cidades brasileiras, como é o caso que evidenciou aqui o nosso prefeito Fortunati. Levar para o interior do Brasil e levar para onde se localiza a maior desigualdade em termos regionais: o Norte e o Nordeste. Levar cada vez mais saúde para o interior de cada lar, de cada família do Brasil. Levar mais saúde para o interior da vida dos brasileiros mais esquecidos, mais desassistidos e mais abandonados. Brasileiros cuja dor a gente não precisa ver nos jornais, no cinema ou na TV, porque a dor deles está viva no nosso coração e está viva nos compromissos que nós temos com o Brasil e a população mais desassistida.
Em todas as pesquisas de opinião feitas, a Saúde tem sido apresentada, apontada, como o maior problema do Brasil. Em todas as conversas com os movimentos sociais, a Saúde aparece como sendo uma das questões mais importantes a ser encaradas e solucionadas.
Em todas as reuniões com os prefeitos... E aí eu quero agradecer cada prefeito e cada prefeita, agradecendo o prefeito Fortunati, pelo fato de terem, corajosamente, colocado a questão da Saúde na pauta; agradecer aos senhores governadores e agradecer àqueles que foram e àqueles que não foram às ruas do nosso país, que colocam a questão de uma qualidade da saúde pública, dessa saúde pública que nós queremos universal e que nós queremos igualitária, em termos da sua oferta e dos direitos que cada um dos cidadãos brasileiros e das cidadãs têm, em relação a essa questão tão essencial para um país como o Brasil.
O Pacto Nacional pela Saúde, que propus a governadores e a prefeitos, vem para acelerar soluções e para buscar novos caminhos para esta questão essencial, que é a saúde. Eu quero reafirmar que dedicarei o melhor dos meus esforços e da capacidade do meu governo para que os brasileiros tenham uma saúde de qualidade dentro do prazo mais curto possível.
Com esse pacto, nós vamos enfrentar, de forma firme, de forma célere, três grandes desafios. O primeiro é, de fato, construir UPAs, construir postos de saúde e hospitais bem equipados, reformar e ampliar os que já estão funcionando. O segundo desafio é garantir que essa imensa rede de saúde funcione direito, com métodos corretos de gestão e controle. Isso significa que toda pessoa tem que ser atendida com dignidade e humanidade, significa que não pode faltar remédio nem material, que os horários têm que ser controlados e cumpridos, que o atendimento tem que ser humano e eficiente, que o atendimento tem que ser humano e eficiente, com menos filas, menos demora para a realização de consultas, de exames, de exames laboratoriais, de tomografias e cirurgias.
O terceiro desafio, talvez o maior de todos, é suprir essa rede com profissionais em quantidade suficiente para atender, com qualidade, toda a população, não apenas os que têm a sorte de morar perto de hospitais públicos de referência, de UPAs 24 horas ou de pagar pelo seu atendimento, mas atender também os que vivem nas periferias mais desassistidas, os que moram nas cidades pequenas, os que moram nas cidades médias, os que moram em todas as regiões e os milhões e milhões de brasileiros que vivem em todas as regiões, em todas as regiões das grandes concentrações urbanas brasileiras e nos rincões mais longínquos e desassistidos do nosso país e que não têm acesso a nenhum profissional de saúde.
Como o ministro Padilha e o ministro Mercadante mostraram, vamos atuar em três eixos. O primeiro, nós vamos acelerar os investimentos em equipamentos e infraestrutura física, que já alcançam o valor de R$ 7 bilhões e 400 milhões. Faremos isso sempre – reforçando –, sempre com base nessa parceria extremamente forte que existe entre os três níveis da Federação: governo federal, governos estaduais e municípios.
O segundo eixo do Pacto Nacional pela Saúde é o investimento na formação de médicos. Para isso, estamos ampliando as vagas nas nossas universidades e também criando faculdades de Medicina, especialmente nas regiões que não têm curso de Medicina e que são regiões fundamentais para que a gente irradie um bom atendimento na área da saúde. Dessa maneira, além de formar novos médicos, estamos ampliando oportunidades para jovens que vivem no interior e em regiões mais pobres.
Como mostraram o ministro Mercadante e o ministro Padilha, além da graduação em Medicina, criaremos, até 2017, mais 12 mil vagas de residência médica. Vamos priorizar especialidades como pediatria, ginecologia, oncologia. E é muito importante que se diga, o Brasil precisa de pediatras, porque o Brasil tem crianças que não têm acesso ao atendimento de médicos pediatras e, para qualquer mãe e avó, e nós sabemos, não é, companheira presidenta, que não há nada mais terrível para uma mãe do que não ser capaz de dar atendimento a um filho doente.
Nós sabemos também que o terceiro eixo desse pacto é o esforço imediato para suprir a falta de médicos nas áreas mais carentes, preenchendo vagas existentes nos postos de saúde e nas UPAs das periferias, como eu disse, das grandes cidades, no interior, em especial no Norte e Nordeste. Isso não significa que nós tenhamos... cheguemos à conclusão de que os segmentos das grandes periferias do Sudeste, do Centro-Oeste e do Sul estejam bem atendidos. Não é isso. Lá também nós teremos de dedicar os nossos maiores e melhores esforços, mas é que há uma desigualdade de distribuição do Brasil, seja entre as regiões, como vocês viram, seja dentro dos próprios estados e dentro das próprias cidades.
As vagas disponíveis nós vamos oferecer, e hoje nós iniciamos esse processo, primeiro a médicos brasileiros, com uma remuneração de R$ 10 mil, que será paga integralmente pelo governo federal e, portanto, não irá onerar, em termos de custeio, os municípios brasileiros. Os médicos que forem trabalhar nas áreas mais distantes, com mais dificuldades, áreas mais precárias, receberão uma ajuda de custo complementar.
E é importante também o fato de que nós iremos fazer um chamamento nacional. E eu tenho certeza que muitos médicos brasileiros, formados aqui, irão comparecer a esse chamamento, para trabalhar nessas regiões mais carentes do nosso país. Mas se essas vagas não forem preenchidas por esses médicos, elas serão oferecidas a médicos formados em outros países, inclusive médicos brasileiros formados em outros países, assim como médicos estrangeiros formados em outros países.
Esses médicos serão selecionados para trabalhar, por um prazo de três anos, como mostrou o ministro Padilha, exclusivamente na rede de atenção básica do SUS. Deles serão exigidos boa formação e currículo adequado, registro profissional no seu país de origem e domínio da língua portuguesa. Eles receberão a mesma remuneração dos brasileiros, ou seja, os R$ 10 mil mais a ajuda de custo.
Eu queria dizer para vocês que nunca é suficiente, nunca é demais lembrar que, assim como não se faz a educação sem professores, não se faz também saúde pública de qualidade sem médicos. E é isso que esse Programa trata. Esse Programa trata de garantir médicos e garantir, simultaneamente, infraestrutura.
E eu queria acrescentar uma coisa que também aparece em todas as conversas, em todas as pesquisas, em todos os diálogos. O conhecimento profissional, o contato humano, a palavra certa, a boa orientação são atitudes que estão acima de tudo, valem mais do que qualquer máquina de última geração. Todas as pessoas pedem humanização no atendimento e humanização no atendimento só se faz com gente, com pessoas, com profissionais.
Eu tenho certeza que todos aqui sabem que saúde pública é ato de humanidade, é ato de respeito de um ser humano, o médico, por outro ser humano, o paciente. Nós não podemos perder de vista esse fato. Podemos erguer o hospital mais moderno e mais bem equipado do mundo, e ele será inútil se dentro dele não houver bons médicos, enfermeiros e gestores. Para sorte nossa, para sorte nossa, existem milhares e milhares de médicos e profissionais de saúde no nosso país que, com dedicação, cumprem essa grande missão.
Nós sabemos que o povo pobre que vive nas áreas mais carentes e remotas deste imenso Brasil quer um médico próximo e acessível, quer um médico para aqueles momentos difíceis em que eles precisam ter alguém a quem recorrer. O povo pobre quer que lhe seja garantido um dos direitos humanos mais primordiais: o direito à saúde, o direito à saúde pública, o direito de ser recebido, atendido, examinado por um profissional.
Não se pode obrigar um médico que prefere viver na capital a ir para o interior, não se pode fazer isso, mesmo que possamos oferecer toda a estrutura necessária e uma boa remuneração. O profissional de saúde tem o direito de trabalhar onde quiser, de viver com sua família onde preferir e de fazer o tipo de Medicina que escolheu como melhor para sua carreira. Mas nós precisamos admitir, honestamente, que algo deve ser feito para que todos os brasileiros tenham direito a um médico e é disso que se trata, se trata de garantir que todos os brasileiros tenham acesso a um médico.
Por isso eu saúdo essa iniciativa tomada hoje, que é de assegurar o segundo o ciclo na formação, em que a formação, numa universidade, seja acompanhada também de uma dedicação do médico, do profissional recém-formado na estrutura do serviço do Sistema Único de Saúde, prestando serviço de assistência básica.
Acredito que este é um momento especial no nosso país, porque isso é o aumento da consciência cidadã. O aumento da consciência cidadã, ela ocorre tanto por parte da sua população como um todo, mas também por parte de cada um dos segmentos que integram a nossa nacionalidade, nesse caso o médico e os profissionais de saúde.
Por isso, vamos criar novos cursos de medicina, ampliar o número de vagas, mas todos sabemos que um médico leva de seis a dez anos para concluir a sua formação. E até que essa nova geração que hoje nós criamos as condições para ampliar, através de mais vagas, até que essa nova geração, tanto no que se refere à graduação quanto no que se refere à residência, cheguem ao mercado de trabalho, as pessoas vão continuar adoecendo e vão continuar precisando de médicos, melhores hospitais, melhor esforço de saúde, mais vagas em cursos de medicina e em residência médica, tudo isso, não há discussão, é imprescindível no processo de transformação da saúde pública no nosso país.
Até que tudo isso aconteça – eu pergunto a vocês e pergunto a todos os brasileiros que nos assistem nesse momento –, quem vai atender os brasileiros que não têm acesso médico, que não têm acesso a um médico, até que todo esse processo amadureça e aconteça? Estou falando do agora, dos próximos meses, que é com isso que o governo também tem de se preocupar: com o que vai acontecer mais na frente, mas com o que vai acontecer agora. Estou falando da justa e inquestionável reclamação dos brasileiros por uma saúde pública melhor agora.
O Brasil, meus amigos e minhas amigas, precisa de médicos para diferentes tipos de atendimento, para diferentes exigências e para diferentes circunstâncias.
Precisa, como disse aqui um dos que me antecederam, de médicos com especialização para tratamentos altamente sofisticados, porque o Brasil tem uma estrutura de alta complexidade extremamente sofisticada. Precisa de equipamentos de última geração, que atendam nos nossos centros de referência de padrão internacional. Precisa de médicos que atuem na atenção básica, precisa também, precisa muito de médicos que atuem na atenção básica, que cuidem do acompanhamento cotidiano, que dediquem não só à Medicina que cura, mas à Medicina que previne doenças.
Nós sabemos que agora, neste exato instante, temos crianças para salvar, principalmente nas periferias, no interior do país, no Norte e Nordeste, nas demais regiões. Temos idosos... Há pouco, quando a nossa presidenta do Conselho Nacional de Saúde falava, alguém disse: “E os idosos?” Pois os idosos também precisam de ser amparados, e quando não conseguem acesso a um médico, é um momento extremamente difícil para eles e para a sua família. Temos milhões de brasileiros que, antes de precisar de uma tomografia computadorizada ou do exame de um especialista – o que é muito importante em muitos casos – carecem do mínimo, de uma consulta com um competente e dedicado médico. Precisam de um bom profissional que, com o equipamento, diagnostique as doenças mais comuns dos brasileiros e lhes dê qualidade de vida.
Eu acredito no interesse dos jovens brasileiros, dos jovens médicos brasileiros pela proposta que fizemos, de trabalhar nas periferias e nas áreas mais [menos] assistidas. Eu tenho confiança que muitos jovens vão comparecer, mas se não tivermos o número suficiente de médicos brasileiros para preencher todas as vagas disponíveis, nós buscaremos médico onde tiverem bons médicos.
Esse é o compromisso do meu governo, essa é a nossa determinação. Nos interessa interiorizar e assegurar, em cada estado, em cada cidade, em cada residência, a garantia de uma assistência e a garantia de um atendimento médico.
O que estamos propondo é que esses médicos que vêm aceitem condições impostas pelo governo, tenham o seu trabalho restrito à atenção básica do Sistema Único de Saúde, fiscalizado pelo Ministério da Saúde, pelas secretarias estaduais de Saúde e pelas universidades públicas federais. O que nós estamos propondo é um pacto, entre nós todos aqui presentes, pela saúde pública do nosso país.
O Brasil só conseguirá oferecer saúde pública e medicina de qualidade para seus 193 milhões de habitantes se tivermos a grandeza de admitir quais são as nossas deficiências e buscar resolvê-las, e buscar apoio de quem pode e quer colaborar. Eu confio nos médicos brasileiros. Eu convido os médicos brasileiros a ouvir esse chamado, para o atendimento ao nosso povo.
Como presidenta, cabe-me escutar e buscar mecanismos para atender os anseios da nossa população. A população sempre demandou melhores serviços públicos, sobretudo mais qualidade na saúde, na educação, na segurança e na mobilidade urbana. E cada vez mais vai precisar de mais qualidade, sempre mais qualidade.
O meu dever, como presidenta, é governar para todos. E é para todos que nós firmamos o Pacto Nacional pela Saúde. E é para atender a todos que nós vamos ampliá-lo cada vez mais, sem medir esforços, sem temer desafios, sem ter medo de lutar pelo que for preciso e com a energia de fazer tudo o que for necessário. É esse o nosso compromisso, é essa a nossa determinação. Repito: olhando sempre, mas sempre mesmo, para aqueles que mais precisam.
Brasileiros e brasileiras podem ter certeza: este governo e esta presidenta, eles não fogem à luta. E essa é uma luta, uma boa luta!"

Para acessar o discurso na íntegra:

Para acessar o áudio do discurso:

Imagem extraída de: 

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Min. Padilha e o pacto para a saúde proposto pela Presidenta Dilma.

Do site da UOL:

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, explica o pacto proposto hoje (24/06) pela Presidenta  Dilma Rousseff, na área de saúde.

Assista o vídeo:





Presidenta Dilma: um pacto para a melhoria dos serviços de saúde!

Do Blog da Saúde: 

"Presidenta Dilma Rousseff se reuniu hoje com ministros, governadores e prefeitos para elencar propostas para melhorar os serviços públicos. Para a saúde, a presidenta pediu velocidade no uso de recursos já empenhados e falou sobre a atração de mais médicos para regiões mais carentes do país". 

Veja parte do discurso da Presidenta Dilma:

“Quero propor aos senhores e às senhoras acelerar os investimentos já contratados em hospitais, UPAs e unidades básicas de saúde. Por exemplo, ampliar também a adesão dos hospitais filantrópicos ao programa que troca dívidas por mais atendimento e incentivar a ida de médicos para as cidades que mais precisam e as regiões que mais precisam. Quando não houver a disponibilidade de médicos brasileiros, contrataremos profissionais estrangeiros para trabalhar com exclusividade no Sistema Único de Saúde.
Neste último aspecto, sei que vamos enfrentar um bom debate democrático. De início, gostaria de dizer à classe médica brasileira que não se trata, nem de longe, de uma medida hostil ou desrespeitosa aos nossos profissionais. Trata-se de uma ação emergencial, localizada, tendo em vista a grande dificuldade que estamos enfrentando para encontrar médicos, em número suficiente ou com disposição para trabalhar nas áreas mais remotas do país ou nas zonas mais pobres das nossas grandes cidades. Sempre ofereceremos primeiro aos médicos brasileiros as vagas a serem preenchidas. Só depois chamaremos médicos estrangeiros.
Mas é preciso ficar claro que a saúde do cidadão deve prevalecer sobre quaisquer outros interesses. O Brasil continua sendo um dos países do mundo que menos emprega médicos estrangeiros. Por exemplo, 37% dos médicos que trabalham na Inglaterra se graduaram no exterior. Nos Estados Unidos, são 25%. Na Austrália, 22%. Aqui no Brasil, temos apenas 1,79% de médicos estrangeiros. Enquanto isso, temos hoje regiões em nosso país em que a população não tem atendimento médico. Isso não pode continuar. Sabemos mais que ninguém que não vamos melhorar a saúde pública apenas com a contratação de médicos, brasileiros e estrangeiros.
Por isso, vamos tomar, juntamente com os senhores, uma série de medidas para melhorar as condições físicas da rede de atendimento e todo o ambiente de trabalho dos atuais e futuros profissionais. Ao mesmo tempo, estamos tocando o maior programa da história de ampliação das vagas em cursos de Medicina e formação de especialistas. Isso vai significar, entre outras coisas, a criação de 11 mil e 447 novas vagas de graduação e 12 mil e 376 novas vagas de residência para estudantes brasileiros até 2017.”
Assista o vídeo: 

Fonte: Blog da Saúde 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Medicamentos em supermercados? Não no Gov. Dilma.

Este humilde Blog não poderia deixar de tratar sobre o veto da Presidenta Dilma para a venda de medicamentos em supermercados e estabelecimentos congêneres, tais como armazéns e empórios, lojas de conveniências e similares, na sanção da Lei 12.649/12. Além de comemorar tal decisão, comemoro o envolvimento da categoria farmacêutica e suas entidades representativas em torno do tema. Não foram poucas as reuniões com parlamentares, postagens, “tuitadas”, além de outras ações que acabaram por mobilizar boa parte dos profissionais farmacêuticos e estudantes de farmácia em todo o Brasil. Da mesma forma envolveu-se o setor varejista de medicamentos através de suas entidades, além de outras que condenavam a medida proposta.

Sobre o veto é necessário dizer que, pela conduta do atual Governo no que diz respeito à efetivação da Política Nacional de Assistência Farmacêutica, não poderia ser outra a decisão de nossa Presidenta. Desde 2003, com o Governo do Presidente Lula, a assistência farmacêutica tem estado em posição de destaque nas ações e decisões do Governo Federal. A presidenta Dilma não apenas tem atuado na continuidade das ações positivas, como tem demonstrado o quanto este tema faz parte de sua agenda estratégica. O “Saúde não tem preço”, as PDP´s, o aumento do orçamento do Governo Federal para a assistência farmacêutica, o QUALIFAR-SUS e o HORUS são algumas das ações que demonstram o compromisso deste Governo com a assistência farmacêutica e a garantia de acesso com qualidade aos medicamentos, por parte da população.

Apenas para relembrar, cabe destacar que a proposta inicial do Governo, que acabou por receber adendos em sua tramitação na Câmara Federal, foi a MP 549/11, com poucos artigos, cujo caput dizia: “Reduz a zero as alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP, da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, da Contribuição para o PIS/PASEP - Importação e da COFINS - Importação incidentes sobre a importação e a receita de venda no mercado interno dos produtos que menciona”.

Antes do referido veto, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse: “Seremos contrários a qualquer tipo de atitude que reforce a automedicação”. No mesmo sentido, Dirceu Barbano, Presidente da ANVISA comentou: “Entendemos também que o debate não foi exaustivo, que não acolheu todas as posições da sociedade. É temário que uma medida tão importante como essa, com impacto sanitário tão profundo, seja tomada dessa forma”. Aqui estão demonstrações da forma homogênea com a qual os órgãos oficiais entendem o papel do medicamento para a sociedade.
Senadores comprometidos com o Uso Racional de Medicamentos manifestaram suas opiniões, conforme publicado no site da FENAFAR: "Os Senadores Humberto Costa (PT/PE), Paulo Davim(PV/RN) e a Senadora Vanessa Grazziottin (PCdoB/AM), que estiveram presentes durante o Café da Manhã com as entidades farmacêuticas realizado no último dia 18 de abril, no Senado Federal, em Brasília-DF, para tratar de questões especificas da categoria farmacêutica, lamentaram a emenda do Dep. Sandro Mabel (PMDB/GO) à MP549/2011, que permite a venda de medicamentos em supermercados e congêneres, alterando artigos da Lei 5991/1973".
Na sanção da Lei citada acima, disse a Presidenta Dilma que, após ouvidos os Ministérios da Saúde e da Justiça que pregavam o veto ao artigo 8º da MP, sua justificativa pelo veto era: "A ampliação da disponibilidade de medicamentos nos estabelecimentos em questão dificultaria o controle sobre a comercialização. Ademais, a proposta poderia estimular a automedicação e o uso indiscriminado, o que seria prejudicial à saúde pública."

Isto posto, fica claro que se depender do Governo da Presidenta Dilma, a assistência farmacêutica só terá avanços. Fica o dever das entidades farmacêuticas em lutar pelos grandes ideais, mas tendo claro que este Governo tem compromisso com a sociedade e com a saúde pública.

Parabéns Ministro Padilha. Parabéns Presidenta Dilma. Creio que posso dizer: "Eu já sabia".

Referências e imagens:
Padilha critica projeto que libera venda de medicamentos em supermercados: http://www.dci.com.br/padilha-critica-projeto-que-libera-venda-de-medicamentos-em-supermercados-id291882.html

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Obrigado Presidenta Dilma!

Chegamos ao final de mais um ano. 2011 foi cercado por expectativas. Além das já naturais para um ano que se inicia, este foi especial, pois seria o primeiro ano onde uma mulher assumiria a Presidência da República do Brasil. Será que ela conseguiria dar continuidade aos feitos do Presidente Lula? Seria ela capaz de dirigir uma nação? Bom, faltando algumas horas para entrarmos em 2012 podemos dizer: o Brasil continua dando certo e Dilma é a principal responsável sobre isso. Aliás, foi além do que muitos poderiam imaginar, tanto os que torciam pelo seu insucesso, quanto os que desejavam que tudo desse certo. A Presidenta Dilma superou as expectativas. Será tema em todas as “retrospectivas” que passarão na TV em alguns instantes. Alguns tentarão avaliar da pior forma possível, mas não conseguirão, pois a primeira mulher Presidenta do Brasil foi muito melhor do que esperavam.


Terminamos o ano com o Brasil alterando seu “status” perante o mundo. Após um ótimo Natal, onde as vendas de 2011 foram 2,33% maior do que em 2010, acordamos em 26/12 com a notícia de que o Brasil passara a ser a 6ª economia do mundo. Para os que beiram minha idade (a qual continuarei ocultando), em seu tempo de escola, nas aulas de OSPB – Organização Social e Política Brasileira e de Educação Moral e Cívica, aprenderam que o Brasil era um País eternamente “em desenvolvimento”. Enfim, isso está mudando.

A Presidenta Dilma, em sua coluna semanal, no dia 27/12, divulgou a seguinte mensagem:

“Minhas amigas e meus amigos,

Ao longo de todo o ano de 2011 nós construímos com vocês, neste espaço do jornal, um diálogo semanal que me permitiu responder as suas dúvidas e esclarecer questões de seus interesses relacionadas a ações de governo. Aproveito este mesmo espaço para deixar minha mensagem de agradecimento por esse convívio e também para compartilhar com vocês o meu otimismo sobre o Brasil nesse novo período.

Trabalhamos muito neste ano para fazer do Brasil um país cada vez melhor e mais justo. E vamos trabalhar ainda mais em 2012 para continuarmos avançando.

O ano que está se encerrando não foi fácil para o mundo. No Brasil, percebemos com antecedência os rumos da crise internacional e nos preparamos para ela. Com planejamento e políticas acertadas, conseguimos proteger a economia, os setores produtivos e o emprego. Assim, tivemos um ano bem sucedido.

O Brasil cresceu neste ano, diante de um cenário mundial negativo. Quando a maioria dos países desenvolvidos enfrentou desemprego, criamos, até novembro, mais de dois milhões e 300 mil postos de trabalho e nossa taxa de desemprego foi a menor da série histórica – 5.2%. Batemos o recorde de exportações, atraímos volumes recordes de investimento direto externo e nossas reservas internacionais ultrapassam os US$ 350 bilhões.

O mais importante é que encerramos o ano sem abrir mão dos princípios fundamentais para o país: crescimento econômico com distribuição de renda. Este é o caminho da prosperidade, que está sendo construído por nós e para nós, sustentado numa forte democracia. O mundo hoje nos vê com respeito e confiança. E 2012 será mais um marco de consolidação do modelo brasileiro.

O ano começará com forte aumento do salário mínimo e com redução de impostos. Mais de cinco milhões de pequenas empresas que estão no Simples e os microempreendedores individuais terão redução nos tributos e crédito mais fácil e mais barato.

Continuaremos apoiando a compra da casa própria, beneficiando os mais pobres e a classe média. Estão garantidos os recursos da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil para o Minha Casa Minha Vida. O governo continuará subsidiando a construção de moradias para a população com renda de até R$ 5.000,00, com auxílio especial para os de menor renda até R$ 1.600,00.

Toda a população será beneficiada pela redução para zero do Pis-Cofins sobre massas, farinha e pão e pela redução do IPI sobre geladeiras, fogões e máquinas de lavar. O crédito continuará com redução de custo para os financiamentos de longo prazo. Com menos impostos e mais crédito, a economia brasileira vai crescer mais.

O meu governo continuará investindo fortemente na erradicação da pobreza extrema. Seis meses depois de termos lançado o Plano Brasil sem Miséria, localizamos 407 mil famílias que não recebiam qualquer benefício. Quase 80% delas já estão recebendo o Bolsa Família e logo as outras serão incluídas. Mais 1,3 milhão de crianças e adolescentes foram incluídos no programa.

Na saúde, vamos trabalhar muito para aumentar a qualidade dos serviços prestados à população. Com o Melhor em Casa, levaremos assistência médica de qualidade à casa de milhares de brasileiros e com o SOS Emergências vamos melhorar o atendimento em nossos prontos-socorros. O “Saúde Não Tem Preço” vai continuar garantindo, gratuitamente, remédios para tratamento de hipertensão e de diabetes nas redes de farmácias. Com investimentos de R$ 4 bilhões, o programa Crack, é possível vencer vai dar assistência médica e social aos dependentes e suas famílias e combater o narcotráfico e suas máfias.

O Viver sem Limites vai garantir direitos, apoiar e estimular os milhões de brasileiros com deficiência, para que tenham uma vida plena. Para dar o salto educacional que nossa economia e nosso país precisam, o Pronatec oferecerá 8 milhões de vagas em cursos técnicos e de qualificação profissional, para que nossos jovens e trabalhadores tenham acesso a mais e melhores empregos. E o Ciência sem Fronteiras levará 101 mil melhores estudantes e pesquisadores brasileiros em áreas tecnológicas, de engenharia e médicas para estudar nas melhores universidades do exterior.

Tudo isso foi construído com planejamento e políticas bem estruturadas. Temos todos os motivos para olhar 2012 com grande otimismo, com a certeza de que o Brasil continuará crescendo com estabilidade e diminuindo a desigualdade em um ambiente de pujante democracia. Deixo meu abraço carinhoso e a certeza de um Feliz Ano Novo para você, sua família e para todos os brasileiros!”


Presidenta Dilma, muito obrigado por tudo e feliz 2012! Continue neste caminho!

Aos 2 ou 3 leitores deste humilde Blog, muito obrigado e Feliz Ano Novo!



Fonte e imagem:

http://blog.planalto.gov.br/wp-content/uploads/2011/12/Conversa_com_a_Presidenta.pdf
http://tvteresina.wordpress.com/2011/12/14/parabens-dilma-vana-rousseff/

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Patentes de medicamentos em discussão na ONU.

Acompanhamos na última semana a participação brasileira na 51ª Reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em Washington, Estados Unidos. Evento da mais alta importância, o Brasil, através da Presidenta Dilma e dos Ministros que a acompanharam, tiveram papel de destaque, para o incômodo de muitos. É preciso lembrar que essa é a primeira vez em que uma mulher discursa na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). A participação do Brasil causou elogios, inclusive por parte da oposição. É notória a liderança que nosso país exerce em diversos assuntos, entre eles, a saúde.

Entre os assuntos abordados, a patente de medicamentos ocupou papel destacado. Sobre o tema, a Presidenta Dilma disse: “O Brasil respeita seus compromissos em matéria de propriedade intelectual, mas estamos convencidos de que as flexibilidades são indispensáveis para políticas que garantam o direito à saúde”.

O Ministro da Saúde do Brasil, Alexandre Padilha, defendeu  uma ação internacional integrada contra as doenças crônicas não transmissíveis, que provocam 63% das mortes no mundo, e pelo acesso universal a medicamentos. O Ministro defendeu a flexibilização das patentes dos medicamentos destinados às doenças crônicas não transmissíveis. Segundo o site do DCI "Padilha acrescentou que a adoção de uma espécie de banco de preços, comparando o valor cobrado por medicamentos estrangeiros e nacionais, levou o governo a economizar R$ 600 milhões."


Fontes:
http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/09/na-onu-dilma-defende-flexibilizacao-das-patentes-de-medicamentos.html
 
http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-1/artigo/dilma-abre-assembleia-geral-da-onu-em-nova-york/

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Dilma e o Prog. Farmácia Popular na ONU, no "Café com a Presidenta"!

A presidenta Dilma Rousseff, primeira mulher a discursar na abertura da Assembleia Geral da ONU, defendeu a discussão conjunta entre os países para enfrentar a crise econômica mundial. Nesta edição do programa, Dilma Rousseff, também destacou as políticas brasileiras, apresentadas a outros países, como o acesso gratuito a medicamentos.

Apresentador: Olá, bom dia a todos! Eu sou o Luciano Seixas, e começa agora mais um Café com a Presidenta, o nosso encontro semanal com a presidenta Dilma Rousseff. Bom dia, presidenta!

Presidenta: Bom dia, Luciano! Bom dia a todos os nossos ouvintes!

Apresentador: Presidenta, na semana passada, a senhora participou de um momento histórico em Nova Iorque, na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas. No seu discurso, a senhora enfatizou a necessidade de se buscar uma saída para a crise econômica internacional. Como a senhora avalia esse momento?

Presidenta: Olha, Luciano, para mim foi uma honra abrir a Assembleia Geral da ONU. Além de ser a primeira mulher a discursar na abertura, eu estava representando ali o Brasil, um país que vem tendo cada vez mais destaque no cenário internacional. A força do nosso país e as opiniões do nosso povo estão sendo cada vez mais respeitadas lá fora. Falei da crise econômica internacional em meu discurso, Luciano, porque o mundo vive um momento muito delicado. É uma crise financeira que nasceu nos países mais ricos e está deixando milhões e milhões de desempregados em todo o mundo, em especial, nos países mais ricos. A posição defendida pelo Brasil na ONU é de que a saída para a crise econômica mundial deve ser discutida por todos os países juntos. É claro que os países desenvolvidos têm uma responsabilidade muito maior, porque lá que a crise começou. Mas todos os outros países sofrem as consequências de alguma forma, ainda que indireta. Então, todos devem ter o direito de participar das soluções. Agora, Luciano, é importante dizer aqui que o Brasil está bem preparado para este momento. Temos reservas internacionais em dólar, estamos fortalecendo o nosso mercado interno e estamos mantendo os nossos empregos. Vamos assegurar o crescimento da economia, vamos continuar com nossa política de distribuição de renda e vamos dar mais oportunidades para todos melhorarem de vida.

Apresentador: Presidenta, a senhora participou na Reunião de Alto Nível sobre doenças crônicas não transmissíveis e destacou o programa Saúde não tem Preço, que distribui remédios de graça.

Presidenta: Foi, sim, Luciano. Nós já distribuímos 5,4 milhões de medicamentos, em 20 mil farmácias que têm aquela placa – “Aqui tem Farmácia Popular”. Isso significa que estamos garantindo o direito das pessoas ao tratamento de saúde. Isso, Luciano, é muito importante, porque praticamente nenhum país do mundo distribui de graça, para a sua população, remédios para hipertensão e diabetes. Por isso o interesse sobre esse assunto foi grande, e o nosso exemplo está servindo de inspiração. Outro assunto que tratei na ONU, Luciano, foi a questão das patentes dos remédios. É necessário que se abra a exclusividade dos laboratórios sobre remédios que fazem diferença e asseguram a vida de milhões e milhões de pessoas no mundo inteiro. A partir do momento em que outras indústrias são autorizadas a produzirem determinado remédio, o preço cai e ele fica mais acessível.

Apresentador: Presidenta, a senhora foi a primeira mulher a abrir a Assembleia Geral da ONU, e também discursou numa reunião da ONU Mulheres, sobre a participação política das mulheres. É preciso aumentar o espaço das mulheres nas decisões mundiais?

Presidenta: É preciso sim, Luciano. Os caminhos de participação da mulher estão, hoje, cada vez mais abertos no mundo inteiro, mas há muito o que avançar. A ONU Mulheres, liderada pela ex-presidenta do Chile, Michelle Bachelet, é um passo importante para coordenar as ações e políticas de apoio às mulheres em todo o mundo.

Apresentador: E o Brasil tem muito a contribuir nessa questão, não é?

Presidenta: Sem dúvida, Luciano. Eu contei, lá na ONU Mulheres, que aqui, as mulheres e as crianças são prioridade em programas sociais como o Bolsa Família, e que as mulheres recebiam a maioria das bolsas – 93%. Então, com esses benefícios sociais, Luciano, estamos ajudando a tirar milhões de famílias da miséria. Senti muito orgulho de mostrar ao mundo que, no nosso Brasil, as nossas políticas já elevaram 40 milhões de brasileiros e brasileiras às classes médias.

Apresentador: O Brasil desperta cada vez mais atenção lá fora por causa dos programas sociais e de seu desenvolvimento, não é, presidenta?

Presidenta: Certamente, Luciano. O Brasil está mostrando ao mundo que é possível fazer a economia crescer e, ao mesmo tempo, fazer com que as pessoas melhorem de vida. Foi assim que conseguimos driblar a crise econômica mundial em 2008, e é assim que estamos nos preparando para evitar impactos maiores da crise atual sobre o Brasil e sua economia. Então, Luciano, eu voltei muito animada da Assembleia da ONU. Levamos para o mundo as nossas experiências, as nossas ideias e nossa forma de encontrar soluções para os problemas.

Apresentador: Presidenta, o nosso programa chegou ao fim. Obrigado e até a semana que vem!

Presidenta: Olha, Luciano, obrigada. Obrigada também a todos os ouvintes que nos acompanharam até aqui.

Apresentador: Você pode acessar este programa na internet, o endereço é www.cafe.ebc.com.br. Voltamos segunda-feira, até lá!

Fonte: http://www.ojornalweb.com/2011/09/26/governo-defende-acao-conjunta-entre-os-paises-para-enfrentar-crise/

Imagem: http://exame.abril.com.br/economia/noticias/apos-elevar-ipi-de-carros-importados-dilma-critica-protecionismo-na-onu

terça-feira, 20 de setembro de 2011

"Saúde não tem preço" em discurso na ONU!

Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, na abertura da Reunião de Alto Nível sobre Doenças Crônicas Não Transmissíveis - Nova Iorque/EUA em 19/09/2011

Fonte: http://www2.planalto.gov.br/imprensa/discursos/discurso-da-presidenta-da-republica-dilma-rousseff-na-abertura-da-reuniao-de-alto-nivel-sobre-doencas-cronicas-nao-transmissiveis-nova-iorque-eua/view



"Senhor Presidente,Senhoras e senhores chefes de Estado e de Governo,

Gostaria de congratular a Organização das Nações Unidas e a Organização Mundial da Saúde pela realização desta Reunião de Alto Nível sobre as Doenças Crônicas Não Transmissíveis. O êxito obtido nas reuniões anteriores é um estímulo para avançarmos na Agenda Global da Saúde. Neste momento, nossa pauta se estrutura em função das pessoas que sofrem de doenças como hipertensão, diabetes, câncer e doenças respiratórias.  A principal causa de nossa determinação e empenho para reduzi-las são as perdas de vida precoces e o sofrimento das pessoas e seus familiares. No meu país, 72% das causas não violentas de óbito entre pessoas com menos de 70 anos são por essas doenças.

Senhor Presidente,
O Brasil defende o acesso aos medicamentos como parte do direito humano à Saúde. Sabemos que é elemento estratégico para a inclusão social, para a busca da equidade e para o fortalecimento dos sistemas públicos de Saúde. Uma das primeiras medidas do meu governo foi aumentar o acesso a medicamentos para os pacientes hipertensos e diabéticos no Sistema Único de Saúde. Estamos garantindo medicamentos gratuitos para essas doenças, especificamente diabetes e hipertensão. O programa Saúde não tem Preço distribui tais medicamentos gratuitamente por meio de parceria com mais de 20 mil farmácias públicas e privadas.

Senhor Presidente,
A defesa pelo acesso a medicamentos e a promoção à prevenção à Saúde devem caminhar juntas. O Brasil respeita seus compromissos em matéria de propriedade intelectual, mas estamos convencidos de que as flexibilidades previstas no Acordo TRIPs da OMC, na Declaração de Doha, sobre TRIPs e saúde pública, e na Estratégia Global sobre Saúde Pública são indispensáveis para políticas que garantam o direito à Saúde.

Senhor Presidente,
No Brasil, estamos intensificando o combate aos fatores de risco com maior influência no aparecimento das doenças crônicas, a saber: o tabagismo, o consumo abusivo de álcool, a inatividade física e a alimentação não saudável.Estamos promovendo a reformulação dos espaços urbanos nas grandes cidades brasileiras, e o programa Academia da Saúde prevê a criação de 4 mil novos espaços para atividade física orientada. O governo brasileiro vem também tomando medidas para garantir alimentação mais adequada com incentivo ao aleitamento materno, à rotulagem dos alimentos e ao Programa de Alimentação nas Escolas [Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)]. Outra iniciativa do meu governo foram acordos voluntários com a indústria alimentar para a eliminação das gorduras trans e para a redução do sódio.Queremos avançar ainda mais no combate ao tabagismo com a implementação plena dos artigos da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco.A saúde da mulher é uma prioridade do meu governo. Estamos fortemente empenhados na redução da mortalidade infantil, pelo câncer de mama, o mais frequente, e pelo câncer do colo do útero, que ainda é um grave problema na região das mais vulneráveis do norte do meu país.  Assim, estamos facilitando o acesso aos exames preventivos, melhorando a qualidade das mamografias e ampliando o tratamento para as vítimas do câncer.

Senhor Presidente,
Esta reunião de Chefes de Estado de todo o mundo deve produzir passos decisivos para a redução das doenças crônicas não transmissíveis. A incidência desproporcional dessas doenças entre os mais pobres demonstra a necessidade de respostas integrais ao nosso problema. É fundamental que haja coordenação entre as políticas de saúde e aquelas destinadas a lidar com os determinantes sócio-econômicos dessas enfermidades. A importância central do tema para o Brasil e para o mundo levou meu país a promover, em conjunto com a OMS – a Organização Mundial de Saúde, a Conferência Mundial de Saúde, a conferência mundial sobre os determinantes sociais da Saúde.

Convido a todos os presentes para comparecerem a essa Conferência, que será realizada nos dias 19 e 21 de outubro de 2011, no Rio de Janeiro.Muito obrigada."

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Pres. Dilma fala ao "Fantástico" sobre o "Saúde não tem preço"!

Tenho a oportunidade de estar na coordenação do Programa Farmácia Popular há quase dois anos, fato que agradeço muito. Por todos os dados apresentados, não tenho dúvida de quantas pessoas foram beneficiadas pelo Programa e principalmente pela ação "Saúde não tem Preço", que garante acesso gratuito para os pacientes que utilizam medicamentos indicados para a hipertensão e diabetes. É um orgulho ter podido trabalhar no último ano do governo do Presidente Lula e agora com a Presidenta Dilma. No último domingo, durante o Fantástico, a Presidenta Dilma falou sobre o Programa como uma das grandes ações do governo. Agradeço a todos que nos  que  parabenizaram por estarmos a frente do "Farmácia Popular", mas essa é uma conquista de muitos. Em primeiro lugar dos que acreditaram na proposta, como os ex-diretores do DAF e dos ex-Ministros da Saúde, mas uma saudação especial deve ser dada ao Ministro Padilha, na condução do Ministério da Saúde (MS)  nos últimos meses e para a Presidenta Dilma, que cumpriu de forma efetiva uma de suas promessas de campanha. Basta acompanhar o que tem feito o MS para o avanço da saúde coletiva no Brasil para perceber o que significa esse tema para o atual governo...e todo o empenho da Presidenta em garantir saúde de forma universal, equânime e com respeito aos que vivem na linha da extrema pobreza! Abaixo, o que disse a Presidenta para Patrícia Poeta...


"Patrícia: Qual que a senhora acha que foi, nesses oito meses, o seu maior acerto?


Dilma: Nesses oito meses? Deixa eu pensar. Por que eu estou pensando? Porque eu não posso te dar várias. Porque eu acho que algumas coisas eu acertei bastante. Eu vou falar, eu acho que foi muito acertado, logo de início, ter entregue os remédios de graça. Sabe por que eu estou falando isso? Porque eu acho que a pessoa que não tem dinheiro para comprar um remédio que precisa, acho que é um drama humano violento. Aqui nessa mesa, nós decidimos que a gente ia garantir e assegurar para todas as pessoas do Brasil que sofrem de diabetes e pressão alta, que a gente ia assegurar o acesso ao medicamento de graça. Porque nós somos o único país que faz isso nessa proporção. Por isso que eu tenho orgulho disso. Podia dar uma segunda?"

Para os que não viram a entrevista da Presidenta, acesse:

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Café com a Presidenta e o Programa Farmácia Popular.

Neste dia 5 de setembro, a Presidente Dilma falou sobre o Programa Farmácia Popular do Brasil e o sucesso do "Saúde não tem preço". Veja a entrevista:

Luciano Seixas: Olá, bom dia. Eu sou Luciano Seixas e começa agora mais um “Café com a Presidenta”, o nosso encontro semanal com a presidenta Dilma Rousseff. Bom dia, Presidenta.

Presidenta: Bom dia, Luciano. Bom dia aos nossos ouvintes.

Luciano Seixas: Presidenta, hoje vamos falar de saúde. Como está a distribuição gratuita de remédios para o tratamento de hipertensão e diabetes? Esse foi o tema do nosso primeiro “Café com a Presidenta”, lembra?

Presidenta: Lembro, sim, Luciano. Eu lancei o programa “Saúde Não Tem Preço” em fevereiro. Nesses sete meses, 5,4 milhões de pessoas receberam, de graça, remédios para tratamento de hipertensão e de diabetes. Veja o que aconteceu: em janeiro, 850 mil pessoas compraram remédios para diabetes e para pressão alta nas farmácias do governo e na rede “Aqui tem Farmácia Popular”. Naquela época, Luciano, o governo dava um bom desconto e o paciente pagava uma parte do preço do remédio. Em fevereiro, nós começamos a distribuir os remédios de graça e, a partir daí, um número muito maior de pessoas passou a ter acesso a esses medicamentos. Agora, em agosto, 2,68 milhões de pessoas receberam, de graça, remédios para hipertensão e diabetes. São pessoas que não precisam mais gastar o seu dinheiro para tratar destas duas doenças. Isso significa, Luciano, que estamos alcançando o nosso objetivo: levar saúde a todos os brasileiros.

Luciano Seixas: E o número de farmácias credenciadas também aumentou, não é, Presidenta?

Presidenta: Aumentou, sim, Luciano. Nós já chegamos a 20 mil farmácias credenciadas em 3 mil municípios brasileiros. No início do ano, eram 15 mil farmácias credenciadas. Uma coisa importante: o custo dos remédios pesa mais no bolso das famílias mais pobres. Por isso eu solicitei ao Ministério da Saúde que ampliasse o número de farmácias nas cidades mais pobres, e nós estamos chegando lá. A rede “Aqui tem Farmácia Popular” já está em 70% desses municípios.

Luciano Seixas: É, agora ninguém precisa gastar seu dinheiro para tratar de hipertensão e de diabetes, que são doenças que não apresentam sintomas, mas são perigosas, não é, Presidenta?

Presidenta: É isso mesmo, Luciano. Veja você: hoje o Brasil tem 40 milhões de pessoas com diabetes ou hipertensão. O programa “Saúde Não Tem Preço” está assegurando o tratamento de todas essas pessoas. Todos, agora, podem fazer o tratamento direito, sem interrupção, sem se preocupar com o dinheiro para comprar o remédio. O governo garante o remédio de graça.

Luciano Seixas: Ainda na questão da saúde, Presidenta, parece que o número de médicos que vêm se formando para trabalhar no sistema público de saúde no Brasil está abaixo das necessidades de atendimento. Como resolver isso?

Presidenta: Olha, Luciano, o meu governo vai enfrentar esse grave problema da saúde pública no Brasil: a falta de médicos e sua má distribuição pelo território nacional. Então, uma das coisas que estamos fazendo é incentivar os médicos recém-formados a prestarem serviços em postos e centros de saúde públicos. A partir de agora, o recém-formado que trabalhar em unidades do Sistema Único de Saúde, o SUS, vai ter sua dívida do Financiamento Estudantil reduzida. Esses jovens vão prestar serviços em 2 mil municípios, onde a carência de médicos é maior. Quem aceitar o desafio pode ter um bom desconto no financiamento ou mesmo acabar fazendo todo o curso de graça. Hoje já temos 5 mil, desses 24 mil alunos de Medicina que acessaram o Fies, formados ou se formando, e em condições de ir trabalhar na rede pública.

Luciano Seixas: Isso também vai ajudar na formação dos médicos, não é, Presidenta?

Presidenta: Ah vai, sim, Luciano. Os jovens médicos precisam conhecer as reais necessidades da nossa população. A qualidade do atendimento é muito importante, por isso eu pedi aos ministros da Educação e da Saúde que elaborem um plano de qualidade da educação médica. Vamos abrir vagas para formar mais 4,5 mil médicos por ano e vamos continuar levando os cursos de Medicina para as cidades do interior. Na semana passada eu estive em Garanhuns, para a aula inaugural do curso de Medicina do campus da Universidade de Pernambuco. Foi uma grande alegria encontrar ali jovens alunos que não vão precisar se deslocar para a capital ou até para outro estado em busca de formação. Eles vão estudar ali mesmo e logo, logo, vão poder contribuir para melhorar as condições da saúde daquela comunidade, daquela região.

Luciano Seixas: Então, qualidade é a palavra-chave na saúde?

Presidenta: Isso aí, Luciano. Um dos maiores objetivos do meu governo é fazer com que a qualidade de atendimento do Sistema Único de Saúde seja igual àquela praticada, por exemplo, nos grandes hospitais privados do nosso país. Vamos garantir atendimento humano e de qualidade, e isso é um compromisso a ser buscado todos os dias.

Luciano Seixas: Então, qualidade é a palavra-chave na saúde?

Presidenta: Isso aí, Luciano. Um dos maiores objetivos do meu governo é fazer com que a qualidade de atendimento do Sistema Único de Saúde seja igual àquela praticada, por exemplo, nos grandes hospitais privados do nosso país. Vamos garantir atendimento humano e de qualidade, e isso é um compromisso a ser buscado todos os dias.

sábado, 16 de abril de 2011

A política não é fácil!

Apesar de ter passado 39 anos nesta vida, existem coisas as quais gostaria de entender. Não me faço de ingênuo e nem tento me passar por inocente....apenas gostaria de entender:

- Geraldo Alckmin vai ampliar o "bolsa família de SP". Mas o Serra criticou tanto o gov. Lula, durante a eleição, pelo fato de achar que isso seria uma forma de aglutinar votos em torno de "assistencialismo". O que aconteceu para mudarem de idéia? Vai usar de uma "prática" questionada por seu partido? Geraldo acha que isso é uma boa?

- FHC vai lançar um blog. Fruto disso plantou na mídia, no último período, que não mais devem (os tucanos)  investir sobre as classes pobres, a quem chamou de "povão". Acredita que a oposição deve se construída junto a  classe média emergente, pois os menos contemplados continuariam a apoiar os ideais do Gov Lula/Dilma. O PSDB sempre se colocou como defensor do povo, mas uma de suas expressões máximas defende que se busque representar "apenas" a classe média.

- Gilberto Kassab, aliado de primeira monta dos Governos PSDBistas, cria um novo partido e o coloca como base de apoio de Dilma. Angaria nesta nova legenda, o PSD, Governadores, Senadores, Deputados e muitos interessados em apoiar o que se deu início em 2002 com o Gov. Lula. Levemos em conta que isso cria um novo panorama político em SP.

- O Deputado do "Castelo" deixa o cargo no Gov. de Anastasia, mesmo tendo sido apoiado para tal, devido as críticas surgidas.

- Aécio faz discurso no Senado de oposição, porém não houve amplo apoio por acharem que não foi enfático o suficente para demostrar que está "do outro lado" do Governo.

Bom , o tema "política" não é fácil....debrucemo-nos sobre isso para buscar entender. Apesar disso, queria perguntar uma coisa: "A oposição está perdida ou é apenas minha impressão?????????"

Eu queria muito entender.

sábado, 19 de março de 2011

Íntegra do discurso de Dilma para Obama

Como já disse em outras postagens, passei minha vida "aprendendo" na escola que o Brasil era um País sub-desenvolvido. Os tempos passaram e pude eleger (participando desde 1989) o primeiro operário Presidente do Brasil. Que orgulho dos 8 anos em que Lula dirigiu a nação onde vivo. Após isso, pude ver a primeira mulher Presidenta do Brasil, que também ajudei a eleger. Votei nela, não apenas por ser competente, mas pelo medo do retrocesso que o seu principal opositor representava. Lula, um alfebetizado com ressalvas, segundo os que os odiavam, fez o melhor  (ou um dos melhores) governo que já foi feito no Brasil. Conseguiu eleger seu sucessor, a primeira mulher Presidenta do Brasil. O seu principal trunfo, com certeza, não foi o fato de ser mulher, mas além disso, ter sido guerrilheira e ter lutado contra a ditadura militar. Essa é a mulher que mostra o quanto podemos avançar na discussão de gênero. Essa é a mulher que demonstra que o poder não é espaço apenas do sexo masculino. Dilma, com toda a sua experiência, mostrou que a mulher "pode" (ou em tempos de Obama...ela "can"). Sim, ela pode e demonstrará isso.
Para os que julgam a inteligência de um presidente pela sua capacidade de interlocução direta com o presidente de outro País, sem a necessidade de um tradutor, Dilma também provou ser capaz de fazer isso. "Meu Deus", dirão alguns, "ela falou em inglês"!!!!
Bom, opositores eternos....durmam com esse barulho. Opositores pontuais....aprendam.
Dilma recebeu o Presidente da Nação mais poderosa (podemos discutir isso) do mundo: Obama! O que será que ela disse a ele? O que mais queríamos ouvir....

"Excelentíssimo senhor Barack Obama, presidente dos Estados Unidos da América,

Senhoras e senhores integrantes das delegações dos Estados Unidos da América e do Brasil,
Senhoras e senhores jornalistas,
Senhoras e senhores,
Senhor presidente Obama,


A sua visita ao meu país me enche de alegria, desperta os melhores sentimentos de nosso povo e honra a histórica relação entre o Brasil e os Estados Unidos. Carrega também um forte valor simbólico.


Os povos de nossos países ergueram as duas maiores democracias das Américas. Ousaram também levar aos seus mais altos postos um afrodescendente e uma mulher, demonstrando que o alicerce da democracia permite o rompimento das maiores barreiras para a construção de sociedades mais generosas e harmônicas.


Aqui, senhor presidente Obama, sucedo a um homem do povo, meu querido companheiro Luiz Inácio Lula da Silva, com quem tive a honra de trabalhar. Seu legado mais nobre, Presidente, foi trazer à cena política e social milhões de homens e mulheres que viviam à margem dos mais elementares direitos de cidadania.


Dos nove chefes de Estado norte-americanos que visitaram oficialmente o Brasil, o senhor é aquele que encontra o nosso país em um momento mais vibrante.
A combinação de uma política econômica séria com fundamentos sólidos e uma estratégia consistente de inclusão fez do nosso país um dos mais dinâmicos mercados do mundo. Fortalecemos o conteúdo renovável da nossa matriz energética e avançamos em políticas ambientais protetoras de nossas importantes reservas florestais e de nossa rica biodiversidade.


Todo esse esforço, presidente Obama, criou milhões de empregos e dinamizou regiões inteiras antes marginalizadas do processo econômico. Permitiu ao Brasil superar, com êxito, a mais profunda crise econômica da história recente, mantendo, até os dias atuais, níveis recordes de geração de postos de trabalho.


Mas são ainda enormes os nossos desafios. Meu governo, neste momento, se concentra nas tarefas necessárias para aperfeiçoar nosso processo de crescimento e garantir um longo período de prosperidade para o nosso povo.

Meu compromisso essencial é com a construção de uma sociedade de renda média, assegurando oportunidades educacionais e profissionais para os trabalhadores e para a nossa imensa juventude, garantindo também um ambiente institucional que impulsione o empreendedorismo e favoreça o investimento produtivo.

O meu governo trabalhará com dedicação para superar as deficiências de infraestrutura, e não pouparemos esforços para consolidar nossa energia limpa, ativo fundamental do Brasil.

Enfim, daremos os passos necessários para alcançar nosso lugar entre as nações com desenvolvimento pleno, forte democracia e ampla justiça social.

É aqui, senhor presidente Obama, que enxergo as melhores oportunidades para o avanço das relações entre nossos países. Acompanho com atenção e a melhor expectativa seus enormes esforços para recuperar a vitalidade da economia americana.


Temos assim, como o mundo todo, uma única certeza: a de que o povo americano, sob a sua liderança, saberá encontrar os melhores caminhos para o futuro dessa grande nação.


A gentileza da sua visita, logo no início do meu governo, e o longo histórico de amizade entre nossos povos me permitem avançar sobre dois temas que considero centrais nas futuras parcerias que fizermos: a educação e a inovação.


Aproximar e avançar em nossas experiências educacionais, ampliando nosso intercâmbio e construindo progresso em todas as áreas do conhecimento é uma questão chave para o futuro dos nossos países.
Na pesquisa e inovação, os Estados Unidos alcançaram as mais extraordinárias conquistas nas últimas décadas, favorecendo a produtividade em diferentes setores econômicos. O Brasil, senhor presidente Obama, está na fronteira tecnológica em algumas importantes áreas, como a genética, a biotecnologia, as fontes renováveis de energia e a exploração do petróleo em águas profundas.

Combinar as nossas mais avançadas capacidades no campo da pesquisa e da inovação certamente trará os melhores frutos para as nossas sociedades. Tomo como exemplo o pré-sal, a mais recente fronteira alcançada pela tecnologia brasileira.

Acreditamos que os enormes desafios de cada etapa da exploração dessas riquezas poderão reunir uma inédita conjunção do conhecimento acumulado pelos nossos melhores centros de pesquisa.

Mas, senhor Presidente, se queremos construir uma relação de maior profundidade é preciso também, com a mesma franqueza, tratar de nossas contradições.
Preocupam-me em especial os efeitos agudos decorrentes dos desequilíbrios econômicos gerados pela crise recente. Compreendemos o contexto do esforço empreendido por seu governo para a retomada da economia americana, algo tão importante para o mundo. Porém, todos sabem que medidas de grande vulto provocam mudanças importantes nas relações entre as moedas de todo o mundo. Este processo desgasta as boas práticas econômicas e empurra países para ações protecionistas e defensivas de toda natureza.

Somos um país que se esforça por sair de anos de baixo desenvolvimento, por isso buscamos relações comerciais mais justas e equilibradas. Para nós é fundamental que sejam rompidas as barreiras que se erguem contra nossos produtos - etanol, carne bovina, algodão, suco de laranja, aço, por exemplo. Para nós é fundamental que se alarguem as parcerias tecnológicas e educacionais, portadoras de futuro.

Preocupa-me igualmente a lentidão das reformas nas instituições multilaterais que ainda refletem um mundo antigo. Trabalhamos incansavelmente pela reforma na governança do Banco Mundial e do FMI. Isso foi feito pelos Estados Unidos e pelo Brasil, em conjunto com outros países. E saudamos o início das mudanças empreendidas nestas instituições, embora ainda que limitadas e tardias, quando olhada a crise econômica. Temos propugnado por uma reforma fundamental no desenho da governança global: a ampliação do Conselho de Segurança da ONU.

Aqui, senhor Presidente, não nos move o interesse menor da ocupação burocrática de espaços de representação. O que nos mobiliza é a certeza que um mundo mais multilateral produzirá benefícios para a paz e a harmonia entre os povos.


Mais ainda, senhor Presidente, nos interessa aprender com os nossos próprios erros. Foi preciso uma gravíssima crise econômica para mover o conservadorismo que bloqueava a reforma das instituições financeiras. No caso da reforma da ONU, temos a oportunidade de nos antecipar.


Este país, o Brasil, tem compromisso com a paz, com a democracia, com o consenso. Esse compromisso não é algo conjuntural, mas é integrante dos nossos valores: tolerância, diálogo, flexibilidade. É princípio inscrito na nossa Constituição, na nossa história, na própria natureza do povo brasileiro. Temos orgulho de viver em paz com os nossos dez vizinhos há mais de um século, agora.

Há uma semana, senhor Presidente, entrou em vigor o Tratado Constitutivo da Unasul, que deverá reforçar ainda mais a unidade no nosso continente. O Brasil está empenhado na consolidação de um entorno de paz, segurança, democracia, cooperação e crescimento com justiça social. Neste ambiente é que deve frutificar as relações entre o Brasil e os Estados Unidos.


Senhor Presidente, quero dizer-lhe que vejo com muito otimismo nosso futuro comum.

No passado, esse relacionamento esteve muitas vezes encoberto por uma retórica vazia, que eludia o que estava verdadeiramente em jogo entre nós, entre Estados Unidos e Brasil.

Uma aliança entre os nossos dois países - sobretudo se ela se pretende estratégica - é uma construção. Uma construção comum, aliás, como o senhor mesmo disse no seu pronunciamento sobre o Estado da Nação.

Mas ela tem de ser uma construção entre iguais, por mais distintos que sejam esses países em território, população, capacidade produtiva ou poderio militar.

Somos países de dimensões continentais, que trilham o caminho da democracia. Somos multiétnicos e em nossos territórios convivem distintas e ricas culturas.

Cada um, a sua maneira, temos o que um poeta brasileiro chamou de "sentimento do mundo".

Sua presença no Brasil, senhor Presidente, será de enorme valia nessa construção que queremos juntos realizar.

Uma vez mais, presidente Obama, bem-vindo ao Brasil."




Conteúdo do discurso extraído de: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,leia-a-integra-do-discurso-de-dilma-a-obama,694280,0.htm





segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Presidente ou Presidenta?

Recebi o texto abaixo, intitulado "Ensaio sobre o gênero",  com a devida referência ao autor, discutindo como se referir a Dilma: Presidente ou Presidenta? Eu optei por chamá-la de Presidenta, pois mais do que a forma, quero respeitar a simbologia de ter a primeira mulher Presidenta do Brasil. Isso pode parecer não mudar absolutamente nada em sua vida, mas penso o contrário. O preconceito acaba quando começa a exacerbação do respeito. Vou chamá-la de Presidenta...e você? 


   "Circula na Internet um texto, cujo autor não foi identificado, intitulado "Aula de Português", trazendo à baila a questão do gênero da palavra _PRESIDENTE_ e condenando veementemente a forma feminina _PRESIDENTA_. Na condição de professor de Língua Portuguesa, e por solicitação de um amigo, venho manifestar-me acerca dessa polêmica, que se instaurou com a eleição de Dilma Roussef para a presidência do Brasil e que se destacou na discussão entre os internautas: Dilma é a presidente ou a  presidenta do Brasil?

    Na língua portuguesa, assim como em quase todas as outras, existem construções que, com o tempo, ganharam força popular e se fixaram como gramaticalmente corretas, a despeito de contrariar a etimologia. Sobre esse tema, Machado de Assis, nosso escritor maior, nos alerta:

                  "Não há dúvidas que as línguas se aumentam e alteram com o tempo e as necessidades de usos e costumes. Querer que a nossa pare no século de quinhentos é um erro igual ao de afirmar que a sua transplantação para a América não lhe inseriu riquezas novas. A este respeito a influência do povo é decisiva. Há, portanto, certos modos de dizer, locuções novas, que de força entram no domínio do estilo e ganham direito de cidade."

     Só esse ensinamento do autor de Dom Casmurro já seria suficiente para justificar a incorporação de novas palavras à nossa língua-mãe, mas vamos aos fatos. A discussão é: a presidente ou a presidenta Dilma Roussef? Quanto ao gênero, os substantivos podem ser biformes e uniformes. Os biformes são aqueles que apresentam duas formas distintas, uma para o feminino, outra para o masculino, por exemplo: _gato/gata, maestro/maestrina, ator/atriz, camponês/camponesa, pai/mãe, patrão/patroa, ladrão/ladra, pastor/pastora, mestre/mestra, solteirão/solteirona, irmão/irmã, compadre/comadre, boi/vaca, homem/mulher, conde/condessa, elefante/elefanta, poeta/poetisa, avô/avó_. Observe-se que a forma feminina ora provém do mesmo radical masculino (como no caso de _cantor/cantora_), ora de radical distinto (como é o caso de _bode/cabra_).  
  
    Os substantivos uniformes apresentam uma única forma e se subdividem em três grupos: sobrecomuns, comuns de dois gêneros e epicenos. Sobrecomuns são os que têm um só gênero gramatical para designar pessoas de ambos os sexos. Neste caso, nem os determinantes se flexionam, por exemplo: _o cônjuge varão _- para designar o homem_/o cônjuge varoa _- para mulher (não existe _a cônjuge_), _a criança_ (não existe _o criança_) serve para designar menino ou menina; _a sentinela_ se emprega para homem ou mulher, pois não existe _o sentinela_. Diz-se: _Aquela sentinela está nervoso_ (e não _Aquele sentinela..._). Comuns de dois gêneros são os que têm uma única forma para os dois gêneros, porém seus determinantes apresentam variação de masculino para feminino, por exemplo: _o atacante/a atacante, um atendente/uma atendente, meu dentista/minha dentista_. Epicenos são aqueles empregados com os nomes de animais que possuem um só gênero gramatical, para designar um e outro sexo; neste caso, a distinção é feita com as palavras "macho" e "fêmea", por exemplo: _a onça macho/a onça fêmea, o pinguim macho/o pinguim fêmea, a borboleta macho/a borboleta fêmea, o macho do jacaré/a fêmea do jacaré_.

     Com referência à palavra _presidente_, o texto veiculado na Internet alega, com razão, que o particípio ativo do verbo _atacar_ é atacante, de _pedir_ é pedinte, de _cantar_ é cantante, de _existir_ é existente, de _mendigar_ é mendicante, de _ser_ é ente.  Aquele que é: _o ente_. Dessa forma, justificam-se as palavras _estudante_, _adolescente_, _atacante_, _informante_ e, naturalmente, _presidente_, como uniformes.

     No caso específico da palavra "presidente", etimologicamente deveria ser considerada comum de dois gêneros: _o presidente/a presidente_; no entanto, o uso como palavra biforme (_o presidente/a presidenta_) está consagrado na nossa língua e tem registro formal. Para isso, consulte-se o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), da Academia Brasileira de Letras, documento oficial de registro das palavras que fazem parte do nosso léxico. Senão, como se justificaria a existência de palavras como governanta (feminino de _governante_), elefanta (de _elefante_), parenta (de _parente_), infanta (de _infante_), que pertencem ao mesmo caso etimológico? São formas que, com o tempo, se desviaram do processo formador original.

     Não há, portanto, razão para condenar o uso de _PRESIDENTA_. Podemos sim usar a "presidente" Dilma ou a "presidenta" Dilma, sem que isso contrarie o padrão formal da língua escrita culta. A atual mandatária maior do País prefere ser chamada de _PRESIDENTA_, e nisso está certíssima._ _Cabe consignar que o eminente professor Celso Cunha, em sua _Nova Gramática do Português Contemporâneo_, preleciona que "os femininos _giganta_ (de gigante), _hóspeda_ (de hóspede), e _presidenta_ (de presidente) têm ainda curso restrito no idioma". Atente que TER CURSO RESTRITO não significa SER ERRADO. O texto veiculado na Internet cita um exemplo negativo de modo a ilustrar o suposto erro no uso da palavra "presidenta":

                   _"A candidata a presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta. Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigenta política, dentre suas tantas outras atitudes alienantas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta."_

     Como se pode depreender, isso é apenas um sofisma, uma ideia enganosa, em que a premissa maior e a premissa menor podem ser verdadeiras, mas a conclusão é falsa. É como se disséssemos: _Todo coelho é veloz_ (premissa maior - verdadeira); _o jamaicano Usain Bolt é veloz_ (premissa menor - verdadeira); _logo, o jamaicano Usain Bolt é um coelho_ (conclusão - falsa).

Para finalizar essa suposta "aula de português", o autor destaca:

                "Está mais do que na hora de restabelecermos A LEITURA E A FALA CORRETAS DE NOSSO IDIOMA - o PORTUGUÊS (falado no Brasil) e não mais o churrasquês, o futibolês e outros dialetos de triste e recente memória, infelizmente aplaudidíssimos pelos 80% dos patrícios que vibravam com as bobagens oficializadas e incensadas pela massa de áulicos (áulico: cortesão, palaciano) e puxa-sacos dos "cumpanhêru" de igual (?) nível moral e intelectual..."

     Parece-me a mim que este é mais um caso de preconceito explícito e de intolerância política. Independentemente de qualquer partido, de qualquer matiz ideológico, temos uma presidenta eleita por um processo democrático transparente, de acordo com a vontade da maioria dos brasileiros de todas as classes sociais. Os bons brasileiros, os verdadeiros patriotas vão torcer e trabalhar para que o Brasil cresça como nação, avance nas questões sociais e progrida economicamente. Os pseudobrasileiros e os pessimistas de plantão vão continuar esperando que tudo dê errado e discutindo se Dilma é a "presidente" ou a "presidenta". Você escolhe de que lado está.

       Filemon Félix de Moraes - professor de Língua Portuguesa em Brasília."