sábado, 30 de outubro de 2010

Eu desejo um bom voto!

Bom, chegou o dia. Estaremos em breve no dia 31/10, dia da eleição para Presidente. Serão cerca de 9 horas de votação que dividem dois momentos: continuidade ou não de um Governo. Para os que acham que isso nada tem a ver com sua vida, é apenas mais um dia “chato” de votação. Para os que sabem da responsabilidade que um dia como esse trás, o “friozinho na barriga” já começou e só acabará após a apuração dos votos.
Como já disse em outra postagem, comecei a participar da vida política muito cedo e em 1989, pude votar pela primeira vez.  Meu primeiro voto foi para um candidato a presidente que conseguiu me fazer chorar com uma eleição. Foram 4 eleições até que eu pudesse chorar, mas de alegria, ao eleger Lula Presidente. Ele significava um rompimento. Rompimento com o tempo de ditadura, com o preconceito, com a imagem de que uma pessoa só pode chegar ao Palácio do Planalto se tivesse títulos. Hoje, em 2010, a vida me mostrou que acertei em minha escolha. Com 84% de aprovação (record histórico) fica claro que a história ficará marcada por um operário que conduziu uma nação com ações aprovadas quase que por unanimidade. Unanimidade que não pode ser chamada de burra, caso contrário, sua sucessora não apareceria, segundo a última pesquisa, com 50% das intenções de voto.
O processo eleitoral de 2010 deixará marcas profundas. Nunca nos esqueceremos de Tiririca com mais de 1 milhão de votos, da Weslian Roriz disputando o governo do Distrito Federal, da polêmica em torno do aborto, entre outros. Mas também ficará marcada pela exacerbação do preconceito, mentiras e da estimulação ao ódio. Digo isso com preocupação, pois, acompanhando as últimas eleições, só me recordo do que foi feito com Lula, considerado uma ameaça a sociedade. Diziam que ele iria mudar a cor da bandeira (seria vermelha), colocaria um desabrigado em sua casa, fecharia o Congresso. Ocorre que agora foi mais grave, com a capilaridade das informações geradas pela internet. É difícil ver um eleitor de Serra que não se refira a Lula com adjetivos nada sociáveis.
A artilharia se volta contra Dilma. Indicada por Lula, devido a confiança estabelecida,  tornou-se alvo das mais variadas acusações, já que essa seria a primeira eleição presidencial sem a presença de Luis Ignácio entre os concorrentes. Ser mulher, divorciada, ter militado contra a ditadura, não ter ocupado cargo eletivo, tornaram-se sinônimos de incompetência. Até ter tido câncer passou a ser um critério de exclusão. Na minha humilde, mas limpinha opinião, esses são fatores de orgulho. Ela é mulher, o que me orgulha pela disposição de romper com preconceitos machistas. É divorciada, mas com um casamento que deu certo, a ponto de ser elogiada em seu programa, pelo ex-marido. Lutou contra a ditadura sim, o que deveria nos orgulhar! Nunca ter sido eleita a nada, bom, um dia deve começar (e porque não falaram isso de Silvio Santos quando candidato em 89?). E se foi fichada na polícia? Ora, todos os “contrários” eram naquela época. Teve câncer, curou e enfrentou um dos maiores males da humanidade com disposição, peito aberto e coragem.
Os dados estão lançados. O último debate realizado pela TV Globo em nada mudou o quadro. Na pior hipótese, os candidatos empataram. Fica agora a preocupação com panfletos apócrifos, manchetes dos grandes veículos de comunicação, abstenções as últimas pesquisas que serão divulgadas e o feriado prolongado. Em não havendo nenhuma hecatombe, Dilma tem maior chance de ser eleita. Abstenções no Nordeste, área prioritária de Dilma, pode se equilibrar com os mais de 1 milhão de veículos (com média de 2 a 3 eleitores dentro) que deixaram SP, área de Serra. Além desses componentes, existem os indecisos. Meu Deus, os indecisos. É fato que são poucos, mas considerando as outras variáveis, são fundamentais.
Espero de coração que os eleitores não sejam levados a decidir seu voto por motivos infundados, pelo mero ódio a um partido ou pelos motivos expostos acima. Tenhamos tranqüilidade em ouvir, ver as verdades e mentiras expostas durante o processo e que todos nós, não apenas um dos candidatos, saiamos vitoriosos!

Bom voto....

3 comentários:

Silvia A.Pereira disse...

Querido Blogueiro,
Compartilho de seus apontamentos, realmente esta eleição foi impar, motivado por situações constrangedoras para a democracia: panfletos apocrifos, ataques gratuítos e sem fundamentos, a constatação da existência do PIG (partido da imprensa golpista); bolinhas de papel que ganham peso de paralelepipedos e garantem tomografia imediata (enquanto o povo espera por 6 meses p/conseguir uma), debates religiosos entre outros.
Mas, tendo a acreditar no bom senso do povo brasileiro, que sabe reconhecer qdo as coisas estão mudando e sabem conviver com as diferenças (credo, cor, raça e etc).
Não poderia deixar de destacar aqui minha indignação com a orientação do Papa, e como católica, digo que a a igreja tem problemas maiores para se preocupar como a exitência da pedofilia na sua estrutura.
Desejo a todos um bom voto amanhã e que o bom senso prevaleça.

Lisia disse...

Marco...Aguardemos o fechamento das urnas e, espero que as pesquisas sejam um espelho da realidade, vamos festejar muito. Aqui no RS então, em dobro. Somos 13 cá e lá! Uma campanha que, infelizmente, não foi bonita! Não preciso descrever as causas...Depois começaremos, todos juntos, a construir o novo momento deste país. Tu e outros que estão aí em Brasilia, dentro dos gabinetes, lembrem-se de buscar conosco, os da ponta, os subsídios para montarem as novas políticas de saúde. Até para melhorar as atuais isto é importante. No caso falo, especialmente, das que envolvem a Assistência Farmacêutica cujas ações precisam ser, ainda, bastante incrementadas. Abraço

Ricardo Murça disse...

Marcão, meu amigo! Pertinente postagem, muito bem colocada e feliz.
Sabe, nestas eleições fui criticado por ter ouvido muito o que o pessoal do Serra dizia. Fui até à um encontro onde o candidato estava, para saber qual samba tocava por lá.
Acho que ouvir posicionamentos diferentes nos traz reflexão sobre o que acreditamos, reforça crenças e valores. É como meditar.
No segundo turno me peguei pedindo votos e debatendo política novamente. Me envolvi com a Dilma, com a campanha e visualizei um futuro onde eu poderei sentir que o Brasil receberá uma continuidade com novo sangue, um sangue feminino.
Essa oligarquia medíocre que espalha piadinhas enfadonhas por correntes de e-mail, falando mal do Lula com palavras de gente despeitada, derrotada, desbancada.
Uma oligarquia ignorante, mas que ignora sua própria essência, seu povo, suas necessidades e seu futuro, que só olha o futuro e só enxerga o próprio umbigo.
Que campanha medíocre foi essa do PSDB?

Hoje durmo feliz e tranquilo por saber que terei uma pessoa em quem confio dirigindo o meu país e estarei junto com ela! Aliás, estaremos...

Um grande abraço e ais uma vez, parabéns pelo BLOG.