sexta-feira, 13 de maio de 2011

"Etiquetas" para o Twitter!

Sou de um tempo em que a modernidade era apenas um sonho. Além da conversa cara-a-cara, os diálogos entre as pessoas se resumiam a cartas, telefonemas feitos por “orelhões” públicos, sinais de fumaça, entre outros. O “fax” era sinal de modernidade...aparelho eletrônico de comunicação era o tele-mensagem! Certo dia acordei e me vi envolvido pelas redes sociais. Meu primeiro contato com isso foi o ICQ. Passou pelos grupos da UOL e de repente o Orkut.

O tempo passou e agora é o Sonic, os blogs, MSN, facebook... e uma das minhas grandes manias: o Twitter. Ainda incompreendido por muitos, este “microblog” (conforme definido por alguns) alia a possibilidade de contato imediato, com o poder da objetividade em se lançar uma idéia com apenas 140 toques. O fato de ser uma novidade não permite falta de um autocontrole. Mesmo sendo novo, devemos adotar determinadas etiquetas para podermos compartilhar idéias sem ser inconveniente. Deixo aqui algumas dicas de “boa convivência” para não ser excluído deste novo mundo. Quero compartilhar aqui algumas impressões que podem permitir maior sociabilidade. O que tento dizer aqui é o que, em minha humilde opinião, não chateará seus seguidores:

- Não diga coisas do cotidiano que irás fazer, como: “Vou dormir”, “Vou comer”, “Agora vou estudar”, ou coisas do tipo. Diga apenas que vai sair da rede, como forma de despedir-se dos seus seguidores.

- Não use o Twitter como MSN, ou seja, se quiser bater papo vá para o email. Ficar dialogando com a mesma pessoa por mais de 3 mensagens vira “conversinha”. Ninguém mais, além dos dois envolvidos, está interessado.

- Narrar jogos de futebol, durante todo o jogo, é um erro. Comente apenas o que pode ser importante, como um gol, uma expulsão, uma substituição mal feita. Isso basta.

- Não seja narrador de histórias, dizendo coisas como; “Hoje acordei e vi um passarinho...”, “Minha mãe me acordou muito cedo e fui para o banho...”. Quem se interessará por isso além de você mesmo? Ninguém.

- Cantarolar músicas que podes estar ouvindo no momento é um erro gravíssimo. Quer sugerir algo para ouvirem? Digite o “link” desta e deixe que os outros curtam caso queiram. Ninguém se interessa por qual parte da música você mais gosta!

- Não precisa dizer que está bêbado, se for o caso....todos já perceberam isso!

- Se quer mandar um recado para alguém de forma a atacá-lo, mande por “direct message”. Costumeiramente escrevem frases que ninguém entende nada, tipo: “Se não quer fazer, não faça...”, “Pior do que um inimigo, é um inimigo oculto...” ou “Vá fazer o bem se quer agradar a alguém...” Convenhamos que isso não quer dizer nada, a não ser para quem você “mentalmente” direcionou!

- Não comente o que está assistindo na TV (o que normalmente acontece com quem observa as duas fontes de informação ao mesmo tempo). Não perca tempo dizendo: “A Fátima Bernardes está linda.”, “O Fantástico é ótimo...”, ou “O CQC ataca o Deputado...”.

- Se não tem assunto, tente qualquer coisa, inclusive sair do Twitter, mas não fale do clima, como: “Nossa, que frio”, “Hoje está um baita calor”, ou ...”que Lua linda...”.

- Ninguém quer saber com quem você vai sair. Evite dizer o seu próximo passo como: “Agora vou sair com o Caveira”, “Vou beber com a turma da esquina”, “Shopping me espera com a Lenilda...até”.

- Não tente ser filósofo. Tem gente que quer criar frases de efeito que não dizem nada com nada.

Bom, existem muitas outras críticas dos que seguem outrem. Paro por aqui, apenas dizendo que todas as frases acima foram extraídas do twitter. Se agradei, não sei, mas vou me despedindo pois vou sair com a turma, beber muito, com uma noite super quente, vendo a novela que está ótima, etc....

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Leonardo Boff...e Osama Bin Laden!

Esse texto foi extraído de: http://leonardoboff.wordpress.com/2011/05/05/fez-se-vinganca-nao-justica/
Mais um convite a pensar...

Fêz-se vingança, não justiça


05/05/2011

por Leonardo Boff

.Alguém precisa ser inimigo de si mesmo e contrário aos valores humanitários mínimos se aprovasse o nefasto crime do terrorismo da Al Qaeda do 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque. Mas é por todos os títulos inaceitável que um Estado, militarmente o mais poderoso do mundo, para responder ao terrorismo se tenha transformado ele mesmo num Estado terrorista. Foi o que fez Bush, limitando a democracia e suspendendo a vigência incondicional de alguns direitos, que eram apanágio do pais. Fez mais, conduziu duas guerras, contra o Afeganistão e contra o Iraque, onde devastou uma das culturas mais antigas da humanidade nas qual foram mortos mais de cem mil pessoas e mais de um milhão de deslocados.

Cabe renovar a pergunta que quase a ninguém interessa colocar: por que se produziram tais atos terroristas? O bispo Robert Bowman de Melbourne Beach da Flórida que fora anteriormente piloto de caças militares durante a guerra do Vietnã respondeu, claramente, no National Catholic Reporter, numa carta aberta ao Presidente:”Somos alvo de terroristas porque, em boa parte no mundo, nosso Governo defende a ditadura, a escravidão e a exploração humana. Somos alvos de terroristas porque nos odeiam. E nos odeiam porque nosso Governo faz coisas odiosas”.

Não disse outra coisa Richard Clarke, responsável contra o terrorismo da Casa Branca numa entrevista a Jorge Pontual emitida pela Globonews de 28/02/2010 e repetida no dia 03/05/2011. Havia advertido à CIA e ao Presidente Bush que um ataque da Al Qaeda era iminente em Nova York. Não lhe deram ouvidos. Logo em seguida ocorreu, o que o encheu de raiva. Essa raiva aumentou contra o Governo quando viu que com mentiras e falsidades Bush, por pura vontade imperial de manter a hegemonia mundial, decretou uma guerra contra o Iraque que não tinha conexão nenhuma com o 11 de setembro. A raiva chegou a um ponto que por saúde e decência se demitiu do cargo.

Mais contundente foi Chalmers Johnson, um dos principais analistas da CIA também numa entrevista ao mesmo jornalista no dia 2 de maio do corrente ano na Globonews. Conheceu por dentro os malefícios que as mais de 800 bases militares norte-americanas produzem, espalhadas pelo mundo todo, pois evocam raiva e revolta nas populações, caldo para o terrorismo. Cita o livro de Eduardo Galeano “As veias abertas da A.Latina” para ilustrar as barbaridades que os órgãos de Inteligência norte-americanos por aqui fizeram. Denuncia o caráter imperial dos Governos, fundado no uso da inteligiência que recomenda golpes de Estado, organiza assassinato de líderes e ensina a torturar. Em protesto, se demitiu e foi ser professor de história na Universidade da Califórnia. Escreveu três tomos “Blowback”(retaliação) onde previa, por poucos meses de antecedência, as retaliações contra a prepotência norte-americana no mundo. Foi tido como o profeta de 11 de setembro. Este é o pano de fundo para entendermos a atual situação que culminou com a execução criminosa de Osama Bin Laden.

Os órgãos de inteligência norte-americanos são uns fracassados. Por dez anos vasculharam o mundo para caçar Bin Laden. Nada conseguiram. Só usando um método imoral, a tortura de um mensageiro de Bin Laden, conseguiram chegar ao su esconderijo. Portanto, não tiveram mérito próprio nenhum.

Tudo nessa caçada está sob o signo da imoralidade, da vergonha e do crime. Primeiramente, o Presidente Barak Obama, como se fosse um “deus” determinou a execução/matança de Bin Laden. Isso vai contra o princípio ético universal de “não matar” e dos acordos internacionais que prescrevem a prisão, o julgamento e a punição do acusado. Assim se fez com Hussein do Iraque,com os criminosos nazistas em Nürenberg, com Eichmann em Israel e com outros acusados. Com Bin Laden se preferiu a execução intencionada, crime pelo qual Barak Obama deverá um dia responder. Depois se invadiu território do Paquistão, sem qualquer aviso prévio da operação. Em seguida, se sequestrou o cadáver e o lançaram ao mar, crime contra a piedade familiar, direito que cada família tem de enterrar seus mortos, criminosos ou não, pois por piores que sejam, nunca deixam de ser humanos.

Não se fez justiça. Praticou-se a vingança, sempre condenável.”Minha é a vingança” diz o Deus das escrituras das três religiões abraâmicas. Agora estaremos sob o poder de um Imperador sobre quem pesa a acusação de assassinato. E a necrofilia das multidões nos diminui e nos envergonha a todos.



Leonardo Boff é autor de Fundamentalismo,terrorismo , religião e paz, Vozes 2009.



Noam Chomsky...e Osama Bin Laden!

Esse texto foi extraído de: http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=9&id_noticia=153783
Vale a pena ler e pensar...

Noam Chomsky: “Minha reação ante a morte de Osama"


Poderiamos perguntar a nós mesmo como reagiríamos se um comando iraquiano pousasse de surpresa na mansão de George W. Bush, o assassinasse e, em seguida, atirasse seu corpo no Oceano Atlântico.

Por Noam Chomsky, no Guernica Magazine

Fica cada vez fica mais evidente que a operação foi um assassinato planejado, violando de múltiplas maneiras normas elementares de direito internacional. Aparentemente não fizeram nenhuma tentativa de aprisionar a vítima desarmada, o que presumivelmente 80 soldados poderiam ter feito sem trabalho, já que virtualmente não enfrentaram nenhuma oposição, exceto, como afirmara, a da esposa de Osama bin Laden, que se atirou contra eles.

Em sociedades que professam um certo respeito pela lei, os suspeitos são detidos e passam por um processo justo. Sublinho a palavra "suspeitos". Em abril de 2002, o chefe do FBI, Robert Mueller, informou à mídia que, depois da investigação mais intensiva da história, o FBI só podia dizer que "acreditava" que a conspiração foi tramada no Afeganistão, embora tenha sido implementada nos Emirados Árabes Unidos e na Alemanha.

O que apenas acreditavam em abril de 2002, obviamente sabiam 8 meses antes, quando Washington desdenhou ofertas tentadoras dos talibãs (não sabemos a que ponto eram sérias, pois foram descartadas instantâneamente) de extraditar a Bin Laden se lhes mostrassem alguma prova, que, como logo soubemos, Washington não tinha. Por tanto, Obama simplesmente mentiu quando disse sua declaração da Casa Branca, que "rapidamente soubemos que os ataques de 11 de setembro de 2001 foram realizados pela al-Qaida.

Desde então não revelaram mais nada sério. Falaram muito da "confissão" de Bin Laden, mas isso soa mais como se eu confessasse que venci a Maratona de Bosto. Bin Laden alardeou um feito que considerava uma grande vitória.

Também há muita discussão sobre a cólera de Washington contra o Paquistão, por este não ter entregado Bin Laden, embora seguramente elementos das forças militares e de segurança estavam informados de sua presença em Abbottabad. Fala-se menos da cólera do Paquistão por ter tido seu território invadido pelos Estados Unidos para realizarem um assassinato político.

O fervor antiestadunidense já é muito forte no Paquistão, e esse evento certamente o exarcebaria. A decisão de lançar o corpo ao mar já provoca, previsivelmente, cólera e ceticismo em grande parte do mundo muçulmano.

Poderiamos perguntar como reagiriamos se uns comandos iraquianos aterrizassem na mansão de George W. Bush, o assassinassem e lançassem seu corpo no Atlântico. Sem deixar dúvidas, seus crimes excederam em muito os que Bin Laden cometeu, e não é um "suspeito", mas sim, indiscutivelmente, o sujeito que "tomou as decisões", quem deu as ordens de cometer o "supremo crime internacional, que difere só de outros crimes de guerra porque contém em si o mal acumulado do conjunto" (citando o Tribunal de Nuremberg), pelo qual foram enforcados os criminosos nazistas: os centenas de milhares de mortos, milhões de refugiados, destruição de grande parte do país, o encarniçado conflito sectário que agora se propagou pelo resto da região.

Há também mais coisas a dizer sobre Bosch (Orlando Bosch, o terrorista que explodiu um avião cubano), que acaba de morrer pacificamente na Flórica, e sobre a "doutrina Bush", de que as sociedades que recebem e protegem terroristas são tão culpadas como os próprios terroristas, e que é preciso tratá-las da mesma maneira. Parece que ninguém se deu conta de que Bush estava, ao pronunciar aquilo, conclamando a invadirem, destruirem os Estados Unidos e assassinarem seu presidente criminoso.

O mesmo passa com o nome: Operação Gerônimo. A mentalidade imperial está tão arraigada, em toda a sociedade ocidental, que parece que ninguém percebe que estão glorificando Bin Laden, ao identificá-lo com a valorosa resistência frente aos invasores genocidas.

É como batizar nossas armas assassinas com os nomes das vítimas de nossos crimes: Apache, Tomahawk (nomes de tribos indígenas dos Estados Unidos). Seria algo parecido à Luftwaffe dar nomes a seus caças como "Judeu", ou "Cigano".

Há muito mais a dizer, mas os fatos mais óbvios e elementares, inclusive, deveriam nos dar mais o que pensar.



Noam Chomsky é professor emérito do Departamento de Linguística e Filosofía del MIT. É autor de numerosas obras políticas. Seus últimos livros são uma nova edição de "Power and Terror", "The Essential Chomsky" (editado por Anthony Arnove), uma coletânea de seus trabalhos sobre política e linguagem, desde os anos 1950 até hoje, "Gaza in Crisis", com Ilan Pappé, e "Hopes and Prospects", também disponível em áudio.



Fonte: Cubadebate

sábado, 7 de maio de 2011

Mobilização farmacêutica para a Conferência de Saúde

Divulgo neste pequeno espaço a iniciativa da Escola Nacional dos Farmacêuticos. Saiba mais em:
http://www.escoladosfarmaceuticos.org.br/


A Escola Nacional de Farmacêuticos mobiliza a categoria para a 14ª Conferência Nacional de Saúde. Cinco seminários regionais preparatórios reunirão farmacêuticos de todo o país para debater a qualidade da atuação profissional e a representatividade do controle social do acesso à saúde. O primeiro encontro é voltado aos profissionais da região Sul. Será em Porto Alegre nos dias 20 e 21 de maio (sexta e sábado). Inscreva-se. É gratuito.


“A 14º CNS é uma grande oportunidade dos farmacêuticos contribuírem com sugestões para aprimorar a Assistência Farmacêutica no Brasil. Esses seminários são espaços privilegiados para a formulação de políticas públicas que atendam a essa necessidade da população”, aponta a presidente da Escola Nacional de Farmacêuticos, Silvana Nair Leite.

Estão programados seminários nas demais regiões brasileiras nos próximos meses. É esperada a participação de 2 mil profissionais, incluindo trabalhadores em geral, diretores de sindicatos, conselheiros, membros de comissões, entre outros.

Regional sul


Dias 20 e 21 de maio de 2011


Programação




Dia 20/05/2011

Abertura – 9h:

9h30min às 11h – Palestra de abertura

“Após 20 anos de SUS: Histórico e Desafios do Controle Social”



Painel I:

11h às 13h – A Política Nacional de Assistência Farmacêutica no contexto do acesso e processo de atenção à saúde no SUS.



Perguntas orientativas aos painelistas:

1- Qual papel da assistência Farmacêutica para a garantia da integralidade da atenção a saúde?

2- Como a Assistência Farmacêutica se insere na atenção primaria em saúde?

3 - Quais os desafios da Gestão do Trabalho e da Educação na Assistência Farmacêutica?

4 - Como a Assistência Farmacêutica deve constar nos Planos de Saúde? Apenas disponibilização de medicamentos?



Painelistas:

Rodrigo Fernandes Alexandre – Coordeneção Geral de Assistência Farmacêutica e Medicamentos de Dispensação Estratégica - DAF/SCTIE/MS

Irene Porto Prazeres – Diretora do Departamento de Assistência Farmacêutica – DAF/Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul

Heider Aurélio Pinto – Diretor do Departamento Atenção Básica – SAS/MS

Michele Caputo – Secretário do Estado de Saúde do Paraná

Célia Machado Gervásio Chaves – Presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos – FENAFAR

Paulo Humberto Gomes da Silva – Presidente do Conselho Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul

Luiz Augusto Facchin – Presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva – ABRASCO

Silvana Nair Leite – Presidente da Escola Nacional dos Farmacêuticos - Coordenação



Painel II:

14h às 16h – A vigilância em saúde no processo de atenção à saúde.



Perguntas Orientativas aos painelistas:

1- Qual papel da Vigilância em Saúde para a garantia da integralidade da atenção a saúde?Acesso com qualidade?

2- Como a Vigilância em Saúde se insere na atenção primaria em saúde?

3 - Quais os desafios da Gestão do Trabalho e da Educação na Vigilância em Saúde?

4 - Como a Vigilância em Saúde deve constar nos Planos de Saúde? Apenas fiscalização e regulação?



Painelistas:

Dirceu Barbano – Presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa

Marcos da Silveira Franco – Assessor Técnico do Núcleo de Promoção de Vigilâncias do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde - Conasems

Sônia Brito – Departamento de Apoio à Gestão de Vigilância em Saúde – DAGVS/SVS/MS

Raquel Ribeiro Bittencourt – Diretora da Vigilância Sanitária – SES/SC

Federação Nacional dos Farmacêuticos - Coordenação



Painel III:

16h30 às 18h30 – O controle social no acesso aos serviços e produtos na saúde.



Perguntas Orientativas aos painelistas:

1- Como fazer com que o povo brasileiro se aproprie do SUS?

2- Qual o papel das organizações do povo brasileiro para efetivação do SUS?

3- Como as novas tecnologias de comunicação podem contribuir para o Controle Social?

4- Qual o papel dos Conselhos de Saúde?



Painelistas:

Ronald Ferreira dos Santos – Diretor da Federação Nacional dos Farmacêuticos – Fenafar

Maria Letícia – Coordenadora do Conselho Municipal de Saúde de Porto Alegre/RS

Clair Castilhos – Diretora da União Brasileira de Mulheres – UBM

Caroline Junckes – Diretora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB/SC

Alcebíades Santini – Fórum Nacional das Entidades Civis de Defesa do Consumidor

Escola Nacional dos Farmacêuticos – Coordenação



Dia 21/05/2011



8h30 às11h – Trabalhos de grupo: Oficina painel 1, Oficina painel, 2 Oficina painel 3

11:00h-13:00h - Debate

14:30h-17:00h Apresentação dos resultados e aprovação do documento final do Encontro Sul


Local: SESC Campestre – Avenida Protásio Alves, 6220 – Porto Alegre - RS

Dias 21 e 22 de maio de 2011

terça-feira, 3 de maio de 2011

Judicialização de medicamentos...

Gasto do governo com remédios via ação judicial cresce 5.000% em 6 anos

Os valores gastos pelo Ministério da Saúde para cumprir decisões judiciais que determinavam o fornecimento de medicamentos de alto custo aumentaram mais de 5.000% nos últimos seis anos. Foram gastos R$ 2,24 milhões em 2005 contra R$ 132,58 milhões em 2010.[ ]

Por: Fernanda Bassette - O Estado de S.Paulo - 28/04/2011


Segundo José Miguel do Nascimento Junior, diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica do ministério, os valores gastos no ano passado representaram 1,8% do total do orçamento destinado ao departamento.


No ano passado, a União foi citada em cerca de 3,4 mil ações judiciais em busca de medicamentos. Em 2009 foram pelo menos 3,2 mil processos do gênero. Na maioria dos casos, a Justiça determinou a entrega de medicamentos de alto custo - usados especialmente no tratamento oncológico ou de doenças raras.

Para o advogado Julius Conforti, que se dedica exclusivamente a ações judiciais na área médica e de saúde desde 2004, a judicialização é o efeito da ausência de medicamentos de ponta na lista das drogas cobertas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

"A judicialização da saúde não é um fenômeno que surgiu do nada, sem motivo algum. O grande problema é o déficit da atualização da listagem dos medicamentos de alto custo, especialmente os da área oncológica", diz. "E o governo se preocupa muito em tratar o efeito (as ações) em vez de se preocupar com a causa."

A recepcionista Viviane Martins Madeixo, de 37 anos, por exemplo, teve de recorrer à Justiça para conseguir receber dois medicamentos indicados pelo médico para o tratamento de uma leucemia - um tipo de câncer no sangue que afeta a medula óssea.

As medicações são de alto custo, não constam da lista do SUS e Viviane não teria como comprá-las. "A caixa de um dos remédios custa R$ 400. E eu tomo oito comprimidos dele ao dia. O outro remédio custa R$ 140 e dura apenas duas semanas", diz. No total, a recepcionista gastaria R$ 680 por mês se tivesse de pagar pelos medicamentos.

Em tratamento há quase um ano, Viviane atribui sua vida ao resultado da ação judicial. "Se não tivesse iniciado o tratamento, poderia estar morta", afirma.

Listagem. Para Conforti, se todos os medicamentos de última geração estivessem incluídos na listagem do SUS os custos seriam mais baixos, já que seria possível fazer compras maiores e negociar preços. "Se a judicialização causa uma desprogramação do orçamento, é preciso pensar em formas de resolver isso."

Nascimento, do Ministério da Saúde, diz que a lista do SUS é atualizada a cada dois anos e contempla vários medicamentos que possuem ações similares àqueles pedidos judicialmente.

"O SUS não é uma farmácia privada. Nem mesmo as farmácias têm todos os medicamentos requisitados. Para um remédio ser incorporado à lista, o SUS leva em consideração segurança e custo efetivo. E ainda há muitos medicamentos usados para tratar doenças não descritas na bula", afirma Nascimento.

Álvaro Nagib Atallah, professor de medicina baseada em evidências da Unifesp, concorda que há remédios que possuem evidência de que funcionam e não são implementados na rede. Mas, diz ele, por outro lado, há muita medicação de alto custo demandada pela Justiça e nem sempre existem evidências.

Ele é um dos coordenadores do curso Direito à Saúde Baseada em Evidências, direcionado a promotores, juízes, advogados e defensores. O curso é ministrado no Hospital Sírio-Libanês em parceria com o Ministério da Saúde (mais informações nesta página).

"Estima-se que cerca de 10% da demanda judicial seja relacionada à saúde. O Judiciário não está preparado e não tem base científica para tomar esse tipo de decisão. A ideia do curso é difundir a cultura da tomada de decisões baseada em evidências."

Douglas Henrique Marin dos Santos, procurador federal da Advocacia-Geral da União, diz que ainda é muito difícil reverter as decisões judiciais, especialmente porque faltam informações com base científica.

"Se houver informação científica disponível, fica mais fácil até para a gente poder recorrer. O recurso é finito e é preciso fazer escolhas. Ainda é um grande desafio, pois uma vez que um juiz determina a entrega de um medicamento, é muito difícil você retirar isso", afirma.

PARA ENTENDER

Quem decide entrar com uma ação para receber um remédio pode acionar qualquer esfera de governo: municipal, estadual ou federal. Como as prefeituras têm menos recursos, em geral, os advogados processam o Estado onde o paciente mora. As ações contra a União são mais raras porque tendem a ser mais demoradas.

Despesas

O governo de São Paulo gasta cerca de R$ 57 milhões por mês para atender a cerca de 25 mil ações judiciais ou processos administrativos relacionados à saúde que estão em andamento.