quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Estudante de farmácia na África do Sul.

Como última postagem do ano, além de desejar um ótimo 2011 aos meus 2 ou 3 leitores, resolvi homenagear o movimento estudantil de farmácia com um texto feito pelo amigo (amizade iniciada no ano que se encerra) Antonio Bonfim. Mais do que divulgar um texto de um amigo, penso ser isso simbólico pra mim, já que a juventude me encanta, ainda mais a parcela dos jovens que se dispõem a lutar. Lembro-me, ao vê-los, de minha juventude, encerrada não faz muito tempo. Com os erros e acertos próprios dessa idade, o importante é acreditar que se pode fazer a diferença.
Segue o texto escrito por Antonio Bonfim...boa leitura:


Experiências de um estudante de Farmácia no Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes

Senti-me honrado em receber o convite para compor a delegação presente no Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes. Tendo inicio durante a 2ª guerra Mundial, sempre com o objetivo de manter a paz, esse evento completa a sua 17ª edição em 2010, com o tema: “Por um mundo de Paz, solidariedade e transformação social, derrotemos o imperialismo”. A cidade sede foi Pretória, na África do Sul, onde houve homenagens a Fidel Castro e o grande líder Nelson Mandela.
Participar de um evento, desse porte, foi uma experiência inigualável, o evento contou com delegações de mais de 140 países, somando mais de 17 mil pessoas, o que possibilitou uma interação entre os povos. Pude conhecer um pouco da cultura dos outros países, suas realidades políticas e socializar com eles a realidade brasileira no contexto, diante das transformações sociais aqui vividas.
Para mim, um dos dias mais proveitosos, o 3º dia, chamado de “Dia da América”, onde tivemos mais contato com nossos amigos latino-americanos, e pude conhecer a realidade de países, como Cuba, por exemplo. Questões como a defesa de uma educação publica e de muito mais qualidade foram pautadas e defendidas. Houve participação de entidades brasileiras como a UNE (União Nacional dos Estudantes) e UBES (União Brasileira de Estudantes Secundaristas), num debate proveitoso sobre todo o processo político vivido pelo Brasil, desde a época da ditadura, ate os dias atuais, com a eleição do Presidente Lula e da nossa primeira Presidenta, Dilma Rousseff, fato já conhecido pela maioria dos presentes.
Um dos principais atividades realizadas durante o Festival, foi o Tribunal Anti-imperialista, composta por toda uma corte, com juízes, advogados, testemunhas etc. onde o imperialismo foi condenado como culpado pelas agressões à humanidade como: as ocupações israelenses a territórios palestinos, os diversos danos causados ao meio ambiente, o fim de muitos recursos naturais, o impedimento de avanço em muitas mudanças sociais, foram algumas das atrocidades imperialistas ouvidas em testemunho. Este Tribunal, não representa caráter jurídico, mas é de suma importância para despertar conhecimento e conscientização a população, sobre esse sistema, presente na sociedade.
Procurei estreitar relações entre os lideres de entidades ligadas ao movimento estudantil e juvenil internacionais, entre estudantes da área da saúde, e como Coordenador de comunicação e intercâmbio da ENEFAR (Executiva Nacional dos Estudantes de Farmácia) deixei contatos que possibilitassem a procura pela entidade, e claro, tornando a conhecida por eles.
Outra experiência marcante, vivida por todos os brasileiros, foi o grande carinho que os estrangeiros têm pelo Brasil, todos queriam um autografo na camiseta, tirar foto com as brasileiras, ganhar presentes, onde viam um brasileiro com a camisa da seleção, gritavam de longe sobre a Copa de 2014, e o nome de álbuns jogadores, ninguém ficou parado quando as bandas brasileiras “Passarinhos do Cerrado” e “Adoraroda” se apresentaram no Festival Musical, ao som do nosso lindo Samba. O Brasil é celebridade! E voltei com muito mais orgulho de ser brasileiro, e com uma outra visão da África do Sul, que é um belo país, com inúmeras belezas naturais, cidades lindas e um povo muito acolhedor.

Antonio Bonfim
Coordenador de Comunicação e Intercâmbio – ENEFAR

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Por falar em humanização....

Acabo de chegar de uma confraternização de despedida de 2010 com servidores de uma secretaria de assistência social. Como toda boa festa de fim de ano, ocorreu o tal do amigo-ladrão (versão sacana e mais econômica do amigo secreto), conversas, cervejas e alguma interação entre os presentes. Para não ficar de fora, emiti algumas opiniões e acabei ouvindo relatos que me fizeram refletir.
Estavam presentes psicólogos, assistentes sociais, servidores municipais de nível médio e beneficiários dos diversos programas coordenados pelos presentes, entre outros. Acabei por conhecer realidades que foram geradoras desta postagem. Uma mola propulsora que me trouxe a pensar sobre a importância de um pequeno gesto que poderia mudar algo maior.
Uma das histórias foi narrada por uma advogada que participa de um dos programas de geração de renda. Os principais beneficiários são pessoas de baixa renda que moram em cortiços de uma grande cidade. Disse ela...
“Nosso projeto busca a inclusão produtiva, através de projetos sociais de geração de renda, dando a oportunidade de participarem de uma cooperativa que não se basta em garantir simplesmente uma remuneração. Certo dia, após uma reunião exaustiva acerca do gerenciamento do recurso obtido pelos cooperados, começamos a conversar com as pessoas beneficiadas sobre quais seriam as principais alterações a serem realizadas no programa. Ouvimos de tudo um pouco: desde a mudança da cor das paredes até outra postura das participantes. As sugestões ousadas quase que buscavam uma grande revolução. Propostas quase que inexeqüíveis foram expostas. Praticamente todas falavam, menos uma. Ela nos observava com os olhos atentos, tal qual uma criança ansiosa por demonstrar seus sonhos e desejos. Entendendo que o assunto já havia se esgotado já que quimeras foram apresentadas, perguntei se havia mais alguma reclamação ou sugestão. Aquela que até então estava calada, questionou:
- Eu queria saber quando vão consertar a geladeira?
Disse que não estava unicamente sob nossa capacidade de solução e sim do poder Executivo, já que dependia de toda a burocracia necessária para o simples conserto de uma geladeira. Já que o questionamento havia me gerado curiosidade extrema, acabei por perguntar:
- Mas qual a angústia com a geladeira? Se quiseres guardar algo e mantê-lo gelado, tem o bar do lado que pode nos emprestar seu freezer.
Ela respondeu:
- É que hoje acordei com uma “baita” vontade de tomar uma água gelada! E só aqui eu consigo isso."
Aquela pobre mulher, que dependia de um programa social para obter algum valor financeiro para sua sobrevivência, almejava apenas que a geladeira estivesse funcionando, para que pudesse tomar “água gelada”, artigo de luxo em sua casa.
A única lógica que consegui extrair disso foi de que grandes revoluções são necessárias. Entender os anseios e desejos dos outros devem ser buscados por nós sempre. Mas não podemos nos perder na macro solução. Às vezes, um pequeno gesto, que para nós pode ser visto como mínimo, é grande demais para quem recebe. Querer mudar o mundo é o desejo de todos, mas mudar a vontade de um pode ser um bom começo. Não estão errados os técnicos que coordenam os programas aqui comentados....só é preciso entender qual o desejo imediato dos que poderão usufruir de tudo isso. Com certeza não são desumanos nem frios, muito pelo contrário. Ocorre que o desejo de mudança é tão grande que acabam por deixarem de ver o "pequeno".
A história acima me emocionou muito. Os que me conhecem sabem que choro com propaganda de margarina. Por isso quero perguntar aos meus 2 ou 3 leitores: quer um copo de água gelada?

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Cartinha de um farmacêutico para o Papai Noel

Amigo meu pediu para postar o texto abaixo:
Confesso que não gosto muito desse período de festas. Desde que me lembro por gente, todo o Natal me causa tristeza. Só me vem a cabeça as famílias que não conseguem participar do impulso consumista que assola boa parte da população. Claro que me lembro do aniversário de Cristo e era bom estar em família....mas sempre fico triste, não tem jeito!
Este ano, tentei superar isso e fazer um pouco mais para mudar a situação de alguém. Busco fazer isso durante o ano inteiro, mas não custava nada participar de outra forma. Vi no jornal local que o correio disponibilizava cartas enviadas ao Papai-Noel (que aliás, existe...foi a coca-cola que nos apresentou). Pensei: “É isso!”. Munido de boas intenções me desloquei até a agência dos correios. Na porta, encontrei um rapaz, aparentando ter uns 25 anos. Em suas mãos, uma carta endereçada ao velho Noel. Depois de uma rápida explicação de minha disposição consegui levar a carta comigo. Chegando em cassa abri o envelope e passei a ler aquelas mal traçadas linhas...
“Querido Papai Noel,
Tudo bem? Bom, não sou de escrever muito, mas resolvi tentar mais uma vez esse ano me comunicar com o senhor. Não sei se o senhor se lembra, mas escrevi cartinhas endereçadas a você dos meus 6 anos até os 13, mais ou menos. Não posso reclamar, afinal de contas, o senhor se esforçou. Uma vez pedi um cachorro e ganhei um lindo quadro com um Dalmata pintado. Outra vez pedi um uma bicicleta...ganhei uma joelheira com um bilhete escrito pelo senhor: “Aos poucos ela chega”. Numa última tentativa, pedi um vídeo game e ganhei um saquinho com 10 fichas de fliperama.
Sabe, hoje sou farmacêutico. Fiz a faculdade com alguma dificuldade, mas consegui me formar. É uma profissão linda, sempre admirei, mas acho que precisa melhorar algumas coisas. Estou quase me frustrando. Por isso, gostaria por meio desta, de pedir algumas coisas para o senhor:
- Faça com que o piso salarial melhore. Paguei muito caro para me formar e o salário não ajuda muito. Poderia fazer ser aprovado o Projeto de Lei que cria um piso salarial para a minha categoria.
- Faça com que o Projeto de Lei que transforma a Farmácia em Estabelecimento de Saúde seja aprovado.
- Faça com que haja maior reconhecimento social de minha profissão. Muitos não sabem exatamente o que faz um farmacêutico.
- Peço que o Projeto de Lei que dá a profissão farmacêutica a jornada máxima de 30 horas semanais também seja aprovado.
- Peço que haja condições dignas de trabalho para o profissional. Que nós tenhamos, de fato, condições de exercer a nossa profissão.
Bom, era isso. Agradeço desde já e fico no aguardo.”

A cartinha me comoveu. Depois de muito pensar, respondi a carta, como se Papai Noel fosse...
“Prezado farmacêutico,
Sua profissão é linda de fato. Sabe, se existem problemas hoje, eles já foram maiores no passado. Tem idéia de como se pode melhorar? Vou te ajudar...
- Filie-se ao sindicato dos farmacêuticos do seu estado e participe.
- Participe das atividades organizadas pelos Conselhos Profissionais e pelas Associações Farmacêuticas.
- Não esqueça de quem mereceu seu voto nas eleições, isso ajuda a cobrar deles. Ou seja, participe como cidadão efetivamente.
Ou seja, não aguarde...FAÇA!
Esse pode ser um bom começo....
Abraços.”

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Homenagem a quatro farmacêuticos

Apesar da pouca idade, 39 anos (com aparência de 38), pude acompanhar diversos avanços da sociedade. Saí do telefone público (vulgo orelhão) e cheguei ao celular. Saí do fliperama e hoje jogo Playstation. Tive Educação Moral e Cívica (EMC) e Organização Social e Política Brasileira (OSPB) na escola e hoje sabemos que tudo isso era oriundo da ditadura militar. Mas nada disso me dá mais orgulho de ver o quanto avançamos na assistência farmacêutica. Falo isso sem medo de errar. Sei que há muito por fazer: melhores condições de trabalho aos farmacêuticos que atuam no setor público e privado, melhor remuneração, uma graduação que atenda as demandas da sociedade são alguns dos desafios. Não são poucos os obstáculos, mas já provamos que é possível fazer o sonho se tornar realidade!
Sou de uma geração de farmacêuticos que faziam a faculdade de farmácia em 3 anos (a bioquímica era opcional). Num tempo em que farmacêuticos presentes em drogarias eram uma quimera, pois a constatação se apresentava como lenda. Mesmo assim lutamos. Remamos contra a maré e seguimos ao pé da letra um poema de Bertold Brecht intitulado “Nada é impossível de mudar”:
"Desconfiai do mais trivial ,
na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar."
Bertold Brecht

Com esse espírito, quatro farmacêuticos se dispuseram a dirigir o Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos (DAF), da Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégico do Ministério da Saúde. Instituído em 2003, no início do primeiro mandato do Governo Lula,  o DAF tinha e tem como princípio a defesa da assistência farmacêutica. Nesses 7 anos, Norberto Rech, Dirceu Barbano, Manoel Roberto e José Miguel cumpriram um papel fundamental na condução do Departamento, enquanto diretores. Tenho a honra de conhecer a todos e poder chamá-los de “amigos de luta”. Digo isso pois todos se formaram, principalmente, nas batalhas encaminhadas por algumas de nossas entidades farmacêuticas. Entre muitas atribuições destes lutadores, gostaria de citar algumas: Norberto Rech foi presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos (FENAFAR), Dirceu Barbano foi presidente do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, Manoel Roberto foi diretor do Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de São Paulo e Conselheiro Federal pelo mesmo Estado e José Miguel foi presidente do CRF-SC e Conselheiro Federal pelo mesmo Estado.
Tive o prazer de estar na comissão organizadora do V Fórum Nacional de Assistência Farmacêutica, que ocorreu nos dias 14 e 15 de dezembro de 2010, organizada pelo DAF. Neste evento, os 4 farmacêuticos estiveram presentes numa mesa, moderada pela Célia Chaves, atual presidente da FENAFAR, falando sobre a linha do tempo da assistência farmacêutica de 2003 a 2010. Foi uma das cenas mais marcantes de minha vida. Ver os meus companheiros falando a uma platéia respeitável, me fez pensar: “Nossa, como valeu a pena acreditar”.
Essa é uma pequena homenagem a essas ilustres representações da categoria farmacêutica. Obrigado pela oportunidade de constatar o quanto vale a pena lutar.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Exame de proficiência é um bom critério de avaliação?

Recebi da Silvia Amaral Pereira (@silvinha_amaral), Bacharel em Direito, o texto abaixo. Publico-o na íntegra por ser este um tema de interesse de toda a sociedade, mas principalmente das profissões envolvidas no assunto. Lembro-me que não faz muito tempo, este assunto foi tratada pelos órgão de classe da profissão farmacêutica. Evito meus comentários...por isso, deixo os meus 2 ou 3 leitores opinarem.

"A internet bomba com manchetes que abordam a decisão do Desembargador Vladimir Souza Carvalho, do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), que concedeu uma liminar na última quinta-feira, considerando inconstitucional o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
De acordo com a decisão,  os profissionais formados em Direito que procuraram a Justiça, têm direito de exercer a profissão, mesmo sem a aprovação no exame da Ordem. Essa decisão vem causando inúmeras reações de todos os segmentos do direito.
Para muitos essa é uma decisão controversa, pois apostam que o exame tem o objetivo de filtrar e mensurar a capacidade do recém formado de atuar na profissão, avaliando inclusive, a qualidade de ensino das universidades. O presidente Nacional da OAB, Dr.Ophir Cavalcante, é um dos mais veementes defensores desta tese, acrescentando inclusive que para a OAB seria interessante o ingresso de vários profissionais em seu quadro, mas que prefere ao invés de quantidade, qualidade e que outros conselhos de classe vêm tentando copiar o modelo do exame de proficiência: Medicina, Contabilistas e Engenheiros.
Outros vibram com tal decisão, por entender que o exame da OAB fere a Constituição Federal, bem como o Principio da Isonomia,  que de fato não serve como balizador de competência profissional, e por fim, que esta é a única profissão em que o acadêmico permanece cinco anos em uma universidade, e depois de aprovado por uma Instituição de Ensino devidamente reconhecida pelo MEC, não pode atuar, necessitando da aprovação aleatória do órgão da categoria.
Colocados aqui os dois lados da moeda, preciso externar minha opinião. O papel do operador do direito na sociedade sempre foi visto como diferenciado, basta resgatar a Lei do Império de 11/08/1827 que instituía que aquele que cursasse 05 anos do curso teria o título de doutor, (prática utilizada até os dias de hoje), a terminologia utilizada no meio jurídico, antes o latim, agora o famoso juridiques.
Como o tema muito me interessa, decidi buscar o máximo de opiniões divulgadas na internet e o que li me deixou extremamente frustrada, pois estamos diante de uma decisão extremamente polemica e que merece muito debate, no entanto, a maioria dos contrários ouvidos são profissionais que se beneficiam do exame (donos de cursinhos preparatórios). Ninguém foi procurar um bacharel, um reitor de universidade ou um jurista isento de qualquer beneficio próprio para discutir o assunto.
Um fato que não se pode deixar de analisar é o baixo índice de aprovação no último exame: 105.315 candidatos inscritos, 47 mil  aprovados para a segunda fase, sendo que apenas 12.614 (12%) passaram. Será que este é um problema de ensino, ou as provas aplicadas não são coerentes? Quem mesmo avalia a segunda fase? A letra da lei é uma, mas a interpretação da mesma, como sabemos, cabe a quem a lê e a aplica. Os recursos analisados pela OAB quando negados, não são fundamentados, por quê? Porque quem passa na primeira fase e reprova na segunda tem que refazer as duas, pagando mais uma vez a taxa de R$ 200,00 (valor da ultima)? A pessoa já não provou que tem conhecimento na primeira? Será que não deveria refazer somente a que reprovou?
Não sou absolutamente contra a realização do exame, desde que esse tenha outra formatação e finalidade. Digo isso por acreditar não ser papel da OAB avaliar Instituições de Ensino, e tão pouco, alegar que o aumento de cursos de direito no país inserem no mercado profissionais despreparados, Cabe a ela sim abrir o debate e questionar essas ações, até porque a OAB está sempre envolvida em debates de questões nacionais, mesmo quando não são de sua alçada.
Está na hora de acabar com essa pseudo idolatria pelo operador do direito, pois somos profissionais como outro qualquer. Freqüentamos a universidade por cinco anos, sofrendo todas as pressões, angustias, cobranças e dificuldades como todos, mas agora, depois de formados não podemos exercer a profissão que escolhemos e nos preparamos. Isso ocorre não por falta de capacidade, mas por decisão do órgão da categoria, que em suas provas exigem que tenhamos não apenas conhecimentos essenciais para atuar na profissão, mas principalmente de memorização, pois em suas provas, de 100 questões, precisamos decorar os Códigos, para respondê-las, coisa que pouquíssimos profissionais atuantes conseguem.
Essa ainda é uma longa discussão, mas fico feliz por saber que ainda existem Desembargadores que conseguem visualizar a situação sem amarras ou pensamentos tendenciosos, apenas decidem analisando a letra da lei."

Imagem extraída de:

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Dicas de filmes para profissionais de saúde parte III - O retorno

Tentando dar minha contribuição aos que estão com o fim de semana livre, ou mesmo aos que receberam aquele convite o qual denominamos "Indian Program" (vulgarmente chamado de Programa de Índio) que você está próximo de recusar, seguem novas dicas de filmes. Vale salientar que não vi todos os filmes que estou postando desde a "parte I". Tenho pesquisado mas também recebido sugestões, como foi o caso da amiga de twitter @lucieneamaral. Destaco também que não sou o que pode ser chamado de ´"cinéfilo", por isso, as sinopses são extraídas de sites, os quais cito ao final da postagem. Com esta postagem já são 15 filmes os indicados. Para ver as outras dicas acesse:

http://marcoaureliofarma.blogspot.com/search/label/Dicas%20de%20filmes

Aguardo seus comentários, sugestões...enfim, espero que curtam.



AS INVASÕES BÁRBARAS.

"À beira da morte e com dificuldades em aceitar seu passado, Rémy (Rémy Girard) busca encontrar a paz. Para tanto recebe a ajuda de Sébastien (Stéphane Rousseau), seu filho ausente, sua ex-mulher e velhos  amigos."


UMA CHANCE PARA VIVER.
 "EUA - O Dr. Dennis Slamon trabalha no menor laboratório da UCLA (Universidade da California, Los Angeles), tem o menor orçamento e nenhum estudante da área de ciências se candidata como seu assistente. O cientista se esforça demais e é pouco valorizado, mas tem o apoio da esposa e acredita no que faz. Dr. Slamon está desenvolvendo uma droga experimental para o tratamento do câncer da mama. Herceptin é um anticorpo produzido nas células e, em doses maciças, o médico acredita que possa ser uma terapia não tóxica para 25% das mulheres com diagnóstico de câncer da mama.

Mas o laboratório Genentech teme prejuízos, corta verbas e pensa interromper o financiamento da pesquisa. Quando tudo parece perdido, Lilly Tartikoff, esposa de um antigo paciente do dr. Dennis, se oferece para levantar fundos entre os amigos. Ao encontrar Ronald Perelman, executivo da Revlon, ela se apresenta e pede uma chance para falar sobre a pesquisa com o Herceptin. Começará aí uma generosa parceria.

"Uma Chance para Viver" foi produzido para a televisão, tendo Renée Zellwwegger como produtora executiva. Sua maior amiga também foi curada por Dennis Slamon. Este é um filme simples, com bom elenco e momentos emocionantes, especialmente para quem tem ou teve pessoas queridas em luta contra o câncer. Acho que, hoje em dia, isso inclui todos nós."

 

O TIGRE E A NEVE.

"O poeta e professor universitário Attilo De Giovanni (Roberto Benigni) vive num mundo distante da realidade, em meio aos sonhos de conquistar a mulher que ama. Em 2003, logo depois de lançar o livro de poesia "O Tigre e a Neve", a realidade do mundo finalmente o atinge quando descobre que a mulher de seus sonhos foi ferida num dos primeiros bombardeios americanos sobre o Iraque. Ele consegue achá-la em Bagdá e se envolve então em inúmeras dificuldades para conseguir encontrar, em uma cidade destruída, os medicamentos de que ela precisa." 

WIT, UMA LIÇÃO DE VIDA.

"É um filme norte-americano para televisão dirigido por Mike Nichols em 2001 .Conta a história de uma professora universitária de literatura (Emma Thompson) acometida por um câncer de ovário em estágio avançado. Sempre uma profissional muito rígida, ela muda suas perspectivas e o modo como encara a vida ao descobrir a doença."





Como eu disse, as sinopses foram extraídas dos sites abaixo:







domingo, 12 de dezembro de 2010

Vaselina mata...é só isso?

     Não tenho a menor disposição de apontar verdades. A grande virtude de uma opinião é simplesmente emitir um pensamento sobre algo. Respeitar as opiniões contrárias, ouvir e ser ouvido, são partes fundamentais de uma simples troca de idéias. Por isso, gostaria de conversar sobre algo que aconteceu nesta semana, recheada com notícias boas e ruins (não necessariamente nesta mesma ordem). Entre as que causaram raiva, surpresa e indignação, estava a notícia de uma menina que faleceu em virtude de uma aplicação de vaselina em sua veia. Obviamente que o fato não foi intencional, mas a conseqüência foi fatal. O fato se deu no Hospital São Luiz Gonzaga, ligado à Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. A menina Stephanie dos Santos Teixeira, de 12 anos, foi a vítima.
     O falecimento de qualquer pessoa deve ser averiguado, mesmo que por motivos naturais. Agora, a morte prematura de uma criança, cujo diagnóstico foi “virose”, no dia 3 de dezembro de 2010, tendo sido prescritos medicamentos e soro fisiológico, sendo que a pequena vítima recebeu vaselina no lugar do soro, merece debate maior. Ela só foi parar no hospital porque tinha vômito e diarréia.  O fato precisa despertar em todos nós a devida indignação, mas mais do que isso, a abertura de uma discussão que amplia a avaliação sobre a responsabilidade. Num caso como esse é muito comum buscarmos o culpado ou culpada. Perfeito, penalizemos a auxiliar de enfermagem que já responde por crime culposo. Achamos o “mordomo”? Tenho dúvidas...
     Em primeiro lugar, para propiciar o início da discussão, quero lembrar a Portaria 316/77, que previa não haver necessidade da presença de farmacêuticos em “pequenas unidades hospitalares”, definidas como aquelas com menos de 200 leitos. Tal Portaria trouxe graves consequências ao que defendemos por assistência farmacêutica. É fato que sem farmacêutico não existe assistência farmacêutica plena, já o inverso, talvez seja possível. Ter farmacêutico simplesmente não resolve a situação. Sem estrutura, sem vontade política tanto do profissional quanto do administrador do estabelecimento, sem empenho dos atores envolvidos, pouco se faz. Tarda a revogação desta Portaria, como tarda a discussão de que não basta estar presente...tem que participar!
     Em segundo lugar, chamo a discussão sobre quem é, de fato, o responsável pelo paciente. O médico que diagnostica? O porteiro que recebe o paciente? A família que deve estar atenta aos primeiros sintomas? O farmacêutico que dispensa? Os profissionais da enfermagem que têm relação direta na aplicação dos medicamentos? Bom, penso que todos. Como diz o ditado: “somos lados da mesma moeda”.
     Caso não tenhamos neste fato o motivador de uma grande discussão sobre a plenitude da assistência farmacêutica, tida como um “conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletivo tendo o medicamento como insumo essencial e visando o acesso e ao seu uso racional...” (Res. 338/04 do Conselho Nacional de Saúde), não sei o que mais possa despertar o debate. Não deixemos que o falecimento dessa pequena inocente seja mais um caso de “erro”. Vamos avaliar por todos os aspectos isso tudo: desde a semelhança dos frascos de medicamentos até a participação efetiva dos pais ou cuidadores durante uma internação.  Como a humanização interfere nisso tudo?
     Bom, indignados vamos dormir...mas só isso basta????

Em tempo, quase coloquei como foto da postagem, a imagem da pequena Stephanie. Não consegui, pois não achei nenhuma foto dela  na qual estivesse triste, além de achar apelativo. Foto dela sorrindo? Não é assim que ela vê o que aconteceu. Por isso, insiro a foto acima, encontrada no site:http://www.hotfrog.com.br/Empresas/Dra-Neuza-Alves-de-O-Dias/Erro-medico-Advogado-pr-x-ao-Metr-Rep-blica-S-o-Paulo-56039 

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Profissionais de saúde...uni-vos!

     Já comentei neste espaço o quanto temo as propagandas, na postagem "Propagandas da minha vida". Com toda a certeza elas são importantes pela divulgação de diversos assuntos, mas muitas são temerosas pelas suas promessas. Considerando que este é um povo bom, muitos crêem no que lêem (até rimou) e acabam por direcionar seus destinos rumo ao "paraíso" prometido. A imagem abaixo foi extraída de uma palestra proferida pelo amigo Rilke Novato. Ela fala por si e demonstra o quanto a crença popular pode ser explorada.....



     O cartaz acima, descoberto num poste perto de você, explora grandes problemas da sociedade tais como "congestã e hemorróida" (SIC). Além de tudo, "resgata FGTS e cancela cartão". O final é avassalador pois fala de Fé.....
      Se não bastasse, veja a imagem abaixo:



      Esse é impagável pois mostra o quanto estamos ameaçados. Afora a linguagem coloquial, o cartaz explora algo que, na história do Brasil, fez-se um grande medicamento: as famosas "garrafadas". Imagine algo que cura de bronquite a "desgasto físico"(SIC).
      Tudo isso seria cômico se não fosse trágico. A lição disso tudo? Bom, temos muito por fazer. Profissionais de saúde, Estado, controle social....uni-vos!!!



segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Dicas de filmes para profissionais de saúde parte II - A missão!

Metade dos meus 2 ou 3 leitores agradeceram por poderem ter opções de filmes que acabaram por engrandecer seus momentos de folga. Tal qual um Rubens Ewald Filho (só que sem barba e sem o mesmo talento), venho sugerir uma segunda rodada de filmes. As sinopses foram extraídas dos sites citados abaixo. As sugestões foram dadas pelas amigas: Marselle (PA) e Fernanda Junges (DF).  Ambas farmacêuticas e sintonizadas com os assuntos relacionados com a profissão farmacêutica  e com a saúde pública.
Os filmes abaixo tratam de assuntos relacionados a medicamentos e a humanização em saúde. Caso tenha alguma sugestão, não deixe de enviar.

Réquiem para um sonho:

“Uma visão frenética, perturbada e única sobre pessoas que vivem em desespero e ao mesmo tempo cheio de sonhos. Harry Goldfarb (Jared Leto) e Marion Silver (Jennifer Connelly) formam um casal apaixonado, que tem como sonho montar um pequeno negócio e viverem felizes para sempre. Porém, ambos são viciados em heroína, o que faz com que repetidamente Harry penhore a televisão de sua mãe (Ellen Burstyn), para conseguir dinheiro. Já Sara, mãe de Harry, viciada em assistir programas de TV. Até que um dia recebe um convite para participar do seu show favorito, o "Tappy Tibbons Show", que transmitido para todo o país. Para poder vestir seu vestido predileto, Sara começa a tomar pílulas de emagrecimento, receitadas por seu médico. Só que, aos poucos, Sara começa a tomar cada vez mais pílulas até se tornar uma viciada neste medicamento”.

Estamira:

“Estamira relata fielmente a vida de uma senhora tachada como louca pela família e médicos, porém de uma lucidez incrível.
Este foi o primeiro documentário do originalmente fotógrafo Marcos Prado. Vencedor de um total de 23 prêmios nacionais e internacionais conta a história de Estamira, mulher simples de vida difícil que encontra no lixão uma possibilidade de sobrevivência.
Essa senhora de 62 anos de idade renega a Deus por diversas razões e é capaz de explicar todos os fenômenos naturais e humanos de forma lúcida, eloqüente e ao mesmo tempo questionadora. Ela é uma prova de que as pessoas têm sim a capacidade de pensar e agir de forma contrária à padrão e se manterem intelectualmente ativas, embora os psicanalistas que a tratam discordem desse conceito preferindo dopá-la à ouvi-la.
Estamira não é uma mulher estudada, pelo contrário, mal sabe ler já que durante a infância passou por maus bocados que, no decorrer do documentário, servem para explicar suas “crenças” e instabilidade emocional.
A direção de Marcos Prado foi brilhante, ele não tentou dar voz à Estamira, ele simplesmente buscou uma forma de tornar visível sua existência para que servisse de exemplo nu e cru para todos aqueles que venham a se interessar por compreender o ser humano como indivíduo racional, não só emocional como estamos acostumados a ver nas telas de cinema”.

Cinema, Aspirinas e Urubus:

“Em 1942, no meio do sertão nordestino, dois homens vindos de mundos diferentes se encontram. Um deles é Johann (Peter Ketnath), alemão fugido da 2ª Guerra Mundial, que dirige um caminhão e vende aspirinas pelo interior do país. O outro é Ranulpho (João Miguel), um homem simples que sempre viveu no sertão e que, após ganhar uma carona de Johann, passa a trabalhar para ele como ajudante. Viajando de povoado em povoado, a dupla exibe filmes promocionais sobre o remédio "milagroso" para pessoas que jamais tiveram a oportunidade de ir ao cinema. Aos poucos surge entre eles uma forte amizade.”

Patch Adams - O Amor é Contagioso:
“Em 1969, após tentar se suicidar, Hunter Adams (Robin Williams) voluntariamente se interna em um sanatório. Ao ajudar outros internos, descobre que deseja ser médico, para poder ajudar as pessoas. Deste modo, sai da instituição e entra na faculdade de medicina. Seus métodos poucos convencionais causam inicialmente espanto, mas aos poucos vai conquistando todos, com exceção do reitor, que quer arrumar um motivo para expulsá-lo, apesar dele ser o primeiro da turma”.


Todos os filmes possuem sinopses extraídas dos seguites sites:


Imagem extraída de:



sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A importância da oratória...

        Em maio de 2005, escrevi um artigo para a revista "Debate Sindical", tratando do tema "a oratória como arma para a ação sindical". Fui convidado pela revista por falar demais? Não sei! Talvez tenha ajudado o fato de ministrar cursos sobre o tema. Sempre tive paixão por este assunto e penso que há um menosprezo generalizado sobre o tema. Para trazer o debate a tona, apoiado por metade dos meus 2 ou 3 leitores, resolvi reproduzir o artigo, mas sempre lembrando: O bom orador também sabe se calar!!!!! Boa leitura...


           "Inicialmente, para abordar o tema oratória e sua importância para os dirigentes sindicais, devemos entender o que esse termo significa. Aqui, vamos trabalhar com a oratória como a melhor forma de comunicação entre pessoas, podendo variar a quantidade dos receptores, mas focando em um orador. Vamos trabalhar com o conceito de oratória enquanto a “arte de falar”, como um instrumento importante no exercício da liderança e da propagação de um pensamento.
Considerando que muitos subestimam o poder exercido pela oratória, responda: Quantas vezes você pediu à alguém uma opinião sobre seu comportamento durante uma exposição?  Em que momento perguntou a si mesmo sobre o seu poder de argumentação? Quantas vezes avaliou a sua postura enquanto discursava? Quantas vezes consegui reverter opiniões devido ao seu posicionamento defendido numa exposição? Caso nunca tenha pensado nessas perguntas, provavelmente você tem utilizado a “fala” como um simples complemento de sua atividade ou como algo dispensável de uma avaliação mais aprimorada. Provavelmente não tenha medido até então o impacto que poderia causar, com algumas pequenas mudanças em seu comportamento durante um discurso.
Alguns dirigentes sindicais, minimizando o papel de uma boa oratória, exercem o “falar” como algo natural, fruto de um dom “genético” ou como resultado de uma prática tão utilizada e a tanto tempo exercida, que passa a ser desnecessário um aprimoramento técnico deste ato. Grande engano. A prática da oratória, ou do “falar”, pode trazer bons resultados em alguns aspectos. A perda do medo de falar em público acontece quando há a habitualidade desta prática. O exercício da fala melhora o vocabulário, ajuda a desinibição, reduz os temidos tremores das mãos. Mas uma prática sempre deve vir acompanhada de bons fundamentos teóricos para que esta não se torne uma arma negativa. Comparemos a oratória com um medicamento, baseado em uma máxima farmacêutica: se bem usado, traz bons resultados, sem mal utilizado, pode ser um veneno.
A oratória deve ser entendida como uma ciência que não se pauta no empirismo, nem na mera repetição dos resultados positivos. É importante avaliarmos uma série de fatores para que a fala seja feita de uma maneira correta, levando em conta quem vai receber a mensagem e em que situação isso vai ocorrer. Para começar, devemos avaliar sempre como estamos nos comportando quando exercemos a fala. Essa avaliação constante inibe alguns vícios comuns como o tom de voz inapropriado para a situação, a falta de informação quanto ao resultado obtido com a exposição, o descumprimento do tempo determinado, entre outros. Não podemos ter o mesmo comportamento num debate como teríamos em um caminhão de som na porta de uma fábrica. A empolgação usada para defender uma tese em um congresso sindical não deve ser a mesma do que quando estamos em uma mesa de negociação. O movimento excessivo das mãos pode prender mais a atenção de quem nos observa, do que o conteúdo de nossa exposição. Ler um documento previamente preparado pode dar um ar sacerdotal pouco conveniente dependendo da situação em que este for usado. Falar de improviso, algo muito habitual para lideranças sindicais, deve ser antecedido de uma avaliação do nosso conhecimento do tema e a condição dada para que seja feita a exposição. Observando o papel da oratória para o exercício da liderança e da representatividade, passamos a entender também que não necessariamente precisamos “falar”. Todos nós conhecemos pessoas que possuem a necessidade de falar o tempo todo. Devemos lembrar que o bom orador não precisa falar a todo o momento. O silêncio pode ser uma grande virtude e pode trazer melhores resultados. A preocupação com a inconveniência deve permear nossos atos a todo instante.
Existem pessoas que encantam com a sua forma de falar. Seja um político, um outro dirigente, um formador de opinião. Porém, poucos são os que avaliam o que causou a boa impressão. Devemos começar daí o nosso entendimento acerca do que venha a ser um bom orador. A observação precisa ser uma prática rotineira. É preciso aprender com as virtudes e os erros daqueles que observamos. Se considerarmos a oratória como um conjunto de atitudes que levam ao bom entendimento da mensagem enviada, devemos começar por avaliar a postura no antes, durante e depois da exposição. Não podemos no esquecer que o orador passa a ser observado desde o momento em que chega ao local, até o momento em que vai embora. Sua exposição faz parte de uma das avaliações que o público fará sobre ele.
Objetivamente, vários fatores podem criar um bom orador. Neste sentido, não devemos considerar a oratória como um grande teatro onde cumprimos um papel de ator principal, onde incorporamos um personagem, que não conseguiremos levar adiante por estar desconectado de quem verdadeiramente somos. Isso não quer dizer que podemos subestimar o conjunto do ato. Pequenas questões devem ser respondidas de maneira prévia como: Com quem falar? Onde falar? Porque falar? Estas devem dar o início da nossa avaliação para que possamos cumprir bem o papel e obtermos os resultados esperados. Se passarmos a avaliar os diversos aspectos da oratória, podemos passar a utilizá-la em diversas situações do nosso cotidiano. Muitos livros abordam as mais variadas situações de oratória. Comece por buscar quais se adaptam as situações vividas no seu dia a dia. Passe a observar outras pessoas enquanto falam. O principal é que saibamos que fomos criados com duas orelhas e uma boca. Nascemos com dois aparelhos receptores e apenas um emissor...ouvir mais e falar o necessário ainda é o grande aprendizado!"